QUEM SEMEIA (E BEM)…
“A NBA vai investir bastante aqui, e precisamos aproveitar isso…”(Jornalista Fabio Sormani durante a transmissão da Rede TV do jogo exibição da NBA).
(…) “O Brasil é um mercado muito importante para a NBA, por ser líder na América do Sul e pelo potencial de sua economia, ao redor do mundo. No futuro, vejo a possibilidade de um jogo de temporada aqui.”(…) (Adam Silver, futuro presidente da NBA, na matéria A História em Quadra, do jornalista Claudio Nogueira, no O Globo de 12/10/2013).
Muitas outras matérias foram publicadas na mídia impressa, e fartamente divulgadas pela mídia televisiva, numa verdadeira romaria rumo ao templo sagrado (para a maioria delas) do basquete internacional, a onipresente NBA, mas que por motivos não esclarecidos, como deveriam ser, deixaram de lembrar que o jogo praticado por aquele potentado financeiro, pouco tem a ver com o praticado pelo restante dos países, sob a égide da FIBA, a começar pelos fatores econômico, social e político do mesmo, que o torna um modelo restrito à grande potência do norte, praticamente impossível de ser implementado fora de suas fronteiras, a não ser como consumidores de uma realidade como a de exibições comerciais como a que tivemos na Arena HSBC (que originariamente deveria ter sido batizada de Togo Renan Soares…).
Nesse quadro de altos interesses comerciais e financeiros futuros, toda uma logística vem sendo implementada pacientemente, desde os escritórios da grande Liga no país, a uma aparentemente modesta investida em clínicas e workshops técnicos, assim como surfando na crescente onda de blogs voltados às suas franquias, e mais recentemente com um site comercial de produtos das mesmas, culminando com a gigantesca promoção desse amistoso, quando deslocaram para cá um batalhão de profissionais – (…) “Nós não teríamos trazido tanta gente (cerca de 400 pessoas) e toda essa infraestrutura se não tivéssemos uma expectativa em relação ao mercado (…)” (da mesma matéria assinalada acima), e que agora menciona o fator massificação da modalidade como sua próxima tarefa (?), o que aliás sempre pensei ser da conta da CBB…
Por todos esses fatores, a figura de proa, emblemática até, para capitanear tão ambicioso projeto, teria de passar pelo Delfin, com sua influência junto aos jovens, como exemplo a ser seguido de jogador, cidadão e profissional dedicado, não fosse por um pormenor (?), o fator Oscar…
Que de tão poderoso junto à volúvel mídia, e mesmo sendo convidado pela Liga a ser homenageado por sua carreira e conquistas (mais recentemente sendo entronizado no Hall of Fame deles), não poupou os nebebianos pela negativa de servirem à seleção nacional, sentando a clava nos mesmos e tachando-os de “caloteiros”, numa explosão em hora das mais inadequadas para o projeto NBA, que de tal forma sentiu a pancada que o técnico do Wizards, Randy Wittman veio em socorro – Se as pessoas ficaram chateadas por causa da seleção nacional, eles deveriam me culpar. Isso (dispensa da seleção) era o que eu queria que ele fizesse. Então, se o Brasil tem que atribuir a culpa a alguém, não culpe o Nenê, mas me culpe – declarou o comandante em entrevista coletiva.(do blog Basketeria).
Sem dúvida alguma, um projeto de tal dimensão necessita ser lastreado por ícones da modalidade, principalmente os naturais do país visado, não sendo surpresa alguma que no próximo evento venham treinar, digo, jogar os Spurs e os Cavaliers, por motivos óbvios…
Mais ainda, preparemo-nos para uma avalanche de reportagens, tópicos, entrevistas, ensaios, sobre o segundo a segundo (minutos, horas, dias, semanas serão insuficientes) na vida dos gênios (que de vez em quando por aqui passam para “relaxar”), da grandeza das arenas, do conforto dos ambientes, e da qualidade, nem sempre presente, dos jogos, das equipes da icônica liga, em detrimento cada vez mais crescente da nossa, do nosso basquete, dos nossos jovens, cada vez mais distantes de uma boa e eficiente participação em 2016, que está logo ali na curva da próxima esquina de uma história dolorosa de ser contada…
Finalmente, o jogo, mais do que amistoso, comercial até em seu desfecho cinematográfico numa bola perdida…de três!! Irônico, vamos concordar…e que nada apresentou do que o sistema único (vejam as fotos, ou o vídeo se gravaram), na formação e até nos “punhos” que tão bem e colonizadamente adotamos…ah, e uma aplicação das regras onde conduções foram bem marcadas, mas as andadas colossais, nem pensar.
Termino apontando uma possibilidade nada desprezível, numa semana em que se noticia que todos os jogos da liga italiana serão transmitidos em rede aberta, cuja possibilidade, não de algo parecido, mas razoável, pudesse ser feito em nosso injusto país, como bem demonstrou a Rede TV, que se numa ação de mestre se aliasse à ESPN na transmissão aberta do esporte brasileiro, do basquete brasileiro, a quantas levaria o grande jogo e demais modalidades para junto dos jovens, e que lição que se faz já tardia, seria dada na potencia global que os esnoba e diminui desde sempre, em favor de MMA e automobilismo…
Amém.
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