A ARTE DE ENGANAR

Uma notícia postada no Databasket de ontem(27/10), advinda da Comissão Técnica Executiva dos Clubes-CNB 06/07, e com hora de sua expedição(09:47 h), comunica que no próximo dia 30/10,na Sala de Conferências do Esporte Clube Pinheiros em São Paulo, será realizada uma reunião com as equipes que participarão do Campeonato Nacional, para a qual estão convidados os 14 técnicos e respectivas comissões técnicas das mesmas, assim como todos os profissionais envolvidos com basquete no país. O encontro se iniciará às 10:00 com uma palestra sobre arbitragem com Geraldo Fontana. Pausa para almoço às 13:00, e reinicio às 14:30 com um discurso(?) do Professor Alberto Bial sobre a união dos técnicos com término às 18:00 horas! A nota segue com assuntos que estarão em pauta, assim como expectativas e sugestões esperadas no evento. Vale à pena ler tal documento, que prima em seu convite aos profissionais envolvidos com basquete no país, com um prazo de 3 dias para se deslocarem até São Paulo, prazo este exíguo até para àqueles incautos residentes em estados limítrofes a SP, quiçá para os demais nesse país de dimensões continentais. Mas o que impressiona de verdade é a pauta de sugestões a serem discutidas, inacreditáveis em seus teores voltados a interesses que raiam o absurdo, e que lá estão. Cito algumas: “Tentativa de padronização na conduta de quadra e ética entre todos os técnicos”. Se não bastasse a imposição de padronização no sistema de jogo, tentada, divulgada e sedimentada nos últimos vinte anos, e que nos levou ao fundo do poço técnico-tático
em que nos encontramos, querem estabelecer uma padronização de conduta de quadra! Incrível a presunção dessa gente, e que ainda vem falar em ética entre todos os técnicos. Ética é o respeito ao livre arbítrio, ao livre pensamento, à dualidade, ao exercício da criatividade, antítese do pacote técnico-tático criminoso e colonizado, a serviço de culturas que nada têm com a nossa realidade. Mais adiante um paradoxo: “Padronizar e combinar para que todas as equipes defendam do lado do próprio banco no segundo tempo de jogo, ao invés de seguir recomendação da FIBA para que os bancos sejam trocados”. Está lá escrito, mas não mencionam o porque de tal padronização. Simplesmente querem manter o controle total e abusivo sobre a movimentação defensiva de seus jogadores,”padronizando” o ridículo balé ao lado da quadra, como se fosse tal intervenção a chave para a performance vencedora de suas equipes. Estudar, adequar, treinar exaustivamente suas defesas é que deveria ser incentivado no comportamento de todos os técnicos, e não se renderem à síndrome da luz vermelha, aquela que estabelece estar uma câmera de TV em funcionamento. Finalmente, abordarão a Associação de Técnicos APROBAS. Sugerem a filiação de todos os técnicos que queiram seguir carreira, independente da categoria que queira dirigir(Ué, não poderão fazê-lo se não se filiarem?…), e que seja feito um rank(?) para melhor podermos trabalhar nossos atletas e futuro da modalidade.Comunicam que em dezembro haverá uma nova eleição na APROBAS e ficou sugerido que o novo presidente possa reativar a Associação visando dar maior importância a encontros, fóruns e eventos envolvendo o basquete. Somente omitem o fato de que seu atual presidente é o recordista de clinicas para técnicos patrocinadas pela CBB nas federações que compõem seus votos vencedores, e técnico de seleções brasileiras de base, e por conseguinte, sem tempo para se submeter às exigências de um presidente de associação representativa de classe. Lamentável agenda, sob todo e qualquer aspecto que se queira analisar como de real interesse para os técnicos espalhados por esse imenso país, a não ser para aqueles poucos, porém bem ancorados nas atrativas e atraentes tetas da CBB. Quanto ao prometido “Link dos técnicos na página da CBB e/ou APROBAS para nele serem discutidos e divulgados eventos, palestras, clinicas e artigos escritos e postados por todos os interessados”, creio ser dispensável, e até indesejável, pois temos em nosso país excelentes páginas na internet que deram, dão e darão banhos memoráveis a qualquer canhestra tentativa de concorrência estabelecida por uma entidade desprovida da mais primária das qualidades, a confiabilidade. Ao término da nota um lembrete elucidativo:”Convidados, informar na Portaria do EC Pinheiros que irão participar da reunião técnica da comissão executiva de clubes, favor irem ao evento portando documento de identidade que será exigido na entrada do clube”. Creio que não é preciso dizer mais nada, a não ser, INACREDITÁVEL!

QUARTO CRESCENTE

Sentado na varanda, uma suave brisa refrescando a noite quente, e por entre nuvens emergindo uma lua em quarto crescente, antevendo a bela imagem, quando cheia, para daqui a alguns dias.
Sem querer, traço um paralelo com o nosso querido basquete, em quarto minguante a longo tempo,tempo demais, nos privando, ao menos, de um quarto crescente. Mas, uns pequenos acontecimentos nos trás algumas esperanças, como, e pela primeira vez em muitos anos, a participação menor de equipes paulistas para o campeonato nacional, somente três, em contrapartida com os quatro participantes cariocas. São Paulo, de a muito é a base política da CBB, e quando da criação da NLB foram seus clubes, em grande número, o estéio da liga. Mas aos poucos, foram os mais influentes e melhor patrocinados,se bandeando para as hostes cebebianas, e tiveram o desgosto de verem o campeonato passado terminar sem vencedores, fator que desmontou a estrutura do mais bem patrocinado deles. Com as barbas de molho, a maioria dos clubes paulistas preferiu a competição regional, deixando de lado a nacional. Este acontecimento marcante, demonstra que o apôio maciço de antes começa a fraquejar para os lados da CBB, e que para as próximas eleições muitas concessões deverão fazer parte do ról de exigências para que a CBB mantenha o apôio estratégico dos paulistas. Se estes resolverem mudar o status quo
vigente no nosso basquetebol, apoiando uma mudança na CBB, sem dúvida alguma arrastarão em suas pegadas outras federações, principalmente aquelas sempre ávidas de estarem ao lado dos donos das chaves dos cofres. Juntando-se às nove federações que votaram contra a atual administração da CBB nas eleições passadas, um movimento liderado pelos clubes paulistas fazendo chegar à direção de sua federação uma liderança contrária ao que aí está, sem dúvida nenhuma novos rumos poderão ocorrer no seio da CBB, oportunizando uma administração que nos soerga do fundo do poço em que nos encontramos. Esta é a única solução que antevejo para a resolução do retrógrado estágio em que se encontra o basquetebol brasileiro, a ascenção democrática de novos lideres no comando da CBB nas próximas eleições. Federações opositoras,
entre as quais a do Rio de Janeiro, vem demonstrando vitalidade e novos rumos em seus campeonatos e em suas administrações, provando ser possivel trilharmos caminhos menos dolorosos do que os que viemos trilhando nos últimos vinte anos. Torna-se de capital importância a substituição dos atuais dirigentes, fracos e altamente incompetentes, porém fortes
politicamente, pela distribuição de benesses por federações e seus apaniguados dirigentes, assim
como junto a políticos travestidos de desportistas, interessados em projeção às custas do grande jogo. Esse é, repito, o único caminho a ser trilhado, a tomada da CBB pelo voto, pelos trâmites legais, o que denota imenso trabalho e planejamento, sem garantias de sucesso, mas que sempre valerá à pena ser acalentado, sonhado, e por que não? Alcançado. Mas enquanto esse ansiado
dia não chega, um outro movimento poderia, e deveria ser desencadeado, com extremada urgência, a organização das associações regionais de técnicos, que culminaria para mais adiante, na associação nacional, fator determinante para o progresso técnico de nossos jogadores e de nossas equipes, em todas as divisões, principalmente às de formação, que são a base crítica onde se fundamenta a divisão principal, e as seleções nacionais. Se essa unidade não for alcançada, de nada adiantarão novos dirigentes, novas concepções administrativas, pois no fim das contas quem prepara jogadores e equipes são os técnicos, e não os dirigentes, gostem ou não dessa insofismável verdade.

JÁ VÍ ESSE FILME…

Passadas as emoções dos mundiais, volto à realidade do nosso basquete. Pela TV assisto ao jogo das equipes invíctas do campeonato paulista, considerado o melhor do país, entre Franca e Limeira. Escolho uma boa poltrona, um café bem quente, e estou pronto para o espetáculo.De saída um tremendo passeio de Limeira ante uma inexistente defesa de Franca.Um primeiro quarto em que só uma equipe atuou.Dai para diante as situações de jogo primaram pelo equilibrio, com diferenças nunca superiores a 10 pontos. No entanto, ambas as equipes primavam em um aspecto, os contundentes erros nos fundamentos. Atuando com idênticos sistemas de jogo, até nos sinais que os armadores usavam para definir as jogadas, como espelhos frontais, somente uma ou outra tentativa esporádica de utilização de defesas, ora individual, ora por zona, alteravam um pouco a mesmice tática na quadra. Numa situação de tal similitude tática, somente aqueles poucos jogadores que se encontrassem em melhor momento físico, seriam capazes de buscar resultados benéficos à sua equipe. E esse pormenor é que fez a diferença, para pior, pelos seguidos e constrangedores erros de fundamentos que cometeram assiduamente. Muitos foram cometidos, sendo que alguns deles primários, à saber: Armadores
contra-atacando pelas laterais da quadra; armadores executando sistematicamente o passe paralelo à linha final, inclusive em progressão à cesta(um passe desses retirou da equipe de Limeira a possibilidade de vitória ao final do tempo normal de jogo, assim como num momento crucial da prorrogação) ; alas trombando com a bola em tentativas de penetração driblando em
direção à cesta ; arremessos precipitados e desequilibrados da zona dos três pontos, numa quantidade inimaginável, executados por armadores, alas, e até pivôs! ; posicionamentos defensivos absolutamente equivocados, principalmente pelos alas; ausência absoluta de posicionamento defensivo à frente, na marcação dos pivôs; quando acionados ofensivamente, os
pivôs agiam solitariamente, ficando seus companheiros estáticos, somente observando sua ação;
o total desconhecimento dos jogadores no posicionamento corporal nos corta-luzes ; o total
desconhecimento dos posicionamentos corporais nos rebotes, defensivos e ofensivos. Enfim, um
corolário de erros dos fundamentos básicos do jogo, cometidos ano após ano, numa repetição
monocórdica lamentável. E se não bastasse tal panorama, fomos todos brindados com algo que vem se tornando corriqueiro entre nós, as mudanças comportamentais dos sempre disciplinados
jogadores americanos, quando em seu país, e que aqui começam a adquirir o hábito tupiniquim
de se insurgirem ostensivamente contra atitudes e decisões de alguns técnicos, useiros e veseiros
em discutirem e até xingarem seus jogadores, numa demonstração nada educativa para os jovens que assistem os jogos. A desculpa é que na divisão de elite essas atitudes “fazem parte” do
jogo, o que caracterizo de absolutamente reprovável e inverídico. Porém, verdade seja dita, a utilização de dois armadores conotam novos e benvindos ares ao nosso combalido basquete, mas que pouco virão a somar se não acontecerem profundas mudanças técnico-táticas que possam
vir a dinamizar a produção dos mesmos, pois na atual situação de utilização de um único sistema
de jogo, o passig game, pouco ou quase nada poderão produzir de evolutivo para o aperfeiçoamento do basquete entre nós. Voltando ao jogo, por causa do entrevero entre o americano e o técnico, a equipe de Limeira se desarvorou na prorrogação, e perdeu um jogo que deveria ter vencido no tempo normal, não fosse também os sucessivos erros de fundamentos da
equipe, e que culminou no último tempo pedido por seu técnico, onde o maior de todos os erros foi cometido, quando ante o baloiçar negativo de cabeça do americano, motivado pela instrução
de quantas faltas fossem necessárias( na terra dele geralmente os jogadores são exaustivamente
treinados para tenterem a posse de bola, sem faltas…) para ganho de tempo, recebeu como ríspida resposta, ao vivo e à cores -“tem de ser assim mesmo, para ganhar o jogo”. Desliguei a TV, e fui lavar a chícara de café, pois, e por muitas vezes, já ví esse filme…

O CONTRAFLUXO

Anos atrás,quando fui cursar o mestrado na USP, me deparei num cruzamento com a seguinte advertência-“Atenção, elétricos no contrafluxo”- Confesso que fiquei meio inerte naquele cruzamento até entender o significado da placa. Queria dizer, contramão. Semana passada, lí nos jornais que a CBB apresenta como desculpa ao não pagamento das diárias de jogadores e jogadoras de suas seleções nos dois mundiais e sulamericanos, assim como seus normais e obrigatórios seguros, a falta de fluxo de caixa. Mas no contrafluxo das despesas com seu próprio pessoal, seus terceirizados, as benesses em hotéis e resorts que viabilizam os votos federativos, garantia de perpetuação no poder, na publicidade, nas estatísticas, e sabe-se lá mais quantas e não auditadas despesas, os pagamentos estão em dia, porque se não estiverem, adeus cargos de sacrifício, nomenclatura dada às suas dedicadas horas, semanas,meses, anos, e possivelmente década de trabalho desinteressado e altruísta. Com que direito, no fluxo de suas vidas, vertem lágimas de desesperança e dor as consagradas Janeth e Alessandra, quando no contrafluxo da política desportiva de baixo nível, sorriem os dirigentes donos das chaves dos cofres? Lágrimas são inócuas ante a frieza glacial de felpudas raposas, sempre na tocáia para o decisivo bote, ou a oportuna fuga, ambos nos obscuros meandros de seus porões. No profuso fluxo de idéias e sugestões para um soerguimento do nosso infeliz e estuprado basquete, se antepõe o contrafluxo
criminoso de um bando incapaz e incompetente, para os quais lágrimas são sinônimo de fraqueza,
que devem ser desprezadas e convenientemente omitidas. E no fluxo pela luta do poder entre CBB e NLB, nada se apresenta como factível, como evolutivo, como esperançoso em dias melhores, no contrafluxo das verdadeiras acões e reações que deveriam ser tomadas para a emancipação do grande jogo entre nós. Faltam-nos líderes, preferencialmente aqueles que obtiveram na prática do basquetebol ensinamentos básicos para suas vidas, e que hoje, em postos de mando e importância técnica e política, poderiam participar ativamente em pról da atividade desportiva que tanto somou em suas vidas. Fluxos e contrafluxos, são movimentos antagônicos em suas funções, porém indissoluvelmente coligados ao processo evolutivo de qualquer manifestação humana. Que as lágrimas de nossas brilhantes atletas gerem o fluxo emancipativo do basquetebol, se antepondo ao contrafluxo das forças negativas que o dirigem e aviltam.Amém.

SOU UM PROFESSOR

Dias atrás, amparado por uma campanha de mídia poderosa, e cara, comemorou-se o que designaram de “Dia do Profissional de Educação Física”. Ontem, sem qualquer alarde, a não ser uma oportunista menção por parte de um dos candidatos à presidência do país, foi lembrado ser o “Dia do Professor”, no qual orgulhosamente me incluo, em conjunto com todos aqueles que utilizam o magistério como força educacional e fonte de cultura. Minha formação e especialidade? Educação Física, que somada às demais disciplinas forjam cidadãos para o país. Nas escolas de primeiro e segundo graus, e nas universidades, propugnamos por mais e melhores ações na difícil arte de educar gerações. Também junto à associações e entidades públicas damos o nosso contributo sedimentado em muitos anos de estudo, pesquisa e dedicação missionária. E todos somos sindicalizados, unidos pelo ideal conjunto e amplo de princípios éticos que regem o sagrado dever de ensinar, perpetuando o saber e as conquistas sociais. Honrosamente me situo como um Professor, e não um profissional de educação física, atrelado e subjugado por um conselho que se acha no direito de manipular o trabalho, e pasmem, até a formação universitária de seus futuros e incáutos agregados. A nação brasileira, através suas Universidades e Faculdades de Educação e Ed.Física, preparam os futuros mestres, aráutos do sistema educacional, licenciando-os para o magistério, e que de forma alguma podem ser questionadas por um grupo de oportunistas que se apoderaram dos crefs da vida para imporem atitudes lastimáveis e condenáveis pelo país afora. Recentemente, invadiram, isso mesmo, invadiram o sagrado solo da UFRJ na Praia Vermelha, para, acintosamente prenderem e conduzirem sob escolta policial uma professora de Ed.Física que ministrava aula na piscina do campus, numa atitude torpe, covarde e destituida de qualquer amparo legal, já que em próprio autônomo universitário. Não vemos a mesma atitude tomada pelos valentes e corajosos crefianos, para não permitirem o trabalho ilegal, segundo seus princípios pseudamente legais, de um técnico de seleção brasileira de futebol, que em publicação na imprensa tem garantido seu trabalho por ser outro, formado, que assina por ele, garantindo a irregularidade. Cadê a coragem de enfrentar uma CBF, ou mesmo uma CBV cujo técnico, justamente laureado e competente, é formado em Economia? Mas uma professora, igual a muitas que labutam honestamente pela sobrevivência do dia a dia, pode ser humilhada e levada a uma delegacia de polícia, como se criminosa fosse, por se negar a pagar a soma que sustenta as benesses da corajosa horda, que ousa se imiscuir em um campo em que são incapazes? Urge que a sociedade brasileira atente para a perigosa escalada de um conselho que, sob a égide de uma lei conquistada nos bastidores do poder, se insinua, agora também no campo político, para perpetrarem um dos maiores crimes contra o sistema educacional do país, dicotomizando do mesmo um dos seus pilares, a educação fisica, que em conjunto com as artes, a musica e as matérias teóricas e práticas, formam a base da formação integral do cidadão, formação esta garantida pela constituição vigente. Que os milhares de leigos, autorizados e sem formação universitária, pelos cursos bem pagos pelos crefs regionais, e que formam sua massa crítica de associados, sejam por eles monitorados ainda pode-se entender, mas quererem controlar e dirigir a formação dada pelo ensino superior do país, é audácia demais. Para ganharem respeitabilidade, comecem pelos gramados dos grandes estádios, perante milhares de assistentes
no país afora, sob as lentes das cameras de televisão, coibindo o trabalho irregular sob sua ótica celetista, para aí sim, se situarem sob os artigos da lei que sorrateiramente impuseram ao país.
Prender uma honesta e desconhecida professora é papel de covardes e despreparados para exercerem o sagrado papel de professor. Por tudo isso me sinto honrado em comemorar(?) na data de ontem o Dia do Professor, junto aos milhares de colegas e companheiros que trabalham o dia a dia da nação. Não fui, não sou, e nunca serei um profissional de educação física, e sim um
orgulhoso PROFESSOR.

Como Organizar Basquetebol (COB)

Fico imaginando como será possível um homem,que se diz pacificador(vide exemplo incensado pela mídia no caso do judô em 2000), vir em socorro do basquete, com alguns pequenos e insignificantes detalhes ainda por serem resolvidos para a realização dos Jogos Panamericanos do próximo ano, tais como: O imbróglio criado com as obras da Marina da Glória; o significativo atraso nas obras no complexo do autódromo; a dragagem e término das obras no estádio de remo; as obras na Vila Militar; a morosidade nas obras do complexo do Maracanã; a infra- estrutura ao redor do Estádio Olímpico João Havelange; as pistas de cross e montainbyke; a imundice das raias de vela na Baía da Guanabara; a não exeqüibilização das vias e dos transportes de massa na Baixada de Jacarepaguá; a despoluição das lagôas ao lado da Vila Olímpica; a montagem das arenas no Riocentro; o delicado problema da segurança durante os Jogos; o transporte das delegações; a pequena capacidade hoteleira; o enígma das vias amarela e vermelha; a pobreza explícita nas praias e cruzamentos desta abandonada e despoliciada cidade; enfim, um corolário de pequenos problemas que, pasmem, conotam o Sr.Nuzman como o personagem que poderá vir a resolver o impasse no basquetebol, da mesma forma como está
administrando os da organização do Pan, a não ser pelo aspecto puramente político, atividade em que é mestre e doutor de inamovível qualificação. O problema do grande jogo tem de ser resolvido pelos basqueteiros, e somente por eles, tanto no campo político, como, e principalmente no campo técnico, e por isso lanço a sugestão de um movimento, o de Como Organizar o Basquetebol, o nosso COB, sem a intromissão política de quem quer que seja que não esteja comprometido com a modalidade, tecnicamente falando. O que ocorre com o basquete é a perniciosa, e já longa presença, de um grupo incompetente na direção da CBB, situação que só poderá ser resolvida com a substituição do mesmo, através um bem articulado projeto junto às federações, visando as próximas eleições naquela entidade diretiva. Fora esta solução o que resta é golpe político, ou virada de mesa, ou intromissão indevida de quem tem outras e importantes tarefas a executar, a não ser que queira, mais uma vez, se projetar como o salvador e pacificador do esporte nacional, conquistas importantes para futuras escaladas no âmbito internacional. Como organizar o nosso basquetebol? Eis um belo ponto de partida para profícuas discussões, bons e exeqüíveis projetos, bom-senso e determinação em encontrar o melhor caminho a ser trilhado, e tudo isso envolvendo basqueteiros, e não importando políticos, com suas políticas disfarçadas em projetos não muito esportivos, que se aceitas e desenvolvidas traçarão um caminho sem volta para o futuro da modalidade. Basquete é com os basqueteiros, e ninguém mais. Logo, tratem de se organizar, discutir e encontrar soluções viáveis, pois ao contrário estarão todos de pázinhas nas mãos lançando areia na cova que ajudaram a cavar.

MICHAEL NO OPHRA WINFREY SHOW

Foi uma entrevista gravada em 25 de outubro de 2005, reprisada hoje no canal People+Arts.
Junto ao Jordan o grande e polêmico jogador Charles Barkley, que produziram um excelente programa, não só sobre basquetebol, mas, e principalmente, sobre o ambiente em que viveram intensamente por muitos e gloriosos anos. Num momento do programa, a entrevistadora Ophra
pergunta sobre os filhos do Jordan, ambos jogadores de basquete, e que influências e obstáculos enfrentam pelo sobrenome famoso e mítico. Jordan, objetivo e pragmático, confessa estarem os mesmos sendo avaliados pelo potencial que possam desenvolver nos próximos 4-5 anos, critério já muito empregado por diversos patrocinadores e investidores junto a jogadores cada vez mais jovens, o que, em sua opinião é um grave erro, pois jogadores devem ser avaliados pelo trabalho desenvolvido através os anos, com sacrificios e talento, e apresentado no devido momento, no que classifica como a “ética do trabalho”. No momento ajuda seus filhos ensinando aos mesmos os fundamentos do jogo, incentivando-os ao trabalho árduo e ao prazer de jogar. Deseja que os mesmos sejam julgados pelo trabalho, e não pelo potencial que ostentam. Trata-se de uma posição de extraordinária importância, principalmente no desenvolvimento das categorias de base, na formação de futuros bons jogadores. Infelizmente, vai se tornando corriqueiro entre nós
a promoção de jovens atletas em sites e blogs personalizados, superestimando seus potenciais valores técnicos e atléticos, numa idade em que o importante é absorção maciça dos básicos fundamentos do jogo, e como afirmou o Jordan, a verdadeira alegria e prazer de jogar. E mais,
definiu o grande jogador, correm o perigo de se deixarem envolver pela notoriedade precoce, em vez de se dedicarem ao trabalho, cujo resultado é que deve se constituir em parâmetro de julgamento e avaliação. Pelo trabalho chegou ao estrelato, e é pelo trabalho que quer ser lembrado, como exemplo a ser seguido. Mirins, Infantís, Infanto-Juvenís e Juvenís devem ser incentivados ao trabalho árduo na conquista e aprendizado dos fundamentos, no desenvolvimento sadio dos principios competitivos, no bom aproveitamento escolar, no preenchimento culturalmente positivo de seus tempos vagos, no aprimoramento de seus potenciais valores, para, e de acôrdo com seus esforços e intenso trabalho, serem avaliados e encaminhados às divisões superiores.Nem sempre o investimento em um potencial valor atinge o objetivo esperado. Mas o resultado de um trabalho a longo prazo poderá atingí-lo.E é no longo prazo que as grandes nações investem seus recursos e bons projetos de formação. Investir em potencial não se coaduna com trabalho, pois permite que o jovem afrouxe sua disposição em enfrentá-lo, como deveria fazê-lo.São palavras do grande Michael Jordan. Alguma dúvida?