WEEK MADNESSS…

Que semana pessoal, muito basquete, muito trabalho no preparo da Oficina, e acima de tudo, uma crença inabalável no futuro do grande jogo.

Pode parecer incoerente acreditar firmemente no nosso soerguimento, frente à realidade técnico tática em que nos encontramos, surpreendentemente igual à maioria das equipes da NCAA, conforme estamos podendo observar nesse March Madness com farta transmissão da ESPN+, onde o sistema único e a avalanche dos três pontos parecem ter encontrado quase uma unanimidade antagônica ao esforço do Coach K na tentativa de  modificar o basquete de seu país para o enfrentamento fora de suas fronteiras, a começar por sua Duke, se enquadrando à maioria de suas congêneres.

Tal constatação somente poderá ser explicada frente à realidade de uma NBA cada vez mais voltada às ações individuais, onde as situações de 1 x 1 encontram sua referência máxima na grande liga, que necessita contar com as especializações de 1 a 5 daqueles jogadores que aspiram lá chegar, vide a triste realidade dos muitos que abandonam seus cursos universitários para se  aventurar ao encontro dos vultosos e seletivos contratos que podem conseguir a curto prazo, e que conta com a vasta linha de formação de base advinda das escolas e universidades do país, para supri-la inesgotavelmente.

O grande esforço do Coach K parece que ficará restrito, ou não, às seleções para Mundiais e Olimpíadas, como forma alternativa ao enfrentamento competitivo sob regras internacionais, claramente adversas a forma como jogam em seu país.

Com a Europa ironicamente adotando cada vez mais o sistema único, num pseudo preparo para os confrontos com os americanos, mas sob as regras internacionais, criou-se um impasse, muito mais uma charada de difícil compreensão, mas enigmaticamente presente.

E nós, como eternos e incorrigíveis colonizados (agora mais do que nunca com a NBA aqui presente em jogos de pré temporada e materiais desportivos franqueados aos magotes…) seguiremos no sistema único, em vez de rompermos definitivamente com o mesmo, a começar pelo preparo da base, numa cruzada que poderia nos catapultar a grandes conquistas, as mesmas e visionárias genialmente previstas pelo Coach K em suas últimas vitórias internacionais e de alguns poucos, muito poucos insurgentes à mesmice endêmica que nos asfixia há décadas, aqui mesmo em terras tupiniquins.

E o que vimos na cornucópia de jogos nesta semana cor de laranja, senão uma sucessão de equívocos da quase totalidade das equipes brasileiras no NBB, na Liga das Américas, na LBF (meus deuses, que basquete é aquele que jogam?), bem assessoradas por uma NCAA que regride ao reboque da grande liga, apesar de seu incontestável charme e tradição, vide suas arenas abarrotadas em contraste com o imenso vazio na LDA, numa desvairada competição de arremessos de três, deslumbrantes enterradas e performáticos individualismos em confronto direto com o coletivismo, essência maior do grande jogo.

Enfim, estamos perdendo o trem da história, ainda mais agora com a continuidade diretiva, administrativa e técnica em nossa entidade confederativa, liderando um ciclo olímpico de quatro anos, quando exigiria pelo menos três para formarmos uma geração realmente competitiva dentro das escolas e clubes de todo o país, e não através um processo seletivo do pouco que temos (ou julgamos ter…), liderados por estrategistas e oportunistas, ocupando o lugar de professores e técnicos de verdade, bem formados, experientes e abertos ao novo, ao instigante, ao corajoso, numa antítese ao que ai está, formatado, padronizado e atrelado a um  modelo utópico e inalcançável por nós, econômica, cultural e politicamente.

Mas lá no fundo ainda acredito que algo de realmente novo possa emergir de dentro de tanta mediocridade, pois todo processo evolutivo pode tardar, mas não falha, ai estando a natureza, a ciência e a vida comprovando essa irrefutável verdade.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

Uma Nota – Com muitos ou poucos interessados, estarei na próxima quinta feira, dia 28, no ginásio de esportes da UERJ, às 8hs da manhã, quando da recepção e inscrição dos mesmos, para às 9hs iniciar a I Oficina de Aprimoramento de Ensino do Basquetebol. Até, lá.



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