MANOEL E BENEDITO,QUE SAUDADE.
Assisto mais um jogo da Liga Nacional(mais por teimosia do que hábito)sabendo que testemunharei a mesmice granítica de sempre, quando lá pelo segundo tempo estoura uma briga provocada por um desses americanos de 14ªopção.Explico-Contemos juntos:Itália,Espanha,França,Alemanha,Grécia,Turquia,Israel,Portugal,Argentina, Venezuela, Porto Rico,Panamá,talvez um ou dois mais,e Brasil,que são pela ordem os destinos prioritários desses trotamundos até que cheguem por aqui,salvo uma ou duas honrosas exceções,mais sentimentais do que técnicas.E aqui,a peso de dólares são endeusados de tal maneira que vemos técnicos balbuciarem um inglês macarrônico para se fazerem,ou tentarem,entender com resultados que beiram ao hilário.Mas, o que vimos foi um mascador de chiclete agredir um adversário e sair aplaudido pela torcida após sua expulsão, e tocaiar sua vítima quando retornava ao vestiário por também ter sido excluido pela arbitragem.Arbitragem? Com a invasão da quadra por quase todos os reservas,e pelas regras atuais,todos deveriam ter sido excluidos,mesmo que o jogo tivesse de ser encerrado.Mas em nome do “bom senso” exclui-se a vigência legal das regras e deu-se continuidade ao jogo.Depois querem se justificar por não seguirem os preceitos da legislação em vigor.As regras devem ser observadas por todos,dentro e fora do campo de jogo,pois é para isso que elas existem.Volto um pouco no tempo e recordo-me do Manoel Tavares e Benedito Bispo, que se alí estivessem presentes fariam
a todos respeitarem as leis,sem dúvida nenhuma.Eram outros tempos?Nem tanto, mas sem medo de errar afirmo que eram tempos melhores, era o tempo em que éramos campeões do mundo e semi finalistas olímpicos, era o tempo que argentino nenhum depredava vestiarios brasileiros por terem vencido uma liga sul-americana,pois de principio
eles não a venceriam, como nunca venceram,mas também era o tempo em que após os jogos
técnicos,diretores e alguns jogadores se encontravam com os juizes no restaurante mais próximo, onde as discussões se esvaziavam em torno de uma fumegante pizza.Também
era o tempo em que os tribunais realmente puniam quem trangredisse as leis, onde a figura do efeito suspensivo sequer existia, era o tempo em que jogavamos,e muito bem,
basquetebol.Hoje todos se intitulam profissionais,tem cobertura televisiva e alguns
bons patrocinadores, só que ao imitarem o que fazem nossos irmãos do norte,e importarem dos mesmos jogadores de 14ªopção,sacrificam nossas gerações em nome de um
sistema de jogo que nada tem a ver conosco,que destróe nossas tradições.A arbitragem
é ponto fundamental no progresso de qualquer modalidade esportiva, mas que represente
nossas verdadeiras necessidades,cujo alicerce básico é o respeito às leis do jogo.
Sinto saudades do Manoael e do Benedito,assim como do Newton Agra,do corajoso e firme
Renato Righeto que impôs as leis do jogo na final olímpica de Munique que os americanos jamais aceitaram por não admitirem perder,e cujas medalhas de prata jazem
inertes em um cofre suiço,como testemunhas de sua empáfia e arrogância. Poderia mencionar muitos outros,mas hoje a tarde tive saudades dos meus amigos Manoel Tavares e Benedito Bispo, com quem travei grandes discussões, mas que sempre os respeitei
assim como sempre fui respeitado por eles,dentro e fora das quadras.