ABAIXO DA EXCEPCIONALIDADE…

  • ·  Basquete Brasil 15.07.2011 (6 dias atrás).

Concordo com você quanto a qualificação de nossos jogadores para o Pré, Will, mas somente se o Magnano subverter bastante a mesmice técnico tática de nossa seleção, talvez o único argumento que a coloque em supremacia ante as seleções rivais, e para tanto a dupla armação e a escalação de pelo menos dois de nossos pivôs deva ser priorizada, e ainda, a possibilidade, perante tais perspectivas, de uma convocação de armadores de oficio, que temos muito bons, a fim de iniciarmos a campanha com quatro deles (duas duplas, ou no mínimo três deles) na equipe. Creio que ainda temos tempo suficiente para um enfrentamento qualitativo entre os atuais selecionados (Huertas, Raul, Benite), com jogadores como Valter, Helio, Eric e Rafael, todos bem mais experientes, ofensiva e defensivamente do que, por exemplo, o Raul, numa posição onde a vivência é primordial. Claro, que na opção da dupla armação, pois se, infelizmente, optar pela armação de um homem, o que ai está poderá dar para um gasto sobejamente conhecido por todos os nossos concorrentes na Argentina (…).

Acima, num comentário agregado ao artigo O Álibi, onde a não participação do armador Larry Taylor se prenunciava de difícil solução, antevi sérias dificuldades que enfrentaria o Magnano na formação final da seleção nacional, mencionando que novas convocações pudessem ser feitas, pois afinal, tratava-se de uma seleção prestes a enfrentar o duro e pedregoso caminho de um Pré Olímpico.

Um mês antes, publiquei o artigo O Apogeu da Mesmice, ou o Renascer do Grande Jogo, onde menciono os possíveis caminhos técnico táticos, que poderiam ser trilhados pelo técnico Magnano na condução da seleção, cujo ponto de mais flagrante sensibilidade seria a definição sobre o(s) armador(es) da mesma, e de como se comportaria ante uma simples ou dupla armação:

(…)Mas para tanto, nosso hermano necessitaria de profundos ajustes em sua relação de convocados, a começar pela armação, pois se não temos (é o que afirmam os experts, e que discordo veementemente…) jogadores suficientemente experientes para o sistema único de um armador, teríamos na dupla, onde a ajuda continua no levar a bola, atuação em toda a extensão do perímetro, e agilização  do sistema defensivo, um suporte que em muito compensaria tal deficiência, já que na ajuda contínua a mesma seria vantajosamente compensada. Mas, Benite e Raul ainda não possuem a maturidade funcional, assim como o Nezinho peca pelo individualismo crônico,  o Leandro, Marcelo e o Alex, também pecam nas qualidades ambilaterais exigidas para a função, sobrando tão somente o Huertas e o Larry, que dificilmente, por suas características o faria optar pela dupla armação, e mais ainda se o Larry não for, e a prova é que o Fúlvio, o Helio e outros bons armadores que temos sequer foram cogitados(…).

E se configurou o que tinha previsto com a mais do que certa ausência do Larry, deixando o bom técnico argentino um tanto “pendurado na broxa”, e de tal forma, que assessorado bem ou mal (fico com a última hipótese…), vai em busca de um jovem armador de somente 19 anos para o lugar do americano de 30, deixando pairar no ar sua não convicção nas qualidades dos armadores previamente convocados e em ação nos treinamentos, convencido de que sua participação no campeonato espanhol, assim como o Huertas, o tornara capacitado a tão especifica e altamente técnica função. No entanto, jamais poderemos omitir o fato real de que tem somente 19 anos, jogando numa posição que até mesmo o Rubio se ressentiu na finda temporada, também aos 19 anos, e que muitos criticaram pela pouca evolução…

Utilizando uma simples ou dupla armação, nossa seleção necessitará de um comando firme, lúcido, experiente e maiúsculo dentro da quadra, função (ões) esta (as) somente exercida (s) por jogadores experientes e vividos, como o Huertas atual, e alguns dos bons e experientes armadores que temos aqui atuando, e que foram (como sempre…) esquecidos e mesmo ignorados.

Torno a enfatizar que se uma equipe utente da armação simples se ver diante da fragilidade técnica de um seu formidável armador, por ser em tese o único disponível, e, por conseguinte não podendo participar com o máximo de seu condicionamento físico por toda uma competição com tal desgaste, não será um reserva de 19 anos que equilibrará a situação, a qual poderia ser razoavelmente contornada com a utilização de dois experientes e rodados armadores, que bem poderiam se situar num estágio abaixo da excepcionalidade, ajudando e amparando-se permanente e decisivamente naqueles momentos de pressão e definição, fatores que nos tem roubado vitórias redentoras nos últimos anos.

Não conheço na prática o novo convocado, mas conheço de sobra todos aqueles que não o foram, numa escolha que poderá se transformar num autêntico tiro no pé. Torço para estar enganado, de coração, mas…

Amém.



4 comentários

  1. João Vitor 23.07.2011

    Será que novamente teremos que cair no jogo 1×1, pra ter um minimo de chance? Será que não foi um pouco de irresponsabilidade de Magnano? Bom isso só veremos em agosto! Agora lhe pergunto professor, que jogadores poderiam servir como opção?
    Ah, mais uma coisa, não sei se assistiu as partidas de basquete dos jogos Mundias militares, em que o Brasil está dando uma aula de como se jogar basquete principalmente hoje contra os EUA, marcando simplismente o jogo todo na zona enquanto o time estadunidense ficava perdido procurando buracos na marcação sobrando apenas as tentativas de longa distancia que pouco cairam.
    P.S.: Não comentei antes pois ontem, em meu pleno aniversário tive praticamente 40 graus de febre, e gostaria tambem de parabenisar sobre o seu novo site, CBEB.

  2. Basquete Brasil 25.07.2011

    Parabéns João Vitor, e que essa data se repita por muitos e muitos anos, com muita saúde e muito trabalho.
    Ainda resisto na publicação de algo sobre os Jogos Militares, exatamente por não considerar militar a nossa seleção, onde todos os jogadores são ligados profissionalmente a equipes da LNB, o que de principio é vedado a integrantes ativos das forças armadas. Logo, se constituindo numa lamentável e constrangedora farsa.
    Quem sabe, mais adiante escreva a respeito. Não sei…
    Um abraço, Paulo Murilo.

  3. João Vitor 25.07.2011

    Caro professor, se fossemos avaliar assim quase nenhum pais em nenhuma modalidade foi verdadeiramente militar, e sabendo os verdadeiros filhos do militarismo, e d basquetebo, nas intituições Militares como Escola Naval dentre outros, mais fazer oque não
    P.S.: obrigado pelas felicitações Professor.

  4. Basquete Brasil 26.07.2011

    Fazer o que, prezado João? Simplesmente ignorando tais equivocos, descaminhos do verdadeiro grande jogo. Ser campeão dessa forma? Lamentável. Creio firmemente que a decisão da medalha de bronze, entre americanos e coreanos espelharam a verdadeira identidade do esporte praticado em uma entidade militar, onde oficiais e subalternos de carreira defendem seus paises. No meu entender foi aquele o jogo final do campeonato.
    Um abraço, Paulo Murilo.

Deixe seu comentário