ÁGUA MOLE EM PEDRA…

Chegou ao final o Campeonato Brasileiro de Basquetebol, e a equipe de Brasília o venceu com categoria e invejável adaptação a novos conceitos, que apesar de tímidos, já se fazem importantes para a retomada rumo a melhores oportunidades no cenário internacional. Seguiu junto às outras semi finalistas o caminho traçado pela equipe de Franca quanto a utilização plena de dois armadores permanentemente na quadra, agilizando e otimizando o jogo pela maior qualificação dos drible e dos passes, assim como a maior mobilidade defensiva e nos contra-ataques. Venceu por ter em seu plantel, não dois armadores, mas quatro, o que o tornou poderoso em todas as etapas de cada partida. No entanto, como em todas as outras equipes que enfrentou nas finais do campeonato, o sistema padrão, infelizmente adotado em todo o país e pela maioria esmagadora dos técnicos, em todas as divisões competitivas, se manteve irretocado, principalmente pela persistência dos pivôs nas ações de corta-luzes no perímetro externo, tirando-os das proximidades da cesta, originando dessa forma o aparecimento nefasto dos “pivôs especialistas” nos arremessos de três pontos, expondo-os às ridículas e geralmente mal-sucedidas investidas driblando para dentro do garrafão, numa ação que nunca treinaram, demonstrando a fragilidade de seus fundamentos de jogo, assim como, desnudou o grande hiato existente no condicionamento técnico que separam armadores de alas, de tal forma gritante, que a escalação dos armadores no lugar daqueles se tornou lugar comum nas equipes que chegaram às finais. O aspecto positivo, foi sem dúvida nenhuma, a conscientização de jogadores e técnicos, de que o domínio dos fundamentos de drible, fintas e passes, determinariam os vencedores, e neste ponto, o advento dos armadores se fez presente, pela valorização do há muito esquecido domínio dos fundamentos do grande jogo.

A próxima etapa, como venho defendendo desde sempre, será a melhoria no treinamento dos alas e pivôs, colocando-os próximos ao nível dos armadores, ao mesmo tempo em que sejam desenvolvidos, estudados e largamente utilizados novos sistemas de jogo, que potencializem nossas melhores habilidades de destreza, velocidade e flexibilidade, substituindo de forma definitiva a deformação física visando peso e poder de choque, características que conotaram notoriedade a um grupo de preparadores físicos totalmente dissociados do espirito do jogo, aquele que sempre praticamos com maestria, inteligência e voluntariedade criativa. Já é hora de acabarmos com esse charlatanismo oportunista, irmão siamês daqueles “especialistas de auto-ajuda”, muito atuantes quando competições de alto nível servem de vitrine para tais absurdos. Agora mesmo, quando da preparação da seleção brasileira para o Pan, me deparo com a seguinte noticia publicada no site Databasket: A seleção brasileira adulta masculina terminou nesta quinta-feira a fase de avaliação fisica. A equipe está treinando no ginásio do Paulistano, em São Paulo, para a disputa dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, de 25 a 29 de julho. Com base nos resultados, a comissão técnica irá direcionar os treinamentos.

“Os testes foram elaborados para avaliar velocidade, força e resistência aeróbica e anaeróbica dos atletas. Sua importância são os parâmetros para direcionar e dimensionar os treinos evitando desgastes desnecessários que possam expor os atletas a lesões” explicou o preparador físico da seleção masculina, Clovis Franciscon”. Ou seja, exercícios de fundamentos, que na maioria das vezes são exaustivos, trabalhos técnico-táticos, enfrentamentos 1 x 1, 2 x 2, etc., que devem ser repetidos quantas vezes forem necessários, coletivos meia-quadra e quadra inteira, de agora em diante terão de ser adequados pelos preparadores físicos, numa inversão de valores absurda e comprometedora para aqueles técnicos que se submeterem a esses falsos preceitos científicos, que ousam substituir o ensino e a pratica dos fundamentos do jogo pelas anilhas e apetrechos usados por aqueles que nunca praticaram o basquete para valer. O técnico elabora a metodologia de treinamento, e os preparadores físicos o auxiliarão com seus conhecimentos para que tal planejamento atinja suas metas, e não o contrario, como o exposto na reportagem acima descrita. Por essas e por outras, é que nosso basquete, apesar dos resultados medíocres que vem alcançando, ainda serve de vitrine para uma turma, hoje inclusive contando até com jogadores, para se promoverem em causa própria, em nome de pseudo-técnicas de alto rendimento, auto-ajuda e bons contratos no exterior. No entanto, não vemos estudos que promovam a melhoria nos arremessos, nos dribles, nas fintas, pesquisas acadêmicas que dissequem movimentos básicos para uma execução mais aprimorada dos fundamentos, estudos que abordem com seriedade sistemas de jogo, princípios defensivos, conceitos de táticas e estratégias, dimensionamento estatístico, enfim, ciência do desporto.

O campeonato chegou ao fim, mas deu inicio a uma pequena revolução de conceitos técnicos há muito esquecidos entre nós, e que deveria ter continuidade na seleção brasileira que se prepara para duas competições internacionais, sendo que a segunda, o Pré-Olímpico, é de extrema importância para a modalidade. Mas desde a convocação, e mesmo com a induzida lembrança do jogador Valtinho, treina a equipe com três armadores, numa constatação de que somente dois deles serão aproveitados, pois essa é a posição da comissão técnica, para a qual o exemplo demonstrado pelas equipes no brasileiro é de somenos importância.

O irônico dessa posição da comissão, é que fere um principio aceito por todas as grandes seleções do mundo, que são a representação do basquete praticado em seus países, sendo suas seleções o resultado de todo um trabalho de base e de uma maneira de jogar. No nosso caso, as seleções nacionais, da base às adultas, se negam às evidências, e se mantém no limbo que implantaram entre nós. Mas ainda está em tempo de reverem certos e tortos conceitos, mas é preciso ter coragem para reconhecerem e mudarem, pelo bem do nosso basquetebol. Amém.

ARTIGO 300 – A LUTA CONTINUA

Terminada a etapa de Brasilia, na qual os donos da casa se impuseram nas duas partidas, algumas considerações podem ser feitas, primordialmente às de caráter técnico-tático. Fora as mesmas, é de se lamentar que uma decisão da maior importância para a divulgação do basquetebol na capital federal, aquela que deveria ser o centro irradiador cultural e desportivo, e não só político do país, a de se ter levado tão acirradas e importantes decisões para um local que semanas atrás carreou um caudal de 25000 pessoas empolgadas, e que por exigência de jogadores, e por que não, comissão técnica, foram mantidas no acanhado ginásio onde treinam. A desculpa de que perderiam os referenciais da quadra, o que beneficiaria com algumas vantagens a equipe de Franca, cai no vazio como evidencia técnica, principalmente pela grande experiência dos jogadores envolvidos na disputa, a maioria com retrospecto internacional e vivencia mais do que suficiente para anular as pseudo desvantagens anotadas. Perdeu a juventude de Brasília uma oportunidade impar de assistir bons jogos e bons jogadores, aqueles que preencheriam seus imaginários juvenis. Perdeu também o patrocinador, ao abdicar de uma exposição de mídia ampliada em “somente” 20000 pessoas, fora aquelas agregadas às dimensões de um evento não muito comum de acontecer em se tratando de basquetebol nos dias atuais. Foi uma atitude tola e caipira, não muito condizente com os valores que integram a equipe, superiores em alguns aspectos aos de seus adversários. Faltou confiança em suas possibilidades, faltou tirocínio publicitário. Depois não venham reclamar da falta de exposição de mídia, da falta de apoio popular.

A parte técnico-tática representou a decisiva e inquestionável dominância dos armadores nessa nova e bem vinda tendência em nosso basquetebol. Bato na tecla de que o sistema de jogo implantado no país continua intocado, não só pelos técnicos, como pelos jogadores. O grande diferencial foi a paulatina e irrefreável substituição dos alas tradicionais, bons de arremesso, mas péssimos de fundamentos, por armadores plenos dos recursos ausentes naqueles, fatores que aos poucos foram sendo adotados por algumas equipes, principalmente as quatro semifinalistas. Outra razão predominante foi a nova postura dos homens altos, agindo como pivôs moveis e ágeis no perímetro interno, interagindo junto aos dois, e até três armadores, o que dinamizou o jogo e tornou-o muito próximo daquele que praticávamos vinte anos atrás.

Essa oportuna e estratégica mudança beneficiou enormemente os sistemas defensivos, o que ficou patente nos dois primeiros quartos do segundo jogo da série, nos quais seis jogadores habilidosos se enfrentaram rigidamente e incansavelmente, características inerentes aos armadores. E finalmente, operou-se o retorno contundente dos contra-ataques, referenciados pela qualificação dos dribles e dos passes.

O próximo jogo em Franca, se constituirá numa autentica prova dos nove ante essa nova tendência que se inicia no âmago de nossas melhores equipes, que quando agregadas de alas mais qualificados nos fundamentos, retomando seus lugares ora, e justamente ocupados por armadores puros, propiciarão um enorme alento ao nosso combalido basquetebol.

Mas um último fator, talvez o mais importante deva ser mencionado, o papel futuro dos técnicos envolvidos nessa nova tendência, ou seja, a obrigação que todos têm daqui para diante, de desenvolverem novos sistemas, novas estratégias, novas formas de treinar seus jogadores, independendo de posições, idades e prestígios, nos fundamentos do jogo, desde os mais básicos, dando aos mesmos as condições necessárias para recriarem na quadra os sistemas propostos nos treinamentos, até mesmo aqueles rabiscados nas pranchetas que alguns, por vicio ou hábito, ainda teimarão em aposentar. E que essas novas (não tão novas assim…)

propostas tenham como referenciais o preparo das seleções nacionais, pois seus responsáveis não poderão omiti-las por teimosia e irresponsável auto-suficiência, incorrendo em gravíssimo erro ao negarem evidências

inquestionáveis. Torço para que reconsiderem posicionamentos pétreos, anulando um pouco certas ingerências nenesianas, que depreciam a disciplina, o respeito hierárquico e os princípios do bom e decisivo comando. Amém.

PS- Aconteceu no segundo quarto do jogo de hoje. O juiz assinalou uma infração de andar com a bola cometida pelo pivô de Brasília, mesmo estando em ação de drible. O comentarista da TV não entendeu o que ocorria e manifestou a dúvida enfaticamente. Agiu corretamente o juiz, pois o drible estava sendo executado acima do peito, fazendo com que a bola se mantivesse por longo tempo, e conseqüente espaço, em contato com a mão, originando a quebra do binômio drible-passada. No artigo que escrevi a semana passada, Sistemas III – Treinando fundamentos II, abordo exatamente essa questão. Correto o juiz.

MISSÃO PRÉ-OLÍMPICO

O PESO DO COMANDO.

Corria o distante ano de 1966, estava eu com 25 anos, jovem técnico das divisões de base do CR Vasco da Gama, quando fui convidado pela Federação do Rio para dirigir a Seleção Adulta Feminina no Campeonato Brasileiro daquele ano em Recife. Era uma época de grande prestígio no basquete feminino, cujas finais, sempre com São Paulo, arrastavam multidões e tinha ampla divulgação na mídia, inclusive no novíssimo meio televisivo. Numa equipe onde atuavam jogadoras do quilate de uma Norminha, Delci, Marlene, Neuci, Marli, Atila, Regina, Zezé, Rosália, Angelina, Didi, Luci, que enfrentariam em mais uma previsível final jogadoras inesquecíveis como Nilza, Odila, Ritinha, Nadir, Darci, Elzinha, Amelinha, Neusa, Marlene Righetto, Irene, todas elas formando a base da Seleção Brasileira.

Antes de um dos treinos que realizávamos no ginásio da Policia do Exercito, conversávamos com a grande jogadora Marlene, que polida e educadamente ponderava que não se sentia segura e confiante com o sistema de jogo que eu desenvolvia nos treinamentos, que diferia bastante dos que ela se acostumara nas equipes de que participou. Fiz ver a ela que tivesse paciência e confiasse na proposta técnica que desenvolvia junto a equipe, e que em breve teria nela um dos suportes básicos para o sucesso da mesma. Tudo isso discutido em particular, e que somente hoje, 41 anos depois torno público. Nem o restante da equipe soube algo a respeito, e como garanti, foi a Marlene a grande estrela da final com São Paulo com seus maravilhosos 38 pontos, na única partida que disputou, pois havia se contundido seriamente ao final dos treinamentos no Rio.

E porque relato tal fato tantos anos depois de ocorrido? O noticiário dos últimos dias trouxe à baila, em todos os meios de comunicação, as declarações de insatisfação técnica da grande estrela da NBA, Nenê, contra os métodos de treinamento da Seleção Brasileira, seu não aproveitamento tático satisfatório no último Pré-Olimpico quatro anos atrás, seus pedidos de modificações no âmago da comissão técnica com o aproveitamento de dois técnicos estrangeiros sugeridos por ele, assim como o pedido de convocação de jogadores de seu agrado, não relacionados pela CBB. Foi veemente a respeito de alimentação, transportes, e até sobre os figurinos dos uniformes de treinos e jogos. Enfim, colocou as cartas na mesa como um delfim que se julga acima da nossa realidade, muito diferente do eldorado em que se encontra atuando.

No entanto, não existem evidências que tenha tido esse tipo de comportamento nos Estados Unidos, quando alteraram seu físico radicalmente, a ponto de tornar suas articulações impotentes de resistir à massa corporal adquirida, e tampouco se rebelar quando o obrigaram a mudar seu estilo de jogo, colocando-o perante um impasse em ser um ala-pivô, sua formação básica, ou um pivô de choque, o que causou sérios embaraços em suas duas temporadas iniciais, e que só foram minimizados na temporada terminada recentemente, quando perdeu 17-8 kg.,suficientes para recobrar um pouco de sua outrora agilidade, aliviar um pouco as tensões articulares, e se fixar como o ala-pivô que sempre foi. Mas claro, o grande montante de dólares envolvidos em seus contratos, tornaram tais impasses meros e diminutos detalhes.

Mas aqui chegando, esclarecendo suas divergências técnico-táticas, e por que não, administrativas, depois de quatro anos sem defini-las objetivamente, numa ambigüidade que ora se manifestava contra a direção da CBB, e ora contra os métodos de treinamento da comissão técnica, resolveu publicamente, em todos os canais de mídia, derramar sua magnanimidade em defender e salvar o basquete brasileiro do desaparecimento, colocando, não mais o grego melhor que um presente no foco de seus ataques, e sim a comissão técnica em seu todo, já que sugeriu não um ,mas dois estrangeiros para dela fazerem parte, mas que, por sorte nossa, falam português…

E o que o titular da comissão declara após a divulgação do posicionamento constrangedor e nocivo, por ser inadequado e inaceitável vindo de um jogador, e o pior, de forma indireta, pois assumido e divulgado por meios de comunicação de massa. O que disse o Head-coach? “Ninguém é inocente de não ter jogadas para os atletas de cada posição. Os jogadores têm total liberdade de expor seus pontos de vista, e qualquer técnico inteligente sempre os ouve”. E complementou-“Trazer técnicos estrangeiros é atribuição da CBB, e não minha”.

Sim caro coach, é inteligente ouvi-los, como ouvi a grande Marlene, de frente, olho no olho, como duas pessoas profundamente interessadas em bem servir a seleção, em particular, com isenção e honestidade, e não trombeteando liderança que não possui, nem entre seus pares, vide declarações de alguns deles após o último mundial de triste memória, mas confiando no peso milionário de participar de uma liga que nos torna, em seu cotidiano e entendimento, de importância secundária, perante o mundo globalizado do qual ora faz parte.

Não caro coach, muito mais importante é manter íntegra uma liderança fundamental para a constituição do sentido de equipe, base e cerne de todo e qualquer esforço dispendido por uma coletividade desportiva que se propõe representar um país. Nosso candidato a herói nacional extrapolou suas responsabilidades de atleta de elite, colocando-se numa posição de salvador da pátria, para muitos órfã de líderes, mas agredindo e ferindo princípios hierárquicos inquestionáveis, em se tratando de uma equipe nacional em formação.

Sim caro coach, urge uma retomada de posição, enérgica e decisiva, fatores necessários para a tentativa, tênue bem sabemos, de nos classificarmos para vôos maiores no campo internacional, mesmo ante o abusivo, inoportuno e malicioso posicionamento do candidato a salvador do basquete brasileiro.

E ao final deste lastimável embate ficam algumas perguntas- Se os dois técnicos estrangeiros não forem contratados, se as jogadas da seleção continuarem as mesmas, se os jogadores indicados não forem convocados, se os transportes e a alimentação não melhorarem, se os uniformes continuarem apertados, como reagirá o grande jogador? Aceitará a situação tendo como única garantia o seguro exigido pela NBA pago? Ou aproveitará para pular fora, numa situação por ele mesmo provocada? E os demais integrantes da comissão, o que têm a dizer? Se nada tiverem a dizer, se calarem e aceitarem o repto, ai sim, nosso herói terá tido razão no confronto, e nada mais restará para a “unida e uníssona” comissão senão o caminho da roça, e com o lapitopi caipira embaixo do braço.

CONDICIONANDO.

Nessa terça-feira o jogador Nenê convocou a imprensa em sua cidade natal, São Carlos, e do alto de seus dois e tantos metros de altura e outros tantos de largura declarou: “Gostaria de retornar à seleção brasileira, pois é chegada a hora de somarmos esforços visando a classificação para as próximas Olimpíadas. Estou ao inteiro dispor da CBB para os treinamentos, bastando somente que a entidade garanta o seguro exigido pela minha equipe nos Estados Unidos. Muito obrigado a todos, e vamos ao trabalho”.

Mas alto lá Paulo, não foi esse o teor da entrevista dele! Sei que você quer ajudar o nosso basquete, como vem fazendo todos estes anos, e bem sabemos que esses deveriam ter sido os termos da mesma, mas cara, não viaja, não foram!

Então, o que foi dito? Contrito, mas não surpreso, torno à leitura da entrevista, e num misto de tristeza e desesperança pesco algumas irretocáveis pérolas de convencimento e arrogância, senão vejamos: “Estive falando com a família e amigos. Refleti e decidi jogar o Pré-Olímpico. Espero uma nova vida. O que passou, passou, agora quero ajudar o basquete e defender a seleção”. Muito bem, reflexão é sempre bem vinda, ainda mais dentro de um contexto tão complexo como seu relacionamento com CBB nos últimos quatro anos. E sobre esse aspecto afirmou “que não tem problemas pessoais com o presidente da entidade Gerasime Bozikis, o Grego. E que seu protesto era voltado principalmente contra a falta de condição ideal na estrutura ao redor da equipe”. E mais: “Meu atrito não era pessoal com o Grego. O que sempre pedi foi estrutura, é a qualidade de treinamento, transporte, alimento, segurança, essas coisas. A gente tem de cortar esse tipo de problema”. Aleluia, precisamos esperar por quatro longos anos para sabermos que a bronca não era contra a pessoa do Grego, e suas sistemáticas falhas administrativas, como pagamento de seguros e salários, mas sim pela falta de estrutura ao redor da equipe, a qualidade do treinamento, alimentação(…), essas coisas. Ou seja, insatisfação com a comissão técnica, seus métodos de treinamento, seus sistemas, problemas que tem de ser cortados. Foram palavras ditas a quem quisesse ouvir, ou seja, explicita ou implicitamente, sugere uma troca no comando da seleção. E para não deixar margens a duvidas vamos continuar reproduzindo a entrevista, que foi publicada no site UOL-Basquete pelo enviado especial Giancarlo Giampietro. Para o jogador, falta repertório de jogadas à seleção nos momentos decisivos. E que para facilitar a criação seria melhor deixar Leandrinho, do Phoenix Suns, mais voltado para a finalização. Também necessita de apoio de atletas mais veteranos. E, por fim, tem de ouvir vozes de técnicos estrangeiros.(…) Se Leandrinho for deslocado mais para a definição do ataque, Nenê já tem um nome para indicar à preparação, Valtinho, de Uberlândia. Assim como o pivô, o armador de 30 anos também disputou sua última partida pela seleção no Pré-Olímpico de Porto Rico, em 2003.O jogador tem relações conturbadas com a seleção, tendo já recusado muitas convocações – mesmo na época em que a equipe era dirigida por Hélio Rubens. “Tenho acompanhado de perto seu jogo no Uberlândia e ele está com um desempenho fantástico…”

Como vemos, suas baterias se voltam agora para a comissão técnica, pois é absolutamente inadmissível que um atleta venha a público declarar insatisfações técnico-táticas, e apresentar soluções e convocações, numa inversão de valores inaceitável. E foi mais longe. Um contato da comissão técnica com “novas idéias”, todavia, seria a prioridade, isto é, se abrir às influências internacionais. “Acho que temos várias oportunidades de aprender com treinadores de fora. Podemos deixar o Lula, mas temos de aproveitar essa experiência. É deixar a vaidade de lado”. Inacreditável, podemos deixar o Lula… O que é isso? Se alguém tem o poder de afastar, mudar, deletar, sei lá mais o que, uma comissão técnica, esse alguém jamais poderá ser um jogador, em tempo algum, em lugar algum. E vem falar em vaidades? E na conclusão: Nenê sugeriu o ex-assistente técnico e scout dos Nuggets, o norte-americano Jarinn Arkana, e o conceituado argentino Carlos Duro, ex-assistente de Hélio Rubens no Uberlândia, como pessoas que estariam qualificadas a trabalhar com a seleção. Os dois falam português. “Arkana é uma pessoa muito amigável, fácil de lidar. O Duro tem muita bagagem e sabe muito sobre jogadas”, disse.

Duas conclusões saltam aos olhos, de tão cristalinas que são: O discurso conciliador se antepõe ao conflito anterior, ou seja, se para não jogar na seleção, por motivos reais que jamais exporá, sub-repticia e inteligentemente focava óbices com a CBB, o Grego em particular. Hoje, se volta hierarquicamente contra a comissão técnica, numa ação diversiva, que culminará, com os fundamentos éticos desrespeitados, numa total e absoluta inversão de valores e responsabilidades, que comissão técnica em lugar nenhum no mundo jamais poderia aceitar, haja visto as declarações dos jogadores Alex e Guilherme, auto elegidos líderes do grupo fechado, feitas após o último mundial, contra o posicionamento do mesmo Nenê, num ensaio, agora confrontado pelo insigne pivô, visando o controle e a liderança do grupo. É uma posição lamentável e altamente comprometedora para a comissão técnica, previamente desqualificada em seus conhecimentos, e o pior, em sua liderança. A outra conclusão é óbvia, ante tantas evidências de proposital posicionamento. Fosse ele agir dessa forma no Nuggets, e estaria desempregado, mas aqui, na Terra de Santa Cruz, o desenrolar de tal comportamento poderá encaminhá-lo, sem culpas e com um ótimo álibi, a não participar da seleção, o que no fundo seria o desejável, já que sem perigos de contusões que arriscassem os milhões em jogo, garantindo uma imagem de bom mocismo, vítima das “circunstâncias adversas” que entravam o basquete brasileiro, apesar de sua abnegada disposição em salvá-lo. Melhor que isso, só dois disso, clama a genialidade popular. Oh deuses, como desejo estar errado pelo que expus acima, e honestamente rezo para que esteja, apesar de que lá no fundo…

PEQUENOS GRANDES VÍCIOS.

Há poucos segundos do final, Franca com três pontos na frente repõe a bola em jogo do meio da quadra. Grande expectativa, a equipe de Uberlândia tentará a falta a fim de recuperar a bola, e sua adversária tudo fará para mantê-la em sua posse. Lateral batido, dois dos três armadores de Franca estabelecem contato bem fora do perímetro, quando um de seus pivôs se apresenta para receber a bola. De posse da mesma, tenta o drible e anda com a bola. Nova chance para a equipe da casa, mas que infelizmente não foi aproveitada. Foi uma jogada emblemática para a equipe francana, e que até poderia ter sido outra equipe, em uma outra situação semelhante. O que salta aos olhos é o vicio estabelecido pela maioria de nossas equipes de que pivô tem de vir atuar fora do perímetro, para efetuar corta-luzes, e bem mais grave, tentar dribles e arremessos de três pontos. Um pequeno grande vicio de conduta técnica quase pôs a perder os esforços de toda uma equipe, inclusive os dele mesmo.

Fora um ou outro deslize de execução técnica dos fundamentos, foi um muito bom jogo, onde brilharam todos os armadores em disputa, de ambos os lados, estabelecendo novos parâmetros para o nosso basquetebol, estendidos inclusive às outra duas semifinalistas, já que a equipe do Minas Tênis também estabeleceu a utilização de dois armadores em sua formação básica. E um novo e alvissareiro pormenor, a exata e precisa atuação do ala Rogério, veterano que se renova, interagindo com seus armadores nas funções de um pivô móvel, o que permitiu ao mesmo um sem numero de conclusões à cesta da posição frontal, e não lateral como se pressupõe ser a região de atuação dos alas tradicionais.

Tivemos também revivido um outro pormenor técnico esquecido pela maioria das equipes nacionais, de todas as categorias, e de todos os quadrantes, o arremesso de media distância, aquele que só vale dois pontos, mas cujos índices de acerto em muito superam os de três pontos, vicio maior estabelecido entre nós. E de dois em dois o placar em nada ficou devendo ao que vem se tornando regra geral em nosso basquetebol, a crença estabelecida e cristalizada de que o que ganha jogo são os arremessos de três pontos, crença esta divulgada à exaustão por comentaristas-técnicos, ou técnicos-comentaristas (nunca soube precisar com razoável certeza…) para os quais o basquete de alta competição (que exemplifica os jovens jogadores) começou, se estabeleceu e só será factível através os arremessos de três pontos. E nem os exemplos apresentados nas finais da NBA, onde os arremessos de três se tornaram risíveis faz com que essa turma se convença de que arremesso é um ato de extrema precisão, campo restrito a alguns especialistas, e que os de dois pontos, mais democratizado entre aqueles menos qualificados, ganham jogo sim senhores!

Foi uma demonstração de que nossas equipes, se renovadas as concepções de seus técnicos muito podem oferecer de qualificação técnica, o que encorajará os muitos técnicos responsáveis pela formação espalhados por esse imenso país, a procurarem novas didáticas para o ensino dos fundamentos que sejam comuns a todos os jogadores, independendo de estatura e posicionamento na quadra, fator único e inquestionável na procura da excelência, técnica e tática.

Acredito que sejam os finalistas desse campeonato nacional, emissários de uma nova postura ante o grande jogo, e que seus técnicos desçam de vez de seus púlpitos absolutistas e caiam na realidade de que ainda têm muito o que aprender e principalmente apreender. Amém.

E MINAS ADERIU…

E o técnico da equipe do Minas Tênis se rendeu às evidências, acompanhou as outras equipes das semifinais, escalou dois armadores de saída, chegou a utilizar um terceiro, e venceu o jogo. Enfrentando em sua casa a equipe de Brasília, que nitidamente subestimou o adversário, haja visto a facilidade como o derrotou na capital, avançou para o quarto jogo, ainda em sua casa, alentado pelo ótimo resultado, e com boas chances de levar a decisão para um quinto jogo em Brasília. Surpresa? Talvez para a equipe candanga, que nitidamente não esperava tão dramática modificação no modo de atuar da equipe mineira. Esta, com armadores tão bons quanto os de Brasília, equilibrou a disputa, e fez ver ao adversário que as chances podem ser iguais na busca de uma vaga na final. Foi uma grande mudança tática, e mais uma vez, como nas outras equipes, sem mexer uma vírgula sequer no sistema de jogo que sempre adotou. Como as demais semifinalistas, simplesmente agilizou e qualificou o modo de jogar através a utilização de jogadores mais hábeis nos fundamentos de ataque e defesa, seus armadores.

Mas, eis que com essa atitude, o técnico mineiro tende a deflagrar um baita impasse dentro da comissão técnica da seleção brasileira, ainda mais quando de comum acordo com os demais integrantes da mesma convocou para o Pan somente dois armadores. Nos jogos classificatórios um outro integrante da comissão, dirigindo a equipe de Rio Claro, já havia ensaiado e utilizado essa composição de equipe com dois armadores, e se não foi bem sucedido, pelo menos demonstrou rebeldia ao sistema do qual é um dos desenvolvedores junto à seleção nacional. Como o técnico principal (mesmo que diga o contrario…) não dirige equipes de clubes, fica no ar a seguinte indagação: Que critérios técnico-táticos serão desenvolvidos e aplicados à nossa seleção, que declaradamente opta por um armador, tendo inclusive convocado somente dois, perante outras opções manifestas pelos demais integrantes “unidos e uníssonos” da comissão, quando os mesmos em seus clubes quebram tais critérios?

Acredito que as respostas a tal indagação poderia desencadear um inicio, não de rebeldia, mas sim uma premente e decisiva procura do bom senso comum, aquele que não sendo “unido e uníssono” representasse a realidade do nosso basquete, em sua decisiva busca pelo novo, pelo audacioso, pelo conceito corajoso de quem quer e precisa se desvencilhar dos grilhões da mediocridade e do servilismo colonial que nos tem sido impostos nos últimos vinte anos. Mas para tanto, há de se ter coragem, muita coragem, aquela que não está arquivada em lapitopis caipiras, aquela que só será mostrada por quem realmente acredita em mudanças, a começar em si mesmos. O basquete brasileiro merece que algo de muito positivo venha em seu socorro, e esse “algo” que já começa a se manifestar em notórias rebeldias, precisa de nosso apoio e vibrante torcida. Falta somente que o grande líder reflita, e quem sabe mude. Fico torcendo que para melhor. Amém.

ENFIM BOAS NOVAS.

Enfim um jogo com muitos aspectos positivos. A começar pela escalação inicial de ambas as equipes, pois tanto Franca, como Uberlândia se postaram na quadra com dois armadores e três homens altos jogando próximo às cestas. E em muitas ocasiões dentro da partida, ambas se utilizaram de um terceiro armador, tornando a disputa intensamente equilibrada. Os alas que me desculpem, mas a escalada dos armadores, inclusive por sobre suas antes inamovíveis posições, aos poucos conotam um substancial acréscimo qualitativo às equipes que corajosamente vêm investindo nessa novel concepção, o que, esperam todos aqueles que ainda acreditam em sistemas diferenciados da mixórdia que campeia entre nós, possa desencadear uma profunda mudança nos sistemas de treinamento dos fundamentos dos nossos jogadores, alas em particular, pois os mesmos estão sendo superados pelos armadores, sem que as suas equipes mudem uma vírgula sequer em seus sistemas de jogo, exatamente pela melhor qualificação dos mesmos no manejo de bola, nos passes, nas fintas e no posicionamento defensivo. Somente na precisão dos arremessos é que se equivalem, o que é pouco ante a qualidade de execução nos demais fundamentos.

Do quarteto finalista, somente a equipe de Minas Gerais se mantêm fiel ao sistema tradicional com um único armador, graças a atitude coerente de seu técnico, integrante da comissão técnica da seleção nacional, e que mesmo sendo equivalente em comando aos demais membros da mesma, segundo testemunho público daquele que deveria ser o líder inconteste, mas que prefere pulverizar seu comando para não se submeter a uma situação sucedânea àquela que vivenciou ao declarar numa entrevista que “a melhor posição numa equipe é a de assistente, pois na derrocada quem quebra a cara é o técnico principal”. Por se tratar de uma posição edificante, pouco se tem a comentar, a não ser o fato de que nenhum dos integrantes da comissão ousou aprofundar mudanças substanciais nos sistemas táticos de suas equipes, e todos “unidos e uníssonos” remetem suas pétreas convicções na convocação da seleção brasileira, na qual somente dois armadores foram convocados. Um que pouco atuou no país, outro que vem inovando a arte de enterrar, pois é sistematicamente marcado e bloqueado por…um aro de cesta, isso quando não se permite abster das finalizações de três pontos nos contra-ataques de sua equipe.

A equipe de Uberlândia venceu um jogo igual e muito bem jogado e melhor defendido, com todos os armadores produzindo um bom basquetebol, onde os detalhes definiram a partida, principalmente um, que quando devidamente compreendido em sua mecânica e momento de execução, dará aos pivôs envolvidos com o mesmo, um acréscimo substancial de força de ataque. Trata-se do passe no ato do arremesso em suspensão. Esse passe, a um outro pivô mais próximo à cesta, só deve ser dado quando um dos defensores optar fortemente pela anteposição ao mesmo, pois dessa forma deixará o segundo pivô em uma situação de 1 x 1. Se o passe for executado estando o jogador livre para o arremesso naturalmente o pivô a quem se dirigirá o passe estará inferiorizado na proporção de 2 x 1. Em três situações, sendo duas na prorrogação os dois ágeis e velozes pivôs de Franca cometeram esse erro, acrescidos pelo fato de que os passes foram dirigidos abaixo da linha do peito, o que obrigava o receptor ao drible, no que foi obstado em todas as vezes. Esse passe, obrigatoriamente, tem de ser dirigido acima dos ombros do receptor, de preferência na forma popularmente conhecida como “ponte aérea”, única forma de aproveitamento veloz e indefensável para tal e corajosa jogada, que como podemos avaliar, exigirá intenso e especializado treinamento.

Aos poucos as equipes ensaiam novos caminhos, mas ainda falta o principal, o estudo e conseqüente aplicação de novos sistemas ofensivos, basicamente aqueles que situem os homens altos o mais próximos à cesta quanto possível, e que destine o perímetro externo aos armadores e àqueles alas com competência para transitar pelo mesmo. Até lá, contentemos-nos com o advento e renascimento de nossos talentosos armadores, mesmo que uma pífia e medíocre comissão somente convoque dois. Rezemos aos deuses que se faça a luz, ainda dá tempo. Amém.

SISTEMAS III- Treinando fundamentos II

Nesse terceiro artigo da série Sistemas, abordaremos a parte dois do Treinando Fundamentos. São princípios básicos e fundamentais no ensino do basquetebol, e que devem sempre ser praticados por todos os jogadores, independentemente de categorias e faixas etárias, como num ritual no qual as repetições embasarão a todos no domínio dos princípios do grande jogo. Treinar sistematicamente os fundamentos é a chave dos grandes jogadores.

TOCOS DE ARO…LAMENTÁVEL.

É difícil explicar, e muito mais difícil tentar entender como uma equipe consegue levar a um ginásio 24000 pessoas já estando classificada com folgas, e numa semifinal se apresenta para uma platéia de menos de mil, e na mesma cidade, a capital do país. Falta de publicidade? Fenômeno passageiro, ou simplesmente um fato inexplicável? Não arrisco palpites, mas que é estranho, isto é.

Mas vamos ao jogo, o primeiro de uma melhor de cinco contra a equipe de Minas Gerais. Foi o encontro de uma nova concepção iniciada pela equipe de Franca, com seus dois armadores, e muitas vezes três na quadra, se antepondo a uma equipe, que dentro da lógica de seu técnico, um dos integrantes da comissão técnica da seleção nacional, se utilizava de um único armador, dois alas naturais, e dois pivôs com pouca mobilidade junto à cesta, se comportando coerentemente com os critérios adotados na seleção. E foi um passeio dado pela equipe brasiliense, timidamente contestado no quarto final, quando, rendendo-se à cristalina evidência da impossibilidade de anular jogadores mais hábeis e velozes que seus alas, o técnico mineiro escalou mais um armador na tentativa, tardia aliás, de contrabalançar tanta desvantagem. Mantendo a lealdade, e até acredito, a convicção de que o sistema utilizado é o que existe de melhor para o nosso basquetebol, viu ruir ante seu pétreo olhar, o grupo que dirige. A equipe de Brasília, acompanhando a tendência inaugurada por Franca, em nenhum momento alterou seu sistema de ataque, mas agilizou-o na utilização de dois, e até três armadores, dois deles com boa estatura, substituindo alas de menor capacitação técnica no domínio dos fundamentos do jogo. Essa tendência, muito bem vinda, qualificou seu jogo, dando ao mesmo condições que não puderam ser anuladas por seu adversário.

Mas nem tudo foram flores, a partir do momento que um dos armadores, um dos dois que foram convocados para o Pan, resolveu incrementar o espetáculo com duas cravadas deslumbrantes, só que ambas foram bloqueadas, por quem? Isso mesmo, pelo aro da cesta, numa situação comprometedora para quem foi escalado para liderar nossa seleção nacional, e sem contar com as inúmeras tentativas de arremessos de três pontos como finalizações de contra-ataques, atitudes imperdoáveis a um armador responsável pela equipe que lidera. Mas isso é outra conversa.

Devemos, no entanto, ponderar que o simples fato da utilização de dois armadores não nos dará, por muito tempo, condições técnicas que nos aproximem das equipes internacionais, se não qualificarmos com certa urgência nossos alas, incentivando-os no árduo treinamento dos fundamentos, principalmente os de drible, fintas e passes, desde as categorias de formação, e mesmo aqueles já formados, e por que não, os de seleção nacional, por mais veteranos que sejam. Nossos técnicos devem baixar de seus púlpitos pranchetados, e se situarem ante a maior de todas as evidências, a que nossos jogadores necessitam muito e muito mais de fundamentos, do que esquemas coreográficos, por não terem estrutura e conhecimentos para desenvolvê-los. O grande problema é sabermos se os técnicos dominam a arte de ensinar fundamentos e as didáticas para exeqüibilizá-los. A maioria ainda tenta se convencer que sistemas ganham jogos, quando na verdade, são as técnicas individuais as responsáveis pelas vitórias. Sistemas são apenas complementos, e até suplementos dentro da realidade do grande jogo, pois sem o conhecimento profundo dos fundamentos todos eles pouco representam para uma equipe bem treinada.

Esperemos os outros jogos da série, na esperança sempre renovada de que boas novas ainda poderão retirar o nosso basquete do limbo em que se encontra. Espero que sim. Amém.