TEMOS UM TIME?…
Iniciemos com uma simples tabela de tempos de atuação:
- Mais de 20 min – Yago (28:50); Caboclo (27:36); Tim (25:28); Gui (23:23); George (23:12); Leo (21:40)
- Menos de 20min- Huertas (15:42}; Lucas (13:24); Felicio (11:43)
- Menos de 10min- Benite (8:32)
- Quinteto inicial – Yago, George, Tim, Caboclo, Leo.
- Quinteto final – Yago, George, Tim (substituído pelo Lucas com a quinta falta), Leo (substituído pelo Gui com a quinta falta), Caboclo.
Quintetos inicial e terminal conotam a estrutura de uma equipe quanto aos jogadores que a compõem, reforçada por quatro ou cinco jogadores de apoio direto, com dois outros de reserva técnica…
Neste jogo, pela periculosidade inerente a uma competição de tiro curto, o entra e sai desvairado cedeu um pouco de espaço a manutenção em quadra por 20 minutos ou mais, de um grupo de jogadores mais qualificado, porém nem sempre juntos, o que não vinha ocorrendo nesta seleção até este jogo contra a Costa do Marfim. No entanto, foi uma ação técnico tática que minimizou em muito a colaboração de jogadores tidos como básicos, como o Huertas e o Felício, e o Benite, que atuou menos de 10 minutos…
Por conta desta sutil diferença comportamental, a equipe apresentou uma razoável estabilidade, tanto defensiva, como ofensiva, oscilando bem menos se compararmos com jogos anteriores…
Some-se a esta razoável estabilidade, o fator ausente na partida anterior contra a Espanha, as bolinhas resolveram cair (12/30 43,8%) contra os 7/23 (30,4%) da equipe africana, que pelo seu lado arremessou 17/42 (40,5%) nos 2 pontos, contra 12/30 (40%) dos brasileiros. Nos lances livres equilíbrio quase total 23/25 contra 22/25.Erramos 13 vezes e os africanos 12, resultado sofrível nos fundamentos…
Concluindo, ao mantermos o razoável equilíbrio técnico tático no transcorrer da partida, saímos vencedores de um jogo muito importante para a classificação a próxima etapa eliminatória, onde a definição de time se torna de transcendental importância, pois a equaliza estrategicamente aos demais concorrentes no aspecto competitividade, apesar da inferioridade técnico fundamental presente, se confrontada com as seleções de ponta concorrentes ao galardão máximo do basquetebol mundial…
Poderemos melhorar o suficiente para enfrentá-las com alguma chance? Sim, chances às temos, porém diretamente ligadas a maior ou menor compreensão que a comissão técnica terá na correta leitura dos jogos que se sucederão, com passagem somente de ida, como por uma sutil e tênue sensibilidade do que venha a ser aquele “momento decisivo” de uma partida definitiva, onde nenhuma fração de erro técnico ou tático pode ser admitido, sabedores que somos de que absolutamente nenhuma jogada vencedora ou perdedora se repete, mas sim desencadeia no oponente reações que, quanto mais previsíveis forem, mais efetivas serão estas jogadas, fator este somente alcançado pela criatividade e improvisação consciente, frutos de uma correta leitura de situações de jogo…
Brasil 89 x 77 Costa do Marfim
(40%) 12/30 2 17/42 (40.5%)
(43.8%)14/32 3 7/23 (30.4%)
(92%) 23/25 LL 22/25 (88%)
43 R 35
13 E 12
Uma delas, e talvez a mais importante é a de substituir o excesso de arremessos de três por outros de dois, mais trabalhados perto da cesta, não só pela maior efetividade dos mesmos, otimizando os ataques, e que mesmo de 2 em 2 pontos poderá alcançar placares bem mais eficientes do que a enorme perda de tentativas nos de longa distância…
Numa situação desta envergadura, exigir draconicamente obediência a jogadas e comportamentos técnicos pré estabelecidos, se torna um erro grave, que deveria ser substituído por ações pontuais de caráter individual e coletivo, situações estas que ao fugirem do padrão conhecido e perpetuado pela equipe, fere decisivamente as condutas antagônicas do adversário ao estabelecer as estratégias de confronto. Em outras palavras, mudar, e se possível, radicalmente seu modus operandi, já possível ao determinar o cast de jogadores fundamentais, alcançado na partida contra a Costa do Marfim, com titulares e imediatos substitutos, atuando o máximo de tempo possível, pois o cansaço e a fadiga tem de ser superados numa competição tão curta e altamente exigente, valendo uma vaga olímpica…
Ficam algumas dúvidas, por exemplo, um Benite, pouco acionado em sua função primordial de armador e finalizador, e de um Lucas que precisa diversificar suas funções em quadra, e não concentrar seus esforços em se situar como um gatilho da equipe…
Enfim, a seleção pode obter sua classificação diversificando sua atuação ofensiva e dedicando-se mais nas situações defensivas, principalmente no domínio dos rebotes, defensivos e ofensivos, definido no palavrório popular como “indo em todas”… Não se trata de uma fórmula vencedora, e sim uma tentativa de inovar um carcomido sistema de jogo, imutável, repetitivo, cuja mesmice endêmica, lamentável e terrivelmente se cristalizou no âmago de nosso basquetebol…
Venceremos? Se não mudarmos, certamente não. Mudando? Talvez…
Sobre esta temática os deuses se negam diplomaticamente a opinar…
Amém.
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