ENFIM, DEFINIÇÕES…

Ao jornalista Giancarlo Gianpietro do site UOL, o técnico da seleção brasileira deu o seguinte depoimento, logo após a confirmação dos doze jogadores selecionados para a disputa: “É uma segurança, você tem três jogadores na armação, um grupo forte nas funções 2 e 3, que permite revezamentos e deslocamentos de posição e um quarteto de pivôs excelente, da mais alta qualidade. A força do Brasil está aí : temos jogadores bons em todas as posições e podendo fazer rodízio”.

Enfim, temos a equipe escalada, e com quatro jogadores para cada posição na quadra : quatro armadores (desculpe o técnico e sua comissão, mas o Leandro é um armador, e dos bons, podendo atuar como um ala por suas qualidades técnicas), quatro alas e quatro pivôs, numa formação clássica indiscutível, que a torna equilibrada, veloz e versátil. Para não dar o braço a torcer, a comissão classifica o Leandro como ala, como um finalizador como “sugeriu” o delfin, mas ao escalá-lo na companhia de um Valter, ou Huertas, ou mesmo Nezinho, fazendo-os responsáveis pela armação dupla fora do perímetro, agilizará de tal forma a produção dos três homens altos que, de uma forma concreta poderão vir a atuar como pivôs móveis, deslocando-se permanentemente dentro do perímetro, forçando o jogo interior, pressionando seus marcadores, reforçando os rebotes, e criando espaços para passes de dentro para fora do garrafão, para a obtenção de arremessos de três equilibrados e com tempo hábil para suas consecuções.

Por fim, culminando um processo de idas e vindas, tentativas e acertos, convocações corretas e equivocadas, e indefinições de comando quanto a influências exógenas fora de propósitos, chegou a equipe à encruzilhada que definirá seu futuro olímpico, e chegou apresentando uma frágil tentativa de inovar seus pétreos conceitos de sistema de jogo, que se levado e desenvolvido com coragem e desprendimento, poderá transformar tal fragilidade em resistente patamar visando um futuro mais promissor, pois liberado do ranço de uma pseudo-liderança atrelada ao que de pior nos influenciou, terá a rara oportunidade de tentar encontrar e trilhar os mesmos caminhos que outrora trilhamos e percorremos , quando éramos respeitados pelo que criávamos e produzíamos, e não pelo que viemos copiando colonizadamente nos últimos anos.

As chances são poucas pela demora nas definições técnico-táticas, e pelo pouquíssimo tempo de efetivos treinamentos, mas deixam no ar e ao acaso uma sensação de que mudanças são possíveis, e com elas as esperanças de dias melhores para o nosso basquetebol. Assim desejo, e mesmo tênuamente torço para que seja possível. Amém.



6 comentários

  1. Henrique 21.08.2007

    Professor, como está ?

    Vou me permitir discordar do senhor na analise de Leandro.

    Não vejo o mesmo com caracteristicas 100% para um armador NATO ou mesmo para realizar a função não mais por alguns minutos.

    Vou tentar explicar o que penso e o senhor, por favor, me corrija onde perceber algum equivoco.

    Do seu jogo em Bauru para o seu jogo em Phoenix, Leandrinho evolui muito tecnicamente.
    Dos principais quesitos que percebi foram o arremesso e a distruibuição dos arremesso ao longo dos jogos.

    Porém, taticamente não vi grandes ou siginificativos avanços para o basquetebol realizado fora da NBA.
    Além do fato do mesmo, não ter uma postura defensiva, para NBA excelente, seu jogo 1×1 não considero dos melhores, faltando-lhe recuperação defensiva ou até mesmo velocidade nos deslocamentos laterais.

    Um exemplo, armadores altos e fortes como Papaloukas da Grécia se faz uma eximio defensor por se colocar bem e ter passadas laterais largas e velozes.

    Voltando ao aspecto ofensivo.

    Concordo com o senhor na parte que ressalta o dominio dos dribles e das fintas, caracteristicas vitais para um bom armador, mas e a visão de jogo ?

    Professor, um armador não pode pensar em definição antes de fazer o time jogar e nem pensar duas vezes em passar a bola para um companheiro melhor colocado do que concluir as jogadas.
    Este conceito está certo ??

    Se estiver, penso que Leandro, mesmo sendo ao meu ver, nosso melhor jogador em termos de
    recursos ofensivos para criar uma cesta individualmente entre os jogadores de perimetro, não é nem de longe, nosso melhor armador com visão de jogo.

    Nos jogos que pude ver de Phoenix,
    faltava-lhe ainda dominar a quadra ofensiva, ser a chave-mestra da engrenagem no ataque.

    Não sei, é uma visão um pouco diferente.

    Sei que meu amigo Clovis também deve discordar, mais uma vez,de mim !

    Porém é discutindo que se chega no aprendizado !

    Abraços para o senhor !

  2. Clovis 21.08.2007

    Henrique tudo bem???? Hehehehehehe!!! E Professor Paulo, como vai?????

    Permite discordar numa coisa apenas, na marcação 1×1… Nesse quesito ele vai bem, o problema é aundo passa a ser parte de uma marcação coletiva, falta-lhe muita tarimba nesse quesito!!!

    Quanto a visão de jogo, eu concordo com vc, falta mais qualidade e velocidade de raciocínio nesse quesito!!! Mas com certeza ele pode fazer 5 a 10 minutos de armação, e ele pode ajudar e muito o Valtinho na armação, por causa de sua velocidade ofensiva, nos contra-ataques ele será mortal, são poucos jogadores no Mundo que possui a passada eme drible ou em direção a cesta como a dele!!! Seria uma espécie de COMBO GUARD ao lado de um ARMADOR PURO(Valtinho)!!!!

    Com certeza é a melhor opção de parceria para Valtinho!!!

  3. Basquete Brasil 22.08.2007

    Prezados Henrique e Clovis, permitam-me responder aos dois,dada à similitude das questões postadas por ambos.Leandro,um bom armador,
    extremamente veloz,bom drible,
    razoável finta,e um discernimento nos passes no miolo do garrafão bastante efetivo.Atuando na armação com o Valter,ou o Huertas,ou mesmo com o Nezinho,algumas tentativas de corta-luz os colocariam frequentemente em vantagem numerica fora do perímetro,propiciando uma invasão interior em conjunto com os homens altos,ação esta que exigiria rapidez nas conclusões e nas assistências, já que numericamente superiores no garrafão,obrigando as trocas defensivas e as ajudas de emergência.Enfim,um armador com tal velocidade e habilidade,alimentado pelo companheiro também armador, desencadearia um sem numero de situações junto aos homens altos,sem a necessidade que os mesmos viessem para fora do perimetro,eliminando os inúteis passes laterais,e ganhando tempo habil para acioná-los,assim como os arremessadores de media e longa distância.Outrossim,qualificariam o equilibrio defensivo na pressão aos armadores adversarios,já que possuidores das mesmas habilidades.
    Para tais funções o Leandro está
    perfeitamente habilitado,vide suas atuações nos Suns quando atuando ao lado do Nash.Como temos na seleção armadores de boa técnica,como o Valter,jamais o Leandro se veria sozinho para essa função,a não ser que baixesse um branco total em toda a comissão técnica.Um abraço aos dois,Paulo Murilo.

  4. Clovis 22.08.2007

    Professor Paulo!!!!

    Gostei da sua explicação, ficou bem nítido agora o que vc quis mostrar, e eu concordo em número, gênero e grau!!!

    E quero desejar um bom jogo de basket hj, e que nós consigamos superar as dificuldades e o adversário e saiamos com uma vitória convincente sobre o Canadá!!!

    Um bom dia a vc Professor e ao meu amigo Hicks!!! E bom jogo à nós todos!!!

  5. Basquete Brasil 22.08.2007

    Prezado Clovis(Henrique também),
    vamos ao jogo,contendo entusiasmos apaixonados,mas com o espirito desportivo alerta e analítico.Sugiro que gravem o jogo,claro,se possível,
    para analisá-lo com calma e fria observação,de preferência algumas horas depois,quando os humores arrefecerem pelo resultado,seja qual for.Aí sim,poderemos tecer equilibrados e concisos comentários,afastando dos mesmos a pesada carga emotiva desencadeada em um jogo de tal importância.
    Lembremo-nos sempre que se tratam de seres humanos em confronto,não máquinas ou robôs,e que seus comportamentos sempre espelharão seus conflitos e suas conquistas,na vitoria ou na derrota,resultados estes extensivos a todos nós,pois refletem o que somos,como agimos e como nos comportamos.Se democraticamente falando cada povo tem o govêrno que merece,por que não o desporto,o basquete,não apresente a mesma conotação?
    Portanto,cabe a todos nós mudarmos conceitos,moldando nosso destino,
    começando pela análise objetiva e crua de quem nos representam,e que lá estão por nossa vontade,ou por nossa omissão.Por tudo isso,
    torçamos e oremos à todos os deuses para que possamos todos juntos,os que aqui ficam na torcida,e os que lá estão no campo da verdade,venham a encontrar o caminho a ser trilhado,com isenção e justiça.
    Abraços,e bom jogo também.
    Paulo Murilo.

  6. Henrique 22.08.2007

    Caro Professor Paulo,
    obrigado pelos esclarecimentos.

    Gravar o jogo vai ficar realmente complicado, infelizmente.
    O video antigo já nao suporta tal tarefa !

    Sobre o Leandro na armação, infelizmente no Mundial ele jogou como armador ÚNICO na quadra por 60% do tempo, palavras do auxiliar técnico Guerrinha para mim.

    Aí Professor, fica dificil acreditar que ele nao poderia ser usado novamente mais tempo levando bola e passando ele de lado, do que agredindo a defesa com seu bom jogo.

    Ele é uma das nossas esperanças, espero que a comissão não “queime” o menino logo de cara.

    Com Valtinho e mais dois armadores no banco, só se realmente, estiver cego quem sentar ao lado da quadra.

    Abraço ao senhor, ao Clóvis e
    boa estréia para nós brasileiros logo mais !!

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