UM BOM ANO? TOMARA QUE SIM…

Daqui a 2 horas se encerra o ano, e todo basqueteiro que se preza invoca os deuses para que o ano que se inicia traga um pouco de prosperidade ao nosso tão maltratado basquetebol.

De minha parte, fervorosamente peço que:

– Ao terminar o prazo de inscrições de chapas candidatas à presidência da CBB, no próximo 31 de janeiro, que além das três já inscritas, uma nova, constituída de verdadeiros desportistas ligados ao grande jogo, possa, democraticamente concorrer, apresentando novos objetivos e planejamentos enxutos, mesmo sabendo das imensas dificuldades em se eleger, pois neste decisivo momento, a sociedade precisa tomar conhecimento de que algo de inovador poderá ocorrer se eleita for.

– Que uma luz divina baixasse nas consciências eleitoras dos representantes federativos, e como num pequeno grande milagre deixasse de existir a incúria e a irresponsável incompetência que tem asfixiado o progresso do basquetebol brasileiro.

– Que num momento de grandes expectativas, possamos estabelecer uma já tão tardia união entre os técnicos, visando única e exclusivamente a reabertura e conseqüente troca de experiências, que tanto bem faria aos jovens técnicos e jogadores que se iniciam corajosamente no basquete, alijados que são do processo evolutivo e técnico tático no começo de suas caminhadas.

– Que os órgãos superiores do desporto nacional se conscientizem da verdadeira e única prioridade na alocação de projetos e verbas na educação de nossos jovens, na integral educação, onde o esporte e as artes, em conjunto com os currículos tradicionais, forjarão nosso futuro, e não destinando nossos parcos recursos para projetos megalômanos, como Olimpíadas, que somente beneficiarão empreiteiros, firmas estrangeiras de projetos vários, além de políticos e uma elite encastelada e irremovível no comando do esporte nacional.

– Que nossos órgãos de imprensa e mídia especializada destinem um pouco mais de espaço na promoção do basquete, nem que fosse uma pequena parte daquela destinada aos massacres de lutadores ensandecidos, torneios de pôquer e modalidades que nada tem a ver com a nossa realidade.

– Que nossos competentes blogueiros se voltassem mais para o nosso basquetebol, e não para um jogo alienígena que se coloca à margem da FIBA, como se fosse a verdade absoluta.

– Que pais de atletas descobrissem de uma vez por todas de que seus filhos, crianças que são, merecem viver seu quinhão de juventude plena, e não vivenciarem uma realidade profissional absurda, que somente beneficia intermediários abjetos e inescrupulosos, além de, na maioria dos casos, serem estas crianças objeto da realização de sonhos quiméricos de pais, cuja maior responsabilidade é a de promover e orientar o futuro de seus filhos, e não recriá-los às suas imagens e semelhanças.

– Anseio também, que outras formas de preparo e treinamento sejam desenvolvidas em nossas divisões de base, e não esse xarope mal cheiroso de um sistema único de jogo, fracassado e comprometedor, ávida e temerariamente empurrado goela abaixo de nossos jovens técnicos e professores em clinicas de baixíssimo nível promovidas pela CBB, onde a política básica a ser implantada é a da unificação e engessamento no preparo de todas as seleções, dispensando irresponsavelmente nossas características regionais de um país vasto em tamanho e em culturas, numa ação no mínimo criminosa.

– Enfim, desejo que 2009 se torne um marco de soerguimento e sucesso para o basquetebol brasileiro, no ano em que completaremos 50 anos desde a conquista do primeiro título mundial masculino.

Que os deuses nos inspirem e protejam.

Amém.



7 comentários

  1. Glauco nascimento 01.01.2009

    Caro Paulo, os seus desejos para 2009 é de uma grande parte de brasileiros. Sou um apaixonado por basquete e estou tentando ao máximo para ser talvez um técnico no futuro, mas no presente momento estou cursando ed. física e pretendo iniciar minha vida em escolas e clubes. Creio que tudo o que você disse é verdade. A maioria das coisas que você citou eu já presenciei e é chato ver essas coisas acontecendo. Eu honestamente só não entendi a parte que você fala “jogo alienígena que se coloca à margem da FIBA”. Gostaria que você me mandasse um e-mail para me tirar essa interrogação! Parabens pelo blog, e que em 2009 seja recheado de posts para nos ajudar e acrescentar!

  2. Basquete Brasil 02.01.2009

    Prezado Glauco,trata-se daquela modalidade cujo campeonato se intitula World Championship Basketball,onde as regras internacionais são desprezadas em nome de uma supremacia questionável,e largamente utilizada comercial e politicamente por nossos irmãos do norte,como influência decisiva no seio da juventude mundial.A NBA é um corpo alienigena incrustado na realidade do basquete mundial,praticando um jogo diferenciado e exclusivo.Um abraço,Paulo Murilo.

  3. Glauco nascimento 03.01.2009

    Agora sim compreendi! Concordo com essa sua observação tbm. Grato pelo esclarecimento!

  4. Alfredo Lauria 05.01.2009

    Caro Paulo,

    Na surdina do final de ano transferiram a sede do Grupo C da Liga das Américas (Flamengo e Universo/BRB) para Sunchales, na Argentina, sabe-se lá por qual motivo.

    Não estou vendo muita gente comentando esse fato, que eu considero lamentável para o nosso basquete.

    Eu prefiro acreditar que não seja um arranjo político do recém eleito presidente da ABASU, nosso digníssimo presidente da CBB.

    Um abraço,

    Alfredo Lauria

  5. Basquete Brasil 06.01.2009

    Prezado Alfredo,desde a semana passada já tinha tomado conhecimento da desistência de Brasília, fato que concordo ser lamentável.Falta de verba para a organização foi o argumento sustentado pelo pessoal da capital.Quanto a ser um arranjo político por parte do grego melhor que um presente,não tenho elementos para confirmar a veracidade desta possibilidade, mas que dá para desconfiar,lá isso dá.Aguardemos mais detalhes e justificativas. Um abraço,
    Paulo Murilo.

  6. Alfredo Lauria 06.01.2009

    Caro Paulo,

    Eu não sei o que é pior, a desistência ou a justificativa apontada pelos dirigentes.

    Confesso que eu não faço idéia da quantia cobrada pela FIBA Americas (se é que é cobrada), mas não é possível que Porto Rico tenha interesse em sediar o Grupo A (ginásio às moscas) e a Argentina em sediar o Grupo B (ginásio lotado, mas com capacidade certamente não superior a 1500 pessoas).

    Em Brasília, todas vezes que Flamengo e Universo se enfrentaram no ginásio Nilson Nelson o público se aproximou dos 10 mil pagantes. Nas finais do último nacional, o público lotou completamente o modesto ginásio da ASCEB (sabe-se lá por que foi realizada lá a partida).

    Realmente, não dá para entender nada neste país.

    Abraços,

    Alfredo

  7. Basquete Brasil 07.01.2009

    Prezado Alfredo, fico imaginando a influência política num ano de eleição, quando um ginásio abarrotado com mais de 10 mil pagantes seria fruto do trabalho e organização de uma federação opositora de uma situação candidata à reeleição, e que certos e velados tramites não garantissem troca de posição.Então porque auxiliar nas despesas se o voto não é certo? Se o torneio em casa beneficiaria nossas equipes é o de somenos importância, frente aos interesses eleitoreiros. Mas como disse no inicio, fico só imaginando, pois seria uma realidade pusilânime se verdadeira. Um abraço,
    Paulo Murilo

Deixe seu comentário