O MONUMENTAL DESPERDICIO.

Mais uma vez vamos às contas.Lápis e papel,ou uma prosaica calculadora de 5 reais de um camelô de nossa cidade.Não precisa de Laptops e Softwares sofisticados,basta um pouco de atenção.Então vamos:Se na pior das hipóteses,e num ritmo normal cada equipe pode ter a posse de bola 2 vezes a cada minuto,em 10 minutos de cada quarto teria 20 oportunidades ofensivas,e num jogo inteiro 80.No sistema adotado pela seleção brasileira,que é o mesmo adotado por quase 100% de nossas equipes,de qualquer categoria e faixas etárias,o armador,o célebre jogador 1,ao iniciar QUALQUER das fantásticas jogadas coreografadas,dá um passe,geralmente para um dos pivôs,fixos ou não,na zona dos três pontos,e corre por trás da defesa adversária,numa trajetória elíptica que o faz ressurgir do outro lado da quadra,ficando afastado do fóco da ação armadora,percorrendo uma distância de aproximadamente 20 metros,que por nossa conta inicial perfazeriam 400 metros de correria no quarto, estando fora de suas funções de”cérebro” da equipe.Se participar de 2 quartos do jogo,correrá 800 metros como preparação física,deixando a armação para os alas e pivôs muito mais bem preparados do que ele,é o que podemos deduzir perante tal desempenho.Se for daqueles maratonistas que jogam a partida inteira terá corrido ao final 1600 metros sem a posse da bola,o que convenhamos seria um recorde digno do Guiness.Façamos as contas agora dos pivôs que ante os mesmos números apresentados para o”cérebro”,percorresse,ida e volta,os aproximados 6 metros de sua posição para a zona dos três pontos,num total de 12 metros para servir de passador ou executar bloqueios que o tiram sistematicamente fora da zona reboteadora.Fazendo as somas teriamos 240 metros por quarto jogado,e se fosse imprescindivel sua participação em 3 quartos seriam 720 metros de desgaste inutil.Aos alas somem-se numeros correlatos,e veremos ao final o quanto de desperdicio e energia é dispendido num sistema anacrônico e absurdo.Nessas contas não foram computados os deslocamentos em velocidades variáveis,da defesa para o ataque ,e vice-versa,e sim aquelas distâncias percorridas em movimentos inúteis e inóquos,mas que são “danados de se ver”de tão bonitos,segundo a ótica dos coreógrafos de plantão.
Uma das funções básicas de qualquer armador é estar presente e ativo em qualquer situação de jogo,pois cabe a ele,por suas qualidades de drible,finta e passe agilizar e municiar os demais jogadores,além de ditar o rítmo e efetuar as mudanças e ajustes necessários às funções ofensivas.Se forem dois os armadores,tais comportamentos técnicos duplicarão de valor,aumentando substancialmente a qualidade dos fundamentos mencionados.Mas claro,se se tratasse de um sistema oposto ao que ora se emprega,um sistema de posse responsável de bola,e não de uma ação que a mantem permanentemente em trânsito,em trajetórias em que ela será da posse de quem chegar primeiro,tornando a ação ofensiva escrava de deslocamentos lateralizados,de longa duração e sem sentido longitudinal,que é o fator a ser buscado por bons,simples e objetivos sistemas.Um efetivo sistema,dentro dos limites dos 24 segundos deve primar pela posibilidade de arremessos entre os 16 e 20 segundos,em ações equilibradas e precisas,destinando-se os 4 segundos restantes ás dificuldades inerentes ante defesas pesadas.É exatamente o oposto do que vemos e constatamos atualmente quando de uma ação armada,pois os contra-ataques não podem ser classificados dessa forma.Mesmo dentro do sistema de passing game,é fato que a presença de dois armadores melhora em muito certas e imutáveis deficiências do mesmo,pois alivia bastante as perigrinações incompetentes dos homens altos na zona dos três pontos.Com os atuais jogadores que possuimos,guardadas certas incoerências,como e principalmente a manutenção de pivôs com massas musculares que entravam seus movimentos,e até raciocínios,em detrimento de outros não selecionados,mas que primam pela elasticidade e velocidade,a adoção de dois armadores jogando e interagindo pelo perímetro,com simultâneo câmbio de posições dos três homens altos no âmago do garrafão,oferecendo permanentemente dois vértices de uma triangulação com um dos armadores,teriamos estabelecidas superioridades númericas em qualquer situação tática,dentro ou fora do garrafão,originando arremessos rapidos e com tempo suficiente para a precisão dos mesmos.Os homens altos,em permanente rodizio dentro do garrafão,estarão sempre aptos a receberem os passes em movimento,ação que anula a possibilidade de interceptação pelo defensor,ainda mais se for do tipo superpesado.Defensivamente,uma formação de homens velozes permitiriam a adoção de atitudes antecipativas e de marcação à frente,inclusive dos pivôs adversários,principalmente se forem os mesmos superpesados
mencionados anteriormente.Um exemplo clássico dessas disposições ofensivas e defensivas nos foi oferecido pela seleção feminina brasileira que se sagrou campeâ mundial na Australia,na qual as pivôs altas,e esguias,tornaram as pesadas adversárias da China e dos Estados Unidos,anuladas ofensiva e,principalmente,defensivamente falando.Infelizmente,na volta ao Brasil nossos experts técnicos massificaram nossas esguias atletas anulando uma conquista,que foi imitada pelas demais equipes nos campeonatos internacionais que se seguiram,inclusive as Olimpíadas.Mas o que vemos,com receio e temor,é a repetição dos mesmos erros que nos vem perseguindo nos últimos 20 anos,só que agora com uma profusão de técnicos,transmissores, laptops, softwares,e com a reluzente,colorida e superstar prancheta.Isso sem mencionar o fato de que,com a desculpa de que formam um grupo homogêneo e afinado,seja o técnico,dito e afirmado por todos como o principal,ter suas instruções interrompidas pelos outros técnicos sem a menor cerimônia,quando suas funções,de assistentes,jamais se permitiriam tais intromissões na hora da verdade.Quero ver,quando as coisas não derem
certo como irão se comportar,e não repetirem a afirmação dita por um deles de que a melhor posição numa comissão é a de assistente,pois quem se arrebenta é o principal. Já diziam os sábios-o peixe morre pela bôca.



Deixe seu comentário