RETORNANDO (FROM CHICAGO)…

Visitando o Gil Guandron, grande colaborador deste blog.em Chicago.

Três meses se passaram sem algo por aqui postado, e que sem dúvida alguma não fez a menor diferença, face a mesmice endêmica que se instalou no basquetebol tupiniquim, seja na formação de base e na forma técnico tática de atuar das equipes na elite, padronizada e formatada, seja nas seleções nacionais, onde um sistema único de jogo asfixia de morte o que ainda pouco resta de criatividade e ousadia das últimas gerações, pobres e miseravelmente espoliadas em seu direito de atuar sob a égide de sistemas proprietários de jogo, e não esse pastiche mal ajambrado advindo de uma NBA voltada ao business mercadológico, individualizando o grande jogo, a  ponto de praticamente reduzi-lo a embates 1×1 por todo o campo de jogo, lançando por terra o coletivismo inerente aos princípios que o nortearam desde sua criação no final do século 19…

Dias atrás assisti pela ESPN via computador ao sexto e definitivo jogo entre Miami e New York pela NBA, vencido pelo,primeiro, fechando a série por 4×2, merecidamente aliás, claro, dentro da sistêmica maneira de atuar que todas as franquias vêm implantando no mundo, o embate 1×1 por todos os limites da quadra, e o chega e chuta desde o perímetro externo, em quaisquer situações em que se apresente o jogo, num frenesi de correrias e erros primários de fundamentos, que não eram cometidos a poucos anos atrás, conotando uma tendência que fatalmente retroagirá o desenvolvimento harmônico do grande jogo por lá, por aqui e pelos países que seguem cega e colonizadamente a tutela da grande liga americana…

Porém, muitos assuntos vieram à baila nestes três meses de ausência de artigos neste vetusto é teimoso blog, sequer comentados e discutidos, quando à sombra do famigerado, endeusado e mercantilizado “basquete internacional” transmitido aos hecatombicos berros de narradores que, sentem ser este o estilo que levará de volta as quadras o verdadeiro público do grande jogo, em nada ajudados por comentaristas de ocasião, alguns deles mergulhados até o pescoço nas maliciosas malhas de empresas de apostas em jogos desportivos que, muito mais cedo do possamos imaginar, detonarão a imagem do jogo correto e ético do cenário desportivo, lançando a todos num torvelinho de manipulações que, dificilmente poderá vir a ser revertido num prazo aceitável, condenando nosso infeliz basquetebol a descer mais fundo ainda no imenso poço em que se encontra a quase três décadas de descrédito e desastrosa gestão…

E se não bastasse tanto descaso, principalmente no aspecto formativo e técnico tático de todas as equipes filiadas `a LNB, vemos agora desenrolar um processo célere de domínio progressivo de programas de preparo e formação de técnicos, de jovens jogadores, e até, pasmem, de dirigentes e gestores, inclusive com estágios internacionais, com patrocínio geral da NBA, numa apropriação indébita de uma atividade socioesportiva, que em qualquer nação independente, responsável e com a devida vergonha na cara, seria obrigação de seus poderes municipais, estaduais e federal, como parte integrante e indivisível do processo educacional de seus jovens, reserva estratégica que são do país…

The First Brick

Aqui de fora do país, acompanhando in loco o que é planejado e feito por países que levam muito a sério a educação de sua juventude, e ter exercido o magistério em em todas suas etapas, complementando-as com o preciso trabalho na técnica desportiva, vislumbro com maior clareza ainda do que a usual, o quanto de subjugação nos encontramos frente a interesses que, de forma alguma, poderiam alcançar objetivos tão flagrantemente contrários à condução de nossos jovens em sua sacrificado e penosa jornada neste imenso, desigual e injusto país…

Temos alguma saída para tão doloroso impasse? Certamente que sim, e algumas ideias e análises foram intensamente publicadas e discutidas neste humilde blog, ao longo de seus dezoito anos de existência, cujas matérias continuam disponíveis nesta trincheira desde sempre…

A grande e letal armadilha

O que dizer então do inconteste fato de termos todos os clubes futebolísticos, assim como muitas franquias da LNB, patrocinadas por empresas de apostas, abrindo o perigoso e mais do que provável caminho das manipulações em resultados de jogos e competições, que aliás  já vem ocorrendo, cuja tendência  é a de se espalhar rápida e seriamente? Dizer o quê, a não ser lamentarmos tão previsíveis possibilidades? Lamentável destino provocado por cabeças pensantes(?) que não estão nem um pouco preocupadas com a educação de um povo tão carente da mesma, oprimido a séculos de seu direito constitucional a uma educação plena e de qualidade cognitiva, emotiva e psicomotora, três dos mais importantes objetivos necessários e alcançáveis por qualquer governo que represente plenamente os anseios de seu povo…

Estamos no limiar das decisões na NBA , e em sua pobre e carente filial, o NBB, onde as enormes e profundas crateras expõe suas diferenças técnicas, táticas, formativas, estratégicas, e principalmente econômicas, sociais e educacionais, que só serão sanadas, diminuídas, se reaprendermos a administrar nossa pobreza funcional e histórica, e nos prepararmos com afinco, plena e paciente dedicação ao objetivo maior, a educação desse sofrido povo, desse imenso, desigual e injusto país.

Amém.

Fotos e reproduções pessoais e da internet. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.



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