ÀS CLARAS, FINALMENTE…

Ele chegou sorridente, animando a patuléia com sua determinante vontade de defender a nova camisa da seleção manufaturada por um patrocinador que, em hipótese alguma poderia privar de sua presença, juntamente aos outros três enebianos, frente ao mercado promissor de seus produtos nas terras tupiniquins. Marqueteiros profissionais de plantão na CBB, logo trataram de omitir a realidade física do delfin, assim como o real momento técnico dos demais estelares com treinos secretos à imprensa, e até jogos fantasmas na Europa como esse com a França onde a “realidade” física de alguns dos jogadores selecionados veio irremediavelmente à tona.

Meu Deus, gritam os anônimos nos blogs com a incúria de um planejamento todo voltado a uma seleção de astros que enfim estaria junta na quadra, e não no imaginário dos muitos que somente reconhecem basquete se travestido sob o manto da NBA, basicamente em sua forma de jogar, forma essa que o coach K  luta em desmitificar com sua seleção isenta de mastodontes pré-fabricados. Agora mesmo, em um dos blogs nacionais, anônimos já exigem 20 a 25 kg de massa muscular para o jovem Lucas como lastro necessário ao enfrentamento idealizado por seus devaneios de ignorantes absolutos do que venha a ser jogar o grande jogo com técnica e velocidade, e não “porrada under basket” ( desculpem, mas é o único termo que bem define tão brutal distorção), que é o que entendem do jogo.

Tudo pode acontecer gente, menos perdermos o Huertas, pois não temos ninguém no país para substituí-lo na armação da seleção, comenta outro anônimo. Então o que fazem o Raul e o Nezinho na seleção? Se não têm “experiência” internacional, por que lá estão?  Quem os convocou ou sugeriu convocação, sendo que um deles,  jovem e promissor, era reserva em seu clube no NBB2?

Pois é, o Huertas também está lesionado, que mesmo sendo uma contusão leve, nada justifica essa situação a uma semana do inicio de um mundial decisivo. E se a armação de um homem só, segundo os cânones do sistema único de jogo que praticamos a vinte anos, se torna agora claudicante, imaginem uma dupla armação?  Impossível com os que lá estão, ainda mais tendo o Leandro e o Alex funções pontuadoras como prioridades, e três alas que além de serem péssimos marcadores fazem dos arremessos de três suas únicas armas ofensivas.

Toda essa situação já era previsível, pois “quem faz um cesto, faz um cento”, sabia filosofia popular nordestina, que bem exemplifica essa realidade. Treinos e jogos secretos, determinam grosseiras faltas de planejamento estratégico, da preparação física, ao condicionamento técnico tático, ambos  fatores essenciais à formação de uma seleção nacional.

Ter um dos melhores técnicos do mundo não é suficiente para formarmos uma equipe vencedora, se esta não refletir uma realidade fundamentada na formação de base, a mesma formação que lastreou e sedimentou o título olímpico ao técnico Magnano, onde seus pedidos e exigências nos fundamentos básicos do jogo,tinham respostas imediatas de seus comandados argentinos, fruto de vinte anos de primorosa formação de base. Pergunta-se se estas respostas estão sendo dadas ao excelente argentino pelos convocados brasileiros? Nenhum de nós pode sequer aquilatar tal questão , fruto do hermetismo de um planejamento, e de uma negação presencial ao seu desenvolvimento.

A preparação da equipe, com seus quatro astros enebianos, foi restrita a uns poucos, muito mais interessados nas promoções de caráter comercial, do que àqueles que militam o dia a dia do basquete, informando e comentando, com erros e acertos, mas dando à patuléia uma imagem real, e não hipotética de uma equipe nacional.

Mas Paulo, dois treinos foram abertos ao público, claro, depois de credenciamento na CBB, e sem qualquer contato verbal com o técnico argentino, correto?  Incorreto, pois uma seleção que pretenda ser uma representante de um povo, não pode se esconder, e somente dar as caras em dois treinos descompromissados, para depois vir à quadra mostrando jogadores fora de forma, desentrosados, e o pior, com contusões determinantes.

Temos armadores bons no país? Afirmo que sim, mas sem o poder de patrocínios e marketing poderosos, e isso é um fato que não podemos negar e omitir.

Quando veiculei alguns jogos de minha equipe, o Saldanha da Gama aqui no blog, muitos se surpreenderam com a existência de bons armadores na equipe, e quantos mais apareceriam se os jogos do NBB fossem veiculados na TV ou em stream na internet, quantos? E pivôs, e alas, e principalmente, sistemas de jogo?

Temos agora a melhor trinca de pivôs para este mundial, afirmavam os torcedores, os articulistas e até alguma imprensa internacional. Mas podem jogar juntos?  Ou como serão realizados os rodízios?  Quando o problema maior era a condição dos mesmos,técnica e física.

E sorridente, solícito e de bem com a torcida, já que integrado à equipe de corpo e alma, não joga, again, o mundial. Tacada de mestre, pois se uma recuperação, segundo o médico da seleção, poderia ocorrer de cinco a dez dias, a onze dias do primeiro jogo, arriscar um contrato de 60 milhões é ato a não ser sequer pensado, no mundo globalizado em que vive, e sonhado por todos aqueles que desejariam vivenciar tal experiência de um vencedor num país de vencedores, será?…

Logo mais a seleção enfrentará a Austrália, num momento em que silêncios e ostracismos não têm mais cabimento e prazos, e oxalá, os deuses, os incansáveis e pacientes deuses nos propiciem esperanças, por menor que sejam, de melhorias e efetivas mudanças em nossa forma de jogar, agora um tanto remendada pela fragmentação de um quinteto base inédito nos últimos anos, mas bem atual, como reflexo de uma realidade da qual não podemos continuar a fugir, impunemente.

E que estes mesmos deuses determinem o meu equivoco, apesar de ter certeza de que tal determinação poderá, infelizmente, ser relevada.

Amém.



27 comentários

  1. Ola Professor Paulo,

    Infelizmente estamos prestes a mais um fiasco internacional do nosso basquetebol. Torço de coração para que isto não aconteça mas devido ao que você vem escrevendo e alertando não estou muito otimista e explico o porque?

    1. Trabalho de renovação não pode ser de curto prazo – este é um trabalho árduo e de dedicação – e resultados poderão ser colhidos só a longo prazo. O Magnano não tem condições e o tempo suficiente para alcançar os resultados esperados em competição de alto nível mesmo sendo ele o Magnano, campeão Olimpico.
    2. A falta de um planejamento está expondo o Magnano e os nossos atletas a uma série de jogos – amistosos com o objetivo de prover ao seu Head coach uma chance de observar os atletas da seleção e analisar como estes se encaixam em sua filosofia de jogo. Isto está errado, pois o técnico nesta fase de preparação já deveria conhecer os jogadores – pois o processo ja deveria ter sido iniciado meses/anos atrás e não a um mes da competição.
    3. A fase de amistosos antes do mundial é muito importante, mas estes jogos não deveriam ser contra equipes fortes e com tanta frequencia e sim contra equipes mais fracas permitindo ao Head Coach oportunidades reais para testar o seu sistema/filosofia de jogo.
    4. O fato de que o planejamento e a sequencia de jogos fortes preparatorios foi mal elaborado pode ser visto e constatado pelo numero de contusões.
    5. Estamos a menos de uma semana do mundial – ainda com mais 3-4 jogos à frente – e com uma equipe destruida – mentalmente estafada e fisicamente cansada pela seria de jogos e viagens isto sem contar com as contusões de alguns de nossos principais jogadores que já estão forçando o Magnano a ter que convocar jogadores às pressas… jogadores estes que nem participaram da série de amistosos no Brasil.

    Professor Paulo, resumindo, a situação atual é delicada de nossa seleção, e está diretamente relacionada à falta de conhecimento na elaboração de um planejamento específico visando a participação em um campeonato mundial por uma seleção de jogadores dirigidas por um técnico estrangeiro.

    Seja o que deus quizer!

  2. Henrique Lima 22.08.2010

    Professor, hoje contra a Austrália observei uma melhora na defesa.
    Não se compara aos tempos de Lula e cia.

    Porém, durou somente dois períodos com brilhantismo na defesa, no terceiro começamos a piorar e nos faltou pernas no quarto.

    No ataque, mais do mesmo, porém com ataques com mais posse de bola. Se os chute de três pontos foram muitos, pelo menos não foram com o relogio em 18 segundos rs

    Não temos banco.

    Ainda falta 1 semana e me preocupa muito a parte física. Demais.

    E sem as pernas, considero impossivel marcar bem e forte como parece ser a base do jogo do Magnano.

    O ataque foi pifio. Nem a Flex que o Magnano utiliza tanto, os caras rodaram hoje.

    Está complicado, mas estou confiante Professor, somente pela defesa. Acho qeu a defesa de fato evolui, ainda bem.

    Um grande abraço ! Henrique Lima !

  3. Basquete Brasil 22.08.2010

    E os resultados deste planejamento ai estão à vista de todos Walter.Nem a tradição de nosso uniforme foi preservada, quase como um direito agora reservado ao volei de ostentar o amarelo que sempre nos referenciou, bem antes dele.Quanto ao trabalho até agora realizado, fica somente uma pergunta-Qual legado nos estará passando o excelente Magnano com uma seleção mal convocada e envolta em mistérios e suspenses indevidos? Sabenos nos todos a resposta-Nenhum.
    Um abraço,Paulo.

  4. Basquete Brasil 22.08.2010

    Henrique, constate os dados estatísticos e considere que a defesa aos arremessos australianos de três inexistiu, e perdemos, ponto.Neste mundial, a defesa chave e estratégica será a do perímetro externo, principalmente contra os europeus. Se não trocarmos 2 por 3 iremos voltar bem mais cedo.
    Um abraço, Paulo.

  5. Milton Barboza 22.08.2010

    Ja vimos este filme ha 4 anos atras e tambem no ultimo pre-olimpico … Contra o Brasil diversas equipes nos marcam por zona confiando exatamente no nosso baixissimo aproveitamento nos arremessos de quadra.

    Marcelinho e Guilherme ja se mostraram incapazes de enfrentar adversarios internacionais com alguma qualificação (será a Austrália tão qualificada assim?).

    Talvez o único fato positivo seja nosso aproveitamento em lances livres acima dos 80%. Peraí, também batemos poucos lances livres por insistir no jogo de periferia, obviamente com o péssimo aproveitamento de sempre.

    O mesmo filme de 4 anos atrás: uma vitória sem brilho no primeiro jogo contra o adversário mais fraco da chave e depois 4 derrotas e retorno com planejamento para o próximo fiasco no pré-olímpico.

  6. Henrique Lima 22.08.2010

    Professor,

    acredito que a defesa teve melhora. A Austrália teve aproveitamento de dois pontos, somente de 41% de acerto. De três pontos foi bem, isso é verdade. 9/17 se não me engane.

    Porém Profesor, nao adianta marcamos 3 periodos se o jogo tem 4 !rs

    10 minutos sem nenhuma defesa nos colocou no ponto de sempre.

    Mas acho que devemos passar de fase, Professor. O grupo tem Tunisia e Irã. Em 2006, tinha somente o Libano de fraco mesmo né ? Isso pesa pelo regulamento.

    Eu estou na expectitva de passarmos em terceiro ou quarto.
    Logo, devemos cruzar com Australia, Sérvia ou Argentina no primeiro cruzamento.

    Se for Argentina ou Sérvia, acho que retornamos. Se for Austrália, eu acredito que temos alguma chance de avançarmos.

    Porém, mais do que quartas, eu acho impossivel.

    Ficar de quinto a oitavo, eu acredito que seria um resultado muito bom !

    E o senhor Professor ? O que espera ?

    Um grande abraço ! Henrique Lima

  7. Ola professor Paulo Murilo,

    Podemos observar a diferenca em intensidade do sistema defensivo desta equipe brasileira comparando com as selecoes passadas dirigidas por outros tecnicos, porem os erros e os pontos fracos continuam os mesmos, ou seja nossos alas nao sabem conter a penetracao do homem com e sem bola e nao sabemos marcar o arremesso de tres pontos confundindo o grau de flutuacao especialmente dos marcadores dos melhores arremessadores de 3 pontos da equipe adversaria.

    Acho tambem que o nosso sistema ofensivo, e um sistema que favorece os alas e armadores e nao coloca os nossos pivots moveis de frente para a cesta em uma situacao de 1-contra-1 contra seus marcadores mais lentos e mais pesados. Nossos pivots so pegam a bola de costas para a cesta ou entao muito longe, alem da linha de 3 pontos. Acho que uma situacao ideal seria uma movimentacao que os colocasse ate 2 drible da cesta de frente para a cesta e seus marcadores.

    Acredito tambem que a movimentacao do ataque sacrifica muito os nossos alas correndo de uma lado para o outro da quadra mas sempre terminando em pick-and-roll na cabeca do garrafa (por sinal sempre muito previsivel). Nossos alas e armadores tem que correr muito de um lado para o outro para receber a bola em movimento e depois arremessar – nossos jogadores nao tem o habito de jogar desta forma e esta poderia ser uma razao do baixo nivel de aproveitamento nos arremessos. Esta seria uma razao pela qual eu recomendaria uma movimentacao menos continua e mais objetiva objetivando tambem a manutencao da intensidade defensiva…

    Assisti o jogo da Australia e acho mais uma vez que o nosso time abusou dos arremessos de 3 pontos – ou seja a selecao de arremssos de nossos jogadores em momentos criticos do jogo precisa ser aprimorada e conversada…

    Mas seja o que deus quizer – continuaremos torcendo…

  8. Henrique Lima 22.08.2010

    Professor Walter tocou em assuntos importantes.

    Destaco aqui: “ou seja a selecao de arremssos de nossos jogadores em momentos criticos do jogo precisa ser aprimorada e conversada …”

    Incrivel como nossos atletas pecam em momentos decisivos. Na bola que não pode chutar de qualquer jeito, que não pode ser preciptada, sempre chutamos de qualquer jeito e sempre preciptadamente.

    Tivemos algo em torno de 5 arremessos sem NINGUEM no rebote, com tempo no relogio e o pior, arremessos desequilibrados, que com muita sorte fariamos 1 em 5, ou seja, voltariamos a posse 4 vezes sem ao menos causar problemas para o rebote australiano.

    Para um time que joga todo voltado na defesa, com problemas físicos, ficar rifando bolas para correr atrás dos adversários no balanço não é a tática mais inteligente.

    E acho que temos que gastar muito o tempo na meia quadra, abusar mais de bloqueios sem bola porém bloqueios também para os pivôs e não somente os mesmos realizando os bloqueios longe da cesta.

    E infiltrar. Leandrinho foi infiltrar hoje faltando 10 segunsdo pro final do jogo … aí é tarde ne ?

    Um abraço !

  9. Basquete Brasil 22.08.2010

    E quatro anos atrás apontavamos aqui no blog os mesmos problemas, os mesmos personagens que estão ai de volta, prezado Milton, com uma única adição, o Magnano. Nosso técnico argentino, que é considerado uma referência vitoriosa no meio, não pode fazer mais do que está realizando, por um simples motivo, a equipe é praticamente a mesma de quatro anos atrás, e mais velha…
    São mais quatro anos de vicios e atitudes jamais corrigidas, solidificando uma forma de jogar inaceitável para parâmetros internacionais, apesar de serem considerados craques para o consumo interno. Mesmo os da NBA já estão no descenso, fator escancarado no momento atual.
    Enfim Milton, parece que uma reprise de mau gosto ensaia seus primeiros movimentos. Infelizmente. Um abraço, Paulo Murilo.

  10. Basquete Brasil 22.08.2010

    Como você muito bem coloca Henrique, defesa inconstante e a orgia de arremessos fora de equilibrio como resultado de uma organização caótica ofensiva, são os pontos mais visiveis no aspecto negativo da equipe.Mas, estes mesmos pontos não deveriam ser resultantes positivos de um processo qualificado de treinamento? O que houve então? Que repondam os responsáveis por mais esta aventura inglória que está a se desenhar para este mundial. Mudanças? Muito difícil, mas…
    Paulo.

  11. Basquete Brasil 22.08.2010

    Walter, a lua de mel que você mencionou anteriormente, entre o Magnano e os jogadores parece que começa a azedar. Mesmo sem som direto(aprovo com louvor a decisão do Magnano em não permitir microfones perto dele), já podemos, mesmo de longe, observar que broncas e insatisfações começam a brotar no gestual do argentino, que aos poucos irá entender que aquele mote popular nordestino que sempre menciono-” quem faz um cesto, faz um cento”-tem seu motivo óbvio de ser e existir, a começar pelo delfin que já se mandou, e os cardeais que já começam a mandar artilharia fora de seu contexto técnico tático, como um recado bem direto do que, na opinião e certeza dos mesmos, deve ser feito.Afinal, são os lideres e idealizadores e gestores dos célebres “grupos fechados” de outros carnavais. E saber existirem tantos jovens talentos espalhados por este imenso país à espera de oportunidades de afirmação. Mas cadê coragem para promovê-los?
    Que brutal perda de tempo. Lamentável.
    Paulo.

  12. Henrique Lima 23.08.2010

    Professor Paulo,

    quem poderia ter sido convocado de diferente ?

    No Nacional, em que o senhor trabalhou, o senhor pode citar alguns nomes ?

    Da minha parte, eu considero o Dedé, hoje em Franca, um lateral que poderia ser melhor utilizado ou observado. Nao vejo diferenças grandes entre ele e o Marquinhos (tecnico-tatica)

    Estevam apesar da idade, é um pivô que sempre ajuda na defesa mas que já teve suas chances na seleção.

    E armadores, dos que eu vi, para o nível internacional é a posição mais crítica que temos. O Paulinho, que para mim é mais um definidor do que organizador, foi testado e pelo visto não foi aprovado pela comissão técnica.

    Outros como Fulvio e Manteguinha já mostraram pelo menos umas dez vezes, cada, que não tem nível para atuar em um Mundial.

    Estes são sempre os armadores mais falados pelos torneios nacionais a fora. Não que eu os considere os melhores.

    E a comissão técnica é outro ponto que gostaria de tocar. O senhor acha certo a manutenção de nomes da comissão anterior nesta que foi montada ??

    Um grande abraço !

  13. Mônica Santos 23.08.2010

    É professor, faz tempo que não escrevo por aqui. Mas esta devo compartilhar contigo. O espaço Território LNB reconhece que o excessivo jogo alinhado nos limites de três pontos da Seleção Brasileira é preocupante. Basta ler http://www.lnb.blog.br/?p=8898 para sentir a preocupação de todos que gostam de basquete: de 32 chutes de três pontos, apenas sete acertos, ou seja, 22%.

    Mas o senhor já tinha dado este alerta. Eu me lembro bem. Orgulho de ter trabalhado contigo!

    Abraços

  14. Fernando M.V. 23.08.2010

    Querido Prof., assisti a tr~es jogos este fim de semana, um sub 16 masc, um juvenil masc, ambos ao vivo e na tv a nossa gloriosa seleção.
    No primeiro ganhava uma equipe até o fim 3º quarto por nove pontos, num jogo dificilimo, quando derepente a equipe que estava na frente descanbou a correr desenfreadamente e chutar bolas de tres, perdeu o jogo por tres pontos, 55 á 52. UM FATO INTERESSANTE E QUE EM UMA DAS EQUIPES, TEM UM GAROTO QUE E CONSIDERADO, E TEM POTENCIAL PARA SER UM GRANDE JOGADOR, SO QUE NESTE ANO ELE VEM SE TRANSFORMANDO NUM CRAZY CHUTANDO UMA MEDIA DE 14 BOLAS POR JOGO E ACERTANDO DUAS.
    No segundo uma equipe estava ao final do também 3º quarto 19 pontos a frente, cometeu a mesma loucura e foi pra prorrogação.;um fato interessante e que o garoto da outra equipe que fez os pontos que levaram a prorrogação, acertou 5 chutes de três seguidos, na prorrogação o marcaram, e ai descobriram que ele não sabia fintar,infiltrar nem passar.
    E a nossa seleção, que estando a frente do placar, em vez de controlar o jogo, passa a chutar de forma absurda, perdendo todo o controle do jogo.
    O duro não e perder, o duro e não perceber mudanças que nos tragam motivação.

  15. Basquete Brasil 23.08.2010

    Henrique, vamos por partes:
    -De saida afirmo que ao não aderir ao sistema único de jogo, que é o que veremos em grande estilo no mundial, exceto pela equipe americana que o abandonará por não poder contar com os seus grandes pivôs(achei formidável esta “deficiência”, pois propiciou a escalação de seis armadores e seis alas pivôs pelo coach K, desfigurando completamente o sistema NBA), de forma alguma convocaria jogadores que não se encaixassem no sistema que utilizei no Saldanha, com dois armadores e três alas pivôs, ou pivôs móveis, sistema este que pegaria as grandes seleções mundiais numa armadilha que as forçariam a escalar mais um pivô ou ala de força, como muitos definem os famosos 4, quebrando seus principios de jogo coletivo, e o melhor, sem saberem atacar com a nova formação que seriam obrigados a improvisar( reveja os videos do Saldanha e constate esse impasse nas equipes que vencemos). Era o que faria, como fiz no Saldanha, que se não fosse a infelicidade administrativa afastando 3 titulares da equipe, teriamos chegado certamente aos playoffs, e com bastante sucesso.Nesse sistema uma outra convocação se faria diferenciada de um sistema unico, daí não ter validade, para as atuais circunstâncias técnico táticas, definir quem convocaria.
    No entanto, em se tratando do sistema único, Benite, os 2 Helios, Rafinha(excelente armador, leitor arguto do jogo, grande defensor, com a habilidade rara do dominio espacial defensivo, e um confiável arremessador de três nos momentos em que tal ação se faz necessária, e com somente 23 anos), e Matheus.Pivôs? Somente indicaria para móveis, jamais fixos e pesados.
    Quanto à comissão técnica,teria de ser indicada pelo técnico, integralmente, evitando que fosse obrigado a trazer o Duro para ter com quem dialogar técnicamente.A atual comissão já deveria ter sido desfeita desde o mundial passado, na integra.
    E precisamos acabar com essa idéia de jogadores para enfrentamentos internacionais, muito mais indicados pelos nomes, pelas camisas, e por lobbies muito bem articulados. Armadores, alas e pivôs tem de ser treinados, preparados, testados e lançados com firmeza e conhecimento, e temos bons jogadores para esse trabalho, ah, o disse, trabalho, fator que muita gente abomina, exatamente por dar um imenso,… trabalho.
    Um abraço Henrique, Paulo Murilo.

  16. Basquete Brasil 23.08.2010

    Reconhece mas não menciona, nem de leve, tentativas válidas na liga para superar tal deficiência, como nós do Saldanha provamos e comprovamos, na prática, no campo de jogo. Falo sobre isso a mais de 30 anos, e na primeira,e última, chance de prová-lo o fiz com a certeza de quem conhece e, como premio, fui afastado sem maiores explicações. Mas, como dizia meu velho pai, “que podem enterrar a verdade, matá-la, nunca”, um dia, quem sabe, terei outra oportunidade, mas que garanto a você, Monica, longe de gente que trai e engana, e que estão do outro lado das minhas convicções, do meu conhecimento, e da ética desportiva.
    Também foi um prazer e um orgulho enorme ter trabalhado com você. Um abraço, Paulo Murilo.

  17. Basquete Brasil 23.08.2010

    Prezado Fernando,este seu relato retrata a realidade que implantaram no nosso basquete de vinte e poucos anos para cá, e que foi o real e justo motivo da criação desse blog 6 anos atrás. A luta tem sido tremenda, dificil, e algumas vezes desencorajante. Mas continuamos aqui nessa democrática trincheira, que aos poucos vai rompendo algumas e viciadas amarras que emperram o soerguimento do grande jogo. Quiça consigamos avançar um pouco de cada vez nessa luta, por isso teimamos tanto. Um abraço, Paulo Murilo.

  18. Milton Barboza 24.08.2010

    Boa tarde Professor Paulo. Como não tenho o privilégio de assitir ao jogo pela TV neste momento, estou acompanhando pelo site live.basketfrance.com. Em um trabalho de estatistica bem interessante visualizamos em tempo real nosso péssimo aproveitamento nos tiros de longa e também média distância. Vale a pena dar uma conferida.

  19. Basquete Brasil 24.08.2010

    Também não pude assistir ao jogo por inteiro, prezado Milton, somente os 6min finais, suficientes para manter todos os meus pontos de vista sobre essa seleção incólumes. Quando a bola subir, e o técnico nada mais puder influenciar em sistema de jogo, o que veremos será a volta triunfante do caudal de arremessos de três, a ausência do jogo interior, a incapacidade de defender o perímetro externo, e o principal,a confirmação de quem realmente comanda essa equipe, determinados jogadores que não admitem mudar suas formas de atuar. Disfarçam na preparação, abanam a cabeça consensualmente, mas tornam a agir como sempre fizeram, apoiados que são por muita gente “entendedora” de basquete, muitos na imprensa, defensores que são dos milagres de ocasião, das quimeras e dos palpites infelizes.Basquete para valer não é para quem gosta, é para quem entende, ponto final.
    Um abraço Milton, Paulo Murilo.

  20. Ricardo/MS 24.08.2010

    Prof. Paulo Murilo, eu assiste os dois últimos jogos do Brasil e percebi que Magnano irá utilizar Leandrinho na armação principal da equipe e descartando praticamente as duas convocações (Nezinho e Raulzinho). Fica a pergunta: como levar dois armadadores que não serão utilizados?

    abraço,

  21. Basquete Brasil 24.08.2010

    E se essa ação se consumar, o Huertas também sobra, ou não? Afinal, ele irá se utilizar da dupla armação, justificando Huertas e Leandro na mesma, ou não? Como até agora se escuda ao sistema único de jogo, um só armador será utilizado por vez, e nesse caso um dos dois se fixará como titular. Se for o Leandro, uma tremenda reviravolta estará sendo implantada, escancarando de vez as péssimas convocações dos dois outros armadores, sugeridas ou pré estabelecidas à sua revelia, exatamente o que ocorreu com o Moncho.Não por nada tratou de importar um seu conterrâneo para assistí-lo, mas creio que um pouco tarde demais. Convocações para seleções nacionais são assuntos muito sérios, que não podem ser delegadas a inexperientes não muito sérios.
    E é dessa forma que ele está indo à luta. Terá êxito?
    Um abraço Ricardo, Paulo Murilo.

  22. jdinis 25.08.2010

    Discordo do comentário de que o Magnano, assim como o Moncho, convocou os armadores por orientação dos assistentes. Ao contrário do espanhol, ele estava no Brasil, viu os jogos e chamou quem quis (pelo menos aparentemente). Os armadores principais seriam Huertas/Valtinho e chamou também Hélio (contundido), Manteiguinha, Fúlvio, Benite (é armador?), Nezinho, Paulinho e Luis Felipe. Das opções que temos no Brasil só discordo da não convocação do Helinho (opção do técnico ou imposição?).

    Raul a princípio não estava convocado (foi chamado como “convidado”, assim como o Jordan Burger): só foi com o grupo porque o Magnano não sentiu confiança em nenhum dos outros. Opção que, na minha opinião, foi correta.

    Sds.

  23. Meu amigo 25.08.2010

    Na convocação de Nezinho, Magnano creditou ao atleta algo que ele viu de bom, o fato de ser um jogador agressivo (no bom sentido), e descarta as posturas de Nezinho anteriores a sua gestão, e tipo assim – não me interessa o que minha esposa fez antes do casamento.
    No caso de Raul, ele achou que com Huertas, Leandro e Nezinho, podia se dar ao luxo de levar alguem que agradaria a CBB e certos ¨lobistas¨. Meu amigo isto ja e normal e corriqueiro desde as cat. de base das federações e seleções.
    Não sentiu confiança em nenhum dos outros, podemos citar pelo menos dois nomes superiores ao proprio nezinho, so não vou faze-lo para nao gerar polemica ou dizerem que e lob.

  24. Basquete Brasil 25.08.2010

    Prezado JDinis, gosto e admiro discordâncias em assuntos de interesse público, e mais ainda nos desportivos, pois das discussões advêm o equilibrio, o conscenso. Então coloco a você duas interrogações- Para que servem dois ou três assistentes nacionais que conhecem bem os jogadores das diversas equipes da liga, ou deveriam conhecer? Quais jogos o Magnano assistiu, senão aqueles em que determinados jogadores participavam? Não consta sua presença, muito bem paga aliás, em jogos de equipes menos conhecidas, mas compostas de bons jogadores, como deveria fazê-lo para constituir uma autêntica seleção nacional.Se pautar somente em medalhões conhecidos e incensados pela midia atrelada a seus sucessos financeiros e a indicações de seus assistentes é muito pouco e comprometedor quando o assunto é um mundial e um futuro pré olímpico.Mas como sua opção foi a utilização do sistema único de jogo, onde tais convocados se encaixavam nas posições que se julgam, e são referendados como donos absolutos, deu no que deu, onde dispensas, contusões e agora adptações e remendos estão sendo feitas no umbral do mundial. Por tudo isso considero ter sido um trabalho mal alinhavado e muito mal feito, mas, que dentro da tradição sincretista de nossas crenças, pode originar um milagre de imposição técnico tática que nos leva à vitoria.
    Perdoe-me JDinis, por não entrar nessa procissão de falso otimismo, afinal, sou um simples professor e técnico de uma modalidade, que apesar de tudo, defino como o grande jogo.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  25. Basquete Brasil 25.08.2010

    Prezado Fernando, e por que você acha que as camisas do basquete trocaram de cor? Dois integrantes das seleções nacionais enchovalharam as miticas e vencedoras camisas nacionais, e voltam à cena convocados(?)por técnicos estrangeiros que, duvido tomassem atitudes idênticas em seus paises de origem, ainda mais de ascendências ibéricas, onde os nacionalismos atingem limites extremos. Daqui por diante, camisas amarelas só serão exclusivas do volei, última conquista territorial que faltava ser perpetrada pelo “segundo” esporte no gosto do povo brasileiro.
    Quanto aos critérios de convocação, creio que minha resposta acima ao JDinis esclarece minha posição. E não se preocupe em se posicionar, pois os lobies existem e são muito poderosos e bem pagos.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  26. Diego Saraiva 25.08.2010

    Professor, mesmo sem muito tempo, continuo acompanhando seu incrível trabalho aqui. Saindo um pouco do assunto do texto, vi recentemente o provável quinteto titular da equipe americana nesse mundial: Derrick Rose, Billups, Durant, Iguodala e Odom. Se fôssemos classificar os jogadores pela numeração (sem sentido) de 1 a 5, os jogadores são classificados assim, de acordo com sua posição de origem nos clubes: 1, 1, 3, 3, 4. Ou seja, nada dos pivôs gigantes (5) ou ‘especialistas em arremessos’ (2). O que se vê é algo que desde muito o Sr. vem aqui pregando: dupla armação, 3 pivôs com alta mobilidade. E agora, o que mais poderão criticá-lo? Por prever as tendências e tirar o poder da especulação dos ‘jornalistas esportivos’?
    um abraço, Diego.

  27. Basquete Brasil 26.08.2010

    Obrigado Diego, por suas observações e bem lembrados posicionamentos.Ao veicular os videos de alguns jogos do Saldanha, quiz exatamente isso, mostrar na prática, e em territorio nacional as grandes possibilidades técnico táticas de um sistema radicalmente antagônico ao que é padronizado no país. Se o coach K o emprega agora na seleção americana, é uma prova inconteste de que ainda existem soluções evolutivas do grande jogo dentro de nossas fronteiras, sem imitações canhestras, pois o emprego a bem mais de 15 anos, perfeitamente adaptado ao biotipo e comportamento técnico de nossos jovens.Mas, creio que toda uma campanha de descrédito tem sido estabelecida contra tal posicionamento, já que põe em risco todo um corporativismo enraizado em nosso basquetebol. E mais ainda, se me derem outra chance tornarei a tentar romper tão nefasta realidade, pode ter certeza.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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