MAIS UMA SEMANA…

E mais uma semana recheada de basquete limítrofe, acima e abaixo do que deve ser esperado do grande jogo.

Acima, o previsto Final Four com aquelas equipes magistralmente postadas dentro do perímetro em seus ataques, e com defesas sólidas e incansáveis ante 35seg. de posse de bola de cada ataque sofrido em todo o transcurso dos jogos, numa lição que, obrigatoriamente, deveríamos implantar em nossas divisões formativas, onde o posicionamento defensivo, árduo e insistente, prepara os jogadores para os embates adultos quando os 24seg. fizerem parte de suas realidades.

Nesta segunda feira teremos o privilégio de assistir a grande final, entre Kentucky e Kansas, com alguns dos pré draftados para a NBA, dois sistemas voltados ao interior do perímetro, arremessos comedidos dos três pontos, realizados por quem realmente os dominam, e uma aula de defesa, seja de que tipo optarem, pois todas elas se referendam nos sólidos e exaustivos fundamentos  que fizeram, fazem, e sempre farão parte do dia a dia de suas existências como jogadores de elite que são.

Na média, já que sedimentada na mesmice endêmica do sistema único, que ao final da classificação aos playoffs, propicia pela enfática repetição o “equilíbrio” apregoado pela imprensa especializada, nosso NBB alcança aquele estágio, onde um mínimo de engenharia reversa propiciaria,  através aqueles mais atentos e inteligentes defensores, as retomadas antecipativas de bolas, exatamente por conhecerem com sobras os trajetos que as mesmas tomarão, que são os mesmos que se utilizam quando atacantes, numa forma padronizada e formatada pelos estrategistas que os orientam nesse previsível sistema de jogo, já que comum a todas as equipes intervenientes no campeonato.

No jogo entre São José e Paulistano, essa tendência ao “equilíbrio” ficou patente, exatamente quando a equipe sanjoanense adaptou seu modo de defender e pressionar a bola nos dois quartos finais, antecipando-se às jogadas óbvias de seu opositor, cujo técnico aos brados de “antecipa, antecipa”, tentava equilibrar as ações, e obrigando-o a um jogo externo inócuo e escandalosamente previsível, fator este que a levou a vitoria inquestionável.

Mais e maiores exemplos advindos desse “equilíbrio” festeiramente divulgado pelos analistas, se farão presentes nos playoffs, pois mudar a forma de jogar em absoluto passa pela cabeça daqueles que, se pudessem, se soubessem, e se quisessem, mudariam de uma vez por todas a mesmice endêmica que nos esmaga e minimiza, principalmente quando em embates internacionais, e os argentinos sabem muito bem do que falamos.

Abaixo, a constatação em Cancun do que vem a ser jogar dentro do rígido padrão do 1 ao 5, onde narradores, comentaristas, técnicos e jogadores se irmanam na jornada do “todos por um pensamento”, onde enterradas e hemorragias de três alcançam o patamar de uma autofagia suicida e acima de tudo indesculpável a um basquete que se pretende nivelar ao âmbito internacional.

E mais abaixo ainda, a triste constatação de equipes que alcançam duas ou uma única vitória numa competição profissional de 28 jogos, numa demonstração tácita de ausência do  mais absoluto preparo técnico tático mínimo, para um campeonato do nível que ambiciona soerguer o grande jogo em nosso país

Foi uma semana de intensas contradições, principalmente pelo fato inquestionável do quanto teimamos em não produzir algo de diferente, inusitado, corajoso, inovador.

Amém.

Fotos, Divulgação LNB, NCAA, Globo com. Clique nas mesmas para ampliá-las.



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