UM POUCO DE INTELIGÊNCIA NÃO FAZ MAL…
Foi melhorar um pouquinho o jogo interno, para vencer uma partida absolutamente medíocre no aspecto técnico, pois já nem discuto e enfoco o tático, onde, apesar de começarmos a entender como é jogar em dupla armação, com a trinca George, Yago e Huertas se revezando na alimentação dos grandões dentro do perímetro, ainda priorizam os pseudos especialistas dos tiros longos, que nessa noitada perpetraram 99 pontos em potencial (9/33 – 27.2%), para converterem míseros 27, ou seja, 72 pontos jogados ao léu, em 24 ataques inócuos e perdidos. Muito pior foram os canadenses, que barbarizaram na chutação num 3/28 com 10.7% de aproveitamento, preferindo-os aos 21/44(47,7%) arremessos interiores, seis pontos melhores aos 18/38 (47,3%) da turma brasileira, que conseguiram pontuar melhor nos três pontos, compensando um pouco a perda de 8 pontos nos lances livres, contra 2 dos canadenses…
Voltamos então ao impasse que desde sempre nos assombra, a de nos negarmos a vencer convincentemente jogos difíceis, por optarmos permanentemente pelo jogo exterior, que começa a ser sutilmente negado por alguns jogadores, como o hábil Meindl, que com sua pujança, dribla, finta e se lança para dentro com bastante domínio técnico e enorme vontade de jogar o grande jogo como deve ser jogado, com criatividade e improvisação consciente, assim como um Didi ainda bastante imaturo, porém talentoso. Difícil é engolir e digerir um comentário a respeito do Lucas Dias, que para o comentarista de plantão, deve ser aquele jogador, o cara, a ser trabalhado pelos demais, a fim de colocá-lo como o grande finalizador de fora, (3/7), pois em caso contrário se torna um desperdício mantê-lo em outra função que não aquela, `”sem sentido`”, finalizou. Meus deuses, e as funções de um ala pivô, penetrando como o faz muito bem o Meidl, sendo um jogador bastante alto e forte, precisando melhorar substancialmente o posicionamento defensivo, que são habilidades que podem e devem ser ensinadas por todo o tempo a ele, afinal, estão no comando da seleção os mais competentes técnicos do país, OU NÃO?…
Num outro comentário, defendeu ardentemente o posicionamento interior do Mariano, reconhecendo ter o mesmo um potente arremesso de fora, ontem foram 0/5 nas bolinhas, mas um 3/4 dentro do perímetro, sua verdadeira e lógica posição, junto às tábuas, assim como os demais pivôs de ofício, como o Augusto e o Felício, e não executando bloqueios fora do perímetro (muitas vezes faltosos), e tentando chutes de fora, que são ações inerentes ao sistema único implantado, formatado e padronizado em nosso infeliz e judiado basquetebol…
Jogadores como o Meindl, Mineiro, Lucas Dias, DIdi, e alguns outros que temos no país, merecem um sistema de jogo que os tornem ofensivos dentro do perímetro, sem perderem sua velocidade gestual e atlética, atuando junto a um ou outro pivô de ofício, no domínio dos rebotes, da defesa em bloco, e principalmente, no ataque poderoso e estratégico na cozinha do adversário, onde os jogos são vencidos, de 2 em 2, de 1 em 1 pontos, paciente e cirurgicamente, e onde as percentagens de aproveitamento técnico e físico decidem os vencedores, muito ao contrário do que assistimos contritos e envergonhados perante essa mediocridade endêmica em números constrangedores, como os de ontem, os tais 99 potenciais pontos, com somente 27 conseguidos, transformando o grande jogo numa imensa loteria às avessas, numa monumental perda de tempo, suor e inteligência, se é que ainda a levamos em consideração…
Logo mais enfrentaremos a Colômbia, que nos derrotou dias atrás na classificatória ao Mundial, e que se fosse possível, num relance, numa sutil fresta de bom senso, mudar o raciocínio de que `”estando livre, chuta`”, poderia ser trocado pela pachorrenta opção de que é possível vencer jogos com mais de 80 pontos assinalados, jogando de 2 em 2, com complementares arremessos de 3, e não os mantendo como prioritários, irresponsavelmente aventureiros, para, de uma vez por todas, evoluirmos de encontro a um sistema diferenciado de jogar, proprietário, fazendo com que os adversários readaptem seus comportamentos táticos, ao terem de modificar hábitos longamente adquiridos pela prática do sistema único, que se tornou um padrão mundial, e aqui lembro, vencendo as competições aqueles que detêm os jogadores com os melhores fundamentos, numa rotina que só poderá ser rompida por algo inovador, criativo, proprietário, agregando ao mesmo um preparo enérgico e basilar nos fundamentos do grande jogo, pois em caso contrário, tudo se manterá como desde sempre, em nosso definitivo mergulho no abismo em que já nos encontramos.
Amém.
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