QUASE LÁ…

Parece que estamos quase lá, a alguns passos de um novo pensar o grande jogo, jogando-o taticamente melhor, apesar de ainda necessitarmos melhorar, e muito, nos fundamentos do jogo.

Dupla armação se solidificando, auferindo qualidade às equipes, e acreditem ou não, uma bem vinda fuga aos mastodontes de costas para a cesta, dando lugar a pivôs ágeis e rápidos, sem deixarem de ser fortes, porém pouco diferenciados de seus companheiros de equipe, tanto em velocidade, como em habilidades também, e jogando de frente, nas penetrações e finalizações.

Franca, Uberlândia e Pinheiros provaram nesse final de semana que podemos, e devemos transitar para essa nova concepção de jogo (fato revelador serem as mesmas lideradas pelos técnicos mais experientes em atividade…), que ficará melhor ainda ladeada por uma outra conquista se marcarmos melhor, com técnicas defensivas eficientes, pessoais (como a marcação frontal dos pivôs…) e coletivas, ambas treinadas a não mais poder, e não confiadas à “disposição e entrega”, qualidades estas que pouco funcionam na ausência de conhecimentos básicos das técnicas de como exercê-la. Fundamentos de defesa e ataque é o que nos falta incrementar em doses maciças, independendo se na base ou na elite, pois trata-se do insubstituível ferramental  de todo jogador que se preza.

Mas algo de muito especifico ainda tem de ser repensado, profundamente estudado, ferozmente combatido, a hemorragia dos três pontos, que deveria ser estancada e substituída pela compreensão de seu real significado, que deveria ser a de uma opção pontual de jogo, e não uma finalidade do mesmo.Acredito, como sempre acreditei e propugnei na teoria e na extensa prática, que essa maneira de arremessar não se coaduna com a correta e sempre busca pela melhor forma de jogar basquetebol, pois prima pela maior imprecisão se comparada com os arremessos de media e curta distância, que potencializam e se tornam mais eficientes, mesmo que de 2 em 2 e 1 em 1. Os arremessos longos, se bem contestados, alvo das boas e eficientes defesas fora do perímetro, fatalmente anulam tão decantada qualidade dos mesmos, além de limitarem, por conveniência, o acesso às verdadeiras técnicas conseguidas e alcançadas pelo domínio dos fundamentos. Uma equipe bem treinada nos fundamentos, sempre será mais qualificada do que aquela que pretensamente domine uma determinada tática de jogo, sem o conhecimento básico e fundamental necessário para a  fluidez do mesmo, e isso é uma verdade inquestionável.

O Pinheiros, agindo e jogando em dupla e escancarada armação ( e quem ainda ousa contestar que o Shamell não é armador, já que junto ao Smith e o Paulinho armaram e lançaram seus pivôs Mineiro, André, Fiorotto e Araujo para o miolo da defesa argentina), contando ainda com o ala Marcio inspirado, todos atuando livres e em permanente movimentação, contestando os lançamentos argentinos, e só não mais fizeram graças a um 11/26 nos três pontos, e 15 erros de fundamentos.

E o que dizer do jogo entre Franca e Uberlândia, com a s mesmas características de soltura e fluidez ofensiva, ao lado de uma defesa forte e combativa, e aqui nesse jogo em particular, utilizadas por ambas as equipes, mas com os senões dos 14/45 nos arremessos de três e 23 erros nos fundamentos.

Podemos então afirmar com satisfação que algumas equipes da nossa elite já se comprometeram eficientemente com a dupla armação, com o avanço significativo do jogo interior, através pivôs e alas altos, rápidos e ágeis, e com a melhora mais significativa ainda de seus setores defensivos, faltando somente que outras mais adiram a esse novo tempo, agregando um maior cuidado aos fundamentos, aos arremessos de media e curta distância (que são aqueles que vencem os jogos…), ao estancamento da mortal hemorragia dos três, transformando essa refinada especialidade (que é para muito poucos, mesmo…) num válido e pontual recurso, e não uma opção de jogo, e deixando as arbitragens em paz com seu difícil e exclusivo trabalho,  não buscando nas mesmas os álibis que as inocentem(?) das falhas técnicas, derrotas e oportunos “detalhes”, tão usuais e corriqueiros em nosso meio.

Que o grande jogo, enfim, reencontre seu perdido caminho na estrada dos últimos vinte e cinco anos de sua história nesse imenso e injusto país.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Foto 1 – Uma opção interior seria a mais indicada.

Foto 2 – Cena rara do técnico Helio Rubens acessorando seu assistente.

Foto 3 – A equipe campeã da Liga das Americas. Parabéns.



2 comentários

  1. Eduardo 19.04.2013

    Muito boa a matéria, parabéns.

  2. Basquete Brasil 19.04.2013

    Obrigado, prezado Eduardo, somente reportei-me à verdade dos fatos, e com justificada satisfação.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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