INSENSATEZ…
AE – Agência Estado (26/11/20110
A umidade relativa do ar chegou a 10% às 14 horas de hoje em Brasília. Queda igual havia sido registrada em 7 de agosto de 2002 e em 4 de setembro de 2004. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet, o fenômeno se deve a uma massa de ar quente e seco que está sobre o Centro-Oeste. Em Brasília não chove há 66 dias, o que agrava a secura.
A Defesa Civil aconselha evitar atividades ao ar livre e exposição ao sol entre as 10h e 17h, umidificar o ar por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e vasilhas com água, ficar em locais protegidos do sol, consumir muita água e líquidos, fazer refeições leves, ligar o aparelho de ar condicionado o mínimo possível, evitar banhos prolongados com água quente e usar roupas leves. A baixa umidade pode causar dor de cabeça e tontura.
Condições Atuais | |
Rio de Janeiro, Brasil Conforme relatório de Rio de Janeiro, Brasil. Sábado, 26 de Novembro de 2011 14:00 Local Time (Sábado, 22:00 GMT) |
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Como bem podemos atestar, se o jogo tivesse sido realizado em Brasília (que era o mandante desse jogo), em vez do Rio, com uma umidade mais baixa que a do Saara, sérios problemas de saúde poderiam ter ocorrido com os jogadores, e umidificadores deveriam ser instalados no recinto de jogo.
Aqui no Rio de Janeiro, com os 89% implacáveis, somado ao vapor emanado por uma multidão que abarrotava o pequeno ginásio, gerando uma névoa que fatalmente se depositaria naqueles trechos laterais mais próximos do publico, ainda mais num horário impróprio, 15hs (por que tal horário? TV?), quando os demais jogos da rodada se iniciariam a partir das 18hs. Quem bem conhece as grandes variações de temperatura nesse continental país, pode entender essas brutais diferenças.
Todo técnico experiente e vivido sabe de ouvido quando uma quadra oferece estabilidade a seus jogadores, pelo cantar dos tênis ao atritar o solo. Numa quadra molhada ou empoeirada esse cantar não é ouvido, e em muitos lugares e ginásios nesse país, a toalha molhada nos bancos de reservas são utilizadas exatamente para aumentar a estabilidade, como num pneu de chuva onde os sulcos umedecidos evitam as aquaplanagens, ou os escorregões dos jogadores.
No aquecimento das equipes o cantar era ouvido com clareza, e mesmo no primeiro quarto se quedas houve foram pontuais, e naqueles trechos laterais. Na foto acima vemos todos os titulares da equipe candanga sentados no banco, tendo à frente aquele que é considerado um dos maiores juízes do mundo, e que natural de uma cidade, que além de úmida sofre com uma forte poluição, e que não suspendeu o jogo em nenhum momento, decisão que foi acompanhada e aceita pela equipe do Flamengo em sua totalidade, inclusive seu maior investimento, o Leandro, que sozinho é muito maior que a somatória de todos os titulares de Brasila, retirados do jogo, como proteção dos mesmos, por seu técnico acionista da equipe, e que pelo resultado avassalador daqueles quartos iniciais, onde defesas inexistiam, principalmente fora dos perímetros, calhando que as bolinhas de três da equipe carioca caiam, e as dos candangos não (18/30 para o Flamengo, 10/25 para Brasilia, totalizando 55 bolinhas de três…), viu nas “poças” de água depositadas na quadra a grande oportunidade de se precaver de uma catástrofe anunciada, promovendo a proteção da integridade física de seus jogadores chaves.
` Mas peralá, e os demais “seus jogadores”, não estariam beneficiados de sua paternal proteção, alguns deles muito jovens e que foram, por sua decisão e escolha, jogados às feras e à possibilidade de um escorregão de graves conseqüências? Que diabo de critério esse que privilegia e protege estrelas regiamente remuneradas, e expõem os barnabés da equipe ao cadafalso? Não teria sido mais sensato, mais professoral, mais doutoral, ter retirado a todos, todos membros de uma mesma, fraternal e unida equipe?
Ah, mas o que aconteceria com tal e heróica decisão? Punições administrativas? Revolta do público? Multas e processos?
Sim, muitas situações poderiam ter sido desencadeadas e nada desejáveis, mas nenhuma que se comparasse ao sentimento de vergonha por uma meia medida, onde um grupo de reservas tradicionais e jovens promessas, foram expostos a um massacre técnico tático, com ou sem escorregões, enquanto os cardeais sorriam no banco, protegidos em suas “integridades físicas” por um equivocado técnico, na presença de um adversário que aceitou o jogo, que já tinha sido aprovado pela internacional arbitragem.
Que desse meia volta, com a sua unida, coesa e protegida equipe, retornando à sua querida capital federal e seus 10% de umidade do ar. Teria sido mais coerente e sensato, mas…
Na outra foto vemos um armador muito jovem, inexperiente, com falhas gritantes no drible, nos passes, na defesa, mas que não merecia o expurgo a que foi exposto. Podia-se atestar sua respiração ofegante, suas jovens feições tensas e crispadas, não de cansaço, mas de emoção e impotência, frente a jogadores de alto nível que não o pouparam, e não poderia ser de outra forma, em momento algum, numa queima de filme que assisti muito poucas vezes em meus 50 anos de quadra. Raphael, seu nome, padeceu de uma síndrome que ainda permanece atual e perversa em nossa sociedade, a do inocente pagador, que deveria encontrar no esporte sua redenção, Infelizmente não foi dessa vez.
Amém.
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