RANZINZA CONCLUSÃO…

Serei conciso e direto, mas com uma ressalva, não, com um protesto, aqui repetido à exaustão, objetivando nosso progresso técnico e tático junto a todos aqueles que realmente se interessam pelo soerguimento do grande jogo. Impossível negar a quase secreta disputa dessa LDB, tão longe dos interessados em assisti-la, como o vazio dos ginásios em que é realizada. Porque um pouco da verba liberada pelo ME não pode ser alocada para a transmissão em stream, sem narrações e comentários profissionais, mesmo com uma imagem de pouca qualidade, mas levando todo país de encontro à sua nova geração de jogadores, conhecendo-os, avaliando-os, torcendo pelo seu sucesso. Qualquer curso de comunicação abraçaria este projeto com satisfação, pois qualificaria seus futuros formandos no campo sempre fértil da pratica e da análise.

Sem tais e fundamentais documentos de imagem, ficam todos aqueles que amam o basquete atrelados aos frios números de uma estatística percentual, que passa bem longe de uma análise técnica e tática, a não ser para aqueles poucos que detêm o conhecimento das suas entrelinhas, e mesmo assim falíveis e não muito confiáveis. Vejo os números, e só me considero capaz de interpretá-los à luz dos fundamentos básicos, e um pouco sobre defesas frente a enxurradas de arremessos fora do perímetro, e um pouco da produtividade no jogo interior, e mais nada, infelizmente.

Fica então a pergunta – Por que não transmitir todos os jogos em stream, e não só os que finalizarão a competição em Brasília pelo canal pago? Por acaso não existirão outros bons jogadores nas equipes não classificadas? Desde o NBB2 que reinvidico esta forma de transmissão, barata, factível e altamente benéfica para a modalidade, mesmo nos mais distantes pontos deste imenso e desigual país. O que impede o conhecimento de jogadores e jogos tão bons e até melhores que muitos “nominados” midiaticamente, o que, ou quem?

Se hoje demonstro ser possível se jogar o grande jogo de uma forma diferenciada da mesmice endêmica que nos tem sufocado, deva-se a veiculação dos jogos do Saldanha no NBB2 neste blog (na categoria Multimídia) , e cujo sucesso é inquestionável, e que vem inspirando muitos técnicos e equipes a uma salutar e bem vinda mudança, ou não?

Enfim, como não possuímos os dados básicos e fundamentais para uma análise dos jogos desta LDB, aqui vão os últimos números da rodada final em São José dos Campos, que somados em suas três rodadas retratam um quadro realmente preocupante, senão vejamos:

– Flamengo e São José arremessaram 16/56 de três pontos, com a perda brutal de tempo e esforço em 40 oportunidades, e cometeram juntos 25 erros de fundamentos.

– Suzano e Brasília arremessaram 14/44 de três pontos (30 ataques desperdiçados…) e cometeram 30 erros de fundamentos.

– Balanço final de todos os jogos:

– Arremessos de três – 82/277 (29.6%)

– Erros de fundamentos – 198 (49,5 por jogo, 24,7 por equipe em média)

– Conclusão – Uma geração cuja maioria segue a norma do “chegar e chutar”, e que pouco domina os fundamentos do jogo.

– E a conclusão definitiva – Seus técnicos deixam…

Aguardemos o Happy End neste fim de semana e no próximo, para estabelecermos e conhecermos a verdadeira extensão do desastre…

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

I OFICINA DE APRIMORAMENTO DO ENSINO DE BASQUETEBOL

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4 comentários

  1. Henrique Lima 02.03.2013

    CINQUENTA ERROS POR JOGO ?

    Meu Deus !

    E ainda tem gente que diz por aí que estamos melhorando.

    CINQUENTA ?!?!

    Um absurdo total.

    Professor Paulo,
    assisti a dois jogos de tal torneio em BH na fase de classificação.

    PÉSSIMOS.
    LASTIMÁVEIS.

    Jogos escandalosos de tão ruins.

    Dá até tristeza de lembrar.

    Agora, não me surpreende.

    Não temos NENHUM atleta na base que consegue pensar o jogo ?

    Talvez não, porque se no banco raramente temos técnicos assim,
    o que dirá aqueles que estão aprendendo o jogo de forma completamente equivocada.

    Está difícil de assistir basquetebol aqui viu Professor.
    (chutes de três aos montes, sem defesas, ninguém passa direito,
    nenhuma leitura de jogo,etc)

    Um forte abraço e vamos torcer por dias melhores

  2. Basquete Brasil 02.03.2013

    E a semifinal de hoje, Henrique, fico até relutante em publicar algo a respeito, simplesmente deplorável. Como elogiar algo com tão baixos valores, como? Não basta a Liga patrocinar e organizar um torneio desse porte, se não é correspondida com a produtividade técnica esperada. O que acho de verdade? Técnicos para jovens não podem ser iniciantes, e sim os mais experientes, pois errarão menos. Não se brinca de prancheta na formação de futuros jogadores. É coisa muito séria lidar com jovens sem uma formação altamente técnica e profissional. Um crime o que estão fazendo com o basquete brasileiro.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  3. Jose 03.03.2013

    Concordo plenamente com o Sr Professor.
    Sem falar na importância que dão a jogadores “cestinhas”. É só ver as estatísticas, os “melhores” jogadores de Bauru e Franca jogam quase ou o tempo todo arremessando de 3 e com aproveitamento prá lá de mediocre, mas fazer oque se são consideradas estrelas no elenco?

  4. Basquete Brasil 03.03.2013

    Mas essa é a estética midiática implantada, através a exposição do estrelismo, do pop star system.Infelizmente a ignorância sobre o grande jogo vem grassando progressivamente por conta dessa estética, que visa a apologia da industria do corpo, para a qual somente o sucesso importa, e onde a formação de base se tornou um estorvo a ser evitado. Onde iremos parar? Não sei, honestamente, não sei…
    Um abraço, Paulo Murilo.

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