VALE O QUE ESTÁ ESCRITO…

E de repente, lá nos idos do quarto quarto, o Alex resolve “retornar” ao antigo hábito de chutar de três com ou sem anteposição próxima, com ou sem rebote bem posicionado, dentro ou fora do sistema monchiano de “um passe a mais”, e pimba, mete três de quatro tentativas de…três, e coloca a equipe com uma margem um pouco mais administrável, respirando mais livremente ante o sufoco que vinha enfrentando. Claro, que o esperto ibérico incensou o Alex nas entrevistas, mas sequer mencionou a transgressão técnica, tão criticada e combatida por ele nos treinos e nos jogos preparatórios, onde, o nosso herói de hoje se comportou dentro dos parâmetros propostos, tendo inclusive deixado de lado as encenações televisivas quando da cobrança de lances livres, hoje executados dentro dos 5 segundos regulamentados pelas regras do jogo, e não os dez segundos, ou mais a que se acostumou a praticar com a conivência de nossos árbitros.

Fico imaginando, com a frieza de quem, por décadas, convive no meio, se as tais três bolas não caíssem, o quanto de críticas contundentes estariam sendo veiculadas pelo Moncho, pela desobediência tática praticada num quarto decisivo. Mas como caíram…

Estaria esse velho técnico criticando o Alex pelas iniciativas? Ou tal crítica deveria ser destinada ao silêncio oportuno do disciplinador técnico tático de nossa seleção?

Convenhamos, a equipe jogou mal com sete, somente com os sete de plena confiança do Moncho, confiança esta cristalinamente exposta quando o jogo foi para valer pontos e classificação, transformando os restantes cinco jogadores, magnificamente convocados pelo sucessor na direção da seleção, e designado pelo próprio, em assistentes completamente fora das necessidades da equipe ante a forma de atuar ofensiva e defensivamente da equipe dominicana.

Precisávamos de um armador de ofício para atuar ao lado do Huertas, ou substituí-lo em algumas situações, e no banco…ninguém.

Precisávamos de um centro tão veloz e hábil como o Spliter, senão por faltas cometidas, ou por um simples descanso, e no banco…o pesado JP Batista.

Precisávamos de um ala incisivo, reboteiro, bom marcador e arremessador para um lógico rodízio com o Leandro, ou o Marcelo, ou mesmo o Alex, e no banco…o Alexandre, o Diego e o Tavernari, sequer prestigiados pelo… Ora, deixa pra lá.

Hah, o Duda, tão prestigiado pelo Moncho, e que não joga um minuto sequer com os dominicanos!

E pensar que deixamos no Brasil jogadores, veteranos ou não, qualitativamente superiores aos cinco que lá estão, como tudo indica, infelizmente, a passeio, como o Marcio, os dois Hélios, o Matheus, o Teichman, o Fiorotto, o Rogério, e mesmo o Estevan.

Mas precisamos renovar, seu velho teimoso! ( frase recebida em um email outro dia…), a que dou total razão, pois teimosia de um velho capaz de ainda se indignar, no mínimo o torna imune a tanta asneira cometida em nome do grande jogo entre nós, e que reconhece humildemente que numa hora de decisão temos de dispor dos melhores, e não nas promessas de cunho duvidoso.

Treinamos e jogamos amistosos com uma nova “filosofia” ( meus deuses…), corneteando (palavrinha em moda…) novos e auspiciosos ares e conquistas, mas quando a bola sobe em um jogo para valer, entra em cena o que todo bicheiro conhece de cor- vale o que foi, o que é e o que estará escrito- vale o que sempre foi, é e continuará sendo praticado, o sistema único, pétreo e inamovível, aquele mesmo que fez o Alex transgredir no quarto final, estando ou não marcado, estando ou não equilibrado, arremessando quatro bolas seguidas de três, encestando três, facilitando, juntamente com a saída dos dois ótimos pivôs dominicanos com cinco faltas cada, a nossa suada e insossa vitoria.

Vamos nos classificar? Creio que temos razoáveis possibilidades, mesmo com a pífia defesa fora do perímetro, ainda mais pela péssima fase por que passam os argentinos, massacrados que foram pele equipe venezuelana, nossos adversários de amanhã. Vamos ver como se saem nossos sete magníficos, já que os restantes cinco perderam o bonde da realidade ibérica.

E como sempre conclamo, rezemos contritos, implorando aos deuses que na ausência de qualidade, que pelo menos encestemos o suficiente para nos classificarmos, mesmo sabedores que na Turquia em 2010, se não mudarmos nossa maneira de atuar, pensar e ver o basquete pouco poderemos almejar além do décimo nono lugar alcançado em Tóquio.

Amém.



4 comentários

  1. Walter Carvalho 27.08.2009

    Professor Paulo Murilo,

    Em relacao ao jogo concordo com os eu comentario e gostaria de oservar que:

    1. A equipe nacional mostrou nao ter um substituto sequer no mesmo nivel dos titulares para os setores pivo movel, ala e armacao.
    2. Jogamos da mesma forma do adversario – nossa movimentacao ofensiva e igual a da republica dominicana seguindo a triste padronizacao da NBA onde todos jogam e se movimentam da mesma forma nao levando em consideracao a caracteristica individual da equipe.
    3. Nossa defesa e muito falha – ganhamos o jogo porque os Dominicamos erraram os arremessos no 4o quarto e alguns jogadores deles principalmente o pivo saiu com 5 faltas e nao porque a defesa melhorou pois estes arremessaram livres e todas as vezes que penetraram a cesta o fizeram com sucesso – so em duas oportunidades o varejao deu 2 tocos mas ja com o jogador da reublica dominicana embaixo da cesta.
    4. Nossa transicao do ataque para a defesa se mostrou falha mais uma vez – e digo o porque:
    4.1 A transicao para a defesa deve comecar com a briga no rebote ofensivo – lutando nopara pegar o rebote ou tentando atrapalhar o jogador adversario que pegar o rebote ofensivo com o objetivo de nao deixa-lo executar e dificultar o primeiro passe na saida de contra-ataque para o seu armador.
    4.2 A pegada defensiva de quem conduz a bola do contra atque adversario deve ser feita pelo nosso ala e nao pelo armador pois se este fizer estara deixando o passe longo desmarcado – o nosso armador e o segundo armador devem o mais rapido possivel voltar para a defesa para proteger o passe longo e penetracao a cesta dos alas adversarios
    4.3 a marcacao dos alas adversarios no contra atqauqe nao pode ser feita dentro do garrafao pois quando isso acontece nossos jpogadores chegam sempre atrazados para marcar a linha de 3 pontos o que acontece todos os jogos naosabemos marcar o bom arremessador adversario pois marcamos da mesma forma e com a mesma pegadas todos osjogadores adversarios sejam estes bom arremessadores ou nao.
    5. na pegada defensiva os nossos jogadores sempre deixam o armador adversario iniciar a jogada para o lado que favorece o ataque ou seja – se o melhor arremessador adversario esta se posicionando do lado esquerdo – o nosso marcador do armador adversarios deve forcar este a driblar para a direita e o marcador do bom arremessador deve negar a linha do passe para ala arremssador e o marcador do outro ala devede uma certa forma deixa o outro ala receber o primeiro passe e depois conter a penetracao deste – quando este ala receber a bola o nosso armador deve entao negar a volta do passe para o armador principal da equipe adversaria se isto for feito com vcerteza estaremos marcando e distruindo o ritmo de ataque do adversario forcando-o a improvisar.
    6. No ataque – os nossos pivos moveis raramente pegam a bola em situacao de 1 contra 1 – 70% dos passes para os nossos pivos moveis os encontraram de costas para a cesta ou muito longe da cesta para que pudesse no maximo em dois dribles penetrar e tentar um arremeso dentro do garrafao – algumas vezes o varejao estava tao longe da cesta que este tinha que driblar 3 vezes e depois executar uma reversao para chegar embaixo do aro.

    Professor desculpe a observacao e comentario tao longo – mas o que eu escrevi acima sao detalhes basicos que ja deveriam ter sido treinados e ser executado para o Brasil – Como voce acredito na classificacao pois nao nos classificarmos entre os melhores da america do sul seria uma vergonha – porem nao vejo com otimismo a nossa performance e sucesso contra as equipes europeias especialmente se nos continuarmos jogando com tantas falhas e de uma maneira arcaica e totalmente previsivel e falha nos setores defensivos e ofensivos.

    Seja o que Deus quizer – Amen!

  2. Walter Carvalho 27.08.2009

    sorry pelos erros e destruindo e nao distruindo!

  3. Walter Carvalho 27.08.2009

    Oi Professor,

    Desculpe mas estou aqui doente e sofrendo! Uma das minhas preocupacoes era a de que o Brasil, para adotar o “tal” sistema de jogo desejado com pivos moveis, teria que ter 8 a 9 jogadores (preferivelmente 9)so assim teria condicoes de executar e manter uma pegada agressiva na defesa e uma saida rapida para o contra-ataque entrando em um c.a. secundario de movimentacao continua principalmente em competicoes de alto-nivel e nao em jogos amistosos. Ficou claro no jogo de ontem contra a republica dominicana que ele tera que usar o banco, para justificar a convocacao, e utilizar os pedidos de tempo de uma forma mais eficiente.

    Estarei acordado de madrugada para assistir o jogo e torcendo.

    Ate breve.

  4. Basquete Brasil 28.08.2009

    Walter, suas observações estão perfeitas, localizando aqueles “pequenos” detalhes que a maioria de nossos analistas sequer cogitam perceber, sequer saber.E como esses pequenos detalhes se agigantam quando o jogo é para valer, e mais ainda, como estamos órfãos de jogadores de qualidade nas técnicas fundamentais, e consequentemente nas ações coletivas, tanto de ataque, como de defesa.Como bem sabemos, para o nivel desta Copa, nossa equipe deverá se classificar para o Mundial, mas em lá chegando, jogando como vem fazendo, tornar a ser o decimo nono colocado ao fim do campeonato não será nada de espantoso, na medida em que repitamos a atual convocação, onde o aspecto politico supera o técnico sem maiores pudores. Vamos continuar torcendo para que essa situação reverta, e que possamos nos apresentar com uma verdadeira seleção brasileira, e não um pastiche dela mesma. Um abraço, Paulo.

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