DURO E VER, ENTENDER, ACEITAR…

Jantar com os filhos e a nora em Varsovia.

Chego de viagem, longa, cansativa, porém repleta de boas lembranças junto aos filhos que vivem na Europa, trabalhando e se encontrando com seus destinos, sadios e com a cabeça em ordem, Chego cansado, porém feliz,,,

Feliz, mas preocupado com os rumos do grande jogo neste imenso, desigual e injusto país, que cada vez mais mergulha no enorme buraco em que o meteram de três décadas para cá, e aparentemente sem volta, pois estabeleceu-se uma mesmice endêmica de difícil solução, da base ao adulto, onde a ordem máter é a de se manter o status quo no preparo, ensino e direção de jogadores  ao preço que for, começando com a própria liga, patrocinada por uma empresa de apostas desportivas, que muito mais cedo do que possamos imaginar, gerará distorçòes que hoje assombram o futebol profissional, que tem todas  as equipes, menos uma, da divisão maior, patrocinadas pela jogatina oficializada, e por que não, desenfreada…

Por conta desta falência formativa, que venho abordando a longo tempo, sendo matéria do último artigo publicado neste humilde blog, onde a questão defensiva é lembrada com precisão,e também num outro e recente, A encruzilhada, num debate expositivo com o Prof. Gil Guandron, no qual discutimos o emprego da defesa por zona que originou a vitória brasileira no sul americano Sub 15 na final contra a seleção argentina jogando em casa. Esta mesma seleção que foi derrotada por Porto Rico na Copa América Sub 16, utilizando defesa por zona, sendo superada também quando marcava individualmente, sem sistema organizado de jogo defensivo e ofensivo, errando brutalmente nos fundamentos, principalmente nos de defesa, perdendo a classificação ao Mundial da categoria, e vendo a equipe argentina obter a quarta colocação e a vaga  ansiada naquela competição…

Uma equipe sistemicamente confusa e sem sentido coletivo
Conceituação equivocada quanto as defesas zonais na formação de jovens jogadores.

Se não bastasse, assistimos a tão decantada seleção Sub 19, com uma extensa e douta comissão técnica a dirigi-la, eliminada nas oitavas exatamente por outra seleção argentina, magnífica em sua defesa individual e robusto sistema ofensivo, resultante de bons fundamentos (lembrando sempre que os argentinos  liberam as defesas zonais em suas competiçòes regionais somente após os 16 anos), ante uma seleção em que um jogador põe a bola embaixo do braço (claramente apoiado pela comissão técnica) e resolve ganhar o jogo sozinho, fruto de uma equipe desarvorada, mal treinada, e pior orientada em quadra, exemplificado com os números a seguir, para horror de quem os lê:

–  Números das duas partidas em que foi derrotada, para a Sérvia e a Argentina:

                             Brasil                           Sérvia/Argentina

                (44,1%) 38/86          2                (46,9%) 38/81

                (28,8%) 13/45          3                (38,4%) 20/52

                (62,6%) 42/67          LL              (58,1%) 25/43

                         95 (47,5pj)       R                  86 (43pj)

                         33 (16,5pj)       E                  26 (13pj)

Jogo consistente e interno da Argentina ante a fragilidade defensiva brasileira.
A equivocada opção brasileira pelos cinco abertos.
A padronizada opção pelas bolas de três, lamentável…
Uma carga absurda nos ombros de um promissor jogador…

Em se tratando de uma divisão (Sub 19) porta de entrada para a elite, é de se desejar números mais enfáticos, e não os apresentados pelas três equipes, cujos percentuais nos arremessos se situam bem abaixo dos índices aceitáveis de 70% para o de 2 pontos, 50% nos de 3, e 80% nos lances livres, que não foram alcançados por nenhuma delas, o que reforça o argumento sobre a importância capital que incide nos erros de fundamentos nos passes, arremessos, drible, fintas, sobre passos e conduções de bola, fatais por não oferecerem respostas sequer paliativas. Sem dúvida alguma temos muito bons e talentosos jogadores, mas que comumente falham no manuseio de sua ferramenta de trabalho, a volúvel e errática bola,a muito substituída por testes de habilidade, equilíbrio, potência, saltos e velocidade de deslocamento, servindo de material para “pesquisas” que nunca vem a público, mas que alimentam currículos de pseudo fazedores de atletas, mas não de jogadores de verdade, papel fundamental e estratégico para professores e técnicos do grande jogo, em qualquer divisão, seja escolar, clubística e seleções municipais, estaduais e nacionais, que em sua maioria se omitem, por ignorância, do papel básico de sua profissão, o de ensinar, desenvolver, treinar e liderar jovens e adultos (por que não?) na difícil arte do bem jogar, preferindo e aderindo a oportunistas peneiras, garimpando o trabalho dos que realmente querem desenvolver as técnicas individuais, e acima de tudo, as coletivas, na esmagadora realidade do quase nulo apoio a eles negado…

Testes, medidas, corridas, saltos, trombadas, mas bola que é o básico, pouco, ou nada…

Afinal de contas, os números finais contra a Argentina contam uma outra história, bem melhor contada e embasada:

Brasil 85 x 87 Argentina

(40,3%) 21/52 2 22/40 (55,0%)

(26,0%) 6/23 3 11/32 (34,3%)

(59,4%) 25/42 LL 10/14 (71,4%)

49 R 44

12 E 16

Classificados e felizes

Teremos em breve pela frente disputas importantes no feminino e no masculino, este em um mundial, onde, pela enésima vez constataremos a utilização formatada e padronizada do sistema único de jogo, com suas ofensivas de cinco abertos, permanentes corner players, chutação desenfreada de três pontos, e a pouca, ou quase nada atenção aos atos individuais e coletivos de defesa, enfermidade crônica que nos prejudica desde sempre, e que o simples fato de, experimental ou definitivamente  proibirmos defesas zonais antes dos 15 anos (como faz a Argentina…), em muito amenizariam essa deficiência, o que não parece ser um fator bem recebido pela turma curricularmente bem fornida e de QI elevado…

Enfim, foi um retorno que reencontrou a mesmice endêmica cada vez mais estabelecida, e com pouquíssimas chances de ser debelada, a não ser que…Ora, o que importa, deixemos para lá, ou não?

Amém. 

Fotos – Reproduções da TV, e arquivo particular. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.     

A OMISSÃO FUNCIONAL (FROM VARSÓVIA)…

Dia de sol e calor em Varsóvia


Não pude assistir o quarto jogo da série por estar viajando de Dublin para Varsóvia, com traslados complicados nesta trepidante Europa pós pandemia, com aeroportos cheios de ansiosos viajantes, carentes de ferias, sol e reencontros…

Mesmo assim, examinando as estatísticas finais daquele jogo, constatamos a realidade de uma mesmice para lá de endêmica, que cansativa e repetidamente venho expondo em muitos e muitos artigos publicados neste humilde blog…

Começando com a acentuada discrepância nos arremessos de 2 e 3 pontos das equipes em confronto, com o São Paulo lançando 19/38 bolas de 2 pontos e 11/31 de 3, contra 10/24 e 13/33 respectivamente de Franca, numa clara prevalência são-paulina no perímetro interno, e equilíbrio no externo, pegando mais rebotes, e errando fundamentos no mesmo patamar que Franca (11/10)…

Eis os números:

                            Franca.   81.  X.    86    São Paulo

          (42.0%)  10/24.                2.          19/38 (50.0%)

          (36.0%). 13/33.                3.          11/31.(35.0%)

          (81.0%). 25/31.                LL.        15/17 (88.0%)

                      36.                       R.                    44

                      10.                       E.                    11

Em suma, São Paulo priorizou o jogo interno com o apoio de seus pivôs, e erroneamente duelou com Franca nos longos arremessos, vencendo a partida por sua maior eficiência nas bolas curtas mais precisas…

Prioridade das prioridades, as bolinhas…

E veio o jogo final, ao qual pude assistir desde Varsóvia com meu filho João David conectando seu poderoso laptop numa televisão 32 polegadas do apartamento alugado, dando-me a oportunidade de assisti-lo integralmente. E o que vi? Um primeiro quarto tétrico de arrepiar, findo o qual 2/19 bolas de três foram indiscriminadamente disparadas com um acerto por equipe, como um pré jogo peladeiro indigno de uma final nacional. Melhoraram tecnicamente no segundo quarto, com os são-paulinos abdicando do jogo interior e Franca o forçando, numa correta leitura de jogo aproveitando o retraimento de seu adversário. No intervalo, o jogador Betinho do São Paulo afiançou da necessidade do Ansaloni (que foi de enorme eficiência nos jogos anteriores e só havia atuado ;pouquíssimos minutos nesta final) deveria voltar, pois a equipe teria de acionar os pivôs se quisesse vencer a competição…

Acionamento falho do pivô ante o imobilismo dos demais atacantes…

Foi a mais justa e equilibrada opinião de quem estava lá dentro da arena de jogo, e que não encontrava e não encontrou respostas de quem estava do lado de fora, confirmando com sobras que não basta juntar estrelas e nominados para vencer competições sérias e equilibradas, sem comando qualificado, experiente, e profundamente preparado na condução de equipes, da base ao adulto, sem saltar aquelas etapas necessárias a plena formação de um professor e técnico na acepção do termo, fatores que infelizmente em nosso imenso, desigual e injusto país é simplesmente equalizado através QI’s hereditários e políticos…

Franca foi bem mais presente e eficiente no perímetro interno, vencendo o jogo, apesar das 8/32 bolas de três.

Do outro lado, Franca foi forte e eficiente dentro do perímetro, assim como nas decorrentes penetrações, provocando mais lances livres que seu batido adversário, e ganhando 13.rebotes a mais (46/33), somando pontos e placar elástico, vencendo o campeonato com justiça..

Merecida vitória de quem soube ler com mais clarividência o sentido do jogo.

Justiça esta que clama por respostas a importantes e estratégicas questões, tais como:   – Quando assistimos a maioria dos jogos serem vencidos e muitas vezes perdidos por jogadores estrangeiros, principalmente atuando em dupla armação, que de forma alguma seguem o catecismo emanados das “pranchetas que falam”, tomando para si o controle dos jogos, nitidamente contradizendo e contrafazendo situações pseudo táticas que foram “exaustivamente” preparadas e treinadas (assim discorrem os comentaristas de ocasião), num determinismo que expõe a extrema pobreza de comissões técnicas conceitualmente fracas, pois seguem caninamente um pseudo sistema de jogo que prioriza o jogo aberto e a artilharia de fora, apelidado de “basquete internacional”, o famigerado sistema único, arsenal raquítico e limitado, que tanto inferniza o grande jogo, e que coloca nas mãos da estrangeirada a condução impune, sacramentada e cúmplice de nossos estrategistas mais torcedores do que técnicos, bailando, se contorcendo, coagindo arbitragens ao lado das quadras, rabiscando pranchetas com algo que nenhum deles leva muito a serio. Fica a questão de quando teremos nosso basquetebol de volta, com jogadores nacionais liderando em quadra, quando? Que tal reduzir para dois os estrangeiros? O grande jogo agradeceria, principalmente a Seleção.

O jogo aberto, até quando meus deuses?

Outra questão, esta tão seria como a exposta acima, nossa preparação de base, acionada técnica e taticamente por professores e técnicos melhor formados para atuarem nas escolas (para tanto tem de ser licenciados em Educação Física e não `’provisionados” por Crefs e congêneres), clubes e associações espalhadas por este imenso país, e não por escolas e institutos liderados a décadas por um mesmo grupo, .profundamente interessado na manutenção do status quo vigente, garantidor de um mercado fechado, hoje claramente direcionado aos interesses da NBA na formação de técnicos e jogadores seguidores de sua forma de atuar técnica e comercialmente num país de 208 milhões de habitantes, líder inconteste na América Latina…

Influência, poder, domínio…

Podemos e devemos sim, mudar para melhor os currículos dos cursos superiores de educação física, maximizando os créditos das disciplinas desportivas, minimizados com o desmesurado aumento das de cunho paramédico, assunto que tem sido largamente analisado e discutido neste humilde blog, como ação prioritária na correta formação de professores e técnicos desportivos, e não paramédicos de terceira categoria a serviço de uma politica de culto ao corpo bilionária, a quem não interessa educação física, desportos, artes, nas escolas (vide a tão proclamada reforma do ensino que criminosamente torna opcionais estas básicas e fundamentais atividades educacionais, que são um direito constitucional dos jovens brasileiros), e nos clubes comunitários também…

Uma questão específica do grande jogo também deveria ser prontamente discutida, pontual e honestamente, a mudança, senão radical, a mais ampla possível em nossa medieval forma de preparação das categorias de base, assim como nas adultas, seleções em particular, para servirem de espelho às mais jovens, hoje cativas das finalizações de longa distância, jogo aberto individualizado, defesas zonais e influências exógenas, perdendo em galopante velocidade o interesse pelos fundamentos básicos, exaustivos, porém essenciais em sua sólida formação como praticantes do grande, grandíssimo jogo, hoje tão depreciado em sua exata dimensão, numa terrível omissão funcional que o tem descaracterizado como um exemplar desporto coletivo, sendo transformado em individual por todos aqueles que o odeiam, por não compreendê-lo, e consequemente amá-lo…

Que os deuses nos ajudem

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e O Globo. Clique duplamente nas mesmas para para ampliá-lãs.

QUASE LÁ (FROM DUBLIN)…


Um pouco mais de 2:5 seg para zerar o cronômetro, lateral para Franca que perdia por um ponto, tendo em quadra dois jogadores que adoram arremessar de três, e o que faz a equipe do São Paulo? Não esboça qualquer contestação ao David Jackson, cobrador do lateral, distribui os demais em marcação 1 x 1 por trás, sem tentar, nem de leve a defesa frontal, tirando um pouco a precisão do passe inicial, e mais, permite que o mesmo caia nas mãos do Mariano num corner player acintoso, assim como, num bloqueio diversivo contrário a bola, mantém o espaçamento dentro do garrafão. Recebendo o passe inicial e de bate pronto, o Mariano devolve a bola para o DJ, ficando de frente para a cesta, completamente livre da marca’ão próxima do Marcos, balanceado, lançando de três como sempre gostou de fazer, dezenas de vezes neste NBB, onde arremessadores de ofício, e mesmo os que não são, chutam pra valer, de todos os cantos e distâncias, sem interferência alguma. Perdeu o São Paulo um jogo ganho, quando bastaria atrasar um pouco o passe inicial, e acompanhar ombro a ombro o americano, obrigando-o a se ajeitar driblando para o arremesso, ações primárias para defensores ensinados e treinados, e que normalmente ultrapassariam os 2:5 seg de tempo de jogo…

David Jackson simula um passe em direção do bloqueio, e solta rápido para o Mariano no canto da quadra, sem receber qualquer contestação do Marcos que flutua…
Numa chicotada Mariano devolve para o DJ, que absolutamente solto pela flutuação do Marcos, que sequer tira os pés do solo, executa o seu arremesso preferido ganhando o jogo.

Claro que as ações acima descritas necessitam ser aprendidas, apreendidas pelo treinamento permanente dos fundamentos básicos, no caso os de defesa, tão negligenciados em nossa formação de base, assunto da maior importância que descrevo e discuto no artigo A encruzilhadahttp://blog.paulomurilo.com/2023/05/30/a-encruzilhada-from-dublin/, publicado recentemente neste humilde blog, onde ponho em foco a utilização generalizada da defesa por zona em nossa formação de base, e suas péssimas consequências a medio e longo prazos nas divisões superiores…

O jogo interior, decisivo, preciso nas maiores percentagens, é rigorosamente esnobado pela turma da prancheta, que prefere torcer pelas bolinhas, que nem sempre caem…

O jogo foi equilibrado? Sim, por jogarem de forma mais do que semelhante, sem variações que os pusessem em cheque, defensivo, e acima de tudo ofensivo, pois atuar no sistema único ( como é turma do comentário que clamam pelas pranchetas, já desfiaram as entranhas do SU?), desafia toda e qualquer iniciativa de criação e improvisação consciente.no coletivismo de qualquer equipe que se preze. Se a chutação desenfreada é comum aos dois adversários, a contabilidade dos erros é dividida pelos dois, igualmente, na consideração de que 40% de acertos nas bolinhas é um bom índice, numa perda enorme de esforço físico desperdiçado nos mais de 60% de bolas perdidas. E é neste ponto que se sobressaírem os preparadores físicos e fisioterapeutas, guindados a posição de construtores de atletas, que correm mais rápido, saltam mais alto e trombam com maior eficiência, tomando para si, inclusive, planejamento de treinamentos, ao qual devem se submeter os técnicos, ficando bem claro para todos os envolvidos ser o conhecimento do jogo, da bola em especial, matéria de segunda ordem na montagem de uma equipe séria do grande jogo. Logo, os erros se avolumam, de ataque e de defesa, no coletivo nem se fala, pois sem o domínio dos fundamentos  básicos nada funciona, a não ser o atleticismo descerebrado, e no desconhecimento absurdo sobre a ferramenta primordial do trabalho, a volúvel e escorregadia bola, estranho e desconhecido pormenor do grande jogo, gerando o mais trágico dos cenários, o pleno desconhecimento do que venha a ser jogo coletivo, irmanado, cúmplice, parceiro, solidário, fatores perdidos para o primoroso, testado, retestado e científico (?) preparo físico, onde saltar, correr e trombar dão as solenes cartas no desporto dito como de alto nível, num esforço monstruoso de transformar uma modalidade coletiva em individual, o que conseguirão brevemente a continuar tal obtuso e estúpido caminho…

Entretanto, observando com cuidado os números dos jogo, um fator deve ser entendido, a prioridade que a equipe francana deu ao jogo interno (23/42 contra 15/27 do SP), originando bater 21 lances livres, convertendo todos, compensando ter o SP convertido 14/30 nos três pontos contra 9/29 dos francanos, porém ter perdido 2 de seus 22 lances livres cobrados…

O dono e mentor do jogo

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Para o quarto jogo em Franca, mantenho, por mais uma vez, o prognóstico de que vencerá aquela equipe que conteste os longos arremessos com mais presença e eficiência, massifique o jogo interior, e priorize os rebotes, a qualquer custo, pois entre equipes semelhantes sempre será este um argumento poderoso, não mais do que ter em suas fileiras americanos, e argentinos que põem a bola embaixo do braço resolvendo, e até perdendo partidas, olhando de lado as “pranchetas que falam”, isto quando olham…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las

LIÇÃO QUASE APRENDIDA, QUASE ( FROM DUBLIN)…


É minha gente, na marra os caras parecem que estão aprendendo, mas como nada é perfeito, ou mesmo aceitável nesse mundão, não desgrudam das pranchetas, como chupetas tardiamente jogadas fora, talvez não…

Jogo aberto, onde um joga e quatro assistem.

Agarrando-se ferozmente ao sistema (?) de jogo que conhecem, o único e praticado por toda a Liga (como ex-jogadores que foram), com.situações táticas conhecidas até pelos esquimós, mas que moldaram a todos, jogadores e técnicos, comentaristas e dirigentes, torcedores também, transformando o grande jogo numa pegajosa massa de pastel, oco e recheado de vento quando processado, num vazio de criatividade que bem justifica sua formatação e padronização autofágica, que tanto mal tem feito ao basquetebol nas últimas três décadas…

Finalidade básica do SU, o arremesso de três.

Pois é minha gente, foi tudo igual a tudo que foi jogado em todo campeonato, numa profusão de bolinhas, contestadas ou não, de todo e qualquer lado, com poucos acertos, muitos e muitos erros, e air balls também. Dessa vez somente 19 erros de fundamentos, igualdade nas bolas de 2 e de 3, porém um pouco melhor nos lances livres para Franca, demonstrando um apreço melhor ao jogo interno, e por isso vencendo a partida empatando a série…

Números finais da segunda partida.

Na partida em si, focando ações ofensivas, salta aos olhos o protagonismo independente dos estrangeiros quando de posse da bola, driblando-a de uma lado a outro, entrando e saindo da zona pintada, indo e vindo, com a posse indivisível e proprietária da mesma, preparando seu próprio e particular jogo, com esporádicos passes de dentro para fora do perímetro quando brecados por defensores, numa dadivosa renúncia às cestas ansiadas. Nunca nossas quadras foram tão enceradas como agora, com americanos, argentinos e uns poucos nacionais fazendo o que querem e quando querem, à margem de qualquer das pranchetas de plantão, com seus donos torcendo e se contorcendo ao lado das quadras para que tudo dê certo, pois afinal de contas um (de)mérito eles tem, o de escalarem a todos, indistintamente…

Não priorizando seu forte jogo interno o SP perdeu a partida.

Por favor prezados comentaristas, não me venham defender, sugerir ou mesmo exigir fidelidade ao ( ou a um ) sistema de jogo, quando partidas desandam pelo excesso de individualismo, pois a maioria de vocês incentivam ao máximo tal comportamento, premiando-os com salvas e extasiadas homenagens quando eventualmente são bem sucedidos. Defender a volta ao sistema, o único existente, o único que dizem conhecer (em tempo algum ouvi algum deles sequer explicar, definir, ou mesmo demonstrar, mesmo numa prosaica prancheta, o sistema que volta e meia sugerem que seja executado), pois afianço com a mais sincera certeza, não conhecem nenhum, absolutamente nenhum, mas de tocos, enterradas e palpites (hoje trágica e comercialmente oficializados…) sabem tudo, e mais um pouco…

A jogatina oficializada será benéfica ao basquetebol? Aguardemos…

Teremos no sábado o terceiro jogo, na capital paulistana, e mantenho meu prognóstico, de uma obviedade calcada em meio século de quadra, vencendo aquela equipe que jogar fortemente dentro do perímetro, utilizando seus bons alas pivôs (ambas os possuem), alimentados continuamente por bons armadores, na medida que abram mão de encerarem a quadra, lutando todos pelos rebotes, e executando o que para muitos é impossível em nosso imenso, desigual e injusto país, contestarem incansável e ostensivamente os arremessos de três, chave mestra para um retorno ao que sabíamos fazer de melhor, jogar um basquetebol diferenciado e efetivo, que nos fez três vezes campeões do mundo, duas vezes vice campeões, e três vezes medalhistas olímpicos.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.