O QUE NOS AGUARDA (FROM ROME)…
Toda vitória final deve ser enaltecida, por isso parabenizo o Paulistano pela conquista do NBB 10, merecida e inconteste, principalmente pelo coerente alinhamento com o atual panorama do basquetebol nacional, onde o “chega e chuta” parece ter encontrado seu nicho de sucesso encastelado nos Jardins Paulistas, e quem sabe um pouco adiante, nas seleções nacionais, da base a elite, sem dó e a mais comiserada piedade, pois, capacidade, inventividade, criatividade e inconformismo passaram a ser as qualidades básicas para a implantação de um sistema de jogo, que apesar de se sagrar campeão, é o que de mais retrógrado poderá acontecer com o nosso combalido grande jogo…
Mas algo deve ser dito sobre o jogo de ontem que decidiu a competição, a começar pelo fato de que o vencedor e campeão convergiu mais uma vez (foram 19/31 arremessos de 2 e 11/32 de 3, contra 16/39 e 10/30 respectivamente por seu adversário), atuando com o claro objetivo tático de privilegiar os arremessos de 3, encontrando um oponente que “pagou para ver” seus longos arremessos, assim como, ao reconhecer a incapacidade operativa de um sistema de jogo inexistente, decidiu emular nas bolinhas, culminando, ao faltarem dois minutos, estando seis pontos atras, que o Larry Taylor atravessasse a quadra por três vezes seguidas, para desferir três petardos na corrida, falhando irresponsavelmente, quando se investisse nos dois pontos, provavelmente empataria a partida. Ironicamente porém, foi um curto e singelo DPJ de dois do Elinho que sacramentou a vitória e o campeonato…
Indo um pouco mais fundo, que capacitação é exigida de um técnico para liberar todo e qualquer arremesso de três, por parte de qualquer um de seus jogadores, em qualquer situação de jogo?
Que inventividade pode ocorrer num tipo de ação ofensiva, em que qualquer jogador se considera capacitado nos longos, imprecisos e temerários arremessos de três?
Criatividade? Como conotá-la em uma forma de jogar o grande jogo exatamente com sua mais completa ausência, pois chutar de fora, espaçar jogadores, passou a definir excelência ao confrontar ausentes defesas?
Inconformismo? É o estado em que me encontro ao ver prosperar algo vazio de inventividade, criatividade, capacitando competências técnico táticas que muito pouco auxiliarão o grande jogo a sair do profundo poço em que se encontra, já que arrivista, descompromissado e aventureiro para com o mesmo, ao copiar canhestramente a matriz, no que de pior ela representa, arrastando a vassalagem para o descomunal fosso em que inevitavelmente cairá, como os imensos impérios que desapareceram sem data precisa, num repente, onde estertoraram em sua incomensurável riqueza e efêmera grandeza …
Agora mesmo me deparo com magníficas ruínas aqui nesta monumental Roma, protagonista do mais vasto império da antiguidade, hoje impressionantes ruínas, preservada como um alerta para o que nos aguarda, inexoravelmente. Modismos e pseudas genialidades no grande jogo também seguem os mesmos princípios…
Amém.
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