A VITÓRIA DA MEDIOCRIDADE…

Teimoso que sou, testemunhei os 107 a 32 da seleção americana sobre a brasileira na sub 16 feminina da Copa América, surra conclusiva depois de duas derrotas seguidas, contra o Canadá ( 78 a 39), e o Equador (71 a 55), despedindo-se das semi finais da competição da forma mais humilhante possível. Nestes três jogos foram números terríveis apresentados pelas meninas patrícias, como os 23.1% (38/164) nos 2 pontos, contra 58.2% (74/127) das adversárias, 16.2% (7/43) nos 3 pontos, contra 23.7% (23/97), 53.7% (29/54) nos lances livres, contra 51.3% (39/76), e uma média de 23 erros por partida, contra 21 das turmas do lado de lá, deixando uma certeza absoluta, no fato de nossas jovens jogadoras simplesmente não saberem arremessar com um mínimo de precisão (nos 3 pontos a quantidade de air balls foi assustadora, e até simplórias bandejas perdidas ), além do fato constrangedor de que pouco, ou quase nada, sabem sobre os fundamentos do jogo, onde a ambidestralidade no drible é praticamente nula, a precisão nos passes passa a léguas de uma razoável execução, e o posicionamento defensivo e nos rebotes é algo inacreditável. Sobram espírito de luta e combatividade, em seus rompantes juvenis, porém órfãs de um preparo minimamente aceitável para uma disputa parelha com jovens da mesma idade, de países que levam a sério o grande jogo, na dimensão em que deve ser correta e competentemente ensinado em suas escolas e clubes comunitários por professores capacitados de verdade, na contramão do que priorizamos em sistemas e táticas “avançadas” de jogo, antes de serem preparadas nos fundamentos básicos, cuja ausência inviabiliza toda e qualquer pretensão técnico tática de seus luminares estrategistas, aferrados e enamorados de suas ridículas pranchetas…

E foi o que vimos, que continuamos vendo, no masculino, no feminino, ano após ano, e que continuaremos a ver, se algo de inovador e ousado não acontecer em nosso combalido basquetebol, que não merece ser surrado continuamente desde as categorias de base, onde tudo começa, campo onde pululam os falsos e mal formados técnicos de ocasião, patrocinados por oportunistas e profissionais do escambo, do favorecimento, do corporativismo deslavado, ocupando um nicho que deveria ser de excelência, do mérito, do saber, da experiência comprovada e incontestável, formuladora e avalizadora dos melhores, à parte dos Q.Is interesseiros e pusilânimes que nos esmaga pela mediocridade, enquadrada pelas midiáticas e absurdas “pranchetas que falam”, expositoras dos grafismos ininteligíveis e definitivamente analfabetos do que vem a ser o grande, grandíssimo jogo…

Mais uma geração está indo para os ares, sufocada e paralisada pela mesmice endêmica que pune atrozmente tantos jovens promissores e talentosos, travados e anulados por um batalhão de incompetentes adoradores do próprio umbigo, sabichões arrogantes, apaniguados e protegidos daqueles que no fundo, odeiam o grande jogo, ontem, hoje, e infelizmente num prolongado futuro, até um dia em que o bom senso, a justiça e o mérito se façam presentes, enfim…

Amém.

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5 comentários

  1. Gil Guadron 22.06.2019

    Paulo..

    Excelente analisis.

    Estuve viendo con asombro el bajo nivel de las — jovencitas del equipo brasileiro U – 16 –. e tristemente concuerdo con cada frase
    de su analisis.

    La formacion de buenos entrenadores profesores es el unico camino…y
    creo que las — universidades — deben tomar la capacitacion de los coaches brasileiros.

    Reciba um abracao pra voce e familia.

    Att.

    Gil Ovidio Guadron Herrera.

  2. Basquete Brasil 23.06.2019

    Caro e prezado Gil, que bom tê-lo de volta aqui nessa humilde trincheira, de onde ainda mantenho o inalienável direito a indignação, triste e dolorosa, mas que tem de ser externada com vigor e persistência, como último alento ao bom senso e a dignidade da profissão que abracei a 60 anos com honra e orgulho. Sem dúvida alguma estamos atravessando tempos árduos e difíceis, mas que haveremos de superar, bem sei que o preço será muito grande em sacrifícios e incertezas, mas o faremos. Penso ir até aí em fevereiro/março do ano que vem, e quem sabe assistir alguns jogos do march madness com você, o que acha da idéia? Envie para meu email o seu telefone, pois com o incêndio aqui em casa dois anos atrás perdi muitos documentos importantes. Dê um abraço na Luiza. Abração. Paulo.

  3. Bruno 23.06.2019

    Olá professor

    Concordo absolutamente com tudo que o senhor escreveu.

    Em um tempo morto pedido pelo nosso treinador, as meninas observaram os famosos rabiscos de uma jogada de ataque proposta pelo então treinador tupiniquim. Infelizmente nosso treinador havia esquecido que era posse de bola do Equador, o que impressionou o narrador do jogo. Em outro momento, a equipe brasileira voltou com 4 jogadoras em campo depois de uma substituição. Algo precisa ser feito com urgência pelo nosso basquete.

    Um grande abraço

  4. Gil Guadron 23.06.2019

    Paulo..

    Voce e mais que benvindo !!.

    Envie mis datos a su e – mail..

    Gil e Luisa

  5. Basquete Brasil 23.06.2019

    Prezado Bruno, absolutamente não creio que algo venha a a ser mudado enquanto a Irmandade, confraria, ou mesmo o Corporativismo vigente permita mudanças gerenciais, técnicas e táticas em nosso infeliz basquetebol. Está bom assim para os interesses políticos em jogo, onde o escambo, o protecionismo e o insidioso QI dão as cartas desde sempre. Mesmo assim devemos manter a luta acesa, mesmo com parcas esperanças de mudanças. Quem sabe um dia…
    Paulo Murilo.

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