FUNGOU, DESARMOU E…VENCEU…

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Bauru produziu 16/38 de dois pontos, 6/23 de três, e 19/26 de lances livres, ou seja, uma equipe que vinha convergindo assíduamente, não conseguiu ultrapassar os 70 pontos, brecada competentemente por uma situação defensiva que, coincidentemente, ou não, propús no último artigo, quando sugeria “fungar no cangote” na armação de ambas, e como a turma rubro negra partiu na frente, tomando a iniciativa de fazê-lo desde o bola ao alto, quebrou a armação paulista, obrigando-a a improvisações e finalizações (Fisher foi o cestinha de sua derrotada equipe…), e não encontrando semelhante resposta da mesma, que demonstrou mais uma vez sua falibilidade defensiva fora do perímetro, onde as armações são concatenadas, além, óbviamente, de ser a plataforma de lançamento dos petardos de três (produziram 9/30 nos três e 27/40 nos dois pontos, e mais 10/11 nos lances livres…)…

Sem uma armação minimamente coordenada, o jogo interno paulista se esfacelou, pois, pressionada energicamente, perdia muitos preciosos segundos para se desvencilhar do nó górdio que asfixiava seu jovem armador, que frente a dobras se perde com frequência nos dribles com trocas (ainda não aprendeu o passo atrás concomitante à troca de mãos, necessário a obtenção do espaço necessário para a ultrapassagem, e por conseguinte, dando as costas para seu marcador, ficando vulnerável às dobras…), se tornando inoperante frente ao jogo coletivo (sempre sozinho sem o apoio constante e próximo de outro armador quando em quadra), partindo para a individualização bloqueada na maioria das vezes pela forte defesa interna carioca, que se viu beneficiada pela constante fuga dos pivôs adversários da zona interior, ao serem marcados por antecipação e força, e pela ausência forçada de passes mais precisos da armação submetida a uma pressão permanente e combativa fora do perímetro…

Some-se a estes fatores, um outro poderoso, a completa ausência de um sistema de jogo alternativo (o ideal seria que apresentasse outro mais eficiente, ousado, autoral, justificando o vasto e qualificado plantel que possui…), pelo menos para se equalizar a tão ajustado oponente, coletiva e emocionalmente falando (que seria mais eficiente se fora do sistema único…), mesmo quando exacerbou nas bolinhas, num 9/30, que se orientada a metade das tentativas falhadas para os dois pontos, venceria com contagem perto dos 40 pontos de diferença, que seria um fator psicológico poderoso para a próxima e decisiva partida em São Paulo…

Bauru peca pela premissa, agora sobejamente contestada, de que poderia conquistar tudo pela força de sua artilharia exterior, mesmo com um jogo interior medíocre e as vezes praticamente inexistente, onde um especialista de três o Robert Day (0/4), se vê pretensamente ofuscado pelo pivosão Hettsheimeir (2/5), em sua obstinada, porém falsa, aventura de fora, aspecto a ser bem pensado pelo técnico hermano da seleção…

Quanto ao Flamengo, se mentiver a fungação dentro e fora do perímetro, e se abster de aventurazinhas midiáticas nas bolinhas, terá todas as condições de resolver a questão já neste segundo jogo, pois tem mais equipe, time, algo que seu adversário não conseguiu conceber apesar de seu mais nutrido plantel…

Pronto, foi o que pude observar e analisar lá de cima na Arena, quando junto ao meu filho, pudemos dar boas risadas com as iniciativas de bemfeitorias técnicas ao nosso combalido basquetebol, através dançarinas (?) e mascotes americanos de qualidade duvidosa, mas com selo de qualidade da parceria NBA/LNB, e ser testemunha da enorme quantidade de jornalistas especializados em basquetebol presentes, deixando no ar uma questão – para quem escrevem e comentam (a meia duzia que o fazem não conta…), no quase deserto editorial que afoga o grande jogo neste imenso e injusto país, me deixando curioso quanto a quantidade dos mesmos em 2016, noves fora os estrangeiros (e a meia duzia que realmente produz…), claro…

Amém.

Fotos – Paulo Murilo. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 



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