DEFININDO UMA AÇÃO…

Henrique Lima
Enviado hoje

Professor Paulo, queria saber sua opinião sobre o tão falado lance em que LeBron James marcado por dois, passou a bola para um companheiro completamente desmarcado, em melhor posição e de frente para a cesta, para realizar o arremesso decisivo da partida.

Rapidamente, eu vou sempre ser a favor do passe. É o básico do jogo e por isso ele é jogado com cinco de cada lado. É um esporte coletivo, mas acho que muitos avaliam como se fosse um esporte individual.

Um abraço !

Recebi esse comentário  do leitor Henrique Lima, pedindo uma opinião a respeito, e que a principio se restringiria a simplesmente concordar com o ponto de vista do missivista, não fosse um assunto com algumas outras implicações, a começar sobre a verdadeira indústria de mídia opinativa que destaca conclusivamente aqueles que devem decidir os jogos, as estrelas das franquias, pois são contratados por milhões de dólares exatamente para isso, decidir os jogos, noves fora os demais componentes das equipes.

Bem, essa é a posição dos “formuladores de opinião”, verdadeiros “fazedores de cabeças”,  que narram e comentam as transmissões televisivas,  porta vozes que são de uma inverdade colossal, que acredito não passar pelo crivo primário de qualquer técnico, seja de que categoria for, das Junior Hight Schools às milionárias franquias da NBA, pois ficou patente na ação do James, que a possibilidade do passe, frente a uma forte dobra sobre ele ( na imagem fica bem clara esta ação, e inclusive o quadrilátero já armado pelos defensores à espera da decisão do grande jogador),  prevista pelo técnico no pedido de tempo antecedente à jogada final, dando a seu mais visado jogador a possibilidade de escolha, de acordo com seu discernimento frente à prevista situação. Foi o que ele preferiu fazer ao ver seu companheiro com a visão da cesta totalmente desobstruída, situação privilegiada para um arremesso de media distância, equilibrado e sem necessidade de grande impulsão. Infelizmente errou e perderam a partida.

Mas não, “como é possível que um jogador que ganha milhões não seja aquele que decide o jogo, como?” Afinou, amarelou, deu de novo para trás, repetiu o playoff da temporada passada, se omitiu, etc,etc e tal.

Não, simplesmente ele optou por uma outra jogada, já que pertencente a uma equipe de jogo coletivo, e que naquela circunstância viu um companheiro melhor colocado, simples assim.

-“Espera ai cara, e os milhões? Tem de fazer valer o investimento, tem de decidir, tem de decidir”…E falam com uma convicção tão candente, que me faz imaginar pensarem eles serem os donos dos milhões, e por conseguinte extravasarem o que fariam naquelas circunstâncias de decisão, e de gloria.

Só que não têm os milhões (sonhar não faz mal algum…) e nem jogo para pertencer àquele nível (presente ou passado…), e que suas reais e mais do que importantes funções é a de relatar os fatos que presenciam, e não quimeras e projeções pessoais, se não bastassem os extensos e cansativos informes sociais e efemérides.

Acredito que estes jogadores sejam contratados recebendo vultosos valores por suas qualidades técnicas ao nível do sentido humano, e não por serem deuses infalíveis.

Amém.

Foto-Reprodução da TV. Clique para ampliá-la.



2 comentários

  1. Henrique Lima 07.03.2012

    Professor Paulo Murilo, obrigado pela resposta.

    Gostaria de dizer que eu penso da seguinte forma:

    Me ensinaram quando comecei a praticar o basquetebol, ali por volta de 1995, que SEMPRE temos que passar a bola para um companheiro melhor colocado.

    Afinal, o jogo é jogado por cinco e não somente por um ou dois.

    Dessa forma, LeBron aplicou este ensinamento, que mais tarde passou a ser uma regra básica para mim. E esta regra, diferencia entre os que entendem o que é o jogo de basquetebol e os que não entendem. Afinal, a busca pela herói individual ou qualquer coisa do tipo, não se aplica na prática, dentro de quadra. É mais uma bobagem para vender jornais ou hoje em dia, clicks em sites.

    Dessa forma, jamais poderei criticar uma decisão em que o sentido coletivo está acima de qualquer extravagância individual.

    Um forte abraço,
    Henrique

  2. Basquete Brasil 07.03.2012

    Simplesmente concordamos com um dos fundamentos do grande jogo, o que muitos por aí discordam. O engraçado é que neste caso quem decidiu foi o dono de alguns milhões, o LeBron, para o desespêro dos “formuladores de opinião”…
    Um abraço Henrique, Paulo.

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