TAPETEBOL RIDES AGAIN.

Em um dia do ano passado um ex-assistente técnico de seleção brasileira afirmou em uma entrevista que ser assistente era a melhor das posições,pois no caso de um fracasso quem se arrebentava era o técnico principal.Respaldado nesta magnífica declaração publiquei o artigo “Tapetebol,um desporto nacional”,no qual tento esclarecer o que considero ser a verdadeira função de um assistente no seio de uma equipe diretiva,na contra-mão do que vem se tornando praxe nos relacionamentos que deveriam existir para o sucesso integrativo da mesma,até nas derrotas.Sei que preguei em um deserto onde impera a insensibilidade de princípios,e até da palavra empenhada.Em suma,afirmo com total convicção que a posição de assistente se resume no sentido etmológico do termo,assiste o técnico em seu trabalho,integrado em seus conceitos e liderança.Ações contrárias e publicamente divergentes traem o princípio de unidade da comissão,as quais deve o lider obliterar e se necessário expurgar.A sintonia entre esses profissionais deverá SEMPRE ser atingida em torno dos conceitos do líder,conceitos estes aceitos,discutidos e postos em prática,e eventualmente realinhados através detalhamentos emanados pelos assistentes,e mesmo assim quando solicitados.Estes,não concordantes com a liderança deverão se afastar para que não
ocorram quebras de hierarquia,que é exercida por pleno direito de quem se responsabiliza pelo comando, e se não o fizerem deverão ser afastados pelo lider.Em hipótese alguma qualquer dos assistentes deverá expor objetivos técnico -táticos,
mesmo como “sugestões” fora do âmbito íntimo da equipe,principalmente através da
mídia jornalística,fator que tende a fragmentar as relações de confiança que consolidam o teor da mesma.Mas porque abordo esta questão? Simples,está num site da internet uma entrevista de um dos atuais assistentes da seleção brasileira,que entre
opiniões e colocações de teor técnico-tático discorre sobre a preparação da seleção,
que com a ausência do pivô Nenê deverá sofrer uma grande reforma na maneira de atuar,
tendo inclusive já ter passado ao técnico principal a idéia de como fazê-lo,e mesmo já ter marcado uma reunião na ocasião de sua volta do exterior,onde trocariam as informações necessárias,e não satisfeito menciona o fato de ter antecipado sua volta
de Phoenix ao Brasil sem aceitar o convite do técnico do Dallas,pois seria complicado
aceitá-lo na fase final dos play-offs.Realmente se considera o máximo o nosso assistente técnico. Não é por acaso que alguns jornalistas já vinham ensaiando em seus comentários suas preferências ao nosso assistente para substituir o titular,o
mesmo que afirmou o que mencionei no inicio do artigo,com uma diferença,a de ainda não ter quebrado a cara na direção da equipe,e torcendo estou para que isso não ocorra.Sábio é o outro integrante da comissão,que como todo bom mineiro exerce sua função com discrição,sem trombetas e marketing.Parabéns para ele.A seleção merece destino melhor,mas não dessa forma onde a liderança é tão “sutilmente” contestada.Que os deuses nos ajudem.

MENTIROSAS ESTATÍSTICAS.

O nosso malfadado basquetebol tem agora mais uma sarna para se coçar.Grassa como uma praga a moda das verdades estatísticas,aquele instrumento pseudamente matemático que classifica,rotula,promove e até destroi reputações ,sem a menor cerimônia,como se fosse a coisa mais natural do mundo.Agora mesmo vem a público um trabalho que compara jogadores da NBA com os europeus,e de quebra os demais mortais,o resto.Chegou-se até a um número final,mais ou menos assim: NBA-227,Europeus-132 e os demais-105.E segundo o estudo os”demais”estão encurtando a diferença para os da NBA,graças ao grande número deles jogando naquela liga.Indo um pouco mais fundo nos critérios do estudo observamos que contabilizam exclusivamente os acêrtos nos arremêssos,nos rebotes,nas assistências, nos roubos de bola,nos tocos(?),numa pouco clara eficiência técnica, tudo somado a dados antropométricos,idade,temporadas.Tiram as médias dos acêrtos,classificam os jogadores nas indefectíveis posições 1,2,3,4 e 5 do “basquete internacional”,não explicam bem o que fazem com os dados pessoais compilados,e ZAP,temos os números mágicos que pretendem definir o Quem é Quem do basquetebol no mundo.É inacreditável que tal estudo possa acontecer sem que em momento algum sejam alocados no mesmo aquelas variáveis que permitiriam tais comparações,os êrros técnicos,as violações às regras,as faltas pessoais e técnicas, dados esses que devidamente contabilizados,listados e classificados gerariam números que comparados
entre si poderiam ser positivos ou negativos,para serem divididos pelo tempo jogado
por cada um.Aí sim,teriamos dados efetivos e muito próximos da realidade técnica,e que realmente definiriam os melhores.São os coeficiêntes de produção individual os mais justos critérios para comparações desta magnitude.Publiquei neste blog em 20 de
outubro de 2004 um artigo que exemplifica uma experiência realizada em uma equipe do
Rio de Janeiro nos anos setenta(Scautings,Stats,Dados não tão verdadeiros),com inegável correção em sua proposta experimental.Uma proposta semelhante foi extensamente aplicada na antiga Iugoslávia tendo o técnico Novosel como mentor e incentivador,com excelentes resultados. Países europeus tendem a esse tipo de trabalho comparativo,ao contrário dos americanos,para os quais as valências devem se concentrar nos acêrtos,mais fáceis de manipular e comparar,mesmo com índices não muito precisos e confiáveis.Para uma nação que tem na massificação desportiva um vasto manancial de talentos,pouco importa maiores precisões estatísticas,ao contrário
daquelas nações com muito menos praticantes.Duvido que a China,com seu bilhão e meio
de habitantes,e com uma política de massificação desportiva vá perder tempo com comparações estatísticas,pescam os melhores e pronto.Dão relêvo à base e à melhoria
de seus professores e técnicos,deixando as estatísticas para os gastos dispendidos no processo.No nosso caso seriam importantes os dados,mas de forma confiável,a fim de podermos comparar o efetivo progresso dos não muitos praticantes da modalidade.Mas
até chegarmos aos estágios próximos dos coeficiêntes de produção técnica,teríamos
inicialmente de nos livrarmos dos métodos percentuais que teimam em implantar uma
pseudo realidade de eficiência técnica, mentirosa e irresponsável. Em um artigo dessa
semana,o comentarista Fabio Balassiano aborda com boa margem de confiabilidade uma relação entre jogadores da NBA e de nosso Campeonato Nacional,onde compara acêrtos e
êrros nas performances dos mesmos,colocando em linguagem real o que realizaram efetivamente em quadra. Se tais comparações fossem tabuladas em um processo que auferissem pontos àquelas ações e relacionadas com o tempo de participação nas partidas,obteriamos um coeficiênte de produção para comparações entre as performances
apresentadas,muito mais precisas e justas.As mesmas analisadas pelo prisma percentual
somente beneficiam os acêrtos,com resultados facilmente manipuláveis.Seria de importância capital que pudéssemos ir um pouco mais a fundo nessa questão,pois muito
de tempo e verbas poderiam ser melhor distribuídos e aproveitados.Quem sabe atingiremos esse patamar,pois já se faz tarde tal progresso.

OS CINCO MOSQUETEIROS

Parece brincadeira,mas toma vulto o movimento que coloca nas costas de nossos cinco representantes na NBA a salvação da lavoura,as classificações para o Mundial,e por que não,para as Olimpíadas.Reafirmo que só pode ser brincadeira tal pretensão,pois numa simples e objetiva análise nada garante tal procedimento,senão vejamos: Todos são reservas em suas equipes,que como todas as outras,com uma ou duas exceções,não investem nos mesmos o que aplicam nos titulares,pois os de real qualidade são distribuidos por todas as equipes(a começar pelos drafts)no intúito de manterem a competividade a mais equilibrada possível.E as discrepâncias qualitativas são tão grandes que instituiram o prêmio para o melhor 6°jogador, que infelizmente não poderia ser extendido ao 7°,ao 8°,etc,etc.Do 7° em diante tem muito,mas muito jogador medíocre atuando na NBA,inclusive muito inferiores aos das Ligas Européias,onde atuam a maioria dos jogadores medalhistas olímpicos e campeões mundiais.Nossos cinco mosqueteiros estão sendo vítimas “a priori” de uma situação até certo ponto irresponsável,pois atuam numa forma de jogo que nada têm a ver com nossa realidade,e quando o fazem,por alguns minutos,pouco acrescentam nos resultados de suas equipes. Nenê e Baby tiveram suas estruturas físicas radicalmente alteradas,o que custou ao
Baby uma suspensão de dois anos pela FIBA no Pré-Olímpico,fato que não podemos esquecer de forma alguma.Os milhões de dólares envolvidos em suas contratações pode
justificar tal procedimento na NBA,nunca nos padrões da FIBA.Varejão,egresso da Liga
Espanhola,já chegou pronto ao Eden do basquete internacional,e parece que tem mantido sua estrutura imune a adaptações e modificações energéticas.Leandrinho,reserva do MVP
da temporada,ainda terá de praticar muito até chegar aos padrões do mesmo,e o Alex,
pouco produziu por motivo de grave lesão.Na Europa o Spliter oscila entre o Draft e
a Liga Espanhola,mas se tiver maturidade e independência por lá ficará,pois certas
exigências físico-morfológicas talvez não valham os poucos milhões prometidos.Com os
avanços das comissões do congresso americano no caso dos anabolizantes,que ora questionam os profissionais do futebol e do beisebol e que logo chegarão ao hoquei e ao basquetebol,muita coisa virá a público,e não será pouca coisa.Talvez encontrem os
verdadeiros motivos das grandes estrêlas se negarem a competir nos campeonatos da FIBA,principalmente as Olimpíadas.Então,teremos nossos mosqueteiros na Seleção,onde,
se mantidos os atuais sistemas de jogo,veremos Baby e Nenê virem para fora da linha dos três pontos fazerem bloqueios e executarem passes laterais,e na falta de opções
tentarem o drible penetrante ou os longos arremêssos,quando deveriam se manter o mais próximo da cesta possível.Veremos o Varejão ocupar a posição de um ala-armador sem
a técnica de um especialista na posição,e o Leandro correndo de lado a lado por trás da defêsa após executar o primeiro de uma série interminável de passes,como exige a
coreografia que se instalou entre nós com o pomposo título de”basquete internacional”
Se o Alex estiver curado comporá o quinteto,que por ser todo da NBA não terá sua
titulariedade contestada,ou NÃO?E o Spliter,o Guilherme,o Marcelinho,o Estevan,o Valtinho,etc,etc.comporão no quinteto?Duvido que o status da NBA seja abalado,pois se
o for muita mística será derrubada,muita pseudo liderança será duramente contestada.
Então porque toda essa questão em torno da decisão do Nenê de não atuar com a situação reeleita na CBB.Não serão outros os motivos?Numa recente entrevista de um dos astros da NBA foi dito-Somos especiais,diferentes,atuamos em mais de 80 jogos em
uma temporada,e só deveriamos nos apresentar fora da mesma em troca de muito dinheiro
inclusive Olimpíadas- É uma explicação conveniente,quando se sabe que o comitê olimpico americano jamais pagaria o que exigiriam,ficando os mesmos intocados nos verdadeiros motivos da recusa.Muito mais do que profissionais,são astutos e antenados
ao meio em que vivem e faturam alto,sejam quais forem as consequências. Nossos mosqueteiros devem se cuidar para não serem responsabilizados por um possivel,porque
desportivo,fracasso nas classificações,pois serão enquadrados no sistema de jogo,que
é uma copia canhestra do que fazem na NBA, o qual nos levou ao fundo do poço em que
nos encontramos, sem perspectiva a médio prazo de qualquer mudança substancial, pois
basta testemunharmos as finais do Campeonato Nacional para avaliarmos o que nos espera:Armadores que perdem a bola em momentos cruciais,quando não tropeçam na mesma,
alas que desconhecem os corta-luzes e as fintas,e pivôs que vêm jogar na linha dos
três pontos e por conseguinte fora dos rebotes.Por que não treinar os fundamentos?
por serem da primeira divisão? Porque não os treinam? Por acharem que não precisam
ou por incompetência mesmo? Qual a verdadeira resposta? Será que na hora da verdade
bradarão- Um por todos,todos por um? Se as vaidades deixarem, talvez…

DEPOIS DA TEMPESTADE…BONANÇA?

CBB na mesma,Liga num impasse logístico,18 federações preparando o butim e 9 outras se unindo no choro.Mas vida que segue,e na ausência de perspectivas melhores resta-nos a esperança de dias melhores,que podem estar mais perto do que supomos,e digo porque.Ao lermos alguns sites de basquetebol já nos deparamos com análises que se contrapõem a presente situação técnico-tática de nosso basquete,da pouca ou quase nenhuma atitude de reação por parte de nossos técnicos,e principalmente,a ausência de sistemas de jogo que nos recolocasse no patamar superior da comunidade internacional. O artigo do técnico Carlão no site Databasket,do Luchetti no BasketBrasil e da turma do Rebote,nos dá uma boa clareada de que aos poucos as opiniões divergentes se fazem presentes,naquele que é o mais sagrado dos princípios democráticos,a total liberdade de pensamento.Desde setembro do ano passado venho divergindo da quase totalidade dos técnicos brasileiros na publicação de artigos que soam na contra-mão do que fazem em suas equipes, não no intúito de minimizá-los,mas de questioná-los em suas preferências e ações.Colocações e perguntas são importantes em qualquer manifestação cultural,gerando discussões e consequentemente gerando soluções.No entanto,em nenhum momento fui questionado mesmo sabedor da grande visitação ao blog.Quando no exercício
prático do basquetebol,na qualidade de técnico e como professor universitário era permanentemente questionado,daí a estranheza com a ausência de críticas ao que expunha pela internet.No entanto,constato que muitas das questões que foram levantadas encontram comentários e análises cada vez mais frequentes nas páginas dos
sites especializados,o que denota um considerável progresso ante a estagnação vigente.Precisamos que estas questões sejam mais e mais discutidas,por todos e por muito tempo,a fim de que possamos,enfim,nos safarmos das armadilhas em que caimos nos
últimos anos.Que venham as associações de jogadores,de árbitros e de técnicos para somarem progresso,mesmo divergindo,pois somente dessa forma o alcançaremos.Sem a menor dúvida, o caminho mais promissor para a salvação de nossa modalidade passa pela
necessidade premente do encontro das idéias,da discussão histórica e de nossos mais
reconditos valores,do reconhecimento do saber,da aceitação do outro.Some-se a tudo isto uma grande dose de altruísmo,honestidade e humildade para encontrarmos as respostas e as possíveis soluções dos problemas que nos afligem.E que alguns não venham com as premissas de que tudo o que aqui foi exposto não passam de quimeras e
irrealismos,pois se assim for nada restará que valha à pena lutar.Pessoalmente acredito que valha.

ESTRATÉGIA DE MACACO VELHO.

Primeira regra-Jamais meter mão em combuca.
Segunda regra-Se meter,saber retirá-la.
Terceira regra-Aprender a lição.
Reeleito o presidente recobrou a fala,malandramente ausente de um processo eleitoral de marcadíssimas cartas.Nunca foi tão fácil manter a chave do cofre,para gáudio de 18 abnegados em cargos de sacrifício.Mas como todos eles pertencem à elite do basquetebol brasileiro,dos estados de onde saem nossos maiores craques que formam as seleções nacionais,onde despontam o Acre,o Amapá,Roraima,Rondônia,Tocantins,os dois Mato Grossos,Paraíba,com a pequena,mas significativa participação de Minas Gerais,Goiás,e por que não São Paulo,sem dúvida nenhuma respaldarão More four Years de sucessos e conquistas do grego melhor que um presente.Mencionei anteriormente que se cada povo tem o govêrno que merece,por que não o nosso basquetebol? Só pode ser brilhante a reeleição de um dirigente que nomeia o presidente da mais poderosa federação do país para um importante e estratégico cargo na confederação,conquistando de uma só tacada o melhor de dois mundos,através a inegável influência que representaria,como representou São Paulo em todo o processo eleitoral.Eleito para a presidência da
Federação Paulista pelos mesmos clubes,menos um,o COC,que fundaram a Liga Nacional,
apoiou,por estar agregado,o candidato da situação desde cêdo contrário à mesma.Caso
clássico de apropriação indébita de um voto que pertence àqueles que o elegeram.Seria
o caso de destituição imediata de uma função não exercida dignamente.Foi magistral a
ação do reeleito presidente,macaco velhissimo da política desportiva.Mas como toda ação,velhaca ou não, pode,e deve ser espelhada,sugiro que a direção eleita da Liga
Nacional,com os votos dos mesmos clubes que elegeram o presidente traíra,que adiem
estratégicamente,para não provocar mais desgastantes atritos,o inicio de uma luta
para impor torneios e campeonatos,e aproveitem,em engenharia reversa,as lições do
macaco velho.Apostem,com o apôio dos clubes paulistas a eleição do Oscar para a Federação do estado,e lá estando desenvolvam,a exemplo do Paraná,a grande Liga que
poderá a convite ter a participação de equipes de outros estados,numa ação que confederação nenhuma poderá obstar,para aí sim,estabelecer a grande estratégia de
tomada da CBB,pois rapidamente os atuais nove estados se verão somados a outros tantos,nem todos motivados pelos grandes princípios éticos que deveriam existir por imposição da lógica desportiva,pois ainda tentariam se locupletar politicamente,
hábito de dificil renuncia,mas que pouco a pouco poderia ser enterrado como algo de ruim herdado de um passado colonial.E ao lá chegarem que instituam duas ações redentoras:1- Lutar pela implantação do voto qualitativo,ou a ampliação do colégio eleitoral se a primeira opção tiver uma demorada tramitação pelos órgãos superiores.2- Que seja abolida a patética figura da reeleição,pois renovação é a palavra chave do desenvolvimento desportivo. Tudo o mais poderá ser resolvido com
paciência e sábias atitudes,sendo a principal e mais importante,aguardar o momento
certo de agir e principalmente falar.Todo macaco velho sabe disso.Mãos à obra e boa
sorte,que só se manifesta para quem age com inteligência,de preferencia não dando a
cara para tapa nenhum.

O REINO DA PRANCHETA.

Na final da Liga Nacional de voleibol,em um jogo emocionante,não se viu em nenhum instante a figura de uma prancheta.E olhe que em nenhum esporte coletivo ela se adequaria mais do que o volei,por sua caracteristica posicional sem a interferência física de marcadores,a não ser nos bloqueios ,onde a proximidade dos jogadores é mais presente. A movimentação ofensiva e defensiva do voleibol cabe perfeitamente nas demonstrações gráficas de uma prancheta, pelas suas características de alta previsibilidade dinâmica. No entanto a maioria dos tecnicos de volei a dispensam solenemente,pois todas as formações e informações são exaustivamente passadas nos treinamentos das equipes, destinando os tempos pedidos nos jogos aos acêrtos e detalhes de execução o mais próximo possivel do diálogo e indução comportamental.Instruções individualizadas e sussurradas ao pé do ouvido,assim como fortes reprimendas coletivas tornam os pedidos de tempo em uma reunião de acêrtos,propostas e concientização do que precisa ser feito por todos na quadra.No basquetebol,o que vemos permanentemente,com pouquissimas e honrosas exceções, é a imagem fria de uma prancheta servir de lousa para rabiscos e desenhos desconexos, que pretendem equacionar toda e qualquer situação de jogo que porventura venha a
ocorrer.E ela tornou-se a estrêla mais focalizada em primeiro plano durante todos os
pedidos de tempo,como se daquele momento em diante,todos aqueles sintonizados na TV
passassem ao entendimento das ações que se desenrolariam a seguir.Na prática,muito
poucas vezes algo ali descrito acontecerá realmente,pois refletem mais os devaneios
do técnico,do que algo que foi previamente treinado e compreendido por todos.Mas verdade seja dita,nada se compara a uma exposição de midia do que o estrelismo das
pranchetas.Algumas,sabedoras de tal promoção,já ostentam publicidade estratégicamente
colocadas em suas bordas, substituindo a imagem dos atletas,e mesmo dos próprios técnicos.Mas a pior faceta das pranchetas é a constatação da pobreza tática galopante
de nossas equipes, pois se observarmos bem o que é descrito e desenhado nas mesmas
por TODOS os técnicos,veremos como são quase idênticas as formações e jogadas alí
propostas pelos mesmos,numa ladainha monocórdica que preocupa profundamente aqueles
que realmente conhecem e entendem basquetebol.A prancheta legitimiza o reino da mesmice,da ausência de criatividade e da mais absoluta falta de conhecimento estratégico,já que perpetua os”chifres”,os “punhos”,os”low and hight post”,os”coc”,
etc,etc,etc…em que as denominações mudam de equipe para equipe,mas que pedem as
mesmas e cansativas coisas.Pobres jogadores,amarrados e manietados por coreografias
totalmente destituidas de bom senso,e principalmente de audácia e coragem.E são esses principios que são divulgados exaustivamente por clínicas patrocinadas pela CBB,
principalmente em épocas de eleições,naqueles estados em estágio técnico abaixo do
mínimo aceitável,mas que garantirão os votos chaves na época devida.Pobres seleções nacionais que já vem de longos e longos anos escravas deste perverso sistema de comunicação entre técnicos e jogadores.Escravas de estatísticas fajutas e desprovidas
de precisão minimamente aceitável,agrilhoadas a um sistema de jogo absurdo e até
certo ponto criminoso.Desafio os técnicos a transformarem a quadra,em toda a sua extensão numa imensa prancheta,na qual terão de olhar seus jogadors dentro dos olhos,
terão de detalhar os macro e micro movimentos de atletas ávidos de novas técnicas,de
novas e sequentes descobertas,amplas,arejadas,e drasticamente fora dos acanhados e
covardes limites da atual estrêla televisiva,a inefável e castradora prancheta.Está
aí meu desafio,enfrente-o se forem capazes.

CONSUMATUS EST.

Caros amigos, são Four more years!!Com esse jargão Bush se reelegeu,então porque não podemos ter o nosso Bush,tão grego quanto um presente? Se cada povo tem o govêrno que
merece,porque não o basquetebol brasileiro? Pensem bem sobre um fato inquestionável,a saber:Não são as federações as entidades representativas dos clubes que elegem seus dirigentes? Ora,se assim é verdade,os votos desses presidentes refletem o desejo dos clubes que delegaram aos mesmos o poder sagrado do voto.Podemos então concluir que a eleição de um presidente da CBB espelha os desejos dos clubes federados.Caso contrário,quando o presidente de uma federação exerce seu voto em contradição ao desejo de seus filiados,aflora uma situação de apropriação indébita ante o desejo da maioria,ou reflete a inexistência de filiados suficientes para exercerem o poder de impor a seu representante eleito o desejo da maioria.Em suma,temos na eleição de um presidente da CBB eleitores que representam federações em que clubes inexistem na prática,mas disputam campeonatos oficiais.Como conseguem é um dos grandes mistérios das eleições não só do basquetebol,mas da maioria das federações desportivas por esse continente afora.Mas o voto quantitativo nivela a todos,tenham ou não clubes
participantes em seus campeonatos,disputem ou não as várias categorias masculinas e
femininas,se façam representar nos campeonatos nacionais,etc,etc.Mas na hora de assumirem chefias de delegações brasileiras,terem férias pagas em resorts e clubes da moda,ou terem acesso a outras mordomias,fazem valer seu peso político,o peso do voto.
Mas também tem o outro lado da moeda,aquelas federações poderosas,atuantes e decisivas em um pleito, e que votam para manterem uma situação que lhes é altamente
favorável,como por exemplo,a de manterem o contrôle técnico nas competições mais representativas,a de permitirem que um mesmo empresário mantenha equipes no campeonato nacional por diversas federações.Extranho como às vésperas da atual eleição essa emprêsa desfêz suas equipes no Rio de Janeiro,um dos estados que votaram
contra a situação.A decisão da Liga Sul-Americana foi protagonizada por duas equipes
dessa mesma organização, assim como o COC em S.Paulo não se associou à Liga Independente recentemente fundada.E o mais extranho de tudo,essa organização referendou a nova Liga,numa contradição que deixa no ar a expectativa de quais são suas verdadeiras intenções.Com todos esses azes na manga o reeleito presidente se fechou no mutismo de quem tem a mais absoluta certeza do poder exercido sobre aqueles que garantiriam sua continuidade.A ironia mais contundente é a de que tal reeleição foi fundamentada em sua maioria por federações que pouco ou nada têm somado ao nosso
basquetebol nos últimos 90 anos,ou seja,desde que o basquetebol foi implantado em
nosso país.Restam nove reacionárias, que de uma forma ou de outra vão sofrer consequências,restrições e pouca participação no butim festeiro,mas que se unirem
suas forças poderão reverter a situação no futuro.A Liga ora fundada terá que investir em algumas dessas federações,pois aquela mais significante,mais representativa,mais poderosa,votou com a situação,refletindo pelo voto de seu presidente eleito a vontade da maioria dos clubes que o elegeram, maioria essa que constitui a massa crítica da Liga ora fundada.Extranho esse grande estado de São Paulo,que reune a maioria de seus clubes em favor da fundação de uma Liga e delega o poder de voto a seu presidente que vota na situação,ou seja,contra a Liga, contra a vontade de seus proprios clubes.Por que os mesmos não o destitue do cargo ante tal incoerência? Ou a Liga foi um grande pretexto para se descobrirem o quem é quem no
jogo político,expondo às feras,ou dando a cara á tapas, esse passional e exuberante
atleta,Oscar,que com seu imenso carisma abrigou e afastou dos holofotes aqueles mesmos dirigentes que referendaram seu presidente de federação à votar pelo continuismo.Apoiaremos a Liga,mas o voto é para Four more years!! E estamos conversados. Maquiavél é anjo barroco perto dessa gente.Aliás já tinha avisado o que
aconteceria.Aconteceu,consumatus est.

SALTOS DE QUALIDADE.

Acabo de assistir a decisão da Liga Nacional de Voleibol,de uma extrema qualidade técnica e de grandes emoções.Durante a transmissão me via transportado para os anos
sessenta quando iniciava minha vida na Educação Física e na Técnica Desportiva,
compartilhando todos os meus sonhos com pessoas que dalí em diante trlhariam caminhos
comuns aos meus.Uma dessas pessoas foi o Paulo Matta,grande professor e técnico de voleibol,com quem tive a honra de trabalhar na UFRJ.Fomos talvez,junto ao professor
Roberto Pavel da natação,os primeiros técnicos a se utilizarem dos meios audiovisuais
em grandes proporções para o aprimoramento técnico nos desportos em nosso país.Em 8 e
16mm rodamos centenas de metros de filmes totalmente financiados por nós,de nossos salários,como um investimento valioso para nossos estudos. Muitos outros técnicos se beneficiaram desses materiais,e me recordo muito bem de um deles que devorava em sessões na casa do Paulo tudo o que filmavamos de volei. Estudou muito e acabou campeão mundial na modalidade,o grande técnico e hoje dirigente Bebeto de Freitas.Foram tempos malucos,em que pneumonias não eram obstáculos na ânsia de registrarmos tudo que podiamos,no basquete, no volei, na natação e no judo.Filmávamos escondidos do técnico da equipe feminina do Japão campeã olímpica,que nos proibia de fazê-lo,assim como registramos tudo o que apresentou o Matsudaira,técnico que influenciou em muito nos sistemas que seriam adotados pelo volei brasileiro,hoje o melhor do mundo.Constatei e colaborei um pouco nessa evolução registrando com o Paulo
o que havia de melhor na época,ao mesmo tempo em que o fazia na minha modalidade.Os
técnicos de volei brasileiros foram,com sua evolução revolucionária os criadores de uma nova escola,que se antepôs às escolas européia e asiatica.Foram audazes e corajosos, pois não copiaram o que viram, e sim adaptaram aqueles conhecimentos às nossas realidades,emergindo daí um novo conceito técnico. Os técnicos de basquetebol
fizeram o inverso, pois anexaram e impuseram conceitos norte-americanos em sua total
forma,sem adaptações e maiores considerações. Aparentemente era o caminho mais fácil
de ser trilhado,dentro da concepção de que se era empregado na formação dos melhores
por que não o seria aqui também. Copiou-se muito e estudou-se pouco,principalmente
nossas realidades e limitações.Omitiramn o passado brilhante para apostarem num presente servil e desprovido de criatividade e autênticidade,levando a modalidade a
um processo de decadência que hoje atestamos.Nos últimos anos não vimos em nenhum
momento qualquer atitude contrária a essa realidade por parte de federações e da confederação,e muito menos por parte dos técnicos, ao contrário do que fizeram os do voleibol.Por tudo isto urge uma mudança radical nas conceituações técnicas do nosso
basquetebol,e não acredito que isso possa vir dos atuais dirigentes, acomodados e
satisfeitos em suas redomas corrompidas pela mesmice lucrativa. A eleição de hoje na
CBB pode ser o inicio de alguma mudança ou a sacramentação do status quo,a definitiva
derrota.