SABE-SE LÁ?…
Confesso ser realmente duro assistir jogos do NBB nesta décima primeira edição, não que destoe das anteriores, mas sim pela agora confirmação de que nada, absolutamente nada, tenha mudado na técnica do jogo, individual e coletivamente, com a média de erros de fundamentos de 29.3 somente neste playoff (até aqui era de 26.2) em 8 jogos, com um deles, o segundo entre Flamengo e Corinthians atingindo o inacreditável número de 40!!…
Na tática sistêmica de jogo então, a mesmice vicejante desde o início da liga, continua inalterada, com uns raros lampejos de novidade (?), como o sistema único adaptado para uma falseada dupla armação, onde um dos alas é substituído por um outro armador, dinamizando as manjadas jogadas com fundamentos um pouco melhores, e alas pivôs “espaçados” para cortes unilaterais à cesta, escancarando de vez a genérica constatação do desconhecimento mais primário do que venha a ser os fundamentos da defesa individual, base estrutural e sedimentada da orgia dos arremessos de três pontos, tornados praticamente “naturais”, e até mesmo “auto obrigatórios”, incentivados e apoiados por seus técnicos, frente a ausência da mesma, cúmplice direta da existência e doentia manutenção de um óbice que vem cobrando, e ainda cobrará altos juros nas competições internacionais de vulto de que participaremos, inclusive nas divisões formativas de base, espelhadas no exemplo de uma elite tupiniquim, também ela espelhada nas exógenas ligas superiores, onde a incidência artilheira se concentra, ao contrário da nossa, naqueles poucos, porém realmente especialistas na difícil arte dos longos arremessos, frutos de um treinamento altamente especializado, naquele, como nos demais fundamentos do grande jogo, enquanto por aqui centramos no “chega e chuta”, minimizando os demais fundamentos, e um bom e didático exemplo aconteceu ao final do jogo Pinheiros x Botafogo, quando uma jovem e já enaltecida promessa paulista, foi lançada em quadra, converteu uma bola de três, foi ovacionado e deificado pela mídia (já já vão indicá-lo ao draft da matriz…), para logo a seguir errar outra, claro, de três, sem ser contestado em nenhuma delas…
Agora mesmo é anunciada a ida de três de nossos craques imberbes ao próximo draft da NBA, num exercício irresponsável sobre qualificações técnicas que ainda estão muito longe de alcançar para aquele nível, mas onde o “sabe-se lá” poderá acontecer, e onde o futuro de vida destes meninos não é levado em responsável consideração (aí incluído os estudos), quando o tilintar da possível grana se torna mais importante do que suas certezas, e não promessas de vida, se tornarem realidade. Um outro, que se negou a voltar a quadra jogando um torneio oficial da seleção, é agora pajeado pelo técnico estrangeiro (egresso de um país onde é um assunto muito sério, mais ainda quando fazia parte da Iugoslávia), pela mídia e por dirigentes que o premiam à sombra de sua discutível fama, dando o exemplo maior para os jovens iniciantes, de que tradição e o sonhar em enverga-la um dia, não passa de “ultrapassada antiguidade”, pois o que está valendo é a glória a qualquer custo, que está situada muito além do amor e luta de todos aqueles que a vestiram com honra, dignidade, e que jamais a negaram e traíram…
Enquanto isso, “vamo que vamo” nesse balanço antropofágico que sem dúvida alguma, e à sombra de tanta falta de bom senso, onde o futuro do basquetebol feminino se arrisca a ser liderado (?) por um estrategista da prancheta que em tempo algum esteve ligado àquele especialíssimo mundo de mulheres jogadoras e atletas, rivaliza com o continuísmo de um corporativismo que nos custou, custa e custará por um longo tempo, tanta e cruel estagnação, onde o novo e a criatividade jamais prosperarão…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV e Divulgação CBB. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.
Professor. Acompanho seu trabalho desde o nosso Saldanha da Gama. Concordo absolutamente com o Sr. em relação ao nosso jogo. Sobre esse menino Yago, não vejo nada em seu jogo do que é aplaudido pelos nossos comentaristas. Apenas vejo um velocista com a bola. Não vejo armação, inteligência, apenas um corredor q consegue bons resultados devido nossa fragilidade defensiva. Contra o basquete europeu, americano e até mesmo argentino não irá se criar, tenho certeza. Torço pelo rapaz, mas o seu basquetebol não me encanta em nada. O q acha ?
Trata-se de um talentoso jogador, prezado Rodrigo, porém muito jovem e inexperiente, além ter uma baixa estatura para o basquetebol do mais alto nívela em que quer se candidatar. Tentar a NCAA ou o basquetebol europeu talvez abrisse um leque de opções mais amplo para ele. Porém, creio que as pressões de carater econômico por parte de seus agentes, o obriguem a se aventurar em um campo que pode decepecioná-lo, ou não. Aguardemos o draft. Um abraço, Paulo Murilo.