REBUILDING…

bebe1-199x300

Em maio de 2011 publiquei um artigo (aqui) sobre esse bom prospecto de jogador, que recomendaria que lessem antes de prosseguirem adiante, e mais, atentando para os preciosos comentários no mesmo, quando um posicionamento contrario ao futuro desse jovem é enfocado e discutido como muita propriedade.

E por que volto ao assunto, quando interesses ligados à NBA pouco me sensibilizam, por se tratar de um outro jogo, de uma outra realidade, onde o fator econômico em muito supera e submete o fator desportivo, substituído pela destinação política auferida ao mesmo pela grande nação do norte, por sua poderosa influência junto aos jovens do mundo?

Volto pelo inconformismo por tal influência, que de tão poderosa, evita em seu âmago as mesmas sindicâncias antidopagens  realizadas pela senadoria do congresso americano, que vem intervindo forte e drasticamente nas mais diversas ligas desportivas, cassando medalhas olímpicas e títulos mundiais de muitos de seus atletas de ponta, e que regateia sua intervenção junto a NBA, por ser aquele desporto que mais promove e divulga a marca USA junto aos jovens de praticamente todo o mundo, cuja influência poderia sofrer um enorme baque e desastroso desgaste político econômico se tal investigação comprovasse o que muitos já sabem.

Mas, e o Bebê, o que tem a ver com tudo isso? Bem, lendo a entrevista do jogador ao jornalista Fabio Balassiano no blog Bala na Cesta, um fragmento da mesma elucida o atual posicionamento do jogador, principalmente se comparada com a outra reportagem mencionada acima, quando comenta, em oposição ao seu desejo de ser um ala pivô desde sempre – (…) embora Lucas mesmo reconheça que neste primeiro momento o fundamental para ele seja ganhar massa muscular pra enfrentar gigantes como Dwight Howard, Joakim Noah, Andrew Bynum etc.(…)

Então, o que veremos daqui para diante será uma metamorfose acintosa deste jovem ai retratado (compare essa foto com qualquer outra dele daqui a alguns meses), quando uma grande massa muscular lhe será implantada (não esquecer que seus tendões e articulações continuarão os mesmos, mas circundados pela tal da massa pretendida…), o que fatalmente acarretará num breve espaço de tempo os possíveis rompimentos de praxe, como os que ocorrem na maioria dos “inchados de plantão”, mas nada que não seja compensado pelos milhões amealhados e sofregadamente divididos pelos seus mentores, administradores e dependentes, numa bem azeitada indústria do faturamento às custas da incultura e inexperiência de muitos jovens, como ele…

Triste assistir a um ala pivô,  por desejo e sonhos próprios, talentoso, rápido e atlético, cedendo espaço a mais um fabricado brutamontes, a fim de distribuir tocos, enterradas e muitas cotoveladas (fico imaginando como seria um atleta dessa altura e envergadura, bem treinado e orientado, atuando de fora para dentro do perímetro, inclusive na NBA, pleno de habilidades no drible, nas fintas, nos passes, nas conclusões em velocidade…), para gáudio de uma minoria que bem lá no fundo odeia o grande jogo bem jogado, e que em hipótese alguma abre mão de vultosos lucros, ao preço que for.

Quanto à seleção, seu coração “doerá” a cada recusa em servi-la, como prescreve o bom e já bem conhecido discurso da maioria  daqueles que lá chegaram…

Que os deuses o ajudem e preservem, se puderem.

Amém.

Foto – Bala na Cesta. Clique na mesma para ampliá-la.



2 comentários

  1. Ricardo/MS 29.07.2013

    Muito interessante seu texto. O Juca Kfouri também publicou hoje uma matéria feita na ESPN sobre doping. No final da reportagem, o médico afirma que o Neymar para ganhar 5 kg de massa muscular, só é possível usando “droga”.

    Doping ou hipocrisia – até quando? – indaga Juca no blog.

    Abraços professor!

    Ricardo

  2. Basquete Brasil 29.07.2013

    E quando são 10, 15 kg, como agem, o que receitam, aplicam, fazem consumir, o que? Mais adiante, quando começarem os rompimentos e estouros, fora os colapsos, os desequilíbrios orgânicos, afetivos e até familiares, afirmarão ser obra de fatalidades, etc e tal…Mas a grana ficará garantida, além de engordar as contas dos cirurgiões reparadores de desastres previstos e devidamente contabilizados. No fim de tudo ainda restarão alguns milhões para serem gastos numa velhice dolorosa, capenga e desiludida, mas isso é outra história, onde muitos assistentes sociais , psicólogos, psiquiatras também levarão o seu. C’est la vie…
    Um abraço Ricardo. Paulo Murilo.

Deixe seu comentário