FOI-SE MAIS UM MUNDIAL…

“Fizemos um bom primeiro tempo. Entramos com uma proposta de jogo com uma defesa fechada, pressionando a jogadora com a bola, uma vez que as americanas têm no rebote um de seus pontos fortes. Nos dois períodos finais, rodei mais o time para dar ritmo para quem estava jogando menos e descansar as jogadoras para o jogo decisivo de sexta-feira. Tivemos inteligência nas finalizações e, apesar da derrota, saímos com moral, pois tivemos vários momentos bons na partida, com ótimas situações de cesta. Canadá e Argentina têm estilos diferentes. As argentinas jogam com mais contato e, como as atletas são baixas, atacam mais aberto. As canadenses contam com pivôs muito altas, têm um bom aproveitamento nos arremessos de dois e três pontos e jogam mais leve na defesa. Nós estamos confiantes para conseguir a vaga para o Mundial e não importa se o adversário será o Canadá ou a Argentina. Temos que fazer a nossa parte, jogando com garra e determinação para vencer”, comentou o técnico César Guidetti.( Databasket em 13/08/2009).

São declarações de um técnico de seleção brasileira derrotado por 51 pontos de diferença numa Copa America, e que disputará com as argentinas a última vaga para o Mundial.

E que numa semi final roda o time para descansar jogadoras para o jogo decisivo, e diz que a equipe finalizou com inteligência ( 105 x 54), e que saiu com moral por ter feito algumas boas jogadas na partida, afirmando não importar se a decisão for com a Argentina ou o Canadá-“Temos de fazer a nossa parte, jogando com garra e determinação para vencer”.

Fico imaginando o que diria se tivesse perdido por 5 pontos, ou mesmo vencido…

E mesmo rodando a equipe para descansar as titulares, foi “rodado” do Mundial perdendo para as argentinas por 64 x 47, muito longe da zona dos “detalhes”.

E agora, o que tem mais a dizer, quando deveria se somar aos seus colegas colegiados da CBB, que impingem suas clinicas e seus conceitos equivocados a técnicos iniciantes por todo o país, supervisionados por profissionais mais equivocados ainda, e todos, sem exceção, largassem o osso premiado e político, a fim de que pudéssemos ter a chance de vislumbrar o outro lado de uma moeda viciada em cair voltada para uma única face, aquela que espelha e representa as desditas dos conluios e escambos, muito longe do mérito, do estudo e da experiência dos verdadeiros mestres do grande jogo, que mesmo “amaldiçoados” pela idade, detêm a chave do conhecimento, do bom senso, e da arte do formar bons jogadores e cidadãos, sem alarde, mas com eficiência e competência.

A CBB, mesmo presa a um continuísmo endêmico, loteada politicamente, e escravizada a conceitos irreais, tem, por questões de sobrevivência técnica, de reformular tudo, absolutamente tudo referente a estratégias e objetivos de formação de base, e urgentemente colocar frente a frente o que de melhor temos de cabeças pensantes no país, para discutir, deliberar e apresentar soluções práticas, dentro da nossa realidade, e ter a humildade de aceitá-las e fomentá-las para o bem de nossos jovens. Já se faz tardia tão salutar e fundamental atitude.

Amém.



2 comentários

  1. Walter Carvalho 15.08.2009

    Professor,

    Que vergonha! Como e que uma equipe brasileira pode perder de tal forma em uma competicao Sulamericana e ter o seu tecnico, ou seja, Head Coach, dar este tipo de entrevista e adotar tal conduta durante uma competicao?

    Mais uma vez, mostra que o caminho que estamos seguindo de padronizacao erronea e de falta de preparo tecnico, tatico e pedagofico de nossos profissionais e aparente.

    Mais uma vez fica evidente a falta de preparo e experiencia – nao so na quadra como fora da quadra.

    E uma vergonha!

  2. Basquete Brasil 15.08.2009

    Pois é Walter, passam os anos, as grandes e pequenas competições, as gerações que se perdem no ralo das manobras escusas e irresponsáveis,os conchavos e as soluções de cunho mafioso, e paralelamente a tudo isso, envelhecemos leais a princípios técnicos e éticos em que acreditamos, sempre trabalhando e perseverando, mas à margem das grandes decisões, campo cativo da máfia encastelada. Lutar e não fugir às responsabilidades não foi,não é e nunca será suficiente para sermos, ao menos, ouvidos.Só nos resta o trabalho, o estudo e a vontade férrea de fazer sempre o melhor, sempre.Um abração, Paulo.

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