A LITURGIA DO CARGO…

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E ai Paulo, o campeão do mundo joga na NBA, a LNB se liga à mesma, e você não comenta nada?

 

Bem, para começo de conversa foi o campeão da Taça Intercontinental FIBA 2014 que jogou contra o Phoenix Suns, num jogo que assisti curioso com o que pudesse ocorrer de inédito tecnicamente, e que beneficiasse o grande jogo entre nós, mas, para variar, não foi o que ocorreu, noves fora o coro quase que uníssono percorrido pela mídia, na menção do fato histórico que testemunhávam  embevecídos…

 

Mas, não foi bem assim, pois enfrentava o bom time rubro negro uma equipe em pré temporada, em seu primeiro jogo, e que demonstrou em toda a partida ainda estar muito longe de uma razoável forma, vide o decréscimo mais do que evidente de sua forma tradicional de jogar, focada na grande velocidade e permanente movimentação, que neste jogo ficou muito longe de acontecer…

 

Mesmo assim, no quarto final, apertando a marcação e buscando um aumento de velocidade, venceu um jogo com 47 erros de fundamentos (26 do CRF e 21 dos Suns), quantidade impensável em um jogo desse nível, principalmente em andadas e passes interceptados, que aliás, foi o fundamento que liquidou as pretensões da equipe carioca, que ao se utilizar rigidamente do sistema único (aquele que vem sustentando a NBA desde sempre…) frente a uma equipe que já não mais o emprega (assim como muitas equipes da grande liga), mas que ao conhecer todos os seus atalhos, dobrou a marcação na armação, provocando interceptações primarias de passes, concluindo cestas fáceis e sem respostas, já que as bolinhas tradicionais, vicio arraigado entre nós, voltaram a não cair ( 6/25 – 24% contra os 8/21 – 38% deles)…

 

Por conta de tantas limitações físicas e técnicas, a turma do Arizona concentrou seu jogo no garrafão (29/53), cadenciando o jogo, enquanto os cariocas o fizeram em 19/44 situações, que poderiam ser maiores se insistissem nos dois bons pivôs que têm, o Meyinsse e o surpreendente Felicio, preferindo, no entanto, as bolinhas de praxe…

 

Foi um resultado razoável, que nada deslustra a qualidade da equipe brasileira em sua realidade tupiniquim, a não ser um fato surpreendente ocorrido ao lado da quadra, onde um técnico corriqueiramente agitado, teatral e pressionador de arbitragens, vestido com um clássico terno e gravata (assim como toda a comissão técnica e agregados…), postava-se marcial e comportadamente como que entronizado na liturgia de um cargo, que espero, ao menos, tê-lo conscientizado de que o basquete que agora lá tem se desenvolvido, passa a léguas de distância de chifres, cabeças, camisas e congêneres, estando mais voltado a diversidade posicional de jogadores, muita movimentação ofensiva, intensidade defensiva, e acima de tudo, mantenedor da maior de suas tradições, os fundamentos básicos, nesse jogo, infelizmente, um tanto comprometidos pelos 21 erros cometidos…

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Vamos aguardar os próximos dois jogos, para termos uma clara visão dos aspectos que nos diferenciam, ou não, deles.

 

Quanto ao vínculo unindo NBA e LNB, uma boa lida em alguns de seus termos ( Uma joint venture por “somente”  50 anos, creio que seja inédito no mundo…) dará a todos a visão e compreensão do quanto de colonizados ainda teimamos em ser e nos comportar, lamentavelmente, e desde sempre…

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 



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