ALTURA NÃO É TUDO…
Ontem perdemos um jogo que poderia ter sido vencido, se dispuséssemos de um mínimo de conhecimento tático no aspecto coletivo, e visão estratégica em alguns e importantes momentos do jogo, fator este explorado cirurgicamente pela técnica sérvia, mesmo quando acuada no marcador, provando na prática o que teimamos demonstrar na prancheta,,,
No aspecto tático a equipe sérvia se utilizou de uma dupla armação, liderada por uma jogadora, Anderson, veloz, pequena e esguia, porém de uma lucidez aguda e oportunista, de drible fácil e fintas desconcertantes, defensora implacável, emoldurando uma qualidade de passe dentro do preciso modelo da escola de onde advém, a base americana, com suas schools, colleges and universities, distribuindo e colocando suas companheiras em condições de jogo, explorando ao máximo suas pontuações, além da própria, com seus decisivos e marcantes 30 pontos!!
Estrategicamente, dispôs a excelente técnica, suas pivôs nas posições onde mais rendiam, principalmente a canhota Stankovic, com seu jogo milimétrico e coletivista bem no miolo da defesa brasileira, fazendo duplas e muitas vezes trincas com suas companheiras dentro do perímetro, enquanto do lado oposto, nossas jogadoras abriam em leque em torno do perímetro externo. para “aplaudir”, ou mesmo “torcer” para que uma de nossas pivôs. solitariamente, enfrentasse a sólida defesa sérvia. ou servisse uma delas para o salvador arremesso de três (foram 6 em 31 tentativas- 19,4%). A boa comentarista e ex -armadora da seleção brasileira, Helen, lamentava pesarosa, que em nenhum momento de tais jogadas, uma companheira cruzasse ou auxiliasse a pivô cercada e pressionada pelas sérvias, tornando a conclusão da ação profundamente contestada…
Mesmo perante um desfecho nada improvável de vitória brasileira, apesar dos enormes erros diretivos, a equipe sérvia fez jogar a Anderson por 35:34min, exigindo da mesma seu esforço máximo, pois esse papo de minutagem bastante aplicado em nosso país, sempre soou falso para mim, ainda mais quando está em jogo uma classificação olímpica,..
E para fechar o número de equívocos, continuamos a tentar arremessos de três com o placar a 3, 4 pontos de diferença, quando de 2 em 2, e 1 em 1, poderíamos, inclusive, obter pontos preciosos e vencedores, mas para tanto seria necessário que nossas jogadoras fossem ensinadas a atuar dentro do perímetro (como ensiná-las se não tem quem as ensine?), onde os deslocamentos e precisos passes abrem espaços preciosos para as conclusões de curta, e até médias distâncias, e não esses imprecisos, aventureiros e midiáticos tiros de fora, ineficientes ante os de dentro do perímetro, que são aqueles que vencem jogos, fazendo dos longos um complemento, e não um sistema básico de jogo…
Daqui a pouco enfrentaremos a Alemanha, que como toda equipe europeia é alta, forte e atlética, e por conseguinte, veloz e resistente, o que a torna perigosa e determinada, afinal, a vencedora desse jogo carimba o passaporte para Paris…
Já nem peço nada aos deuses, somente sugiro que tente iluminar a mente de nossos luminares estrategistas, o que, tenho de reconhecer, é difícil pacas…
Amém,
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