O PREVISÍVEL CAOS…
E não deu outra, foi a equipe “montada para ganhar todas as competições” enfrentar uma outra bem menos ranqueada, porém disposta a marcar com energia e determinação os armadores e os chutadores de fora do rubro negro, para ruir, desculpem, despencar uma artificial banca de equipe matadora dentro e fora do perímetro ofensivo, sem no entanto saber defender o seu próprio perímetro, de um ataque que primou pela insistência e asfixiante presença de um jogo interno primoroso e, acima de tudo reboteiro, através dois jogadores que já defenderam suas cores, o Nesbitt e o Vargas, que desmontaram um sistema defensivo não muito acostumado a pressões, por conta de seu compensatório poderio ofensivo, que ao encontrar uma defesa antecipativa de peso, não obteve resposta reparadora…
Se de um lado, a limitada equipe argentina se fez exaustiva e repetidamente presente no âmago da defesa rubro negra, por outro, os brasileiros abriram-se em leque( o atual modismo) por força da anteposição bem coordenada dos hermanos nas contestações à artilharia de fora (foram 9/30 de 3 e 12/31 de 2, numa convergência que se tornou sua marca registrada), para forçar as penetrações de seus armadores que, previstamente seriam bloqueados pelos altos e fortes argentinos e dois de seus altos, e também muito fortes estrangeiros, no que foi uma constante em toda a partida, quando por força de tal defensivismo cobraram 17/27 lances livres, com a indesculpável perda de 10 tentativas, pecado mortal em uma partida desse nível. A turma portenha converteu 9/14, poucas tentativas em contraste aos seus 44 pontos dentro do garrafão, enquanto o Flamengo converteu 24…
Do lado portenho (22/50 de 2 e 6/23 de 3), a clara opção pelo jogo interno se fez presente, e vencedor, pois exalava firmeza e convicção no seu poderio defensivo, única atitude estratégica capaz de equilibrar a notória eficiência tupiniquim em sua endeusada e midiática artilharia do chega e chuta. Algumas vezes até que chegaram, mas um incomum fator deu ares presenciais (que se repetirão na justa medida em que enfrentem equipes mais técnicas), os “tocos” em lançamentos de três, e alguns air balls não costumeiros…
Enfim, o chega e chuta foi contestado, e as penetrações também foram, assim como “não colaram” as repetidas tentativas de coerção sobre a arbitragem, partidas do técnico da seleção nacional, que deve ficar atento a um comportamento, tido como como “normal” por essas bandas, mas enormemente arriscado fora de nossas fronteiras…
No mais, fica cada vez mais consolidada a nova face do basquetebol brasileiro que ora está sendo implantada, a dos cinco abertos, o chega e chuta e, acreditem, a da prancheta que tudo sabe, que tudo define, ficando, porém no ar uma questão – Como atuaremos a nível de seleção nacional (cuja representatividade emana basicamente do NBB) sem a presença dominante e asfixiante dos gringos (já são quatro por franquia), que compraram euforicamente esse ideário coletivo de nossos “estudiosos” estrategistas? Como?…
Ganha uma das quinze vagas de estagiário na franquia última colocada da NBA, aquele que explique e defenda, coerentemente, tal realidade, o que, sinceramente, duvido, de verdade…
Amém.
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