UM DESFOCADO COLETIVISMO…

E num determinado momento, o Marcelo arremessa de três…e erra. Rebote ofensivo voltando a bola para o Marcelo que, de novo arremessa de três…e erra. Novo rebote ofensivo, volta de bola para o Marcelo que, agora de dois, e mais uma vez…erra.

Daí para diante, com a porteira aberta, tome chute de três, pois se ele pode e fica na quadra, porque eu não posso?

Pedida de tempo, Magnano preocupado, algumas ponderações, e a equipe retorna jogando mais dentro do perímetro, com os pivôs, demonstrando que o treinamento não fechou a equipe em torno de sua proposta coletivista, e que ainda muito caminho tem de ser percorrido até que tal concepção se arraigue no imaginário de nossos craques, ante a viciosa realidade que os acompanha desde a formação de base. Correr e chutar, chutar e correr mais ainda, é a condição que mais os identificam desde sempre, onde o sentido defensivo sequer é considerado como algo básico (Por quê? Se correr e chutar designam tal comportamento? ), e de tal maneira neste jogo isso foi evidenciado, que a fraquíssima equipe mexicana não se cansou de arremessar do perímetro com algum sucesso, o que se tornará um desastre anunciado se tal passividade se repetir ante as metralhadoras caribenhas em Mar Del Plata.

No meio tempo, entrevistado, Guilherme afiança que a intensidade ofensiva sendo mantida, e com as “bolinhas” voltando a cair, em conformidade com o que é pedido pelo Ruben, tudo irá melhorar, e não deu outra, pois nosso ala pivô desandou a arremessar de três com algum sucesso, e a equipe se afastou no placar. Mas, sinceramente falando, duvido bastante que seja essa a vontade prioritária do Magnano, ainda mais agora que se defronta com um Spliter vai mais não vai, um Paulão paquidérmico, perante o qual o Josuel parece uma sílfide, três pivôs de força, e somente isso, força, e uma armação cada vez mais indefinida, se com um ou dois armadores, daí sua análise pontual de testá-los dois a dois, ontem com os dois espanhóis, e quem sabe amanhã com os dois que atuam na terra?

No entanto, a nave está se encaminhando para a tríade de comando dos cardeais, Alex, Marcelo e Guilherme, com um dos pivôs de força, ou o Spliter se sair do vai ou não vai desestabilizador e atordoante, e um armador de ofício para alimentar a inesgotável sede artilheira de sempre, pois lá no fundo, se lembrarmos bem, é uma trinca que chega às últimas grandes competições em boa forma, sem contusões aparentes, e que defendem seus feudos como ninguém. Agora, se preenchem as exigências e anseio técnico tático do argentino, é outra conversa, e sempre lembrando que o Marcos ainda se encontra em divida com os cardeais pela catilinária de Porto Rico, sendo na época (lembram-se?) fortemente criticado por eles. Mesmo assim corre por fora, agora mais maduro, e quem sabe, para o seu bem, mais calado, mas… conivente?

E como disse, La nave vá, ondulante e instável, sob o comando de um bom, experiente, laureado e sagaz técnico, da pátria da milonga, prima em primeiro grau da malandragem tupiniquim, a mesma que tem nos comprometido nos últimos 20 anos, não só dentro, mas muito mais, e decisivamente, fora das quadras do grande jogo.

Longe de mim o derrotismo, perto de mim a esperança de bons e pródigos jogos na terra irmã, torcendo para que as “bolinhas”, não só do Guilherme, mas de todos eles, caiam, nem que de um ponto de cada vez, já que o apregoado e desejável jogo coletivo deva ficar para 2016, já que desfocado, no momento.

Amém.

NOTA- Tenho recebido insistentes comentários apócrifos, principalmente de um leitor(?) que se assina EU. Se não enviar um email que não seja falso, como o enviado, e assinar seu nome, nada feito, pois anônimos aqui nesse blog não têm guarida. PM.



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