ASSUNTANDO…

Quarto final, a equipe de Assis fica bem perto de equilibrar o jogo, mas seus jogadores, intranqüilos, cometem erros em profusão, e que nem mesmo seus melhores jogadores, o Probst, em mais uma exibição de como deve se comportar um pivô nos rebotes, além de comparecer eficientemente nos pontos de sua equipe, e o Nezinho em uma noite inspirada no ataque, conseguem superar a equipe de Franca, com seu armador Helio sem apresentar o melhor de seu condicionamento, mas jogando num sentido coletivista elogiável.

De repente, num pedido de tempo, o técnico de Assis agride uma cadeira a pontapés, proferindo impropérios a granel, e dirigindo-se a um dos jogadores brada: “Vai pro meio do inferno, vai pro inferno!” , numa atitude destemperada e irracional, deixando a todos atônitos e incrédulos. Imediatamente, o comentarista da ESPN justifica: “Ele tem razão de interferir dessa forma, ele é assim mesmo, sempre foi…”. No que o narrador justifica o fato de existirem aqueles técnicos formadores de equipe, e aqueles estrategistas, que mexem com o psicológico da equipe, dos jogadores, entre os quais o cacique de Assis se enquadrava. Pronto, pelo seu passado e pela sua forma de ser e agir, estava desculpado, afinal trata-se de uma competição de alto nível, de alto rendimento. E continuou com sua atitude de perene manifestação irônica, tanto quanto à arbitragem, como para com seus jogadores, como se fosse o centro do espetáculo, onde o começo e o fim do mesmo pertencesse a ele, o mandante infernal.

Perdeu o jogo, e uma excelente oportunidade de se comportar como um técnico deve se comportar, com equilíbrio e ponderada liderança, onde destemperos, via de regra, escamoteiam falhas inadmitidas por ele, sendo mais politicamente corretas direcioná-las àqueles que, temerosos e subjugados, não se defendem, os jogadores. Lamentável sob todos os sentidos, simplesmente lamentável, como também as justificativas dos responsáveis pela transmissão televisiva, ao conotarem pseudo razões no comportamento reprovável testemunhado por eles, e enviado em rede para todo o país.

Nos dois jogos que abriram a decisão do Nacional, entre Brasília e Flamengo, um simples e definitivo atestado, o de incompetência defensiva, por parte da equipe candanga, que se apresentou da forma mais primaria e absurda, quando da necessidade de diminuir a alta incidência de arremessos de três pontos da equipe rubro-negra. Dizem e afirmam-se como jogadores de alto rendimento, a fina flor do basquete nacional, com passagens pela seleção brasileira, com porte físico comparado às melhores equipes mundiais, detentores dos melhores salários pagos na modalidade, mas que simplesmente não sabem, não podem ou não querem marcar, confiando em um poder ofensivo discutível, e taticamente equivocado. Permitir aquela enxurrada de arremessos de três, é atitude derrotista e fadada ao fracasso, e um 3 x 0 na próxima terça feira em Brasília seria um castigo mais do que merecido a uma equipe que simplesmente desconhece o fundamento Defesa. Quanto ao Flamengo, segue seu caminho vitorioso com todo o merecimento que se faz credor, o de melhor equipe deste Nacional.

Finalmente, um fato preocupante e que deve deixar todos aqueles que torcem pela seleção brasileira que disputará o Pré-Olímpico em Atenas, com as barbas de molho. Numa entrevista dada ao jornalista Fabio Balassiano do blog Da Linha de Três, o jogador Leandro afirma que, ao contrario do que divulgou o técnico Moncho Monsalve, jamais teve qualquer comunicação com o mesmo, por email, telefone ou encontro pessoal, deixando no ar uma sensação de que pequenas ou grandes mentiras teimam em freqüentar os bastidores do basquete brasileiro em sua busca pela formação da melhor equipe possível, e mais, confirmou que sugeriu em dupla com o colega Nenê, os nomes dos técnicos do Suns e do Nuggets, com a anuência dos mesmos, para dirigirem a seleção, fato antes mencionado pelo jogador Marcos dias atrás, mas que não foram aceitos pela CBB, em mais um, dos vários motivos que possam vir a pesar na decisão de participação dos mesmos na seleção. Como vemos, muitos são os meandros que inferem na constituição final da equipe, onde opiniões, pitacos, intromissões e auto convocações põe em risco a unidade disciplinar, hierárquica e ética que deve se constituir no alicerce de um grupo, que em torno de seu líder, o técnico, se dispõe à construção de uma equipe vencedora, onde interesses e demandas pessoais devem ser postas de lado, em benefício de um todo, de uma verdadeira equipe.

Mas, devagar e despretensiosamente, a equipe feminina que sofreu desfalques importantes na véspera de sua ida ao Pré-Olímpico de Madrid, embarca com três armadoras, seis alas e três pivôs, numa formação inédita e audaciosa, mas que conoto como válida, principalmente se atuar com duas armadoras em quadra, aumentando o domínio qualitativo na posse de bola, nos dribles, passes e fintas, assim com na velocidade defensiva, permitindo variar o ritmo de jogo de acordo com as adversárias, já que garante e protege a bola pelo domínio direto, e não exposta permanentemente num jogo baseado em passes, onde o domínio da mesma se faz precário, já que longamente no ar, onde sua posse é de quem chegar primeiro. Se tiverem a coragem dos que arriscam para vencer, acredito em sucesso, pois a vitoria se torna realidade para aqueles que a buscam no limite do imponderável. Desejo boa sorte a todas.

Amém



Deixe seu comentário