COMOVENTE OTIMISMO…

Dois jogos, duas vitorias. Dois dias atrás, contra a Venezuela, mesmo jogando muito mal na defesa, conseguiu a seleção passar raspando nos 10 pontos, onde a qualidade coletiva da equipe não se fez presente em nenhum momento da partida, salvando-se duas ou três atuações individuais, com o Drudi em relevo, dando continuidade ao seu desempenho linear e maduro dentro da competição, mesmo esquecido no banco por longo tempo. Ontem, necessitando vencer por uma margem de 22 pontos a fim de jogar a final, priorizou o ataque, numa situação em que a defesa deveria pautar o comportamento da equipe, como base para ações ofensivas mais seguras, e que garantissem passo a passo, a anulação da vantagem da equipe uruguaia. Esta, ao sentir a fragilidade defensiva dos brasileiros, deixou o tempo passar, trocando cestas sem muito esforço, sabedores, que mesmo perdendo não veriam ameaçada sua participação na final. Agora, o técnico de nossa seleção deve estar colhendo de si para consigo mesmo, as amargas declarações que proferiu após a fragorosa derrota para os argentinos, entre as quais-“Foi um jogo que não valia nada. Vencer a Venezuela e Uruguai sim”- Pois muito bem, venceu os dois e vai disputar o terceiro lugar, com a Venezuela…

E mais uma vez, o Drudi sobrou na turma, assim como o Helio, ambos fora da equipe que disputará o Pré-Olímpico, numa falha técnico-administrativa que cobrará juros no transcorrer daquela decisiva competição.

E concordando com o comentarista da ESPN, numa competição de tal magnitude como o Pré-Olímpico, os melhores jogadores deveriam lá estar, os experientes e até alguns veteranos, no lugar dos novíssimos que por atuarem no exterior, como já afirmei anteriormente, em equipes de baixa classificação, inclusive em seus países de origem, ocupam lugares destinados àqueles, numa ação equivocada da CBB, que por motivos políticos mais do que conhecidos, somente utilizou o técnico espanhol a um mês daquela competição, quando o mesmo aqui deveria estar por muito mais tempo, quando teria a oportunidade de convocar aqueles jogadores que estivessem em melhor forma técnica e física. A grande experiência e qualidade técnica de cada um dos Hélios , Rogério, Marcio, Drudi, Estevam, entre outros mais, tornaria a seleção mais competitiva nos treinamentos, mais exigente nas soluções ofensivas e defensivas, dando ao Moncho um leque maior de escolhas, de decisões que muito o ajudariam na formação de uma verdadeira e representativa seleção brasileira. A maior e comprometedora falha de todo esse mal-fadado processo, é que uma convocação feita à imagem do catastrófico Pré de Las Vegas, foi como que sugerida e sutilmente imposta ao espanhol, já que privado das observações que faria se aqui aportasse meses atrás, concorreu para que ajustes de ouvido, de pitacos, e “sugestões” interesseiras, cobrissem as ausências previsíveis das grandes e evasivas estrelas, mantendo a seleção como vitrine promocional de candidatos ao estrelato, e ambiente de recuperação física e técnica de outros, em detrimento dos que por aqui se mantinham bem naqueles preciosos requisitos.

E por tudo isto, é que temo que uma seleção não representativa do que temos de melhor, e que mesmo se os tivéssemos, não seria de ponta no cenário internacional atual, com um, no máximo, dois jogadores de exceção , não produza ou torne realidade as vitorias por que tantos oram contrita e patrioticamente, numa corrente de comovente otimismo, que minha experiência, infelizmente, não compactua, apesar de lá no fundo torcer pela enésima vez para que esteja errado, e possamos testemunhar mais um pequeno grande milagre deste nosso teimoso e persistente basquetebol, como o ocorrido com a seleção feminina.

Amém.



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