PENEIRA NA ESCOLA…

PROCESSO SELETIVO NO COLÉGIO MELLO DANTE
22/11/2010 20:50 h

O Colégio Mello Dante, de Mogi das Cruzes (SP), realiza peneira para formação de suas equipes de base, no dia 12 de dezembro, voltadas as categorias descritas abaixo, nos seguintes horários:

pré mini e mini, nascidos em 1999 e 1998, das 09h00 ás 10h30
mirim e infantil, nascidos em 1997 e 1996, das 10h30 ás 12h00
infanto e cadete, nascidos em 1994 e 1995, das 12h00 ás 13h30

Os interessados deverão comparecer no horário relacionado à sua faixa etária, munidos de RG e com trajes esportivos.

O Colégio Mello Dante fica localizado na avenida Francisco Rodrigues Filho, 2070, no Jardim Nova Mogilar, na cidade de Mogi das Cruzes (SP). As dúvidas poderão ser sanadas com o professor Caio, através do telefone (11) 9791-7097 ou ainda pelo e-mail caiobueris@bol.com.br.

O Colégio Mello Dante é reconhecido pela Educação diferenciada, atenção individual e formação integrada dos seus alunos. “A fórmula utilizada pelos educadores pode ser resumida em três aspectos: acompanhamento individualizado, disciplina bem definida e sistema de avaliação quantitativa e qualitativa”.

Veiculado no blog Databasket em 22/11/2010, não acreditei quando li, pois inverte totalmente o principio educacional e formativo do jovem no âmago da escola, em sua função divulgadora e incentivadora dos desportos como parte indissociável do processo educativo, e não a sua utilização como vetor de especialização (e consequente pré profissionalização através bolsas de estudo), nas primeiras fases da maturação infantil, à margem da verdadeira função da atividade sócio desportiva, como objetivo a ser alcançado em conjunto com as demais disciplinas formais.

A proposta de massificação das atividades físicas e desportivas no âmbito escolar, como parte integrante da educação de qualidade, e fomentadora de uma futura geração de talentos egressos da mesma, morre em seu nascedouro se ações desencadeadas e emuladas pelo exemplo acima, transformarem as escolas em destino de peneiras desportivas, negando sua função básica e estratégica de prover uma educação ampla e generalista a todos os alunos a ela relacionados e vinculados, e não agindo como um clube, onde o resultado esportivo em muito supera e suplanta as finalidades da atividade desportiva como integrante do processo educativo de todos, e não de uns poucos, que lá irão se submeter a uma seletiva peneira.

Em sua essência, uma ação totalmente desprovida de lógica e de conceituação educativa, finalidade básica e indissociável da escola, como direito constitucional de todo jovem e futuro cidadão. Uma coisa é formar equipes constituídas dos alunos de uma escola, como evolução natural das aulas de educação física, independendo de títulos e conquistas, outra é a organização de peneiras como a anunciada pelo colégio em pauta, numa flagrante confissão de que o foco a ser explorado é o da competição elitista, e não o da afirmação de um processo educativo formal, igualitário e justo.

Se essa é a proposta de massificação a ser desenvolvida e divulgada pela escola, que os deuses nos ajudem, protegendo-nos dos previsíveis resultados que advirão se ampliado para todas.

Amém.

PS- Numa nota de hoje, 26/11, no mesmo blog, uma outra escola, Colégio Amorim, também em São Paulo, anuncia uma peneira correlata.



4 comentários

  1. Suzana 26.11.2010

    Oi Paulo

    Algumas escolas possuem ‘clubes’ com equipes federadas que competem tanto pela escola quanto como clube independente (nesta segunda opção incluem atletas que não são alunos da escola). Estas escolas procuram dar bolsas para atletas para compor estas equipes.
    Separam assim a Ed Física dos Esportes.

    Nada contra a escola ter, em paralelo, uma espécie de clube para participar das competições das federações. Porém, estas equipes fortíssimas costumam participar de todas as competições escolares e, quando não há limites nos regulamentos para a participação de atletas federados, costumam vencer as competições por larga margem de pontos.

    Para escolas que não dão bolsas e que competem unicamente com atletas preparados nas suas aulas e treinamentos fica difícil chegar a uma final, pois a partir de uma certa fase da competição começamos a enfrentar unicamente equipes compostas por atletas bolsistas selecionados dos clubes.

    Por outro lado, os meninos que jogam em clubes e seleções estaduais têm o direito de competir por suas escolas e, sua participação, eleva o nível da competição. Um meio termo seria o ideal, por exemplo, limitar o número de atletas de certo nível por equipe.

    Aqui no RS já temos algumas competições que proibem a participação de atletas federados que estejam competindo por clube no ano. Outras separam as escolas públicas das privadas (JERGS). Não acho boas estas soluções absolutas.

    Ainda assim, o estimulo e apoio deveria ir para os professores das escolas estaduais e municipais na forma de horas de trabalho para treinar equipes (o que não há no RS; eles treinam em suas horas que deveriam ser de descanso e lazer) e em condições de trabalho: material, local de treinamento, auxílio transporte, etc. Muito trabalho bom termina por absoluta falta de condições.

    abraços

    Suzana

  2. Basquete Brasil 26.11.2010

    Suzana, houve um tempo na minha querida e esmagada Guanabara, que junto a outros técnicos propusemos que o basquete escolar fosse e se constituisse na base formativa até a categoria Infanto Juvenil(15-16 anos), e da Juvenil em diante essa tarefa seria dos clubes, já deficitários na época, com uma economia de gastos bastante significativa, ajudando-os a se manterem em atividade.”Forças ocultas”( muito em voga na época…)fizeram naufragar tal idéia, e o nosso basquete formativo mergulhou no limbo que o persegue até hoje.
    Minha critica contundente se avoluma quando crianças de 10-12 anos são expostas a um mercado absurdo, numa época de suas vidas onde a esporte tem como principal importância o enfoque educacional e formativo de suas identidades e carateres, e não serem transformadas em utensílios úteis ao incremento de titulos de pseudas importâncias nos curriculos de muitos aventureiros travestidos de técnicos de sucesso, que logo que podem abandonam suas “vocações professorais”, trocando-as pelo mundo da competição de alto nível, onde curriculos vencedores são e se constituem no passaporte a tal acesso. Essa é a minha critica, esse é o meu ponto discussivo de toda a questão referente à formação de base.
    Concordo que uma solução intermediária deveria ser estudada, mas não podemos negar que, para uma massificação desportiva visando o ciclo olímpico que se aproxima, a escola é e será o único meio possível para equacioná-lo.
    Um abraço Suzana, e sucesso em seu correto e honesto trabalho.
    Paulo.

  3. CAIO 29.11.2010

    BOA TARDE PROFESSOR!!!
    AQUI QUEM VOS ESCREVE É O PROFESSOR CAIO BUERIS DO COLÉGIO MELLO DANTE DE MOGI DAS CRUZES VI QUE O SENHOR FICOU PERPLEXO (SE ESTA FOR A PALAVRA) COM A NOSSA PENEIRA DE BASQUETEBOL DIVULGADA NO SITE DATA BASKET, PROFESOR DE FORMA ALGUMA ESTAMOS REALIZANDO TAL PENEIRA PARA PEGARMOS OS MELHORES ATLETAS JÁ FORMADOS E DARMOS BOLSA DE ESTUDOS E GANHARMOS CAMPEONATOS ESCOLARES, NÃO É ESSE O NOSSO OBJETIVO, VEJA COMO FUNCIONA NOSSO TRABALHO: NOSSO COLÉGIO É UM COLÉGIO DE PEQUENO PORTE ONDE TEMOS AULAS DE BASQUETE EXTRA CURRICULARES TEMOS ALGUNS ALUNOS QUE PEGARAM GOSTO PELO NOSSO QUERIDO ESPORTE MAS COMO NÃO TEMOS ALUNOS SUFICIENTES PARA FORMAÇÃO DAS EQUIPES O COLÉGIO TEM ABERTO ESPAÇO PARA ALUNOS DE OUTROS COLÉGIOS PRATICAREM A MODALIDADE DENTRO DO ESPAÇO ESPORTIVO DO COLÉGIO (EM SUA GRANDE MAIORIA DE COLÉGIOS PUBLICOS), NÃO ESTOU DE FORMA NEHUMA ATRAPALHANDO A EVOLUÇÃO NATURAL DE UM ALUNO NOSSO ESTAMOS APENAS COMPLEMENTANDO UMA FALTA DE ALUNOS QUE O COLÉGIO TEM VEJA UM EXEMPLO QUE ACONTECE : NOSSO COLÉGIO TEM UMA SEXTA SÉRIE SÓ COM 22 ALUNOS SENDO 13 MENINAS E 9 MENINOS SE TODOS OS ALUNOS DO SEXO MASCULINO FIZESSE PARTE DA ATIVIDADE EXTRA CURRICULAR BASQUETEBOL(O QUE JA É IMPOSSÍVEL) MESMO ASSIM NÃO TERÍAMOS UMA EQUIPE FORMADA NA CATEGORIA PRÉ MINI POIS ESTA NECESSSITA NO MINIMO DE 10 JOGADORES.
    AO CONTRÁRIO DO OUTRO COLÉGIO CITADO PELO SENHOR NÃO ESTAMOS ATRAS DE ATLETAS E SIM ESTAMOS DANDO OPORTUNIDADE PARA AQUELES QUE GOSTAM DO NOSSO ESPORTE DE PRATICAR E TER TODOS OS BENEFICIOS QUE UMA EQUIPE AGREGA A UM EDUCANDO.
    ACHO SIM LOUVÁVEL A DIREÇÃO DE MEU COLÉGIO DAR ESTE TIPO DE OPORTUNIDADE A ALUNOS QUE TEM VONTADE DE FAZER PARTE DO BASQUETEBOL NA CIDADE DE MOGI DAS CRUZES.
    AGORA MESMO O GAROTO NÃO TENDO NIVEL PARA PARTICIPAR DAS EQUIPES QUE IRÃO DISPUTAR OS TORNEIOS ELE TERÁ A OPÇÃO DE FAZER PARTE DAS NOSSAS ESCOLINHAS OU DAS ESCOLINHAS DA PREFEITURA QUE É NOSSA PARCEIRA NESTE PROJETO.
    PROFESSOR REPEITO DEMAIS SUA OPINIÃO, MAS ACREDITO QUE O SENHOR ENTENDEU QUE NOSSO OBJETIVO ERA O MESMO DO OUTRO COLÉGIO CITADO PELO SENHOR MESMO, MAS NÃO NO NOSSO COLÉGIO O TRABALHO TEM UM OBJETIVO COMPETITIVO SIM MAS TAMBÉM TEMOS ESSA PARTE SOCIAL E PEDAGÓGICA (POR ISSO NÃO PEGAMOS ALUNOS FEDERADOS DIFERENTE DO OUTRO COLÉGIO).
    UM FORTE ABRAÇO CAIO BUERIS

  4. Basquete Brasil 30.11.2010

    Prezado Prof.Caio, apreciei bastante o exercicio de direito de resposta feito por você neste espaço, que é a ação correta e democratica a ser sempre exercida.
    Continuo a discordar em dois pontos:
    Primeiro, as faixas etárias envolvidas no processo competitivo, tenras demais para o mesmo, já que deveriam estar, desde sempre, voltadas ao aspecto lúdico da modalidade, uma das bases da sociabilização grupal.A competição precoce tende a desagregar e disvirtuar o processo socio educativo, pois prescinde da correta compreensão sobre as regras, muitas vezes discriminatórias da competição.
    Segundo, por se tratar de um projeto em parceria com a prefeitura, o foco competitivo deveria se ater àquelas categorias situadas nas idades acima dos 13 anos, nas quais os fatores que envolvem a competição encontram respostas compreensiveis e equilibradas por parte dos jovens jogadores.
    E convenhamos Prof.Caio, uma escola, mesmo particular, não pode e não deve emular ações comuns aos clubes, onde na maioria das vezes inexistem professores preparados e treinados na iniciação dos jovens no desporto.
    Sua intenção merece louvor, pecando somente no como realizá-la.
    Um abraço respeitoso, Paulo Murilo.

Deixe seu comentário