NOS FALTA VERGONHA NA CARA (ATÉ QUANDO?)…

 

(…) “Os objetivos são os mesmos: crescer e fortalecer o basquete no Brasil. Para isso precisamos de uma liga forte. A liga brasileira tem feito um trabalho muito bom, e o NBB está crescendo. A gente precisa ter times fortes e ídolos locais, além de duelos interessantes como o próprio Brasília x Flamengo. Crianças e adolescentes vão se interessar pelo esporte e depois procurar o melhor basquete do mundo que é a NBA. Então a gente só tem a tirar proveito de uma liga forte no Brasil – disse o diretor geral da NBA no Brasil, Arnon de Mello.(…)

                      ( Trecho da reportagem do jornalista Marcos Paulo Rebelo no Globoesporte.com de 11/11/13)

 

É isso mesmo que está ai em cima, com todas as letras, ou seja, dar algum apoio a nossa caloura liga, para encaminhar os novos adeptos da modalidade tupiniquim de encontro à liga hegemônica, a que dá as cartas, técnica, tática, cultural e globalizadamente. Não à toa essa turma da NBA encontra fortíssima oposição e rejeição na Europa, e por isso indo de encontro aos mercados emergentes do oriente e aqui no que consideram o quintal deles, e começaram nomeando como seu representante o cara que destilou a entrevista acima…

Mas o que impressiona é o apoio que determinada mídia que se considera a arauto do grande jogo no país, atrelando-se a reboque da turma lá de cima do hemisfério, que na maior franqueza expõe seu objetivo maior – Crianças e adolescentes vão se interessar pelo esporte e depois procurar o melhor basquete do mundo que é a NBA. – e assinam embaixo, na maior…

E não advogo patriotismo e civilismos, e sim vergonha na cara, somente isso, vergonha na cara…

Vergonha na cara de um governo abjeto que nomeia ministérios, comitês disso e daquilo, conselhos e autoridades olímpicas para repassarem bilhões da sacrificada economia popular para empreiteiras, marqueteiros, publicistas, hoteleiros, e não sei mais quantos apaniguados, colocando de lado o verdadeiro e único motivo de uma competição olímpica, a demonstração da pujança educacional e atlética da juventude de uma nação, reserva intelectual e econômica da mesma, representando-a no que tem de real e positivo, minimizando e coisificando sua importância e existência, relegando-a a posição de recepcionista de nações que aqui vem tomar conta da festa, a começar pela proprietária da liga que agora nos impõem comportamentos e submissão…

Vergonha na cara daqueles que jamais a tiveram, já que frutos do oportunismo, arrivistas e aventureiros que são ao comandarem federações e confederações como propriedades privadas, capitanias hereditárias hediondas e pusilânimes…

Vergonha na cara de uma sociedade que permite a humilhante posição destinada aos professores, marginais de uma situação absurda e suicida para a nação, e não o alicerce estrutural da mesma…

Vergonha na cara de todos aqueles que se beneficiaram positivamente da atividade desportiva em sua formação cidadã, e que se omitem em ajudá-la estrategicamente, mas que “colaboram” encobertos pelo anonimato nas mídias da grande rede, covardes, ingratos e omissos que são…

Vergonha na cara de uma política, ou ausência dela, que alija da escola a educação física, os desportos, beneficiando as grandes holdings do culto ao corpo, que tudo fazem e farão para não perder essa monumental clientela que lhe é colocada no colo por maus brasileiros, criminosos que são…

Vergonha na cara, de falsos desportistas que planejam e instalam projetos subvencionados pelo dinheiro público, onde “orientam e educam” jovens pelos caminhos da porrada, da submissão traumaticamente imposta, e mais ainda, pelos que financiam e liberam verbas para tais projetos, deixando no ar quais os objetivos pretendidos…

Vergonha na cara, somente isso, uma simplória e indignada vergonha na cara…

Amém.

P1030745 2579672-2532-rec-001

 

 

 

 

Em tempo – Vejam o que se publica na matriz do norte sobre educar pela pancada (aqui)…

Fotos – Reproduções da TV, O Globo, Bala na Cesta. Clique nas mesmas para ampliá-las.



2 comentários

  1. Jose 17.11.2013

    Infelizmente falta muito pra nos desgarrarmos da influência norte-americana.
    E sobre a briga da FPB e a LNB? O que o senhor achou?

  2. Basquete Brasil 18.11.2013

    Faltar muito é bem melhor do que impossível…
    Acredito que saiamos dessa dependência, na medida em que recobremos nossa vergonha na cara…
    A briga é entre aqueles que gostam mais de si mesmos do que do grande jogo…
    Um abraço. José, Paulo Murilo.

Deixe seu comentário