E TUDO CONTINUA E CONTINUARÁ IGUAL, LAMENTAVELMENTE…
Não tem sido fácil para mim manter essa abstinência de artigos sobre o grande jogo, mas é que estava sendo doloroso demais externar a mesmice endêmica em que ele foi afundado, documentando uma outra mesmice crítica aqui nesse humilde blog, a de que nada mudou, e nem mudará, se dependermos da tradicional e da nova geração de estrategistas que enganam e se escondem por trás do biombo travestido de prancheta, mais midiática do que de importância realmente técnica, a não ser para seus equivocados utentes…
E o mais emblemático é assistirmos o beneplácito da crítica especializada, sempre pronta a absolver a garranchada exposta nas mesmas, para mais adiante confessar que a grande maioria dos “atentos e interessados” jogadores, simplesmente não cumprem nada do que é lá rabiscado, lambuzado e diligentemente apagado com as costas daquelas mãos sôfregas e tatibitates…
E é nesse ponto que sugiro algo didaticamente interessante e elucidativo, que pranchetassem sobre folhas soltas, como nas antigas tabuletas de presença dos bedéis de escolas, para que ao final dos jogos pudessem admirar, quem sabe, entender eles mesmos o que perpetraram nos seus caóticos pedidos de tempo, folhas ordenadas cronológicamente por um dos incontáveis assistentes refestelados nos bancos, como auxiliares privilegiados na pressão das arbitragens, como documentos que muito esclareceriam (?) certas atitudes e decisões quando nas revisões videografada pós jogos, e que para melhor entendimento justificariam, ou não, a enxurrada de palavrões e reprimendas ditatoriais e infantis em adultos, muito dos quais, pais de família…
Joga-se o NBB9 como jogaram os de 1 a 8, iguais, monocórdicos, com uma ou outra ilustração, como a da moda atual, o fator “intensidade”, aquele que concede primazia à equipe que supere pelo diferenciado esforço físico o sistema de jogo utilizado por todos igualmente, na tentativa de equalizar, e mesmo superar, a maior qualificação de jogadores nas estratificadas posições de 1 a 5, chaga que nos aflige e corrói técnica e taticamente desde sempre, determinando a ascendência de dirigentes, agentes, empresários e técnicos coniventes com o sólido corporativismo que implantaram para protegerem-se de inovações que ponham em risco seu sagrado e fechado mercado…
E pensar que bastaria uma ou duas equipes que se diferenciassem na forma de ver, sentir e jogar o grande jogo, de preferência formada por jogadores pouco ou nada ranqueados, dos muitos e muitos que existem nesse enorme e injusto país, dirigidos e orientados a sistemas diferenciados, que os tornassem proprietários de uma nova forma de atuar, reagir, criar e improvisar por sobre algo perfeitamente tangível, existente e factível, porém, vedada aos medíocres, aos omissos, aos osmóticos que simplesmente copiam, atuam e se comportam como vedetes intocáveis, midiática e politicamente, onde, com pouquíssimas exceções, pululam desde as categorias de base até a elite, posudos, e profundamente equivocados sobre suas pseudo importâncias e influências sobre os mais jovens, reservando aos mesmos o palavrório de baixo calão que expelem nas transmissões televisivas, explicadas e relevadas pelos comentaristas e narradores como “explosões normais de jogo”, numa absurda e imperdoável conivência…
Por tudo isso, e por ter tido um dia a oportunidade de atuar na liga, e dar seguimento a um comportamento linear desde as categorias formativas por mais de 50 anos, como professor, técnico e agora jornalista, é que me sinto desconfortável em simplesmente assistir e escutar o que jamais admiti, pratiquei e utilizei como mensagem a jogadores e aos mais jovens, para os quais a chave de sua educação passa inquestionavelmente pelo exemplo dos que comandam, fator básico para o progresso cidadão dos mesmos…
Mesmice técnica e tática endêmica, pranchetas midiáticas, palavrões, gestual circense ao lado das quadras, pressão descabida nas arbitragens e apoio inconteste dos que decidem sobre tantos e discutíveis comportamentos, cansam, ou melhor, se tornam insuportáveis…
Amém.
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