O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 7/10.

Dando continuidade ao artigo anterior,detalhemos alguns aspectos dos arremessos com uma das mãos.Como vimos,o fator primordial para um bom arremesso é o controle direcional da bola,pois força,trajetória e boa coordenação das diversas alavancas envolvidas no processo(pernas,ombros,braços e mão)em nada contribuirão para o sucesso da tentativa se falhar o correto direcionamento à cesta.Também vimos quão importante é o giro inverso da bola ao ser lançada,giro este em torno de um eixo diametral da mesma,que se for mantido o mais paralelamente ao aro da cesta,e o mais equidistante dos bordos externos do mesmo propiciará um direcionamento muito perto da perfeição.Também vimos que,as alavancas mais diretamente responsáveis pelo controle do eixo diametral são aquelas que num movimento simultâneo de pronação longitudianal transfere à superficie da bola os também simultâneos movimentos de aceleração e distribuição das varias forças resultantes das demais alavancas do corpo,e que são as alavancas do pulso e a dos tres dedos centrais da mão impulsionadora.Como o toque final dado à bola vem destes tres dedos,poderemos agora entender o quanto são básicos e importantes na determinação do comportamento da bola durante seu vôo em direção à cesta.Os outros dois dedos,o polegar e o minimo,se comportam como um leme,responsável
pelo controle do eixo diametral que transpassa o centro da bola,e cuja projeção geométrica é controlada pelos mesmos.Nesse ponto,chamemos a colocação da mão impulsionadora de “pegada”,a qual varia de jogador para jogador,cuja maioria absoluta desconhece sua importância,e mesmo sua qualificação.Se o momento final de contato com a bola é exercido pelos dedos centrais da mão,qual deles exerce tal contato?Serão todos? dois? ou um só? No caso de um,nada garantirá que no exato momento do contato final a bola se desvie para uma das laterais do dedo,originando forte desequilibrio e
decorrente desvio de trajetória.Se forem dois,por exemplo,o indicador e o médio,por estar apoiada em dois pontos,a bola sofrerá bem menos desequilibrio final,e por conseguinte menor desvio lateral.Se forem os tres,somente possivel com uma retração do dedo médio,colocando-o na mesma linha dos outros dois dedos,determinando uma forte base tripla,pouco ou quase nehum desvio poderá ocorrer,pois a bola dificilmente penderia para qualquer dos lados.Mas,e os outros dois dedos?Que posição deveriam ocupar no conjunto das tres pegas descritas? Se espalmarmos a mão por sobre a superfície da bola,com o dedo indicador na vertical,teriamos a linha entre o polegar e o minimo paralela ao nivel do aro,que por projeção determinaria o eixo diametral com o mesmo paralelismo.Em contrapartida,poderiam ocorrer os desvios acima descritos,com a bola descaindo para um dos lados do dedo indicador.Agora,façamos uma sutil rotação,de tal maneira que os dedos indicador e central,paralelos entre si,se situem na vertical.Nesse caso,a tendência do polegar e do minimo é a de se situarem
numa perepectiva ligeiramente oblíqua ao nivel do aro,e que se for nivelalada fará com que a aplicação final de força na bola através os dois dedos se situe na lateral
da mesma e não na linha central,ocasionando erros de direcionamento.No caso de tres dedos,a obliquidade da linha entre o polegar e o minimo será ainda maior,anulando o controle do eixo diametral em seu paralelismo ao aro da cesta.Então,o que fazer?
Se dois são os fatores mais importantes para um equilibrado e seguro arremesso,a saber:Que o eixo diametral permaneça ao nivel do aro e equidistante do mesmo,dando à posição dos dedos polegar e mínimo a responsabilidade pelo determinismo dessa posição
e que,no minimo dois dedos sejam aqueles responsáveis pelo ultimo contato com a bola,
poderemos concluir com razoável certeza de que as pegas com dois e tres dedos sejam aquelas que melhor distribuem a força na superficie da bola,assim como reduzem substancialmente os desvios angulares resultantes dos lançamentos,e que a tecnica de espalmar por completo a mão impulsionadora na superficie da bola deva conter algumas adaptações anatômicas,principalmente dos dedos polegar e minimo para se situarem ao nivel do aro, aproximando-os dos demais dedos até o ponto que definam todos os paralelismos possiveis,e também a retração do dedo médio quando a opção for pela pega dos tres dedos.Claro que muito treino,não só posicional,mas de correção constante,até o ponto em que o jogador seja capaz de manobrar os dedos estando seu corpo em qualquer posição espacial,equilibrado ou não,deverá ocorrer,seguido do maior número de repetições possiveis,a fim de dominar com razoável presteza a arte de bem direcionar seus arremessos.Até que esse dia chegue,nenhum jogador poderá ter o desplante de se considerar um especialista,como ocorre entre muitos em nosso país.
Aponte-se um outro fator a ser seriamente considerado,o de que os desvios possiveis aumentam geometricamente,quanto maior for a distancia dos arremessos,e que os mesmos sofrerão um menor impacto,quanto maior for o controle mental exercido pelo jogador
sobre os movimentos de carater fisico-mecânicos daqueles movimentos.Atitudes outras
podem e devem ser classificadas como irresponsáveis e aventureiras.Nosso basquete já
se torna merecedor de mais estudo,dedicação e trabalho.É isso aí.

CATANDO OS PEDAÇOS.

O basquete brasileiro agoniza num longo e inaudível suspiro.As leis esportivas cedem lugar às da justiça comum,aquela que julga,e às vezes pune quem comete crimes comuns, tanto na esfera cível como na criminal.Liminares caçam poderes hoje,liminares retroagem amanhã.E todas elas ferem de morte o grande jogo,aquele que deveria, desde sempre, ser dirigido,ensinado,treinado e praticado pelos verdadeiros esportistas,e não por gangues que cada vez mais se encastelam nas administrações esportivas do país.De repente,até que uma contra-liminar seja exarada por poderes que nunca deveriam sequer serem acionados no âmbito desportivo,vemos um dirigente antagônico à administração destituida,ser indicado como interventor,quando alguém fora das pendências políticas deveria ter sido acionado.Se a decisão jurídica for mantida,por não sei que outros poderes,testemunharemos um outro lado de uma moeda que nunca deveria ter sido lançada aos ares.Com uma direção afastada “in totum”,outra a substitui,e o minimo que se espera é que o mais rápido que lhe for possivel,organize e promova uma eleição voltada aos interesses do basquetebol,e não de um novo grupo.Trocar seis por meia dúzia enterraria de vez do que ainda pouco resta.Três são as vertentes a serem corrigidas:a administrativa,que uma boa e técnica auditoria
prontamente resolveria;a técnica,onde verdadeiros e confiáveis técnicos e professores
discutiriam e apontariam os caminhos a serem percorridos,principalmente num ano de competições fundamentais; a promocional, que embasada por projetos factíveis e objetivos formulados pelos técnicos,teria argumentação sólida e transparente,para consolidar apôios nos fundamentais patrocinios,tanto na esfera das empresas privadas, como nas de economia mixta.Mas se for instalada uma caça às bruxas,com vendetas e outras mesquinharias,nada,nada mesmo será conquistado,pois ódio gera ódio,que é a antítese do que deveria ser estabelecido.Não poderá ser esquecido que a direção ora
afastada mantinha uma maioria de votos federativos,o que garantia sua estrutura,e que esses votos,frutos de benesses e vantagens,deverão ser levados em boa conta,
principalmente no que concerne a um comportamento de pronta aceitação à nova administração,mesmo transitória.Um chamamento nacional deveria ser prioritário,no qual aqueles que realmente conhecem e amam o jogo deveriam ser ouvidos,estudados e acionados para que o soerguimento de nosso basquetebol se torne uma realidade,mesmo que venha a custar um bom tempo de sacrifícios e muito,muito trabalho.Afinal catar os
pedaços e tentar reconstruí-los não é tarefa fácil,mas também não é impossivel.Os grandes de espirito sabem como fazê-lo,e para isto basta acioná-los.Tenho a mais absoluta certeza de que valeria à pena.Creio que é o que nos resta,o saber e a grandeza dos verdadeiros desportistas.

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 6/10.

Que o ato de arremessar uma bola à cesta com precisão,exige de seu executante um bom número de habilidades,onde se destaca uma em particular,o controle direcional.Desde sempre,o ensino dos diversos tipos de arremessos sempre se pautou basicamente nas mecânicas do movimento,que em muitos métodos e escolas,mais se ligavam aos estilos conceituais,quase sempre de fundamentação estética.Em outras palavras,o ponto forte da aprendizagem era mais centrada no estilo e na estética gestual do arremesso,em vez do efetivo conhecimento e decorrente tentativa de controle sobre o objeto a ser lançado,a coadjuvante bola.Uma esfera quase perfeita,extremamente nervosa por sua constituição físico-elástica, com um centro de gravidade dificil de ser controlado pelo seu grande volume,e que mesmo sendo das mais lentas as suas respostas em vôo quando comparadas com as de outros desportos,mantêm seus comportamentos no mais completo desconhecimento pela maioria de nossos jogadores,principalmente aqueles que se consideram “mestres”na grande arte dos arremessos,sejam curtos,medios ou longos.Imaginem o maior daqueles foguetes da NASA,o Titan por exemplo,que ao se desprender da torre de lançamento,detonando todo o seu poder de ascenção,sofre uma pane no menor de seus instrumentos,o giroscópio,que é aquele que em termos finais mantem o leviatã na direção correta,e que privado de seu direcionamento simplesmente aborta sua missão.Força,potência,volume descomunal,carga preciosa,anos e anos de pesquisas e trabalho deixam de ter importância pela falha de um aparelhinho que direciona tudo aquilo.No arremesso de basquete ocorre o mesmo,pois de nada valem o estilo e a estética,assim como as mecânicas corporais envolvidas no processo,se o controle direcional da bola vier a ser falho.Façamos um pequeno teste explicativo,de acordo? Então fechemos os olhos e imaginemos um aro de cesta,a bola em uma de nossas mãos,pronta para ser arremessada.Executemos o lançamento e ao mesmo tempo observemos que no momento que a bola abandona a mão ela se encontra girando para trás(o famoso back spin),e que esse giro se situa em torno de um dos eixos diametrais da mesma,e que se mantêm até o seu objetivo,a cesta.Muito bem,agora,dando continuidade à observação,construamos uma bem definida imagem,a saber:Que esse eixo diametral esteja
o mais paralelo possivel ao nível do aro da cesta,e o mais equidistante também possivel de seus bordos externos.Qual então a decorrência dessa imagem? Recordem,e se quiserem repitam a visualização,e então concordem(espero que sim…)que naquela situação fisica a bola encontrará seu direcionamento perfeito,fator colimador básico para que os outros comportamentos,força,trajetória e sinergias musculares determinem o sucesso da tentativa,e o insucesso pelo desvio,mesmo ínfimo,de seu direcionamento.
Esse conhecimento,derruba aqueles conceitos baseados nos estilos e na estética,dando lugar a movimentos antagônicos aos mesmos.Aquele jogador,que no jargão do basquete,arremessa “caindo do cavalo”,pode ser muito bem sucedido de tiver desenvolvido um grande e poderoso senso de direção em sua mão impulsionadora,
independendo ou não de se encontrar em equilibrio instável.Com o controle sobre o eixo diametral,até os arremessos de tabela podem ser controlados eficientemente,assim
como aqueles em que a bola ao tocar a ponta frontal do aro revertem na cesta,isso mesmo,revertem,pois se estão imbuidos de um giro inverso ao encontrarem um obstáculo, o aro,invertem sua rotação,já que uma força num sentido gera outra em sentido contrário de igual intensidade,deixarão de ser criticados por muitos que o consideram um erro.Finalmente,chegamos a um instigante impasse,como controlar o poderoso eixo diametral da bola? Dou 3 pistas,e deixo o restante da análise para o próximo artigo:
1- As menores alavancas,a do pulso e a dos dedos,que ao fletirem longitudinalmente à bola imprimem na mesma a rotação inversa,que nada mais é do que o processo de aceleração,necessário à uma transferência progressiva de força,e que determina o eixo em questão. 2- As duas funções básicas dos dedos da mão impulsionadora,onde o polegar
e o mínimo determinam o posicionamento do eixo e seu alinhamento ao nivel do aro,e os
outro 3 dedos,responsáveis pela aplicação da força progressiva,responsável pelo giro inverso da bola em torno do mencionado eixo. 3- O toque final na bola,executado por um,dois ou os tres dedos centrais da mão impulsionadora.As várias combinações posicionais dos cinco dedos constituem o determinismo e consequente comportamento do eixo diametral no trajeto da bola à cesta,mas isso é outra história.Treinem,estudem
e pesquisem em si mesmos as possibilidades descritas acima,e é bem plausível que não necessitem esperar o próximo artigo para obterem as respostas.Boa sorte.

MALFADADOS TÓPICOS.

-O que é que voces querem? P.Q.P….!- Está tudo uma M….!- Vão continuar jogando dessa forma? P…,C….!E por ai vão as instruções dadas por professores adultos e experientes,e tudo em rede nacional,para a audiência diurna de milhares de jovens das classes média e alta,já que em transmissões à cabo.Imagino a quantos milhares a mais se fossem efetuadas em rede aberta.Uma lástima,uma aberração.E o pior de tudo,
com a conivência de narrador e comentarista, para os quais se tratavam de atitudes normais em competições daquele nivel,no calor das disputas.Quer dizer que todos os técnicos estão autorizados a emitirem tantos palavrões quanto pensem ser necessários
em suas lastimáveis intervenções? Alguns cercados de até 4 microfones? Onde pensam que estão todos,técnicos e comunicadores,nessa aceitação passiva,comprometedora e abusiva perante a sociedade brasileira,principalmente quanto aos jovens?Será essa a
mensagem educativa e formadora de cidadãos que deva ser implementada no seio dessa
infeliz juventude? Que vergonha,que sem-vergonhas! Deviam se xingar ao espelho,pelo fracasso em suas missões,já que o pífio basquetebol que apresentam bem espelham e justificam o baixíssimo nível a que chegamos.Esse pentagonal prestou um enorme serviço àqueles que gostam do jogo,pois tiveram a oportunidade de aquilatarem na presença televisiva de 5 equipes o quanto de mediocridade estratificada se apoderou de nosso basquete,e digo 5 equipes porque a CBB alijou da publicidade a equipe carioca,aquela que ousou competir pela NLB,sob a batuta do jogador que enfrentou o grego melhor que um presente,e que por isso mesmo se viu privada de transmissão de um jogo sequer,a não ser um pequeno take da confusão que se meteu em um dos jogos,e nada mais.Mas a equipe gaúcha também joga na NLB,pois não? Sim ,é verdade,mas não tem em seu comando um desafeto da CBB do calibre do dirigente da equipe carioca.Um outro tópico mais do que interessante é o referente aos árbitros,que segundo os comentários abalizados da TV são dos melhores do mundo e que arbitram com imparcialidade e justos critérios. Mas permitem que muitos jogadores executem os lance-livres envoltos em gestuais e pseudo-concentrações,diria até rituais,que em média ultrapassam os 9 segundos,quando a regra somente permitem 5 segundos para executá-los,a contar quando da entrega da bola por um dos juízes.Alguns chegam a irritar por maneirismos muito bem ensaiados visando o enfoque televisivo.Geralmente são aqueles repletos de tatuagens,penteados africanos e penduricalhos promocionais,pois segundos na midia custam muito caro. Permitem que técnicos invadam sistematicamente a quadra no transcorrer do jogo com seus gestuais ridículos,porém impressionáveis,muitas vezes sublevando as torcidas contra as arbitragens.Transformaram os 3 segundos em armas de compensação a um engano
ou injustiça cometida contra uma das equipes, quando na realidade todos os nossos pivôs,vítimas de seus crônicos imobilismos,permanecem dentro dos garrafões ofensivos muito mais do que os 3 segundos permitidos.Admitem reclamações extemporâneas de jogadores,quando na realidade nem os capitães as podem fazer.Permitem acintosamente a interrupção da trajetória da bola no drible,numa ação que somente beneficia a finta
ilegal de muitos jogadores.Mas são enérgicos para exigirem as camisetas dentro dos calções,que afinal parece ser o aspecto mais importante do jogo,para eles.Finalmente,
apresenta o ginasio da propalada”capital brasileira do basquetebol”às moscas,somente
recebendo boa platéia quando dos jogos da equipe da cidade,numa demonstração de que
nem mesmo na “capital” o público se sente incentivado a prestigiar o torneio,não fosse ele,segundo os comentaristas,o público que mais entende de basquete no país.
Tenho minhas sérias dúvidas.Mas faltou um último tópico,o técnico,que posso resumir
parafrazeando um dos técnicos de nossa seleção em uma de suas intervenções num tempo pedido-“vocês resolveram deflagrar a artilharia dos 3”? Creio que todas as equipes a deflagraram,e com resultados simplesmente risíveis.Decididamente desaprendemos a jogar basquetebol,e muito temo por nossa participação no mundial,pois vivemos dias em que até jogadores americanos,célebres por suas atitudes disciplinadas,se sentem à vontade para interromper nossos técnicos em suas instruções,não sei em que idioma,mas
que nos faz pensar que algo foi perdido entre nos,o bom senso.

BENVINDA AREJADA.

E Rio Claro levou a classificação para o hexagonal.Merecida e inovadora.Não que tenha inventado algo de especial,mas sim,que tenha trazido à tona uma forma de jogar que parecia ter sido esquecida pelos nossos luminares técnicos.Corajosamente se utilizou de dois armadores puros, não tão altos, dois alas muito velozes e razoavelmente hábeis,e um pivô forte,sem ser lento.Com um time veloz,e muito bem armado por dois excelentes jogadores,pode pressionar o adversário com uma defesa agressiva e sempre próxima ao homem da bola, e efetuar ataques incisivos na zona dos 2 pontos, sem esquecer os de 3 quando podiam ser efetuados com equilibrio e tempo hábil.Se tivessem marcado permanentemente o pivô adversário, muito bom aliás, pela frente, já que a marcação do homem da bola em muito prejudicava seus passes, teriam vencido com mais folga. Com mais treino poderá vencer essa etapa defensiva, o que tornará a equipe verdadeiramente competitiva.E a melhor das conquistas,seu técnico somente utilizou a prancheta em dois pedidos de tempo, mais por hábito do que necessidade,provando ser possivel e desejável o diálogo olho no olho, e não através rabiscos desconexos e initeligíveis. Um decisivo comportamento poderia ser agregado para uma melhoria geral, a obrigatoriedade de que em qualquer reposição de bola a mesma teria de ser feita exclusivamente pelos armadores, propiciando dessa maneira duas atitudes altamente produtivas:Nos fundo-bolas após uma cesta os armadores poderiam evoluir juntos para a zona ofensiva, combinando entre si as melhores jogadas a serem desenvolvidas,enterrando de vez os sinais e polegares, punhos,e chifres,pois temos jogadas agora de”duplo chifre”,se não bastasse um.Segundo,liberaria os homens altos dessa tarefa,fazendo com que os mesmos fossem para o ataque num ritmo normal,e não em sprints nas tentativas de ultrapassarem seus armadores.Economizariam energia para quando fosse necessária.E o mais importante,nas reposições ofensivas a qualidade dos passes estaria garantida,assim como estratégicos posicionamentos dos homens altos ficariam preservados. Pequenos ajustamentos, porém de enorme e efetivo alcance. Finalmente um reparo da mais absoluta importância. Seus armadores, habilíssimos dribladores, passadores e finalizadores de curta distância,em momento algum se utilizaram da parada da bola no drible para efeito de finta,ao contrário do armador adversário que se utiliza permanentemente dessa má conduta técnica,com a permissão das arbitragens, fato que só vem a prejudicá-lo em sua evolução como jogador. Interromper a trajetória da bola durante o drible é infração às regras do jogo,e se por um lado beneficia o executante em fintas ilegais,por outro reduz drásticamnte sua performance técnica. Vamos aguardar o hexagonal,para testemunharmos se realmente essa equipe dará continuidade ao bom trabalho executado por seu técnico,pois se assim for,teremos a oportunidade de mudarmos um pouco a mediocridade que se instalou em nosso basquete,por obra e graça da turma dos estrategistas.Que as pranchetas lhes sejam pesadas.Amén.

UM FIO DE ESPERANÇA.

Na reta final desse tumultuado Campeonato Nacional,constatamos com um fio de esperança uma tímida mudança tático-ofensiva em,até agora,tres equipes,duas das quais já avançaram para o hexagonal semi-final.Uma outra,o Uberlândia ficou pelo caminho punida pela ausente vontade defensiva de seus integrantes,apesar da mudança ofensiva que aponto como altamente benéfica ao nosso basquetebol,a utilização efetiva de dois armadores em seus sistemas profundamente arraigados no passing game.A simples presença de dois especialistas nos dribles,fintas e passes,por si só melhoraram,e muito,a qualidade ofensiva de suas equipes,mesmo,repito,engessadas pelo terrivel PG.Ribeirão Preto,e principalmente Rio Claro,demonstram o acerto da mudança,que seria muito mais efetiva se os armadores atuassem mais juntos e sempre fora do perimetro,evitando a vinda de um dos homens altos para esse setor a fim de efetuar corta-luzes,retirando-o do setor interno,onde sua eficiência,principalmente nos rebotes é fundamental.As equipes ganharam em velocidade e efetiva posse de bola,onde os armadores evoluindo em dribles,fintas,passes curtos e incisivos, propiciavam aos homens altos mais proximos a cesta condições efetivas de pontos,e retomadas de bolas,assim como recuperou-se os já quase esquecidos arremessos de 2 pontos,mais seguros e com maiores possibilidades de acerto quando comparados estatisticamente com os de 3 pontos.Estes,tornaram-se mais efetivos por serem executados por aqueles que realmente são especializados,e pouco vimos os pivôs se aventurarem no mesmo como até bem pouco tempo.Essa tendência,reafirmo,tímida,ficou bem acentuada no jogo de hoje entre o Paulistano,arraigado ao sistema vigente,e o Rio Claro,que optando por uma equipe mais leve,com dois armadores puros,dois alas ágeis e velozes,e um pivô com boa mobilidade,apesar do fisico avantajado,evoluiu e envolveu seu adversário com um jogo incisivo e baseado no drible inteligente e nos passes curtos e seguros.Mas como a formação estratificada de um armador dois alas e dois pivôs(alcunhados de 4 e 5)ainda
se mantêm em função de um repertório imutável de jogadas,as quais denomino de coreografias,o outro armador,na disposição inicial de um ala,torna a distância entre os mesmos muito grande,forçando o primeiro a efetuar o passe mais absurdo do jogo,o passe paralelo à linha final,indefensável se interceptado,além de retardar a ajuda permanente ao colega quando de uma dobra defensiva.Essa grande distância ainda retira dois dois as possibilidades de ações de envolvimento defensivo,tais como corta-luzes
e dá e segues entre os mesmos,estabelecendo supremacia numérica em qualquer ponto do perimetro.Essas ações,quando completadas por um dos homens altos dentro do perimetro
são as armas mais eficientes para a consecução de arremessos e finalizações curtas com um minimo de passes e um máximo de eficiência.O jogo interno,propicia com certeza
as melhores oportunidades de arremessos de 3 pontos,com tempo suficiente para serem executados com equilibrio e pouca anteposição defensiva,pois os especialistas receberão os passes de dentro para fora do perimetro,com grandes chances de encontrar os defensores preocupados comos bloqueios dentro do garrafão.Se a opção determinante de voltarmos a utilizar dois armadores se tornar abrangente,se fará necessário o abandono total das firulas estratégicas que nos tem estrangulado nos últimos 20 anos,onde jogadas “punho”,”polegar”,”coc disso e coc daquilo”,somadas a sinais sobre a cabeça,ombros e outros,darão lugar a um trabalho conjunto de aparentes e dicotômicos setores,estabelecidos pelos armadores fora do perimetro e os outros 3 homens dentro do mesmo,onde a junção e participação se fará presente nas infinitas
possibilidades auferidas pelos dribles,fintas ,passes,corta-luzes,dá e segues,
arremessos curtos e de 3 pontos,retomadas e bloqueios,os fundamentos enfim,que de tão esquecidos se tornaram folclóricos para muitos de nossos craques.A retomada do jogo interno com deslocamentos permanentes dos homens altos,através trocas de posição e permanente anteposição ao sentido da bola,permitirá a recepção de passes em movimento
obrigando os deslocamentos defensivos,chave mestra na criação dos espaços necessários
a uma boa e efetiva ação ofensiva. Esses 3 homens em constante movimentação,
alimentados por dois ágeis e técnicos armadores,darão a qualquer equipe que adotar
o sistema um permanente repertório de jogadas,que se amoldarão aos mais variados comportamentos defensivos,observados antes ou durante o jogo.Mas para tanto,será necessário que nossos técnicos abram mão de suas pranchetas pseudo-mágicas,e se lancem de corpo e alma na análise um jogo possuidor de uma característica ùnica entre os jogos,a de que definições ofensivas e defensivas são determinadas pela proximidade eminentemente física,onde o contato dos corpos mais se fazem presentes,e que os mesmos têm de estar e serem preparados para o embate inteligente,imprevisível,e por isso mesmo extremamente complexo.Nenhuma prancheta e seus rabiscos jamais poderá se aproximar da realidade de dentro de uma quadra,mas as inteligências inseridas dentro e fora da mesma,estas sim,determinarão o sucesso ou insucesso de uma equipe.Manter uma equipe em constante movimento,com posse efetiva da bola,agindo em uníssono,mas respeitando as individualidades nos momentos de decisão,são fatores definidores de um grupo treinado e coêso em torno dos fundamentos,do auto-conhecimento,e do apôio
tático e estratégico dado por seu técnico,nos aspectos ofensivos e defensivos.As mudanças,como afirmei,tímidas,que se fazem agora presentes em algumas de nossas equipes,nos dá esperança de melhoras,principalmente tão próximos que estamos de uma competição básica para nossas pretensões futuras,o Campeonato Mundial,classificatório para as Olimpíadas.Torço para que mudemos para melhor,pois já se faz tardia tal
modificação em nosso combalido basquetebol.

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 5/10.

O que venha a ser uma finta,para que,e quando executá-la.De princípio deve estabelecer e compreender algumas particularidades inerentes às fintas,com e sem a posse da bola.Em ambas,os principios que descrevemos no primeiro artigo dessa série-O Equilibrio-se tornam fundamentais.Recordando o principal deles,que define a finta como a arte de sobrepujar o adversário sob,ou estando em equilibrio instável,podemos estabelecer de pronto uma regra,simples,porém decisiva-Ao mudar de direção,girar em torno de si ou do adversário,regatear,oscilar,manear,ou alterar gradual,repentina ou sequencialmente sua velocidade de deslocamento,estando o mais permanentemente possivel em equilibrio instável,você se colocará também permanentemente um tempo a frente de seu marcador,fator que definirá o sucesso ou insucesso de sua tentativa em fintar-.Essa relação tempo-espaço,por ser crítica,só se definirá sob o maior ou menor dominio que você venha a desenvolver sobre seu centro de gravidade,projetando-o por sobre um dos limites da área ocupada por você na quadra,de tal forma que qualquer das atitudes acima descritas possam ser utilizadas um instante a frente de seu marcador,destinando ao mesmo uma contra-reação,jamais antecipativa.Essa é a chave dos bons fintadores,estabelecer o controle de suas ações ofensivas de fintas o mais próximo possível do adversário,e estando em equilibrio instável pelo mais longo tempo
que possa suportar.FINTAS SEM A BOLA-Armadores,alas e pivôs se utilizam das mesmas fintas sem a bola,ou sejam:Mudanças bruscas de direção;Rotação em torno do marcador;Alteração rítmica nos deslocamentos lineares ou elípticos.Em todas elas,a
proximidade ao corpo do marcador no momento da ação é o fator predominante,estando
em equilíbrio instável.FINTAS COM A BOLA-Os mesmos comportamentos das fintas sem a bola,mas com dois decisivos novos itens,a concomitante proteção à bola,e a necessidade premente para a obtenção de espaço suficiente para a passagem simultânea
atacante-bola pelo marcador.Em outras palavras,trata-se da criação de espaço onde ele
praticamente não existe,principalmente nas trocas de direção.Se as execuções dessas trocas forem efetuadas em equilibrio estável,o marcador ganhará um tempo a mais para sua atuação defensiva,já que antecipativa,pois o atacante em equilibrio estável terá
de se situar em instável para executar a finta,ofertando o tempo necessário ao defensor.Todos esses comportamentos se situam em frações de segundo,daí a formidável
importância do controle do centro de gravidade.Mais uma vez voltando ao primeiro artigo da série,proponho um novo exercício situado por sobre a experiência que encerra o mesmo:Na posição de equilibrio estável,percorra com o fio de prumo toda a extensão da área ocupada e delimitada pelos seus pés,entrando e saindo da mesma,parando em equilibrio instável,lentamente,de olhos abertos e fechados,mas agregando algo novo,uma bola sendo driblada,e aos poucos vá descobrindo o que pode ser realizado sob o dominio de seu CG.Vale à pena tentar,e principalmente descobrir
a arte da finta.No entanto,em momento algum durante o drible,impulsione ou recepcione
a bola dominando-a abaixo de seu hemisfério superior, não interrompendo sua livre
trajetória,no que seria a infração de 2 dribles,já que por um curto,porém decisivo
momento a mesma seria obstruida.Outrossim,o manejo permanente sobre o hemisfério
superior da bola,dará condições à mão impulsionadora de poder exercer um domínio
chave no ato de driblar,o controle,por projeção, de seu centro de gravidade,que em conjunção ao controle do CG em seu corpo completará e exequibilizará a ação de finta.
As dificuldades na coordenação de dois movimentos díspares entre si,ao terem em comum
a necessidade de serem controlados através o dominio de seus CG’s,desafiará sua habilidade e perseverança,num exercício contínuo de dedicação e descobertas.Mãos à
obra,e bons treinos.

QUEM NÃO MARCA,LEVA!

Segunda partida entre Uberlândia e Ribeirão Prêto,na casa do primeiro.Assisto com grande interesse a uma honesta tentativa de quebra de padrão à mesmice reinante.A equipe de Uberlândia joga uma partida com dois armadores bem definidos,executando as armações com uma efetiva posse de bola,em ações dribladas e com passes incisivos no miolo do garrafão,o que ocasiona uma indesejada,mas necessária rotatividade dos homens altos do adversário,pelo grande número de faltas cometidas.Como consequência imediata a essas ações,os arremessos de 2 pontos sobressaem,assim como os de 3 pontos podem ser realizados da forma correta, ou seja, como opções, e não como preferenciais.Ribeirão Prêto,utilizando seu jogo baseado no passing game,consegue se
manter dentro do jogo,principalmente através uma particularidade,ou seja,seu adversário simplesmemte se recusa a marcar.Inadmissível uma equipe sofrer 45 pontos em arremessos de 3 pontos,principalmente da zona morta,que é o destino final de qualquer passe,seja o sistema de jogo que for,sob qualquer tipo de defesa empregado.É uma zona da quadra cujo único referencial do arremessador se restrige a um aro solto no espaço,cuja profundidade se perde,se muito,por entre os assistentes do jogo.É o tipo de lançamento cujos percentuais despencam em proporção direta ao tempo que o
arremessador tem para executá-lo.E foi daquela região que a equipe da casa viu suas
pretensões à vitoria se esvairem.Com um ataque bem elaborado,mas uma defesa pífia,e
até certo ponto comprometedora,vide a experiência de seus jogadores,Uberlândia parte
para a casa do adversário com a dificil tarefa de não mais poder perder.E tudo isso
por obra e arte de um principio imutável ao jogo-Quem não marca,leva!-Conto uma historinha-Anos setenta,penúltima rodada do campeonato juvenil carioca,jogo definindo
o terceiro lugar,um FlaxFlu dos bons tempos,e na Gávea.Dirijo o Flamengo,e o glorioso
Orlando Gleck o Fluminense.Nesta equipe o cestinha do campeonato,Zezé,dono de um dos
mais perfeitos arremessos de longa distância que conheci,numa época em que não existia os 3 pontos.Tarefa primordial,deter o Zezé.Passei toda a semana treinando os
meus homens altos,o Evaristo “Sapatão” em particular,nas técnicas do bloqueio do Volibol,e para tanto pedi ajuda do técnico Paulo Matta na empreitada.Em suma,tentamos
fazer com que os pivôs pudessem transformar velocidade horizontal em vertical quando
partissem de encontro ao arremessador,de tal forma que não o atingissem com o corpo,e
pudessem saltar o mais proximo possivel dele com os braços na posição a mais vertical possivel,forçando-o a alterar sua trajetoria de arremesso.No dia do jogo a instrução básica se fundamentava numa característica do Zezé-Ele ao driblar para a esquerda se colocava em posição de tiro,e somente para o tiro,já que naquela situação não passava a bola,concentrado que se punha para o arremesso,e somente o arremesso.Treinei e instruí seus possiveis marcadores,Moisés e Walter,para somente dar a saida de drible para a esquerda,fazendo com que o Zezé se situasse exclusivamente para o tiro,ao mesmo tempo que instruia o Evaristo,com seus 2,05m de altura a se lançar de encontro a ele com a técnica que treinamos exaustivamente.Resultado? O Zezé fez 5 pontos,3 de lance-livre,e teve 4 bolas que nem chegaram a atingir o aro da cesta.Vencemos o jogo com folga,e provamos que podiamos”parar” o grande Zezé.Concluíndo a lição que aprendi ensinando 30 anos atrás-Nunca devemos bloquear fisicamente um arremesso,devemos isto sim,alterar das formas possiveis e bem treinadas a trajetoria desse arremesso,pois estaremos modificando,e por conseguinte retirando de seu executante o fator de sucesso do mesmo,sua trajetoria habitual.E quando um hábito é alterado,custa muito se adaptar a outro,sendo muitas vezes impossível.Que a equipe de Uberlândia possa mudar seu comportamento defensivo,para que todos nos possamos testemunhar bons e equilibrados jogos,em sua tentativa de fugir dos grilhões do sistema alienígena que implantaram em nosso basquetebol.E que o técnico de Ribeirão,que também dirige a Seleção Brasileira atente para o fato inconteste de que se não mudar o atual sistema implantado entre nos,teremos seríssimos problemas para a classificação olímpica. Nenhuma equipe dará os espaços que nos acostumamos a encontrar em nossos campeonatos, para,segundo suas proprias palavras executar-“a artilharia de 3 pontos”.Torçamos então.