FALEMOS DE ARREMESSOS

No artigo anterior-Conhecendo a arte do arremesso- descrevemos um pouco da técnica dos arremessos, principalmente quanto ao aspecto da precisão direcional exercida pela empunhadura da bola,e o subsequente controle sobre o eixo diametral da mesma no momento do lançamento.Esse é o principal fator para se obter sucesso em um arremesso,fator que se reduz em tempo quando relacionado à distância em que o mesmo é executado.Como os desvios angulares se tornam críticos na proporção direta às distâncias do lançamento,ou seja, quanto maior a distância menores serão os desvios angulares que exequibilizarão o arremesso, torna-se óbvia a necessidade da ação ofensiva ser desenvolvida o mais próximo possível da cesta. No entanto, quanto mais próximo da cesta menor será o tempo para uma pega efetiva da bola, mas o ângulo admissivel de desvio será maior do aquele necessario a um arremesso de três pontos.Conclusão, à curta distância, a pega, pela premência de tempo torna-se instável, mas a latitude de tolerância angular é maior do que no de longa distância,que exige algum tempo para a necessaria firmeza na pega, fator fundamental para um minimo de desvio angular. Por tudo isso, é que encontramos as respostas pelos baixos índices de acerto dos mesmos. Somente aqueles que enquadram suas pegas no menor espaço de tempo possível nas grandes distâncias obterão um alto grau de efetividade em seus lançamentos, são os verdadeiros especialistas dos arremessos de três pontos.Poderemos afirmar então o quanto temos perdido em efetividade nos últimos anos com a verdadeira febre que se abateu entre nós com o advento, quase religioso pelos arremessos de três pontos, e o quase abandono dos esquemas táticos que aproximavam os jogadores para os lançamentos de média e curta distâncias, numa lamentável e contraproducente opção tática.A implantação do Passing Game em tudo contribuiu para o emprego descontrolado do arremesso de três pontos pelas proprias características do sistema, com uma grande quantidade de passes em torno do garrafão,
numa busca incessante de espaço para o arremesso, quase sempre ao término dos 24 segundos regulamentares, obrigando, pela premência de tempo,arremessos desequilibrados e sem firmeza na pega, assim como alterando aquele minimo de concentração necessaria à boa execução dos mesmos. Quando vemos em um contra-ataque,o jogador que progride sozinho com a bola parar na linha dos três pontos, e daí executar o lançamento, concluimos quão precário é o comando exercido sobre esse jogador, e por extensão sobre a equipe do mesmo. Nenhum argumento soa factível perante tais atitudes praticadas comumente por quase todos os jogadores nessas circunstâncias. A reprimenda só aparece quando ocorre o erro, já que no acerto sorrisos amarelos são distribuidos à granel. Duvido que a reprimenda ocorra pela tentativa, convertida ou não. Precisamos urgentemente jogar com maiores margens de acerto nos arremessos, basicamente nos de curta e média distâncias,e fundamentalmente nos lance-livres. Que necessidade de conquista de precisão nos arremessos desenvolve jogadores que só pensam nas enterradas? Que arriscam o seu esforço e de seus companheiros em tentativas absurdas de três pontos? O engraçado nisso tudo é o fato dessa tendência ser equilibrada, pois como todas as equipes praticam o”globalizado” Passing Game,pois jogando idênticamente, as tentativas ficam equânimemente distribuidas, vencendo aquela equipe que errar menos no festival de três pontos em que se transformou o nosso basquete. Mais engraçado ainda é quando vemos esses mesmos jogadores enfrentarem equipes estrangeiras, nem sempre dispostas a facilitarem tais arremessos. Nossas seleções nacionais que o digam…



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