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De 12 a 22 de julho vindouro, a seleção masculina juvenil disputará o Campeonato Mundial, em um local ainda a ser definido.O promotor inicial, o Canadá, desistiu de sediar, e a FIBA procura um outro local. Por aqui, a nossa seleção encerrou a primeira fase de sua preparação, após 16 dias de treinos em Rio Claro,onde,inclusive,participou de cinco amistosos contra as equipes adultas de Limeira, Rio Claro e Araraquara. “(…) Trabalhamos os conceitos de parte tática para poder ver como os jogadores podem ser úteis tecnicamente ao grupo. Foi uma importante parte da preparação”, analisou o técnico José Alves Neto.
“Foi uma etapa muito boa. Saiu tudo de acordo com o que planejamos. Tínhamos um bom número de jogadores treinando. Agora vamos fazer uma avaliação para ver quem se adaptou melhor aos sistemas de jogo que vamos utilizar no Mundial.(…)”, comentou Lula Ferreira, coordenador técnico da seleção juvenil.
Caramba, os conceitos já estavam pré-estabelecidos antes dos treinamentos, assim como os sistemas de jogo, ou seja, aqueles que não se “adaptaram” aos mesmos estarão fora, seguindo “as ovelhas de plantão”. Um absurdo inominável sob qualquer ótica que se queira analisar tais perolas de planejamento. Qualquer técnico com razoável conhecimento do jogo sabe que deve planejar seus sistemas, sejam de defesa, sejam de ataque, adequando-os aos comportamentos e habilidades dos jogadores sob seu comando, E NÃO, bitolando-os a sistemas pré-estabelecidos. Em outras e singelas palavras, quem não jogar dentro do criminoso padrão, que aliás é o único que essa corriola conhece, o passing game, está fora da seleção, da seleção juvenil, os futuros jogadores que integrarão a equipe principal para as grandes competições internacionais. E perdem 16 dias, nos quais deveriam estabelecer critérios de aprimoramento nos fundamentos, rigidamente, exaustivamente, pois se tratava de uma elite de jovens, ansiosos em melhorarem suas habilidades e destrezas, para mais adiante, as utilizarem em sistemas montados para que as mesmas se expandissem, dentro e nos limites de suas performances. Mas não, a sapiência absoluta desse quarteto de falsos estetas, que teima em impingir goelas abaixo um sistema tão ou mais fracassado que eles mesmos, não encontra limitações que a faça parar, nem perante o mais clássico de todos os argumentos, o histórico do jogo, o exemplo e as heranças dos grandes técnicos, os princípios que regem os desenvolvimentos cognitivo, afetivo e psicomotor dos jovens, a arte da construção de uma equipe, a pesquisa e o conhecimento do gênero humano, ou seja , o grupamento de conhecimentos que forjam um técnico de verdade. Esse é o grande e ausente argumento que nos falta quando o assunto é o futuro de nosso basquetebol, o desconhecimento do que seja ser técnico, verdadeiramente técnico do grande jogo.
A cultura unificada, e agora estratificada no preparo de nossas seleções de base, o passing game, que nos tem custado um inominável fracasso internacional nos últimos 20 anos, mais do que nunca se torna em um caminho sem volta, pela ignorância de uma elite técnica que nos impinge princípios e sistemas criminosamente falidos, e com o aval de uma mais falida ainda instituição, a CBB. Que os deuses se apiedem dessa juventude entregue à mediocridade de seus tutores. Acredito contritamente que eles mereciam ser orientados e ensinados por técnicos, e não por pseudos donos de uma verdade capciosa e doente, profundamente doente.