O DEVER DE CASA (FROM DUBLIN)…
Foi trabalhoso acessar a Sportv ontem a noite, o que ocasionou a perda de todo o primeiro quarto da partida, retomada daí para diante sem maiores percalços. O que vi e observei daí para diante, com o Mogi 10 pontos a frente, foi a constatação óbvia de uma equipe que, afinal, fez o dever básico de casa, marcando forte os armadores, contestando todo e qualquer arremesso, brigando nas duas tábuas pelos rebotes, cadenciando o jogo, enquanto o Paulistano redundantemente manteve a “convergência revolucionária”(11/29 nos 2 pontos e 12/36 nos 3, contra um Mogi também convergente, com 20/36 e 12/33 respectivamente), se aferrando a bolinhas que não caiam, contestadas ou não, protagonizando um “espetacular” jogo com números que em hipótese alguma atestam qualidade e alto nível a um playoff, com 31/65 bolas de 2 e 15/69 de 3, números que deve ter deixado o grande Wlamir Marques presente ao ginásio que leva o seu nome, mais decepcionado de quando na entrevista no intervalo do jogo comentou que – o basquetebol deve ser jogado com a cabeça e não com as pernas, numa velocidade insana que “deixa o jogo muito feio”-, num depoimento que deveria ser levado a sério, mas que infelizmente cairá no esquecimento dessa turma de estrategistas que sequer sabe copiar o que emana da matriz. Aliás, ontem mesmo, o Huston anulou o “revolucionário” Warriors, empatando o playoff, ficando a uma partida da final da conferência, provando que o “chega e chuta” começa a ser decisivamente contestado, mesmo que sua equipe professe algo parecido, numa contradição que explica muita coisa que nossos luminares sequer imaginam do que se trata, afinal, o aprendizado osmótico passa a muitas léguas da complexa realidade do grande jogo, do outro jogo que lá, na matriz, é praticado…
Creio que na próxima partida do playoff tupiniquim, desça as cabeças dos litigantes o mais do que tardio bom senso, fazendo com que joguem como deveriam jogar, e não duelar no insano bangue bangue dos 3 pontos, para enfim qualificar uma competição cansada da mesmice endêmica que se apossou do nosso indigitado basquetebol. Gostaria imenso que isso ocorresse, e quem sabe saltaremos a mais cruenta fase por que passamos por algumas décadas da mais profunda e obscura mediocridade técnica e tática…
Como a esperanca é sempre a ultima que morre, torco ardentemente por ela.
Amem.
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