A MESMICE ENDÊMICA EM REPLAY…
E foi o que se viu, um repeteco insosso tecnicamente (fato somente importante para técnicos inconformados…), porém fulgurante e emocionante para torcedores catedráticos no grande jogo, com dois deles “encestando” (será que foi de três?) um dos juízes no estacionamento depois do jogo, fato lamentável e reprovável, e para a mídia ufanista televisiva, como sempre…
Como no primeiro jogo da série, ambas as equipes convergiram nas bolas de 2 e de 3 pontos, 15/32 de 2 e 10/29 de 3 para Bauru e 13/29 e 12/31 respectivamente para a equipe vencedora do Paulistano em 78 x 74, totalizando 28/61 nas bolas de 2 e 22/60 nas de 3, ou seja, 38 bolinhas perdidas arremessadas de fora, equilibradas ou não, em contra ataque também, num clone do primeiro jogo, em que, num diminuto momento da partida a equipe da capital conseguiu contestar três ou quatro arremessos, suficiente para manter uma mínima diferença de pontos para vencer o duelo escancarado de três, num replay do primeiro jogo, ambos caracterizados pela mesmice tática que professam conjuntamente, onde um aspecto se impõe de forma cabal, a mais completa incapacidade de atuarem com fluidez dentro do perímetro, onde as jogadas solitárias dos pivôs, quando lembrados, se tornam num recital de 1 x 1, observados por seus companheiros estáticos, como plateia privilegiada dentro da quadra, mas ávidos por um passe de dentro para fora, para que seus dotes de especialistas nas bolinhas sejam apreciados, não importando muito o quanto errem, pois afinal de contas, se ambas as equipes agem da mesma forma, vencerá aquela que meter a última, que é o que tem acontecido na maioria dos jogos deste NBB9…
Preocupa sobremaneira a mais absoluta tendência que se instala celeremente em todas as equipes participantes, como se fosse essa forma de jogar, canhestramente copiada de duas ou três equipes da matriz do norte, o modelo definitivo a ser adotado, inclusive nas categorias de base, onde já se pode atestar jovens infantis arremessando seguidamente de fora do perímetro, sem, obrigatoriamente, terem dominado as técnicas dos arremessos mais próximos à cesta, numa absurda e comprometedora inversão de valores, que pesará mais a frente no seu processo de desenvolvimento, assim como nos demais fundamentos do jogo, que olvidam na troca pelos petardos…
Mas, para que repetir o que venho apontando seguida e teimosamente, quando nos deparamos com a dura realidade implantada pela crítica, pelos estrategistas, pelos dirigentes, agentes, e até mesmo pela maioria dos jogadores, de que tudo está bem, que o basquetebol evolui técnica e taticamente a cada NBB disputado, que o futuro está se garantindo com a nova geração de jogadores que desponta, mas que no entanto, não consegue baixar a média de mais de 27,2 em erros de fundamentos por jogo, sendo que neste foram cometidos 31 (17/14)!!…
Honestamente não torço pelo pior, não desejo que piore, mas não posso me furtar de expor verdades, cristalinas e dolorosas verdades, as que não mentem sobre a realidade técnica individual e coletiva de baixo nível que tentam escamotear, que tentam varrer para baixo do tapete de uma história que tem de ser contada, às claras, sem subterfúgios, pois em caso contrário, mais cedo do que pensam e agem, estaremos dando continuidade na descida do fosso em que nos encontramos, levando de roldão nossas seleções, exatamente por sermos incapazes de evoluir, fugindo e se despregando da mesmice endêmica e massacrante do que aí está, padronizada e formatada pelo corporativismo estabelecido, o qual deve ser confrontado por um novo tempo, com novas e instigantes idéias, renovados comandos, no processo de soerguimento do grande jogo, se é que ainda se possa salvá-lo…
Acredito que exista essa possibilidade, tênue e frágil possibilidade, porém factível, se coragem houver para fazê-lo.
Amém,
Em tempo – Que uma das equipes deste terceiro jogo daqui a pouco, estanque a volúpia da chutação irrefreável, e a substitua o mais possível que puder, por um sólido, repetitivo e insistente jogo interior, para sair vitoriosa, num 3 x 0 final, ou num 2 x 1 protelatório, numa ação que valorizaria o campeonato. A conferir, ou decididamente, não.
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