DE CONVERGÊNCIAS A ERROS TÁTICOS…

De Uberlândia mais um capítulo convergente do basquete tupiniquim, e desta feita através o vencedor Pinheiros, em duas prorrogações, com a marca inacreditável de 18/33 nos arremessos de dois, e 16/39 nas famigeradas (imarcáveis? Ao menos contestadas?) bolinhas de três. Como vemos, a temporada de caça aos pombos está deflagrada por aqui, num torneio paralelo ao NBB de desafios para atestar quem “chuta mais”, e quem contesta menos. Vencedores? Sim, equipes que “pensam” estar inaugurando e definindo um novo caminho para o grande jogo entre nós. Perdedores? Não só eles próprios (e sequer desconfiam…) como, e ai tragicamente, toda uma geração de talentosos jogadores, que pelos exemplos em quadra, inoculam o vírus de tão primário e tacanho modo de jogar basquetebol.

Mas estão vencendo, não importando os meios, e sim justificando os fins, para gáudio e glória daqueles que no fundo odeiam o grande jogo, simplesmente por não saberem jogá-lo, como atestam frente à realidade dos embates internacionais “de qualidade”…

No Rio, dentro de um verdadeiro e unilateral caldeirão rubro negro (não localizei um torcedor que fosse do Paulistano), os mandantes do jogo fizeram um primeiro tempo ridículo e comprometedor, frente a uma equipe que simplesmente decidiu marcar de verdade, contestar para valer, e lutar pelos rebotes na marra e na disposição. Levou 16 pontos de vantagem para o vestiário, mantendo na volta o ritmo inicial, quando, no quarto final, cometeu um erro capital, que vem prejudicando de forma crescente muitas das equipes na competição, a pressão, coerção e perda de foco, transferido-o para a arbitragem, esquecendo que o fator A/C prevalece nessas circunstâncias, principalmente frente a uma vociferante torcida presente, predominantemente de futebol, cuja equipe também, e fortemente, contestava a arbitragem. Num momento dessa envergadura, o lado que melhor controlasse seus nervos, levaria vantagem ao final, o que não foi o caso do Paulistano, pois se assim fosse, não teria cometido um erro mortal ao manter um jogador altamente experiente e de seleção no banco, o Muñoz, que teria sido importante na contestação linear sobre o Duda (ação de acompanhamento linear que precede ao posicionamento ideal para o arremesso em movimento, freiando-o, que são características dos lançadores de três, como o Duda, o Marcos e o Benite, pois o Alexandre os executa sem o deslocamento) quando o mesmo virou o jogo com suas bolinhas de três, assim como tem mais habilidade que o Andre (nitidamente cansado) nas penetrações para assistir seus pivôs, àquela altura sem a presença intimidadora do Caio, com ação correlata e multiplicadora através o Elinho do lado oposto.

Preferiu o jovem técnico exercer um intenso rodízio ataque-defesa de seus pivôs, quando o problema à descoberto era a contestação dos longos arremessos de seu adversário, uma marca registrada do mesmo, além de lançar mão de faltas no Shilton, emérito perdedor de lances livres (3/11).

Frente a tais erros, a equipe carioca soube manter um mínimo de controle emocional, e apesar de ter jogado muito mal, venceu uma partida que a coloca em situação privilegiada no decisivo jogo de amanhã em casa.

Não foi um jogo de muitos arremessos de fora (9/22 para o Flamengo e 7/16 para o Paulistano), mas que foram decisivos pelas circunstâncias assinaladas acima.

A não mais preocupar, a notória quantidade de erros cometidos por ambas as equipes, 27, já que maltratar os fundamentos básicos do jogo se tornou regra geral, pelo fato de que jogador de elite não treina fundamentos, mas…chuta como ninguém.

Amém.

Em tempo – A/C – Arbitragem (não muito exigente) caseira.

Foto – Divulgação LNB.



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