O SOM DO SILÊNCIO…

Entrevistado logo após a derrota para a Coréia, o técnico da seleção brasileira foi sutil ao declarar que ofensivamente a equipe foi inoperante e cometeu um elevado número de erros, mas que defensivamente atingiu o índice de pontos concedidos à adversária, abaixo de 60 , no tempo normal de jogo, e que mesmo neste quesito falhara na prorrogação. Trocando em miúdos, sua estratégia defensiva foi exitosa ( para ele a prorrogação não conta), mas a equipe falhou ofensivamente, pela lentidão e imprecisão, faltando somente afirmar, mas deixando implícito, que a derrota deveu-se àqueles fatores dentro da quadra, e não no planejamento estratégico fora dela.

Creio que haja um grande engano no âmago dessa historia mal contada, por ele. Senão vejamos : O porque de nossa lentidão e acumulo de erros ofensivos? As armadoras, nitidamente fora de forma física, principalmente a Adriana, perdendo em velocidade em quase todos os embates com as velozes armadoras coreanas, não ofereceram um contra-ponto às ações das mesmas, num jogo previamente anunciado e conhecido que teria estas características, pela própria forma de jogar de uma adversária que privilegia a velocidade, como compensação à baixa média de estatura de suas componentes.

Além do mais, os problemas com o excesso de peso de nossas pivôs, num processo cumulativo de erros, concedeu às coreanas todo um handicap, talvez o único, compensatório à sua proverbial deficiência em estatura, na troca unilateral pela velocidade, ausente em nossa seleção pela incapacitação física de nossas armadoras e pivôs.

Ao dispensar a armadora Natalia, velocíssima e atrevida armadora, uma das responsáveis pelo ritmo vertiginoso da seleção no Pré-Olímpico, e que teria caído como luva no formato ofensivo do jogo de hoje, por uma jogadora que pediu para não participar daquela fundamental competição, e que se apresentou para atuar em uma Olimpíada sem disputar sua classificação, e ainda, fora de forma física e técnica, cometeu o técnico um erro não aceito por um outro colega seu de profissão, da equipe feminina de vôlei, que manteve a estrutura da equipe, não permitindo sua quebra, pela pretensão de uma jogadora aposentada, de altíssima qualidade, em disputar mais uma medalha para seu acervo. O espírito de equipe foi mantido, e se apresenta com fortíssimas chances de sucesso na magna competição.

Outro erro foi o de pretender contar com uma jogadora seriamente lesionada, e que também seria incluída no lugar de uma das integrantes do grupo que alcançou com méritos a classificação olímpica, numa clara demonstração de falta de confiança na mesma, desconvocada e reconvocada na medida em que a sua escolhida não superou a lesão ao retornar à sua equipe americana antes de totalmente recuperada. Com uma equipe fracionada pela indecisão de comando, e com sua unidade comprometida, pouco poderia apresentar de espírito uno de equipe, dadas as circunstâncias que antecederam sua convocação e preparação.

Mencionou também, que mudou seu modo de armar a equipe, passando a fazê-lo com duas armadoras, exatamente para que o numero de erros diminuísse, para que as pivôs fossem alimentadas com mais precisão, e que as assistências se tornassem efetivas e produtivas. Esqueceu porém, um pequeno pormenor, a capacitação física destas armadoras, onde a Claudia ao manter sua característica cadenciada, e a Adriana sua impetuosidade decisória, tiveram essas potencialidades travadas por defensoras infinitamente mais rápidas do que elas, e tecnicamente mais bem condicionadas, e que somente uma armadora congênere poderia equilibrar tal situação. Daí, eu ter mencionado e defendido a permanência da Natalia, como fator altamente positivo para o ritmo veloz da equipe, tanto ofensivo, como defensivo, e mais ainda, nos contra-ataques. E o principal, sem quebrar o espírito de uma equipe que soube se superar acima do esperado no Pré-Olímpico.

Com a classificação seriamente ameaçada, já que se defrontará contra equipes bem superiores à equipe coreana, que o nosso técnico aprenda de uma vez por todas, que após uma derrota contundente como a de hoje, a melhor solução é a de se manter calado, substituindo o discurso “do eu ganho, e elas perdem”, por um momento de introspecção, onde, de si para consigo mesmo, se argua ética e tecnicamente, se foram suas atitudes de liderança suficientemente lúcidas e práticas para a fundamentação da equipe como um todo, ou se foi vitima de seus conceitos baseados em nomes e pseudas donas de posições, e que nem sua atitude exemplar no caso Iziane, o fez coerente na manutenção da equipe arduamente classificada. Princípios insipientes de arrogância têm minado muitas carreiras, em muitas profissões, mas não tão decisivamente quanto a de um comandante, seja militar ou desportivo, pelo seu poder convocatório e decisório, que ao ser, por definição, solitário, exclue demonstrações diretas e marqueteiras na direção das lentes de uma câmera de TV.

Aprenda com o meu velho pai, que me aconselhou um dia- “Quando algo fugir ao seu comando, ao seu controle, fique em silencio e aprenda a ouvi-lo, pois ele soa somente aos seus ouvidos, à sua mente, ao seu coração. Depois fale, se preciso for , e descobrirá que quase nunca precisará fazê-lo,pois as respostas já estariam dadas”.

Torço para que a equipe readquira o espírito do Pré, e reencontre a alegria de jogar, mesmo que a velocidade não seja aquela, perdida algures em São Paulo.

Amém.



1 comentário

  1. Gil Guadron 10.08.2008

    PARA ENTRENADORES DE EQUIPOS DE FORMACION.

    Ideas para la Defensa en 1/4 de la cancha.

    Un fundamento un tanto olvidado es el de hablar, el estar comunicandose constantemente con sus compañeros defensores para hacerles saber que esta sucediendo , para ejemplificar su importancia utilizare el articulo anterior, del mismo titulo.

    En el llamado “lado fuerte ” del ataque ( donde esta la pelota ), esta la tiene el Forward atacante # 3 , marcado por el defensa quien esta tratando de no permitirle ni el pase ni la colada hacia el “area pintada” .

    En el “lado debil” del ataque ( donde no esta la pelota ), estan los atacante #2 y # 4., un Guard y un Forward.

    El defensor #5 marca la linea de pase sobre el Poste atacante, esto es posible en funcion que el Forward defensor #4, esta en el “Lado de Ayuda”, para interceptar el posible pase globeado de # 3 al #5.

    Los –gritos constantes del defensor #4. –, le aseguran al defensor #5, que marque la linea de pase , pues tendra ayuda defensiva en caso que se de un pase globeado.

    Pero de repente el Forward atacante #4, se desplaza hacia la linea extendida de tiros libres ya para recibir un pase del atacante #3, lo que provocaria una “puerta trasera” ( cortar hacia el aro ) del Guard atacante #2 .

    Sube a ponerle un “pantalla al defensor #2, quien corta hacia el aro para un pase directo del Forward #3 o,

    Sencillamente sube hacia la linea de tiros libres para “quitar” la “ayuda defensiva sobre el Poste atacante #5 “– que esta siendo marcado , practicamente por el frente –, Haciendo entonces posible el pase del atacante # 3 al #5.

    El defensor #4, entonces debera de –avisar a viva voz !!!, GRITANDO lo que esta sucediendo –para que la defensa reaccione adecuadamente,ejecute los desplazamiemtos y ajustes de acuerdo a las disposiciones tacticas que han entrenado frente a estas situaciones.

    Recuerde, defensivamente el hablar , o falar, e un fundamento basico para mantener la cohesion defensiva.

    Atentamente.

    Gil Guadron

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