“CORNO ALTO”…

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Começou, com uma arena às moscas, uma transmissão televisiva equivocada, pois era um jogo de basquetebol, e não uma exibição pictórica, onde a descrição – “A enterrada que é o ponto máximo do basquete”- emoldurava uma delas executada pelo Alexandre, e conotada mais adiante como o “lance da partida”, mostrando quão diminuta é a visão do grande jogo para essa turma…

Assim como a pequena audiência presente na grande arena, pequena foi a qualidade do jogo, onde, nem mesmo a nova liderança argentina na direção da equipe candanga conseguiu estancar a hemorragia dos três (10/32), numa confrontação direta e incisiva a seus métodos de jogo mais cadenciado, estudado e paciente. Com uma dupla armação formada pelo Osimani e o Nezinho, até que a forma Hernandez de jogar se fazia presente, mas com muito pouca objetividade ofensiva, e muito menos defensiva, propiciando a equipe carioca se distanciar no marcador, ironicamente se utilizando não de dois, e sim três armadores, onde o argentino Laprovittola  fazia uma estréia bastante convincente.

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Mais adiante, do terceiro quarto em diante, e estando mais de 15 pontos atrás, a equipe da capital do país resolveu utilizar o jogo caótico de seu quarteto de fé, que a sua maneira encostou no placar, e só não virou a partida pela volúpia nas bolinhas, quando se focasse no avanço de 2 em 2 teria forte chance de vitória.

Mas de certa forma, a ausência da metade de sua artilharia de três, Marcelo e Marcos, permitiu um jogo interior mais intenso e um pouco menos de arremessos longos (9/23), equilibrando a produção tática da equipe carioca, estreando com vitória, fator muito importante como moeda de pressão a uma diretoria que vem atrasando salários e premiações de alguns meses até o presente.

Fora a utilização explicita da dupla armação pelas duas equipes, o restante da formulação tática de ambas se manteve atrelada ao sistema único, com sua jogadas marcadas e sinalizadas, inclusive com novas denominações, como “corno alto”, enriquecendo linguisticamente a longa linhagem dos “chifres”…

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Entretanto, na transmissão da ESPN do campeonato paulista em seus playoffs semi finais, pudemos testemunhar algo de inédito em nosso basquetebol, pelo menos para mim, a renuncia de um técnico em orientar seus jogadores no momento mais crucial do jogo, o minuto final, passando a prancheta a seu auxiliar, e encontrando no comentarista da emissora a justificativa mais impactante daquele comportamento – “nesse momento a equipe precisa de orientação tática e não de enquadramentos, palavrões e chamadas às falas, que deixam os jogadores mais nervosos e inseguros…” – dando a entender que a troca de funções era benéfica para a equipe, que acabou perdendo o jogo de maneira incontestável, empatando a serie em 1 x 1. Esqueceu, no entanto, a outra função do técnico em questão, a de peitar e pressionar a arbitragem em seu todo ao final do jogo, numa atitude lamentável e comprometedora. Mas em se tratando, segundo o mesmo comentarista, como o mais importante e líder campeonato do país, tais comportamentos passam ao largo do bom senso, sendo assimilados como “situações normais de jogo”…No que discordo veementemente.

No mais, a mesmice de sempre, repetitiva, num moto contínuo infindável, lamentavelmente…

Amém.



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