RESPONDENDO AO HENRIQUE…

 

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Professor, como vai o senhor ?

 

 

 Tenho visto e tentando entender os motivos pelos quais Ricky Rubio armador do selecionado espanhol e também do Minnesota Timberwolves arremessa tão mal e como poderia ser resolvido este problema.
O senhor aceita me ajudar nesta investigação ?
Obrigado desde já e um forte abraço
!

 

 

 

Recebi esse email do leitor Henrique Lima, e para ser sincero, pouca coisa poderia acrescentar ao pedido sem que pudesse analisar o movimento ao vivo, pausada e repetidamente, de preferência filmá-lo longitudinal e lateralmente, de preferência em câmera lenta, para ai sim, tecer comentários que poderiam, ou não, melhorá-lo nessa complexa arte do arremesso.

 

Porém, das inúmeras fotos por ele enviadas  pude selecionar duas, dando relevo a uma delas, setorizando a empunhadura utilizada, que para maiores comparações teríamos de nos remeter ao artigo Anatomia de um arremesso IV, aqui publicado numa serie de grande receptividade, situando a pega do jogador Rubio como a I1 (vide os comentários no referido artigo).

 

Nessa classificação (I1) a empunhadura define o dedo indicador como aquele que deixará o contato com a bola por último, logo, sendo o responsável pela aplicação final de força na mesma, desencadeando os possíveis desequilíbrios descritos no artigo.

 

Os dedos polegar e mínimo, que em tese são os responsáveis pelo alinhamento do eixo diametral da bola paralelo ao nível do aro no momento final do arremesso, e responsável pelo correto direcionamento aéreo da bola,  ao se situar obliquamente altera o paralelismo, originando sérios desvios direcionais, e a perda da precisão.

 

Um último fator de desequilíbrio, é a aplicação lateral de força na bola através os dedos médio e anular provocado pelo posicionamento central do dedo indicador.

 

Como vemos, alguns e importantes fatores podem explicar a grande deficiência nos arremessos do excelente jogador, que poderiam ser corrigidos depois de uma competente e profunda analise de caso.

 

No mais, Henrique, uma torrente de explicações podem se originar de acordo com a evolução da analise, mas não muito dissociadas dos princípios acima mencionados. O que acho estranho é ser o Rubio um produto maior de uma escola prestigiada no mundo inteiro, inclusive sendo mencionada como a escola espanhola de basquetebol, mas que, como todas, escorrega um pouco em detalhes mais sofisticados, e mencionando ainda estar o Rubio na NBA a alguns anos sem que seja convenientemente  corrigido pela escola maior.  Faz parte…

 

Amém.

Fotos – Enviadas pelo Henrique Lima. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

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14 comentários

  1. EDUARDO 24.01.2014

    Prof. Paulo, bom dia.
    Na votação para as equipes titulares do Jogo das Estrelas na NBA, pela primeira vez na história, nenhum Pivô (Center) de ofício. Somente armadores habilidosos, alas de ofício, alas-pivôs e pivôs de grande técnica e mobilidade em cada uma das equipes.
    Há tempos o senhor já comenta sobre esta formação (implantada brilhantemente pelo Coach K na seleção norte-americana) e agora a votação popular marca definitivamente a “mudança” (entre aspas, porque escolher os melhores e adaptar um esquema, desde sempre para mim é o óbvio e não o contrário).

  2. Basquete Brasil 24.01.2014

    Bom dia, prezado Eduardo, nada a surpreender com essa votação, que representa uma resposta aos veementes pedidos do Coach K para que as universidades mudassem seus padrões de de jogo e de seleção de jogadores, fatores que agora tendem a se estender para os profissionais. O inusitado, é que aplico essas idéias a mais de 40 anos em minhas equipes de base, assim como nas divisões de elite que dirigi, mais recentemente no Saldanha no NBB2. Como vê, Eduardo, pensar, agir e aplicar sistemas controvertidos, por serem inovadores, não é propriedade somente dos técnicos da matriz e da Europa, com uma diferença decisiva, quando os daqui muito em breve “adotarem a novidade”(alguns já o fazem)se situarem como os autores da proeza, onde as experiências, estudos e prática nas quadras do Paulo Murilo jamais devam ser reconhecidas, afinal, são os estrategistas de plantão…
    Lembre-se, que as seleções das semanas do NBB, publicadas pelo site da LNB, de a muito escalam as equipes com dupla armação e alas pivôs ágeis e técnicos, exatamente como fiz jogar o assassinado Saldanha acima mencionado.
    Como vê, Eduardo, talvez agora você possa entender minha tristeza em não me ser permitido fazer parte dessa fundamental mudança, mesmo sendo o responsável direto pela mesma, com uma transcendental diferença, o sistema de jogo que utilizo, radicalmente oposto ao que estabeleceram como norma padrão no país, e que poria em perigo certas capitanias hereditárias existentes nas equipes, e incrivelmente, nas seleções de base, e por extensão, nas de elite.
    Mas, acredito que melhoras venham a ocorrer no grande jogo com toda essa discussão, torço por isso.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  3. EDUARDO 24.01.2014

    Prof. Paulo, a tristeza não deve ser sua e sim de quem não o compreende. Acompanho o seu trabalho há cerca de 8 anos e tenho conhecimento da sua batalha para que o nosso amado basquete volte aos seus dias de glória aqui no Brasil.

  4. Gil Guadronl 25.01.2014

    Coach Dean Smith, ex – entrenador de la Universidad de Carolina del Norte.

    ” En el basquetbol actual, existen tantas sistemas de ataque como entrenadores .

    El objetivo ofensivo es de anotar dos puntos en cada posecion e idealamente tres.

    Para mi el major ataque es en el cual a usted le cometen una falta personal.

    La razon principal por la que me opongo al sistema de correr y tirar a la primera oportunidad es que no le permitimos a la defense cometer faltas personales.

    Pase la pelota, utilize el drible de penetracion, permitale a la defensa el tiempo necesario para que cometan faltas personales ” .

    Paulo, espero que tenga de nuevo la oportunidad de entrenar en la liga brasileña.

    Abrazos.

    Gil

  5. Gil Guadronl 25.01.2014

    DEL COACH ” K ”

    Es importante lo que usted sabe como entrenador, pero es mucho mas importante los que sus jugadores aprendieron y pueden ejecutar en un partido.

    Una de nuestras metas como entrenadores es desarrollar un sistema sobre el cual podamos construir , pero despues de cada temporada debemos de evaluarlo y re-evaluarlo para estar seguros que esta acorde con las habilidades tanto mentales como fisicas de los jugadores.

    Si no lo hacemos de esa manera , caminaremos por ahi diciendo que nuestros jugadores son estupidos, cuando a lo major los estupidos somos nosotros los estrenadores por no analizar nuestro sistema para conocer si lo que enseñamos es demasiado dificil de asimilar por nuestros jugadores.

    Cuando usted desarrolla un sistema de juego, tiene que considerar el tipo de jugadores que tiene. Debe tomar en consideracion las habilidades fisicas asi como las habilidades mentales y emocionales de sus jugadores.

    Al inicio de mi Carrera fui muy rigido en mi filosofia y en mis planes de entreno. Mis planes fueron muy precisos …pero eran demasiado aburridos. He cambiando mucho desde entonces.

    Claro que mis equipos siguen jugando defensa personal y motion offense, pero hago esas cosas dentro de mi propia personalidad. Todos los ejercicios que hacemos estan dentro de mi manera de pensar. Soy consistente con mi sistema.

    Algunos entrenadores juegan un sistema enseñando ciertos habitos y entonces en la siguiente temporada — cambian dicho sistema — , iniciando otro y enseñando habitos diferentes.

    Cuando usted trata de construir un sistema, usted debe de experimentar , pero usted debe de iniciar con un sistema dominante sobre el cual construir.

    Gil Guadron

  6. Gil Guadronl 25.01.2014

    DEL COACH ” K ” , ultima parte.

    Cuando estudiaba en Army , mi entrenador fue Coach Bob Knight por cuatro años, luego trabaje bajo sus ordenes en Indiana University y muchas de las cosas que hago son el resultado de mi asociacion con el.

    Pero creo que lo importante al implementar su propio sistema es ser flexible , y no cambiar bruscamente de direccion de una temporada a la otra. En Duke las modificaciones de una temporada a la otra son casi imperceptibles.

    Claro que nuestro sistema es defense individual y motion offense, pero lo jugamos dentro de mi filosofia.

    Indiana juega su motion offense con un poste grande adentro. En Duke , jugamos un intercambio de postes con todas las posiciones intercambiables, con la excepcion de nuestro point guard.

    Nosotros empujamos la pelota hacia el aro . La temporada pasada tiramos 200 tiros libres mas que nuestros rivales.

    Lo que le trato de subrayar es que evalue su sistema , establezcalo de acuerdo a su manera de ver las cosas.

    En nuestra liga nos enfrentamos a una enorma variedad de defensas combinadas : triangulo y dos, caja y uno ,uno tres y un perseguidor etc. si tuviera que tener un ataque para cada una de dichas defensas estariamos en serios problemas

    Contra todas las defensas jugamos motion offense.

    Nuestro sistema tiene habitos motores particulares de dominar, y la unica manera de lograrlos es atraves de acciones repetitivas. Si lo cambiaramos de una temporada a la otra tendriamos que sustituir habitos motores en los jugadores , lo que impediria una continuidad hacia la mejoria del sistema.

    El punto es que debe de ajustarse a los jugadores que usted entrena. Vealos año tras año y busque lo que es major para ellos. Usted puede jugar defense personal y motion offense, pero …cual es manera adecuada , la mejor manera para sus jugadores ?

    En Duke nuestros entrenos son 305 ataque , 30% defense , 30% en transiciones, y 10% en situaciones especiales.

    Como entrenador encuentre su manera de ver el basquetbol, la que usted domina a cabalidad , en la que usted cree profundamente; experimente y haga modificaciones, si las considera necesarias, sutiles que enriquezcan sus sistema.

    Gil Guadron. apuntes personales.

  7. Gil Guadron 25.01.2014

    FE DE ERRATA.

    —- En el penultimo parrafo . Debe leers : En Duke nuestros entrenos son 30% ataque, 30% defense…etc.

    Con respetos.

    Gil Guadron

  8. Basquete Brasil 26.01.2014

    Gil, melhores mensagens do que essas, impossível, onde a modéstia daqueles grandes mestres se situam muito acima da nossa ousadia em negá-los. Mas o fator tempo a tudo cura e explica, com simplicidade e sabedoria. Sei que ainda veremos e participaremos de dias melhores,com toda a certeza.
    Um abração, Paulo.

  9. Henrique Lima 30.01.2014

    Professor Paulo.

    Primeiro, obrigado pela resposta ! Eu li os artigos sobre arremessos várias vezes e usei em trabalhos anteriores com excelente aceitação e resposta dos alunos.

    Agora, assistindo ao atleta em questão, percebo que além da empunhadura, a preparação de todo arremesso dele demora bastante para ser executada, o que facilita demais ao marcador chegar e contestar seu arremesso, tornando assim a tarefa ainda mais difícil.

    O treinamento ajuda bastante e para mim, é a única forma de corrigir isso aí, ou seja,de alguém ruim se tornar pelo menos aceitável porém acho que dentro do calendário da NBA não existe tempo suficiente destinado aos treinamentos. O que torna um problema deste crônico, afinal, o cara não progride e mesmo na Espanha não progrediu e jogando 82 vezes no ano ?! Qualquer um nota que se o cara chuta 34, 35% ele deveria pensar em soluções ou em não chutar rsrs

    Será que o próprio atleta já se acha bom o suficiente para não ter que treinar mais ?

    Um abração Professor !

  10. Basquete Brasil 31.01.2014

    Henrique, não acredito que ele se considere bom o suficiente, mas sim ostente uma insegurança que o limita nos arremessos, dai a demora na construção do movimento, onde subconscientemente “adia” o arremesso buscando, quem sabe, uma assistência salvadora. Face a essa limitação, alguns de seus marcadores flutuam sobre ele cortando sua linha de passe, indo auxiliar na defesa, e outros o pressionam sabendo que sua precisão, já falha, piorará mais ainda. De qualquer forma, se não melhorar será sempre um alvo depreciativo para a sua equipe, e mesmo para a seleção espanhola.
    Corrigir é possível se partir de uma desconstrução mecânica de seus movimentos e, principalmente, de sua empunhadura, evoluindo para uma mais segura e equilibrada. Mas isso é outro departamento…
    Um abraço, Paulo.

  11. Henrique Lima 01.02.2014

    Professor,

    neste ponto é muito triste o fato dos jogos no calendário da NBA serem tantos e tão poucos espaço de tempo.

    Qualquer correção que demande muito tempo de treinamento, com certeza não irá ocorrer no meio da temporada.

    Abraço !

  12. Basquete Brasil 01.02.2014

    Desculpe em não concordar, Henrique, pois o que falta naquele Eden do basquete é pessoal que realmente se interesse em conhecer e se dedicar a corrigir profissionais em aspectos especiais dos fundamentos, sobrando, no entanto, exércitos de aspones versados em estratégias de jogo.
    Quando no Saldanha, nos 15 dias que antecederam o reinicio da competição depois do Jogo das Estrelas em Uberlândia, dediquei longas horas corrigindo arremessos da equipe, principalmente do pivô André, corrigindo-o em 60%, que seriam 100% se tivesse havido continuidade do projeto.
    Sem dúvida alguma minha tese de doutoramento realizada em Portugal, tem muito poucas outras que desenvolvam estudos paralelos ou equivalentes, já que voltada às empunhaduras e os comportamentos aéreos da bola sucedâneos às ações de força e direcionamento das mesmas nos momentos finais dos lançamentos, o que a torna referência lá fora, jamais aqui, como deveria sê-lo.
    Infelizmente conceituou-se aqui, e por que não, lá fora também, que jogadores profissionais, por serem especialistas, não necessitam de correções nos fundamentos, que se encontram arraigadas indelevelmente em suas ações técnicas, configurando um erro primário, pois os processos de aprendizagem não cessam jamais enquanto vida tivermos. O que falta, realmente, é pessoal qualificado que desminta tal falácia, e repito, aqui, e lá fora…também.
    Um abraço Henrique. Paulo.

  13. David Barros 01.02.2014

    Eu arremesso com os três últimos maior de todos anelar mindinho como condutores finais pegando os 3, conheço quem pega com a extremidades botando dois só anelar e mindinho, conheço quem bota dois sendo anelar e maior de todos, conheço quem bota indicador e maior de todos, conheço os que pegam o maior de todos como último a largar a bola, e essa ai a do indicador como último, acho o que larga com um só como último mais difícil e com probabilidade de maior erro, mais tudo isso se torna uma mecânica de arremesso eficaz quando se treina bastante o arremesso, o importante é ver o resultado final do índice de acerto, só não dá para ser com o polegar porque ai entornou o caldo, o erro do Rubio na foto foi arremessar a bola segurando como uma concha pegando a palma da mão.

  14. Basquete Brasil 02.02.2014

    Prezado David, respeito seu depoimento que me parece sincero, porém, completamente contrário aos mais básicos princípios de direcionalidade de uma esfera em busca de um alvo pré-determinado, onde eixos longitudinais e diametrais influem decisivamente em sua trajetória. Tento explicar – Quando você arremessa uma bola a cesta, esta sai da mão impulsionadora girando reversamente, ou para trás, em torno de um eixo diametral qualquer. Muito bem, se esse eixo estiver e se manter o mais paralelo possível ao nível do aro da cesta, você obterá um bom nível de direcionamento, caso contrário os desvios serão incontornáveis. Seguindo – Por essa evidência direcional é que o posicionamento da pega na bola se torna importante e decisiva. Torne a ler o artigo mencionado na matéria publicada, onde são explicadas as pegas possíveis para que esses controles sejam efetuados sobre a bola no ato de arremessar, e que são totalmente contrários aos expostos por você. Sem dúvida, com muita pratica alguns resultados aparecerão, mesmo condicionados a erros de execução, mais como resultados probabilísticos do que fundamentados em princípios balísticos confiáveis.
    Enfim, faça como melhor lhe aprouver, lembrando porém que, sob a luz de sérios e confiáveis estudos poderia você arremessar com mais precisão e confiabilidade.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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