DE 3 SIM, POR QUE NÃO?..

De 3 sim, por que não, o que e quem me impede de tentar, quantas vezes achar necessário, quem?

E um primeiro quarto foi jogado ao léu, e claro, perdido, assim como o segundo, quando tentativas seguidas de três pontos foram distribuídas entre o Alex e o Guilherme, com aproveitamentos simplesmente pífios. E por conta de tal posicionamento, o jogo interior foi negligenciado ao máximo.

E a defesa, obviamente em segundíssimo plano frente às expectativas de acertos decisivos nos arremessos de três, inexistiu, e a tal ponto que, de um mesmo lugar, como reserva exclusiva, o Olívia arremessou 5 de três, sem nenhuma marcação, acertando 4, colocando sua equipe na dianteira do placar, que chegou a 17 pontos de diferença.

E de repente, quase ao final do segundo quarto, o Guilherme encaixa um arremesso de três, findo o qual teatraliza um exorcizo de maus fluidos, até aquele momento presentes em sua atuação. Esqueceu no entanto, que um jogo interior havia sido abandonado, inclusive por ele mesmo, ao contrario da equipe adversária, que o utilizou forte e decisivamente. Tal decisão de um jogo aberto, tomada e desenvolvida pela equipe, e claro, a pedido e orientação de seu técnico, originou um imenso equivoco, permitindo que essa ação ofensiva ficasse exclusiva de seu adversário, com evidentes lucros e poucas perdas.

Nos quartos finais, Guilherme, e principalmente o Alex, foram para o jogo interior, bem secundados pelo Nezinho e o Lucas, exceto o Rossi com seus 5/6 arremessos de três, originando daí para diante uma reação que os levaram para a prorrogação, e a vitoria.

Muito bem, mudanças houve, e a equipe se recuperou e partiu para decidir o campeonato com Franca, mas a um custo elevado de esforços, que seriam perfeitamente administrados se tivesse iniciado o jogo da forma como terminou, jogando preferencialmente dentro do perímetro, e marcando bem fora dele.

Vejamos o Alex, que arremessou 6/9 de dois pontos, 3/10 de três e 10/14 de lances livres. Imaginem se as sete  tentativas de 3 perdidas  fossem trocadas por penetrações em busca dos dois pontos, numa ação ofensiva da qual é excelente executante, para que atingisse números mais expressivos e determinantes, o mesmo para o Guilherme, e provavelmente o jogo não atingiria o grau de dificuldade que o levou para a prorrogação.

Mas tal posicionamento não deverá ter continuidade para as finais, pois a uma emissora de TV, ao final do jogo, o Alex reconheceu ter de treinar mais defesa, e mais arremessos longos, provando e confirmando sua preferência de jogo.

Do outro lado, uma equipe que começou, e como sempre começa, seus jogos com um alto grau de coletivismo, que vai decrescendo no transcorrer das partidas, como se não estivesse convicta da validade do mesmo, caindo na própria armadilha ao abandoná-lo em nome de ações individuais de péssima escolha, contrastando com a inegável qualidade de alguns de seus jogadores, como o armador argentino, o Olivia, o imprevisível Shamell, e principalmente o Marcos, com números que demonstram uma quase perfeita distribuição de arremessos, 4/6 nos de dois, 4/6 nos de três e 4/6 nos lances livres, ou seja, 67% em cada um dos segmentos de ataque, pecando, e ai com sérias implicações, no posicionamento defensivo, onde é simplesmente medíocre.

Para as finais com Franca, uma equipe bem mais coesa por força de alguns pontos frágeis em sua estrutura, como forma de compensar tais limitações, Brasília terá forçosamente de repensar suas ações ofensivas, otimizando ao máximo sua capacidade pontuadora, o que somente será possível se alcançar o máximo de precisão em seus arremessos de curta e medias distâncias, otimizando cada ataque tentado, afastando na medida que puder a imprecisão oriunda dos longos. E mais ainda, e ai para ambas as equipes, a mais alta prioridade na defesa fora do perímetro, evitando ao máximo as dobras interiores, a fim de que atacantes não se vejam absolutamente desmarcados para as suas equilibradas e tranqüilas tentativas de três pontos.

Com orientações e decisões voltadas à forte defesa, na anteposição das tentativas de três, e pressão constante nos armadores, assim como um alto grau de coletivismo nas ações ofensivas, principalmente no jogo interior, poderemos assistir jogos de alta técnica, bons sistemas, e desejável equilíbrio de forças, conotando emoção e imprevisibilidade no playoff final.

Amém.

Foto- Brito Junior.



2 comentários

  1. Ricardo 18.05.2011

    Professor,

    Jogo 1 das finais do Oeste na NBA ontem –> Dirk Nowitzki, 12 de 15 nos chutes de 2 pts (+ 24 de 24 lances livres para totalizar 48 pontos)sem nenhum arremesso de 3 pts!!!

    Jogo sem 3 pontos? Si se puede!

    Um abraço,
    Ricardo

  2. Basquete Brasil 18.05.2011

    Acho que melhor prova do que essa, impossivel. E lá na NBA, “espelho meu” de 11 entre 10 técnicos nacionais. Um dia acordam, e ensinam seus jogadores a reverenciar o grande jogo.
    Um abraço Ricardo. Paulo Murilo.

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