“CHIFRE”…
(…)”Então fica a esperança de que com o título de ontem e com a produção de cinco armadores de bom nível que os jovens de um modo geral sejam bem trabalhados em seus clubes e nas seleções de base. De novo: não é que não tenha jogadores aqui (seria bobeira demais pensar nisso). Há, e há aos borbotões ainda. A questão é como lapidá-los e formá-los”.
Este é o parágrafo final do artigo Brasil revê grande safra de armadores, publicada por Fabio Balassiano em seu blog Bala na cesta, em 24/7/11.
“A questão é como lapidá-los e formá-los”, apregoa o excelente jornalista, e aqui, desta humilde trincheira ouso responder que nunca serão lapidados e formados a permanecer esse absurdo e retrógado sistema único de jogo, que os transformam em sinaleiros e maratonistas, e de uns tempos para cá, finalizadores, em vez de articuladores e organizadores de uma verdadeira equipe de basquetebol.
Observem bem a foto acima, na qual fica exposto todo o equivoco que a caracteriza, quando vemos um armador de seleção brasileira ereto e com a bola inerte em sua mão, atitude de quem acaba de receber um passe, e com a outra mão sinaliza um indefectível “chifre”, nomeada e sedimentada jogada que até os esquimós já conhecem, numa atitude que consume, na melhor das hipóteses, uns 3-4 segundos, de um total de 24 a que sua equipe tem direito de posse de bola a cada ataque, e durante toda uma partida, num desperdício de tempo absurdo e indesculpável. E mais, logo após um passe lateralizado, lá vai nosso comandante percorrer uma trajetória circular por trás da defesa adversária, num percurso aproximado de 20 metros, repetidos monocórdicamente a cada ataque realizado, num outro e lamentável desperdício, o físico. E mesmo quando driblando, o comportamento é o mesmo, na perda estúpida de um tempo crucial.
Vez por outra tentam um bloqueio frontal com a ajuda de um pivô, que se desloca das proximidades da cesta, sua colocação básica e estratégica, para fora do perímetro, a fim de tentarem algo próximo de um corta-luz de facílima defesa, restando aos indigitados protagonistas arremessos desesperados de três pontos, ou uma desbalanceada penetração.
Então, como fazer com que esse armador produza algo baseado em uma percepção aguçada e treinada de leitura de jogo, se perde um tempo precioso fazendo sinais, arrumando seus companheiros nas estratificadas posições, e correndo maratonas sem a posse da bola, e fora do foco direto das jogadas? Como? Desobedecendo a coreografia estabelecida e pranchetada por seus técnicos, que se tentadas os fazem fregueses assíduos dos bancos de reservas? Ou simplesmente abdicando de uma ousada e pensada atitude tática, para preservar seus minutos em quadra? Sem dúvida alguma, nossos armadores que não são lapidados, mas sim formados, não, formatados a um comportamento obediente desde muito, muito cedo, talvez sequer se conscientizem da existência de outras formas de jogar e atuar, se percorressem outros sistemas, e mesmo outras cabeças que os lapidassem e formassem.
No mesmo blog Bala na Cesta de hoje, uma ótima entrevista com o grande Dirk Nowistzki, nos transporta a um universo bem distinto do nosso, e completamente dispare à realidade da própria NBA, de onde se originou o sistema único que nos adotamos com a sofreguidão de uma religião absolutista, mais ainda quando ele afirma: “Acabei percebendo com o tempo que não precisava de tiros longos para ser um jogador dominante e que precisaria me tornar mais versátil se quisesse ter vida longa na NBA. Quando cheguei na liga precisei me acostumar com o jogo de contato que há por lá, e acabei me esquivando um pouco disso nos tiros de três pontos. Além disso, tive que me tornar um passador e um defensor melhor, além de adquirir técnicas de infiltração, coisa que não tinha quando era um novato”. E sobre a armação da equipe: “Sobre o Carlisle, ele teve o mérito de ter fechado e unido o grupo como nunca havia visto na liga. Além disso, e isso vejo pouca gente falar, deu grande liberdade para o Jason Kidd armar – e acho que isso deu resultado, né.”
E mais poderia dizer se abordasse a formidável dupla armação que propiciou toda aquela gama de criatividade aflorada no Jason, no Terry e no Barea, arma letal que impulsionou os homens altos para dentro das defesas adversárias, e dando ao Dirk a oportunidade de expor todo o seu enorme e formidável repertório de ações ofensivas.
Sim meu prezado Fabio Balassiano, lapidar e preparar nossos armadores é um dos caminhos que temos de percorrer para soerguermos o grande jogo entre nós, mas como fazê-lo sob a égide e domínio de um sistema totalmente manobrado de fora para dentro das quadras, em todo o país, em todas as faixas etárias, em todas as divisões, e que se perpetua através cursos de 4 dias na formação(?) de até agora, 490 novos técnicos, através uma ENTB que não enxerga um palmo além dos narizes de seus doutos líderes, utentes e destacados defensores do sistema em questão?
Quando desde sempre defendi, difundi, preparei e lapidei armadores para atuarem em duplas, se ajudando e socorrendo em todas as instâncias de um jogo ferozmente arraigado e manipulado a técnicos e pranchetas de passos marcados, o fiz com a deliberada atitude de quem respeita acima de tudo, a técnica individual através os fundamentos do jogo, e mais ainda, através o poder de criação, somente acessado por aqueles que prezam a arte do discernimento, do livre arbítrio, que são os fatores inerentes ao progresso de um núcleo humano, de uma equipe desportiva ( aqui um exemplo prático).
Sim, temos talentos aos montes, jovens que poderiam liderar suas equipes com a força e o embasamento de seus fundamentos e de sua criatividade, mas, infelizmente, poucos são aqueles que detêm o conhecimento para lapidá-los e treiná-los, já que expurgados do meio por não rezarem da cartilha que ai está implantada e cristalizada.
Finalmente, afirmo com convicção, de que se não abrirmos as portas para novas formas de jogar e de preparar nossos jovens, dificilmente tornaremos a nos ombrear no plano internacional, pois de 1 a 5, o mundo lá fora tem bem melhores e mais preparados jogadores do que nós, essa é a mais pura realidade.
Amém.
Olá Professor, como combinado, estou aqui para melhor discutirmos.
Concordo, e o senhor já sabe de minha iniciativa, em fazer com que todos os jogadores tenham o conhecimento de “estar” em tal posição, e não “ser” tal posição durante todo o jogo, principalmente os jovens.
No entanto, ao contrário do que o senhor afirma da postura da escola, participei do curso ENTB de Curitiba e o que vi foi justamente uma clara idéia de se trabalhar os jovens de modo amplo, que não se faça a especialização precoce e façamos um grande trabalho de base, para que este jogo não especializado possa ocorrer.
Claro que ainda não é o ideal em termos de tempo, mas por isso mesmo é que estou aqui, pois penso que deve se buscar o máximo de conhecimento com qualidade e consultando várias fontes.
Penso que temos que saber filtrar o que vamos ou não poder aplicar com nossos “atletas”. Acho que o CBEB pode ser de grande ajuda nesta jornada.
Abraço e boa semana!
Ora, ora, que grande noticia essa sua sobre as tendências técnico táticas da ENTB, prezado Mauricio, e ficaria imensamente feliz se a mesma ecoasse no âmago dos técnicos que orientam nossas seleções de base, lá mesmo, na CBB.
Mas não creio que lá ecoaram, basta constatarmos que a mesmice do sistema único se solidifica cada vez mais, e mais, até que uma reavaliação se torne praticamente impossível, pois dentro dessa percepção técnica, cabe às seleções exemplificar e tutelar o jogo às divisòes de base, e não, serem produto advindo de uma massificação da modalidade, o que seria o correto e largamente comprovado pelas nações mais desenvolvidas no desporto e na educação de seus jovens.
Em tese, não acredito que uma fratura de conceitos possa vir a ocorrer dentro da direção técnica da CBB, através um confronto dialético com a Escola, quando ambos pertencem a um mesmo comando, a um mesmo e bem estabelecido principio de padronização e formatação da base, fatores largamente divulgados e defendidos e postos em pratica por ela mesma.
Exatanente por essa dependência existencial entre CBB e ENTB, amalgamadas em um departamento técnico dirigido e orientado por pessoas pouco, ou nada afeitas às exigências meritórias do grande jogo, é que, de forma alguma, acredito em sua qualidade e postura voltada à massificação do basquetebol no seio de nossa juventude.
E romper com essa distorção se torna praticamente impossivel, pelos aspectos politicos envolvidos na condução de seus lideres ao comando da CBB, através os conhecidos conchavos e trocas de favores que a tornam imune a mudanças conceituais.
Tudo isso reforça em mim a certeza de que uma escola de técnicos somente poderia se constituir idôneamente, à partir do momento que a mesma fosse resultado e produto de uma associação de técnicos, independente didática, técnica e pedagogicamente, do setor técnico da CBB, fator esse inexistente na atual conjuntura.
Infelizmente, prezado Mauricio, não me sinto a vontade para compactuar com tal modelo de escola, onde graduações são fornecidas em cursos de 4 dias, e fico estarrecido só de pensar quais os resultados que advirão de tão tosca aventura no progresso do grande jogo entre nós todos, que tanto o amamos.
Um abraço, Paulo Murilo.
PAULO MURILO,
SAGRADO É O SEU DIREITO DE CRITICAR.
LAPIDÁ LOS E FORMÁ LOS.
Guardo nos meus arquivos a fala de um Ministro do Esporte:
“O esporte é o lado luminoso do Brasil.
Temos tudo para nos tornarmos potência olímpica, potência para desportiva e, inclusive, paraíso dos esportes novos e radicais.
Precisamos desta apaixonante energia a favor para erguemos nossa mocidade acima dos efeitos perversos da exclusão social
Só o esporte democratizado representará efetiva derrota dos grilhões das drogas e da marginalização de jovens e crianças.
Eles não são poucos.
São 60 milhões de brasileiros
Por eles e para eles o nosso empenho.
Esta é uma luta que vale muitas vidas.
Milhões de vidas a favor do Brasil.”
Esta manifestação encheu-me de alegria e esperança.
Já faz mais de uma década que ela foi escrita.
Lindas palavras: precisamos desta apaixonante energia a favor para erguer nossa mocidade acima dos efeitos perversos da exclusão social, e mais ainda só o esporte democratizado representará efetiva derrota dos grilhões das drogas e da marginalização de jovens e crianças.
Todos conhecem o clássico enunciado silogístico segundo o qual “todo homem é mortal; Sócrates é homem; portanto, Sócrates é mortal”.
Lógica pura, que, no entanto, pode ser subvertida, passando à primeira vista a mesma racionalidade: “o homem é um animal; o cachorro é um animal; portanto, o homem é um cachorro”.
A isso, se chama sofisma: simula a lógica, sem contemplá-la.
É um expediente engenhoso, mas que não resiste a uma análise mais acurada, que exponha sua inconsistência.
Ao se afirmar que homem e cachorro são animais, suprime-se a premissa de que, na rubrica animal, há as categorias racional e irracional, que os dissocia e distingue por completo, restando-lhes em comum apenas o fato de que são movidos por uma “anima”.
Portanto, homem e cachorro, ainda que entes do mesmo reino animal, não são a mesma coisa.
A política e os políticos, em regra, se nutrem desse expediente, de subverter a lógica com muita lógica.
Idem os advogados – e frequentemente com êxito, já que a maioria das pessoas, incluindo as letradas, não tem o hábito (ou o ânimo) de desafiar as aparências.
Aceitam os sofismas como verdades, quando não como dogmas, e engolem gato por lebre, indiferentes ao alerta do miado.
“Uma visão sem ação não passa de um sonho.
Ação sem visão é só um passatempo.
Mas uma visão com ação pode mudar o mundo.”
Não faças do amanhã o sinónimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás … mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te.
Poucas pessoas conhecem o sentido de “liberdade”.
A Constituição Federal da República Federativa do Brasil garante a todo cidadão o direito de expressar livremente aquilo que vai à sua consciência.
No nosso caso isso não é respeitado.
Não podemos escrever aquilo que é, para nós, um imperativo de consciência.
Não podemos manifestar aquilo que nossa religião, em suas escrituras sagradas, proclama como um dever.
Nós não vamos ao templo de ninguém para incomodar.
Não impedimos ninguém de ir onde bem entender.
Simplesmente exercemos o nosso SAGRADO DIREITO de escrever o que achamos e pensamos de algumas práticas que, ao nosso ver, são verdadeiras.
Nossos textos são sustentados em bases doutrinárias, e não por “palavras ao vento”.
TEMOS DIREITO DE CRÍTICA.
Temos o direito de debater doutrinas, mas pelo jeito, algumas pessoas não estão querendo respeitar esse direito.
Não somos obrigados a concordar com o que dizem por aí.
Não somos obrigados a omitir nossas opiniões ideológicas só para agradar a alguém e mais, temos o direito de dizer e escrever o que pensamos.
Ou vivemos em um estado totalitário de policiamento ideológico?
Se não concordamos com o que fazem em um determinado local, somos obrigados a não dizer isso?
Qual é a lei que diz que as pessoas são proibidas de discordar das práticas de outras e que, caso discordem, são proibidas de expressarem sua discordância?
Ora, jornais e revistas todos os dias exercem esse direito por meio de manifestações artísticas tais como caricaturas, brincadeiras e piadas com políticos, personagens da mídia etc.
Por qual motivo tentam privar-nos deste direito?
Martin Luther King Jr. pastor batista negro, pregando nas escadarias do Capitólio, Washington DC, para 1.000.000 de pessoas declarou:
“Eu tenho um sonho”.
Ele lutou para ver reconhecidos os direitos dos negros americanos.
Lutou para que as pessoas fossem julgadas não pelo pigmento de sua pele, mas pelo seu caráter,
Ele tinha um sonho.
Você tem sonhos?
Lute por eles.
Não desista deles.
Nunca.
D. Quixote de La Mancha, personagem heroico na obra monumental de Miguel de Cervantes, também tinha um sonho, que ficou conhecido como “O Sonho Impossível”.
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão
PAULO MURILO O ANARQUISTA
Muita gente desperdiça a vida, esperando realizar seus grandes planos.
Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui.
O verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais.
A vida é cheia de mudanças.
Às vezes elas são dolorosas, outras vezes são lindas e, na maioria das vezes, ambas as coisas.
A vida é cheia de decisões difíceis.
Os vencedores são aqueles capazes de tomá-la.
Algumas vezes as circunstâncias exigem decisões impossíveis.
Experiência é igual barriga, com o tempo você vai ganhando.
O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.
Falar de mim é fácil, difícil é ser pior que eu.
O estudo da gramática não faz poetas.
O estudo da harmonia não faz compositores.
O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas.
O estudo das ‘ciências da educação’ não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos.
Educadores nascem.
O que se pode fazer é ajudá-los a nascer.
Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer.
Quero educar os educadores.
E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar.
Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida.
Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros.
A maioria dos problemas da sociedade se resolveriam se os indivíduos tivessem aprendido a pensar.
Por não saber pensar tomamos as decisões políticas que não deveríamos tomar”.
E fica ecoando na nossa mente, como que se para nunca nos esquecermos: “Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem”.
E como fazê-los nascer preparados para enfrentar e vencer os desafios que este século nos apresenta?
Muitas vezes me perguntam: O que é ser anarquista?
É andar a pôr bombas, vestido de preto a fugir da polícia?
Haverá anarquistas assim… mas é responsabilidade deles: cada anarquista é produto de todas as suas decisões, conscientes, de serem o que são.
Se não são conscientes, eles lutam por tal se aperceberem. Se não se apercebem do que são ou pior, não se querem aperceber, dificilmente serão anarquistas…
Ser anarquista, para mim, é muito simples: é lutar para maximizar na minha vida e na sociedade que me rodeia a máxima expressão da liberdade de consciência.
E aí, não há arrecuos: máxima liberdade de decisão igual máxima liberdade de viver a vida como eu a entender igual a máxima responsabilidade.
Sem deuses, sem mestres, nem senhores.
Só escravos da nossa consciência, dos limites do nosso livre arbítrio e do espaço que separa a minha liberdade da liberdade do meu próximo e a dele da minha.
E esta luta é a única fonte verdadeira de progresso.
FACE AO EXPOSTO, CONTINUAREMOS SEMPRE A CRITICAR, POIS A NOSSA INTENÇÃO É APENAS UMA; AJUDAR, AJUDAR E AJUDAR
PEDRO RODRIGUES
È prezado Pedro, muito mais sagrado que o meu direito à critica, é o de me indignar ante tanta incompetência, quando temos segregados tantos valores técnicos, administrativos por esse enorme país. E de repente me vejo perante uma dolorosa realidade, a de que estudar, pesquisar, aplicar, desenvolver, ensinar, treinar e competir com isenção e competência, de nada vale sem o beneplácido do QI, politico e corrupto, num cenário perverso e decadente. Muitos são aqueles capazes e éticos, postergados por interesses corporativos e mafiosos. Quem perde desde sempre? O grande jogo.
Um abraço Pedro. Paulo.
Olá professor, não pude dar continuidade à discussão pelo tempo curto devido ao meu TCC. Só agora me sobrou algum tempo.
Retomando e tendo as suas palavras no post …”ficaria imensamente feliz se a mesma ecoasse no âmago dos técnicos que orientam nossas seleções de base, lá mesmo, na CBB”, penso que justamente não se consegue mudar tão facilmente o que já está encravado na “filosofia” de jogo há tanto tempo reinante em nosso país.
Entretanto, é justamente na formação dos novos técnico que se conseguirá obter tal transformação. Apesar de muitos técnicos do curso em que participei terem muito mais experiência que eu e outros no mesmo curso, ouvir a explicação de um técnico que pacientemente mostrou os passos da não especialização foi muito útil. Nas nossas conversas anteriores lhe falei da tentativa de aplicar treinos não específicos. Tenho conseguido muito progresso e já não ouço tanto de meninas de 13 anos o questionamento ” mas eu sou pivô, para que cair na POSIÇÃO de armador?”.
Não adianta querer mudar a mentalidade dos jogadores se a própria formação dos técnicos não for direcionada a isto.
Abraço e boa semana!
Exatamente por esta constatação, prezado Mauricio, é que defendo firmemente o chamamento de professores e técnicos não alinhados à mesmice endêmica que nos oprime e assalta, a fim de que mesclem a realidade que aí está sedimentada. A se manter o unilateralismo vigente, pouco avançaremos na direção de um conhecimento técnico tático mais abrangente e progressista. Reconheço, no entanto, se tratar de uma tarefa muito difícil dentro da politica existente na CBB, daí minha luta permanente para que criemos, em carater de sobrevivência, associações regionais de técnicos, que ao lado de uma associação nacional orientem e dirijam os destinos do grande jogo no país. É a única opção válida, a única que vale a pena lutar e perseverar. Chegaremos lá? Respondam todos vocês, os jovens técnicos desse imenso e carente país.
Um abraço, Paulo Murilo.