…MAIS DO QUE MIL PALAVRAS.
Dentre as modalidades desportivas onde a bola é lançada e não percutida, somente no beisebol e no críquete os jogadores o fazem sem qualquer oposição defensiva, o que não acontece com o handebol, o pólo aquático e o basquetebol. Mas no festival mundial das milionárias estrelas do basquete, com contagens mais do que centenárias, onde, para admiração e aprendizado dos milhões de jovens fãns do mundo inteiro tais estrelas posam de exemplos a serem seguidos, o fator defesa deixa de ser importante como um dos básicos fundamentos do jogo, como bem demonstra essa foto divulgada pela imprensa mundial, e para todos que testemunharam o encontro pela TV. Nela o MVP da noite demonstra como se impor a um adversário completamente ausente da obrigatoriedade defensiva. Jogo de compadres é assim mesmo, para gáudio daqueles que adoram ser enganados. Essa é a NBA. Mas bem ali perto, no vizinho Canadá, o Cirque de soleil apresenta um espetáculo bem melhor, e profundamente mais honesto.
Paulo, qualquer um que acompanhe a NBA com algum afinco sabe bem que o All-Star Game de forma alguma é um partida de NBA, é uma festa, feita para os jogadores disporem jogadas bonitas para levar o público ao delírio. Foi justamente a ausência delas que causou em parte considerável do público um sensação de que este foi, ou pode ser, o pior ASG da história.
Mas fazer uma afirmação a respeito da NBA se baseando no ASW, é algo sem fundamento, não tem valor, peça de quem não acompanha ou tem qualquer interesse pela NBA. O jogo é motivo de chacota até mesmo dos jogadores, vide o armador Deron Williams do Utah, que em entrevista feita durante o jogo dos novatos disse que eles estavam jogando o “Phoenix Suns basketball”, em alusão ao esquema ofensivo implantado na equipe em que joga Leandrinho. A NBA tem defeitos, protege estrelas, faz de tudo para que o espetáculo seja mais importante que eficiência, mas isso não é apenas o que ela representa. Existe até uma reverencia a defesa na NBA, vide a existência do prêmio de Melhor Defensor e da escolha de um time de defesa com os melhores defensores em cada uma das posições. Não estou aqui para lhe convencer de nada, e nem acho que a defesa seja a prioridade na NBA em geral, embora seja em muitos times. Mas não vejo como não se manifestar ao ver alguém considerar um ASG parte do jogo de basquete executado na NBA. Não é. Participar dele é prestígio e currículo, é diversão, tão pouco e somente. O jogo, mesmo na NBA, é algo muito mais sério.
Professor, com todo o respeito, não seja tão rude!!!
O All Star Game realmente é um jogo onde o brilho individual, ou melhor dizendo, brilhar individualmente no ataque é o que mais interessa, mas posso te dizer que está bem longe ser um joguinho igual ao que eu jogo.
Pior seria um All Star Game entre apenas times da NLB ou até mesmo jogadores da Liga Nacional.
Aliás, melhor palhaço do que o Grego…
Desculpe Paulo, mas neste artigo tenho q discordar.O ASG não passa de uma festa, realmente os jogadores so vão lah para ganhar fama e se divertir. Não se pode se basear nesta “festa” p/ dizer algo sobre o basquete americano. E tbm mesmo desconsiderando o ASG, ainda é errado dizer q o basquete americano não considera a defesa, com certeza eles dão uma boa importancia para a defesa, principalmente times como o San Antonio Spurs, posso dizer muitos outros mas esse jah serve como um belo exemplo. Muitos dizem q a NBa não passa de um show, mas eh vendo esse show q aprendi muitas coisas sobre basquete, meus amigos me consideram um bom defensor, mas soh defendo bem por q observei o Bruce Bowen e o Ron Artest. Meus colegam de time jah perguntaram como consigo aquele tempinho a mais nas finalizações pra não levar toco ou evitar a roubada, aprendi isso vendo Kobe Bryant, Dwyane Wade e outros. Tambem me perguntam se tenho olhos na nuca pra cosequir faze certos passes, aprendi isso vendo Steve Nash e Jason Kidd. Muitas coisas dessas eu não aprenderia somente vendo euroliga ou basquete brasileiro,ou seja, a NBA não eh soh show, eles tbm valorizam os fundamentos, eles não ficam presos a táticas padronizadas, eles inovam. Então apesar do show a NBA eh um basquete bem jogado.
Por favor entenda isto como minha opnião e respeito inteiramente a sua opnião Prof. Paulo.
Guilherme,em 1967 assisti em Baltimore um jogo com o time da casa,os Bullets contra o Cincinatti Royals do fenomenal Oscar Roberson.
Dessa época em diante acompanhei a NBA,a ABA,a NAIA,a NCAA, até o momento em que me concientizei que estava na contramão do basquete.
Afinal,tratava-se de um outro jogo,
com regras e organização que diferiam do resto do mundo,uma antítese da FIBA.A NBA é um grande business, e seu All Star é o resultado de milhões de votos de fãns que anseiam ver os melhores jogando como tal.O evento tem uma divulgação maciça e envolve milhões
em publicidade,e estende cada vez mais sua influência pelo mundo,
alinhada às politicas hegemônicas do governo de seu país.Por tudo isso deixei de levar a NBA à sério,
pois o resto do mundo não pode estar errado ao seguir as normas e regras comuns a todos.Elogio seu posicionamento, mas reservo-me o direito de manter posições nesse espaço democrático a todos.Paulo
Murilo.
Rodrigo,desculpe se pareci rude,mas é que não consigo admitir qualquer tipo de desperdício.Passei toda uma vida experimentando e assistindo todo tipo de restrições materiais,técnicas,econômicas, gerenciais,administrativas
tanto no meu trabalho,quanto dos demais técnicos,excelentes técnicos por esse país afora.E vem essa turma brincar de basquete,em cadeia mundial de TV?Quem ganha o que ganham têm o dever de apresentar o melhor,o seu melhor,já que ostentam o título de melhores do mundo.Mas que mundo caro Rodrigo?O nosso,ou o deles?Um abraço,Paulo Murilo.
Leandro,em hipótese alguma renego o valor do jogador americano,muito pelo contrário,sempre o enaltenci e admirei,e muito mais os grandes técnicos das high school,colleges e universidades.Jamais esqueça que todos os jogadores americanos que atuam na NBA vêm destas academias da mais alta qualidade.Mas muitos destes valores se perdem no processo antropofágico desenvolvido no âmago da grande liga.Esse é o ponto que discordo na NBA.Grandes jogadores não se podem dar o direito de brincar em serviço,é injusto para com a grande maioria daqueles jogadores que quase nada têm em valores,materiais e sonhos.
Ao publicar esse pequeno artigo já esperava reações e opiniões divergentes,o que é muito,muito bom
como exercício discursivo,porta de entrada da razão e do bom senso.
Paulo Murilo.
Prezados professores, tenho acompanhado os comentarios e analises do Professor Paulo Murilo em relacao ao Baquetebol, brasileiro e americano (NCAA,NBA) e aproveito a oportunidade para informar que quando o Jeff Van Gundy foi eleito tecnico da selecao do East durante o ASG, este criticou a performance dos jogadores e o excesso de show durante o jogo. Em uma das entrevistas, Van Gundy disse que nao aceitava que um jogador perdesse a oportunidade de anotar 2-3 pontos para tentar uma jogada de show. Ele ainda foi alem e disse que este tipo de comportamento era antagonista aos conceitos basicos do “basquetebol”. Tive a oportunidade de jogar em HS na California, Junior College na Florida e trabalhar como assistente tecnico na Universidade do Alabama. Durante estes anos pude observar problemas serissimos na organizacao e no desenvolvimento deste esporte nos EUA. Atualmente, devido as sancoes da NCAA e das ligas de HS nos EUA em relacao a duracao da temporada e horas de treinamentos diarios, os jogadores americanos em sua grande maioria estao sendo lancados para o College/University/NBA sem dominar os fundamentos basicos do esporte – aqueles que tem melhor fundamentos sao recrutados pelas melhores universidades (Duke, etc.) e o que sobra para as outras universidade sao jogadores que apesar da habilidade atletica nao dominam os fundamentos basicos do esporte, razao pela qual muitas universidades estao recrutando jogadores estrangeiros. Quando trabalhava na Universidade do Alabama – nossa temporada comecava em Outubro com preparacao fisica de 1 mes – sem a supervisao do tecnico de quadra. Nos como assistentes so podiamos elaborar plano de treinamento com bola para estes executarem sem a nossa supervisao. Faziamos isso para aprimorar os fundamentos de todos os nossos jogadores principalmente os rookies. A temporada comecava no inicio de Novembro e na 3a-semana de Novembro ja comecavamos os jogos oficiais – que por lei nao podiam ultrapassar a 30 jogos por ano. Como voces podem observar o tempo para trenamento tecnico e tatico na quadra com bola e curto. Algumas universidades fazem amistosos em outros paises pois estes amistosos nao contam como jogo oficial, mas tem que ser planejados com antecedencia e autorizados pela NCAA. Os americanos, especialmente a USA Basketball, nao conseguem digerir os fracassos das equipes da NBA (dream team) em competicoes oficiais da FIBA. A tarefa de comparar o basquetebol americano com o Internacional e falha – pois filosificamente -o basquetebol praticados nos EUA e diferente do Internacional as regras, tempoarada e treinamentos sao diferentes. Talvez o universitario pudesse ser utilizado para tal, mas este tambem possui variaveis e regras diferentes – o que nao podemos esquecer e que a quantidade de jogadores praticantes deste esporte nos EUA a cada ano duplica enquanto a nossa e mais reduzida. Professor um abracao. Walter
Prezado Walter,creio que o seu relato põe a discussão em seus devidos parâmetros.Certamente concordo com ele,e inclusive venho através vários artigos enfocando tais e profundas diferenças entre o basquete USA e o restante do mundo.A grande falha que cometemos, é a de,por falta de opção qualitativa e dependência cultural e política histórica,conceituarmos o basquete americano como o modêlo a ser seguido,sem as devidas análises e estudos que nos capacitariam para tal.Esse processo que foi admitido e vem sendo implantado nos últimos 20 anos nos fez abandonar nossas raízes e tradições, em nome de uma globalização que prima pela unilateralidade econômica,aquela que somente previlegia a grande potência.Por isso,de segundo esporte na preferência popular,e apesar de títulos mundiais e olímpicos,nos encontramos hoje muito longe do que fomos e conquistamos com sacrifício e dedicação de gerações inteiras.No frigir dos ovos a NBA agradece tal subserviência e polpudos ganhos, e promete que em breve talvez sejamos agraciados com um jogo pré-temporada de sua mágica liga, ou quem sabe, um All Star Game de pura exibição pictórica.Aliás,no inicio dos anos 80 os profissionais da NBA vieram ao Brasil com suas famílias curtir umas férias ao término de sua temporada.Eram mais de 100 jogadores, os melhores, e no Maracanãnzinho enfrentaram a seleção brasileira, e cáspite,incrivel,perderam feio.A prova? Tenho o filme em 8mm,que na medida do possível tentarei copiar em DVD e mostrar no blog.Naquela época ainda gostávamos e tratávamos o basquete brasileiro como nunca deveriamos ter deixado de tratar.Obrigado pelo relato Walter,foi muito bom e esclarecedor.Um abração,
Paulo Murilo.
quro saber quantos jogadores tem no campo para jogar basquetebol
Prezada Isadora, somente dez, cinco para cada equipe.Um abraço,
Paulo Murilo.