O PRIMEIRO DIA…
“Retiro minha candidatura não por medo de perder. Há um candidato que vai ganhar, então temos de apoiar.(…) Não vou me emocionar porque aqui não se trata de ganhar ou perder. Nosso grupo trabalha junto há 15 anos. Se nos últimos 30 dias houve uma dissidência, agora eu quero uma mensagem de união”. Afirmou o presidente da ABASU ao se retirar da eleição na CBB.
Exatamente, não se trata de ganhar ou perder, que seriam detalhes importantíssimos se na disputa houvessem infiltrações de chapas não pertencentes ao grupo de 15 anos, onze dos quais usufruídos em grande pelo candidato remanescente quando das bem orquestradas saídas de seus dois compadr… desculpem, oponentes na disputa.
E na exposição de vitoria do grego melhor que um presente, fica faltando um dedinho intercalando o V da vitória, na contabilização de três poderes incontestes no basquete continental, a ABASU, a CBB e a FPB, afinados e coordenados para pelo menos oito anos de poder, isso se não cair no conveniente esquecimento de promessas de campanha do Carl, a eleição máxima de dois mandatos, quase idênticos aos quinze anos de mando na FGB.
E do Brunoro as pérolas do dia- “(…) o próximo passo é contratar uma empresa de auditoria financeira para analisar as contas e receitas da Confederação(…)”. Mas como uma empresa do porte da Brunoro Sports não tem um departamento financeiro capaz de auditar simples contas?
(…) ” Vamos indicar um diretor de marketing, e vamos prestar consultoria na área técnica. A princípio, somos os responsáveis diretos pela área de marketing (…)”. E quando o tal principio for estabelecido, é que enfrentaremos a dura realidade de jogar basquete com uma bola 200 gramas mais leve, colorida, que em vez de ser lançada terá de ser percutida… Não vai ser nada fácil…
E para terminar o primeiro dia de eleito, mas não empossado, o revezado presidente ameaça fulminar uma tradição histórica e gloriosa, aquela que determina os escolhidos pelo mérito, aqueles poucos que tem o orgulho incontido de envergá-la, a camisa da seleção brasileira, que jamais poderá ser negada e aviltada em competições internacionais, imperdoável e irreversível atitude de quem não possui dignidade e hombridade para respeitá-la. Para estes não tem perdão.
(…) “Vou ver como está o trabalho e só aí vou decidir se ele (Paulo Bassul) continua ou não. Chegou ao meu conhecimento que há algumas restrições ao nome dele dentro da comissão técnica” (…) “Temos de pensar na Seleção. Nós queremos os melhores atletas na seleção, e a Iziane é uma das melhores atletas. Portanto…”
Portanto, que se danem as tradições, e que se danem mais ainda técnicos que as professam, pois o que realmente importa são os atletas, mesmo aqueles que se negam a defender a seleção, sua camisa gloriosa, dentro ou fora das competições, que com suas pusilânimes e covardes atitudes dão o exemplo maior de negatividade aos jovens que se iniciam, mas que agora são defendidos por quem não tem competência e conhecimento desportivo para gerir uma confederação de um esporte maior.
Mas tenho que admitir, profundamente preocupado com os restantes 48 meses de comando ora iniciados, que se comparados em conteúdo a esse infeliz primeiro dia, prevejo a sedimentação do que até agora foi estabelecido pelo grupo junto a quinze anos, dominante de três dos maiores poderes sul americanos, não fossem seus três dirigentes a quintessência do que pior pode existir de antiético e cínico comando do outrora grande jogo entre nós.
Mas amanhã, depois de amanhã, depois…tem muito mais, é só aguardar, é só uma questão de fé de mais ou fé de menos.
Oremos então.
Amém.
PS – Este artigo pautou-se em reportagens feitas por Adriano Albuquerque para o Basketbrasil e Rodrigo Alves para o Rebote.