LIÇÕES DE ALCATÉIA.
Lição 1- Leio no site Rebote um comunicado da assessoria de imprensa da CBB: “O presidente da Confederação Brasileira de Basketball(CBB), Gerasime Grego Bozikis, e os diretores da entidade Roberto Beck e Toni Chakmati já estão em Santo Domingo, na República Dominicana, para participarem, a partir desta quarta-feira, do Seminário para Presidentes de Federações, da Reunião do Conselho Diretivo da FIBA Américas e do Congresso Ordinário da Confederação Sul-Americana de Basketball(CONSUBASKET). Na pauta, o calendário e as competições internacionais da temporada 2007 e 2008”.
Lendo o trecho (…) e os diretores da entidade Roberto Beck e Toni Chekmati(…), vemos que durou muito pouco o rompimento do Sr.Chekmati com o grego melhor que um presente, o que aliás já prevíamos em um artigo escrito em 2/12/2006. Vale a pena lê-lo em ( Cavalo de Tróia). Alcatéia bem treinada é isso aí.
Lição 2- Outra obra de arte. Em nosso evoluído país no plano internacional do basquetebol, quem escolhe e nomeia técnicos para as seleções nacionais é um diretor técnico, que em tempo algum exerceu o cargo que nomeia. Mas, o faz sempre afinado com os maiores interesses políticos da entidade a que pertence, o que jamais ocorreria se na mesma existisse um conselho técnico composto por técnicos, preferencialmente ligados a uma associação que congregasse os mesmos em todo o país. Cargos de técnicos de seleções são muito importantes no atual jogo político, principalmente quando aquinhoam técnicos ligados a federações dissidentes. Com a derrota oposicionista no pleito da federação carioca, ainda restavam oito votos dissidentes para a próxima eleição da CBB, e nada mais “natural”, segundo a ótica da alcatéia, que duas outras federações fossem beneficiadas. Seis votos podem ser administrados com maior desenvoltura do que nove. E aí, acontece um inexplicado contra-senso, ou seja, escolhem um técnico de excelente trajetória nas divisões de base de São Paulo, estando o mesmo na direção de uma equipe da categoria principal do Espírito Santo. Por que não foi escolhido durante seu vitorioso trabalho de 14 anos, vários campeonatos de categorias de base, e vários prêmios de melhor técnico da temporada, conquistados em seu estado natal? Acredito que ele deveria ter sido lembrado algum tempo atrás, quando em SP, e não agora, quando se coloca como um fiel na nem sempre bem sucedida balança política. Juntou-se na escolha ao anterior indicado técnico da equipe de Londrina, Paraná. Mas o jovem técnico terá ainda de percorrer uma sinuosa trilha, pois “os detalhes sobre o trabalho e a forma de trabalho ainda não foram passados. Somente na reunião que haverá em Rio Claro é que João Marcelo saberá como deverá ser a condução da seleção, quando começarão a treinar e outras informações” (Publicado no site Sportmania). Se quiserem manter suas independências e formas de direção, que os fizeram vitoriosos, poderão ter sérios problemas com a inefável comissão. Do mesmo site: “A única coisa da qual João Marcelo tem certeza é do beneficio que isto significa para o Estado. ‘Este convite, certamente, dará maior visibilidade ao Saldanha, atrairá mais interesses ligados ao basquete. Quem sabe uma Seleção Brasileira possa vir a treinar por aqui? Acredito que será muito importante para o desenvolvimento do basquete capixaba(…)”. Claro que voto mais garantido do que esse, impossível. Pena que usem o talento e a boa fé desses jovens e vitoriosos técnicos para suas felpudas, porém, geniais tacadas.
Fico pensando quão injusta e absurda liderança esta que emana da entidade responsável pela administração do basquete brasileiro. Chega a ser criminosa, não poupando sequer jovens e talentosos técnicos, que ávidos por demonstrarem seu valor se deixam conduzir por um grupelho que visa unicamente a perpetuação, não só do poder, como a manutenção de um sistema de jogo espúrio e perdedor. Será que aceitarão tal liderança e ingerência em suas formas de treinar e dirigir equipes? Ou, em nome de um brilhareco nacional abdicarão de suas mais profundas convicções? Não ouso responder. Cada cabeça, cada sentença.